Tema de redação 2018Nov06
Texto 01.
“Claro que esse momento ia chegar. Usar microchips para tornar
nossa memória infinita (não falei melhorar, percebeu!?). Usar hardwares para
não precisar dormir, não precisar comer e ter a melhor performance nos esportes
do mundo transformando seres humanos em ciborgues imortais. E se der para fazer
mais sinapses e aproveitar todo o potencial do nosso cérebro com pequenas
pílulas? Tudo isso podia ter saído de um filme ou uma série que ia ser super
sucesso, mas quando vivemos na realidade a perspectiva tem de mudar um pouco. E
essa realidade tem nome: transumanismo. É abreviado por H+ ou h+.
Esse movimento de super-humanos faz bastante sentido, afinal,
o maior objetivo é transformar a condição humana por meio do desenvolvimento de
tecnologias. Assim, alcançaríamos a era do pós-humano, já que nossas
capacidades intelectuais, físicas e psicológicas serão amplamente melhores.
Nada de envelhecimento, sofrimento ou morte. Sim, meu povo, já já a evolução
biológica vai rodar em background..”
Texto 02.
“Usar a tecnologia para que ela nos permita "viver para
sempre" parece uma possibilidade distante, mas, acredite, já há quem
esteja trabalhando para que isso se torne realidade em menos tempo do que
talvez imaginemos.
O empresário Elon Musk, por exemplo, está trabalhando em um
projeto para conectar o cérebro humano a um computador. A ideia é
"libertar" o cérebro do corpo, quando este estiver envelhecido, e
abrir a porta para uma vida digital...eterna.
Esta e outras tecnologias fazem parte de um movimento chamado ‘transumanismo’,
que defende o uso da tecnologia e da inteligência artificial para melhorar a
qualidade da vida humana.
Trata-se de usar a tecnologia para aprimorar nosso estado
intelectual, físico e psicológico, por meio, por exemplo, do chamado
"mind-upload", expressão criada dentro dessa filosofia para se
referir à "transferência da mente" humana para um computador.
Os cientistas dizem que copiar a mente de alguém, suas
memórias e personalidade em um computador é possível, em teoria - mas o cérebro
tem muitos mistérios.
Ele têm 86 bilhões de neurônios, uma rede produzindo
pensamentos via cargas elétricas..”
Texto 03.
“A junção do humano com a máquina é conhecida como “transumanismo”.
Tema de vários livros e filmes de ficção científica, hoje é um tópico essencial
na pesquisa de muitos cientistas e filósofos. A questão que nos interessa aqui
é até que ponto essa junção pode ocorrer e o que isso significa para o futuro
da nossa espécie.
Será que, ao inventarmos tecnologias que nos permitam ampliar
nossas capacidades físicas e mentais, ou mesmo máquinas pensantes, estaremos
decretando nosso próprio fim? Será esse nosso destino evolucionário, criar uma
nova espécie além do humano?
É bom começar distinguindo tecnologias transumanas daquelas
que são apenas corretivas, como óculos ou aparelhos para surdez. Tecnologias
corretivas não têm como função ampliar nossa capacidade cognitiva: só
regularizam alguma deficiência existente.
A diferença ocorre quando uma tecnologia não apenas corrige
uma deficiência como leva seu portador a um novo patamar, além da capacidade
normal da espécie humana. Por exemplo, braços robóticos que permitem que uma
pessoa levante 300 quilos, ou óculos com lentes que dotam o usuário de visão no
infravermelho. No caso de atletas com deficiência física, a questão se torna
bem interessante: a partir de que ponto uma prótese como uma perna artificial
de fibra de carbono cria condições além da capacidade humana? Nesse caso, será
que é justo que esses atletas compitam com humanos sem próteses?
Poderia parecer que esse tipo de hibridização entre tecnologia
e biologia é coisa de um futuro distante. Ledo engano. Como no caso do celular,
está acontecendo agora. Estamos redefinindo a espécie humana através da
interação – na maior parte ainda externa – com tecnologias que ampliam nossa
capacidade.
Sem nossos aparelhos digitais – celulares, tabletes, laptops –
já não somos os mesmos. Criamos personalidades virtuais, ativas apenas na
internet, outros eus que interagem em redes sociais com selfies arranjados para
impressionar; criações remotas, onipresentes. Cientistas e engenheiros usam
computadores para ampliar sua habilidade cerebral, enfrentando problemas que,
há apenas algumas décadas, eram considerados impossíveis. Como resultado, a
cada dia surgem questões que antes nem podíamos contemplar.”
Fonte: (Folha de S.Paulo, 01.02.2015. Adaptado.)
Proposta 2018Nov06-A - dissertação
(USP, Unesp, etc.)
Em uma dissertação, defenda a
necessidade ou não de haver limites para o que se convencionou chamar
atualmente de “transumanismo”.
Instruções:
- Lembre-se de que a situação de
produção de seu texto requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
- A redação deverá ter entre 25 e 30
linhas.
- Dê um título a sua redação.
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