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Figuras de linguagem
Por Estéfani Martins
"Em meus textos, quero chocar o leitor, não deixar que ele repouse
na bengala dos lugares-comuns, das expressões acostumadas e domesticadas. Quero
obrigá-lo a sentir uma novidade nas palavras!"
(João Guimarães Rosa)
“Não tem porque interpretar um poema. O poema já é uma interpretação.”
(Mário Quintana)
As figuras de
linguagem são criadas na maioria das vezes a partir da experiência cotidiana,
pragmática e estética do homem com a língua e com o outro. Além disso,
“linguagens auxiliares”, como a gestual, a de sinais, a das cores, etc., são
fundamentais para a construção dessas sentenças. Daí ser possível inferir que a
inventividade é imprescindível para a construção da maioria das figuras de
linguagem, tanto no âmbito do uso literário delas quanto no uso cotidiano
desses recursos.
Para tanto, a
linguagem conotativa e o arranjo meticuloso e criativo das palavras constituem,
muitas vezes, uma espécie de jogo de interpretação, em que, por várias razões,
cooperam ou concorrem um locutor e um interlocutor inseridos num dado contexto
de enunciação, influenciados por uma determinada e sempre distinta experiência
cultural, e munidos de intenções próprias relativas àquela situação
comunicativa. Importante também acrescentar que a interpretação de uma figura
de linguagem emana das interações entre os contextos linguísticos, semânticos e
situacionais em que ela ocorre. Além disso, é importante também lembrar que
existem figuras de linguagem que são estruturais ou mesmo linguísticas, sem
necessariamente serem fundadas na polifonia, idiossincrasia ou conotação, como
é o caso da elipse e do zeugma.
Quanto ao uso
desse tipo de recurso nas tipologias e gêneros textuais, é notória e facilmente
observada a utilização de praticamente todas as figuras de linguagem em textos
narrativos, injuntivos, descritivos e dialogais, por razões ligadas às
liberdades estéticas constituintes dessas modalidades de texto; já no caso dos
gêneros textuais expositivos e argumentativos, as figuras de linguagem
apresentam-se de forma muitas vezes pontual, porque as exigências acerca da
objetividade, clareza e informatividade, tão comuns em relação a essas
tipologias, limitam sensivelmente o uso desses recursos. Embora textos
argumentativos, como os sermões, possam fazer amplo uso de figuras, são casos
relativamente raros dentro do universo dos textos exigidos em provas ou
vestibulares.
Seguem algumas
figuras de linguagem mais comumente presentes em vestibulares e, em especial,
em provas das áreas de Códigos e Linguagens no Enem.
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