Proposta de
redação 2018E03
Texto
01.
“O Direito Penal, até o século XVIII, era
marcado por penas cruéis e desumanas, não havendo até então a privação de
liberdade como forma de pena, mas sim como custódia, garantia de que o acusado
não iria fugir e para a produção de provas por meio da tortura (forma legítima,
até então), o acusado então aguardaria o julgamento e a pena subsequente,
privado de sua liberdade, em cárcere. “O encarceramento era um meio, não era o
fim da punição.
Foi apenas no século XVIII que a pena privativa
de liberdade passou a fazer parte do rol de punições do Direito Penal, com o
gradual banimento das penas cruéis e desumanas, a pena de prisão passa a
exercer um papel de punição de facto, é tratada como a humanização das penas.
Já segundo Foucault a mudança no meio de punição vêm junto com as mudanças
políticas da época, com a queda do antigo regime e a ascensão da burguesia a
punição deixa de ser um espetáculo público, já que assim incentiva-se a
violência, e é agora uma punição fechada, que segue regras rígidas, portanto
muda-se o meio de se fazer sofrer, deixa de punir o corpo do condenado e
passa-se a punir a sua “alma”. Essa mudança, segundo o autor, é um modo de acabar
com as punições imprevisíveis e ineficientes do soberano sobre o condenado, os
reformistas concluem que o poder de julgar e punir deve ser melhor distribuído,
deve haver proporcionalidade entre o crime e a punição já que o poder do Estado
é tipo de Poder Público.”
Texto
02.
“Se
você acha que o sistema prisional brasileiro corre risco de entrar em colapso,
talvez seja hora de atualizar sua definição de colapso. Em 2017, o país
amontoava 622,2 mil presidiários num espaço onde deveriam caber 371 mil. Na
média, cada preso tinha apenas 1 m² para viver, o que equivale a menos da
metade da área ocupada por uma pessoa com os braços abertos (2,5 m²). Em muitas
celas, os detentos se revezam para dormir – enquanto alguns deitam, outros
aguardam junto às paredes, de pé. É por isso que, em diversas penitenciárias,
os corredores se convertem em dormitórios e as celas ficam abertas o tempo
inteiro.
Só
que a superlotação não é novidade. Em 2000, 232,7 mil detentos se acotovelavam
num espaço que deveria ser de 135,7 mil. Nos dez anos seguintes, foram abertas
quase 50 mil novas vagas. Mas não adiantou nada, porque nesse mesmo período a
população carcerária ganhou mais 263,5 mil integrantes. Na média, o número
cresce 7% ao ano, colocando o Brasil na contramão de algumas das maiores
potências econômicas do mundo. Nos Estados Unidos, detentor do maior número
absoluto de presos do planeta, houve uma redução de 8% na quantidade de
detentos entre 2008 e 2013. Na China, a queda foi de 9% e na Rússia, chegou a
24%. Já no Brasil, entre 2008 e 2013, houve crescimento de 33%. Em 2014, último
ano com dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias do
Ministério da Justiça, o Infopen, a quantidade de brasileiros atrás das grades
passava de 622 mil – sendo que 40% deles ainda não haviam sido julgados.
Os
indicadores brasileiros, segundo especialistas, são reflexo direto da Lei das
Drogas, editada em 2006. Ela permite que a polícia enquadre usuários como
traficantes. Foi assim que o tráfico de entorpecentes se tornou o principal
motivo de prisão no Brasil, com 27% dos casos. Nesse mundo paralelo, duas em
cada três pessoas presas são negras, mais da metade (56%) têm até 29 anos e a
maioria (53%) sequer concluiu o ensino fundamental. A massa carcerária é negra,
jovem e com pouco estudo – logo, com poucas oportunidades de se reinserir no
mercado de trabalho. E isso explica, em parte, porque 25% dos detentos voltam à
cadeia depois de serem soltos.”
Fonte:
https://super.abril.com.br/comportamento/como-as-cadeias-viraram-fabricas-de-faccoes-criminosas/
Texto 03.
“De
modo geral, as práticas punitivas se tornaram públicas. Não tocar mais no corpo
ou o mínimo possível, e para atingir nele algo que não é o corpo propriamente.
[…] O sofrimento físico, a dor do corpo não são mais os elementos constitutivos
da pena. O castigo passou de uma arte das sensações insuportáveis a uma
economia dos direitos suspensos. […] Um exército inteiro de técnicos veio
substituir o carrasco, anatomista imediato do sofrimento: os guardas, os
médicos, os capelães, os psiquiatras, os psicólogos os educadores.”
Fonte: “Vigiar e punir”, Michel Foucault.
Proposta
2018E03-A - Dissertação (USP, Unesp, Uniube, etc.)
Escreva um
texto dissertativo sobre quais interesses, organizações ou processos que se
beneficiam pela atual situação do sistema prisional brasileiro.
Instruções
para a dissertação:
1.
Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da norma
padrão da língua portuguesa.
2. A
redação deverá ter entre 25 e 30 linhas.
3. Dê um
título a sua redação.
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Proposta
2018E03-B – Outros gêneros textuais - Comentário (Unicamp, UEL, UnB, etc.)
Escreva um
comentário para o texto 03 a ser publicado em uma rede social.
Instruções
gerais:
1. Se for o caso do gênero textual em questão, dê um título para sua
redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que
você pretende abordar.
2. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no
lugar da assinatura: José ou Josefa. Em hipótese alguma escreva seu nome,
pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
3. Não copie trechos dos textos motivadores ao fazer sua redação.
4. Respeite o mínimo e o máximo de linhas associado à prova de redação
para a qual você se prepara. Informe a universidade na folha de redação de
forma legível. Contudo, normalmente, o mínimo usado é de 25 linhas e o máximo
de 30.
Proposta
2018E03-C - Carta aberta (UFU, Unicamp, UEL, etc.)
Escreva uma
carta aberta a respeito da necessidade de mudanças drásticas no sistema
prisional brasileiro. Assine a carta como responsável pela organização social
que julgar pertinente para tal propósito.
Proposta
2018E03-D – Artigo de opinião (UFU, Unicamp, UEL, etc.)
Faça um
artigo de opinião em que o tema sejam as implicações para a sociedade como um
todo do aumento expressivo no número de presos no Brasil nos últimos 10 anos.
Proposta
2018E03-E – Editorial (UFU, Unicamp, UEL, etc.)
Escreva um
editorial acerca do perfil do preso no Brasil. O que ele revela?
Instruções
UFU:
1. Após a
escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta
e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2. Se for o
caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto
da situação escolhida que você pretende abordar.
3. Se a
estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da
assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido,
etc. na folha de prova.
4. Utilize
trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e
parafraseie-os.
5. Não
copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6. Mínimo
de 25 e máximo de 30 linhas.
7. ATENÇÃO:
se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que
escolheu, sua redação será penalizada.
Proposta
2018E03-F - Dissertação (Enem)
A partir da
leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade
escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os desafios para tornar o
sistema prisional brasileiro mais eficiente e humano.”, apresentando proposta
de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
Instruções
Enem:
1. O
rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto
definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A
redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e
receberá nota zero.
4. A
redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo
receberá nota zero.
5. A
redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos
humanos receberá nota zero.
6. A
redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de
Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de
correção.
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