Proposta de redação 2018E02
Texto
01.
“Vamos imaginar o cenário da saúde no mundo no início do século XX: a
mortalidade por doenças que hoje quase nem existem mais - cólera, sarampo, difteria ou tétano, por
exemplo - era altíssima; a penicilina
não tinha sido descoberta; a sífilis não tinha cura; a tuberculose matava; as
cirurgias eram precárias, realizadas em casos extremos, com muita dor e com
altíssima possibilidade de dar tudo errado;
crianças morriam com frequência alarmante; a poliomielite deixava
milhares de pessoas com deficiências e incapacitações e tantos muitos outros
exemplos devastadores.
Em apenas 118 anos evoluímos e progredimos radicalmente. Muito pouco
tempo para muitas descobertas científicas que alteraram completamente o cenário
mundial. Descobrimos a anestesia; os antibióticos; realizamos exames de imagem
como tomografia e ressonância nuclear magnética; desvendamos a genética; desenvolvemos medicamentos sofisticados que
controlam inúmeras doenças outrora mortais e para citar um outro exemplo
máximo, produzimos vacinas absolutamente eficazes que diminuíram a
morbimortalidade por doenças antes fatais. A varíola está extinta do planeta..”
Texto
02.
“O câncer já é a principal causa de morte em
quase 10% das cidades brasileiras — 516 do total de 5.570 municípios do país.
Com isso, nesses municípios, os tumores malignos são mais fatais do que
qualquer outro aspecto, seja em relação a doenças ou até mesmo acidentes de
trânsito e homicídios. O levantamento, feito com base nos números oficiais mais
recentes do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), de 2015, foi divulgado
nesta segunda-feira pelo Observatório de Oncologia do movimento Todos Juntos
Contra o Câncer, em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM).
Segundo os pesquisadores, o câncer avança a
cada ano e, com a manutenção dessa trajetória, em pouco mais de uma década os
tumores malignos serão os responsáveis pela maioria das mortes no Brasil,
ultrapassando a liderança que durante décadas ficou com as doenças
cardiovasculares e o aparelho circulatório. (...)
No ano de 2015 (último período com estatísticas
disponíveis), foram registradas 209 mil mortes por câncer e 349 mil
relacionadas a doenças cardiovasculares e do aparelho circulatório. No entanto,
quando comparados com os dados de 1998, por exemplo, percebe-se que o
crescimento das mortes por câncer foi quase três vezes mais rápido do que
daquelas provocadas por infartos ou derrames.
O número de mortes por câncer aumentou 90% em
2015 com relação a 1998, quando 110.799 pessoas foram à óbito por conta da
doença. Nos mesmos períodos, houve uma alta de 36% entre as vítimas de doenças
cardiovasculares, que na época somavam 256.511 pessoas.”
Texto
03.
"Muitos jovens dos anos
1980 e 1990 cresceram assustados com a Aids e outras infecções sexualmente
transmissíveis (ISTs). Ídolos como Cazuza e Freddie Mercury ficaram
drasticamente mais magros, pálidos e cansados na frente dos fãs e as campanhas
de conscientização ganharam robustez. Os dados relativos ao uso de camisinha
apresentavam uma linha crescente, mas essa taxa caiu bruscamente.
Isso tem consequências gravíssimas. O número atual de jovens infectados
com a sífilis, por exemplo, chocam. Segundo dados do Boletim Epidemiológico de
2016, pessoas entre 20 e 29 anos foram as que mais adquiriram sífilis, compondo
34% dos casos no país. A faixa etária em segundo lugar é a de 30 a 39 anos,
representando 22%.
Para o Ministério da Saúde, não se trata de uma epidemia, mas de mais
registros. “Em 2014, a sífilis adquirida em adultos passou a ser de notificação
compulsória para fins de vigilância na rede de saúde. Portanto, a melhoria da
vigilância resultou em um maior número de casos notificados”, declara o órgão.
O crescimento de 2014 para 2015 foi de 32,7%.
A sífilis é uma condição causada pela bactéria Treponema pallidum. A
contaminação pode ocorrer de três formas: através de relações sexuais
desprotegidas; congênita ou vertical (passada de mãe para filho); e por
transfusão de sangue, a última sendo a menos frequente. O tratamento indicado
pelo Ministério da Saúde é a administração de penicilina benzatina tanto para
quem está infectado quanto para os parceiros sexuais.
A doença se manifesta nas fases recente, secundária, latente, tardia ou
terciária. “Na primeira, pode aparecer uma ferida indolor em qualquer região do
corpo, frequentemente na área genital. Ela pode durar de uma a seis semanas,
geralmente desaparece sozinha e a pessoa acha que está curada”, informa a
infectologista Joana Gonçalves.
Durante a secundária, o paciente talvez tenha manchas vermelhas nas mãos
e nos pés. Na latente, nenhum sintoma é sentido. “Alterações neurológicas e
cardiovasculares podem ocorrer na tardia. É uma doença de relevância”,
ressalta.
“A forma de prevenção mais básica é usar camisinha, seja ela masculina
ou feminina. No caso da transmissão congênita, a mãe previne ao fazer o
tratamento com penicilina”, fala a ginecologista da Aliança Instituto de
Oncologia Juliana Dytz. “Entre os jovens, o maior medo é a gravidez e quem toma
pílula anticoncepcional se sente protegida, mas o remédio não impede o contato
com doenças”.
Epidemia ou não, a realidade é que essa IST está em alta entre os jovens
e não só no país. Nos Estados Unidos, quem mais contrai a infecção são as
mulheres mais novas, geralmente universitárias. No Brasil, os homens são
maioria e representam 60% dos contaminados com sífilis. O Ministério da Saúde
aponta, desde 2010, tendência no crescimento da notificação de doença em
pessoas de 13 a 29 anos."
Texto
04.
“A
febre amarela é uma doença que provoca infecção no corpo, não tem cura e pode
ser fatal. Ela é causada por um vírus do gênero Flavivirus, da família
Flaviviridae. O contágio acontece pela picada dos mosquitos transmissores
infectados.
O
vírus da febre amarela existe no Brasil desde a colonização. Ele teria vindo da
África, trazido por portugueses e africanos escravizados. A doença é endêmica
em regiões tropicais da América Latina e da África, causando periodicamente
surtos isolados ou epidemias. O risco de contágio é maior para quem entra em
florestas ou vive em áreas onde a virose é comum.
O
Brasil vive um grande aumento de número de casos de febre amarela. Desde julho
de 2017, foram confirmados 779 casos e 262 pessoas morreram em decorrência da
enfermidade. Segundo o Ministério da Saúde, o país vive o maior surto da doença
já registrado nas últimas cinco décadas.
A maior área de risco da febre amarela é a Floresta Amazônica. No
entanto, os locais de maior ocorrência de casos estão na região Sudeste, nos
estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.”
Proposta 2018E02-A -
Dissertação (USP, Unesp, Uniube, etc.)
Escreva uma dissertação em
que você defenda quais são os principais comportamentos dos brasileiros que
favorecem o crescimento do número de infectados ou atingidos por doenças no
século XXI.
Instruções para a
dissertação:
1. Lembre-se de que a
situação de produção de seu texto requer o uso da norma padrão da língua
portuguesa.
2. A redação deverá ter
entre 25 e 30 linhas.
3. Dê um título a sua
redação.
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