Leia atentamente os textos abaixo.
Texto 01.
“Isso acontece quando alguém
pega um símbolo relacionado a uma cultura e passa a usá-lo como sendo seu. Por
exemplo: quando uma pessoa de origem europeia resolve fazer dreadlocks no
cabelo. Os dreadlocks são típicos de culturas de países como Jamaica, Quênia
etc.”
Texto 02.
“O termo ‘apropriação’ é forte e contém em si uma
conotação de “roubo” ou invasão. Entretanto, a presença da assimilação cultural
já vem sendo estudada pela antropologia, conhecida também como “empréstimo
cultural” e considerada como parte integrante das dinâmicas sociais e do
contato entre as diferentes culturas e tradições. Em um mundo cada vez mais
globalizado e conectado, em que o dono do restaurante japonês é português e a
menina que usa adereços indianos é uma WASP, as fronteiras da apropriação são
turvas e parecem negociáveis. Mas o são de fato? Por que as apropriações
despertam agora como uma questão de relevância, mesmo em discussões em relação
a indústria cultural?
O momento é, portanto, de questionamento dos
etnocentrismos configurados pela história. Principalmente em relação aos
privilégios, que se destacam na possibilidade do ator branco de se pintar de
preto ou usar elementos asiáticos enquanto o contrário dificilmente acontece.”
Texto 03.
“Essa apropriação se tornaria séria quando o elemento em questão pertence
a um grupo oprimido sendo usado por um grupo privilegiado (como brancos usando
elementos pertencentes à cultura negra). As razões pela qual isso seria errado
variam de acordo com quem considera isso um problema.
O principal motivo citado é que, enquanto uma pessoa do grupo oprimido que
criou o elemento cultural sempre foi mal vista por usá-lo, quando ele passa a
ser usado por um branco (que no Ocidente é o grupo privilegiado), o branco
passa a ser visto como “na moda”, “descolado”, “exótico”, enquanto que os
próprios criadores do costume são “favelados”, “primitivos”, “não querem se
adaptar aos nossos costumes”. Isso seria o mesmo que colonização e, portanto,
racismo.
O problema é que proibir um branco de usar turbante não fará com que o
racismo diminua, e permitir que use não fará com que aumente. Na verdade,
proibir isso seria uma espécie de vingança dirigida a pessoas muitas vezes
inocentes, “já que eu não posso ser feliz usando, ninguém será”. Até mesmo
vítimas de câncer que fazem o uso do turbante têm sido atacadas em redes
sociais.
Outro motivo alegado é que o uso de elementos de culturas diferentes da
qual o indivíduo pertence implica em tirá-los de seu contexto original, pois o
indivíduo jamais compreenderá totalmente o significado original. Nesse caso, o
principal alvo são os bindis, o “terceiro olho” indiano que algumas pessoas
usam na testa, quando usado por não-hindus. Alguns o usam por se identificarem
com a espiritualidade indiana, outros apenas como enfeite, mas, de toda a
forma, o significado seria “diluído”.
O problema é que a cultura nunca foi nem nunca será algo estático. Isso é
acadêmico. É natural e inevitável que as culturas se misturem, sejam adaptadas
e se transformem. Elas se transformam mesmo dentro do grupo de origem, que com
o tempo adaptam e mudam os significados de acordo com novas necessidades.
Proibir uma pessoa de expressar sua identificação com a espiritualidade indiana
e divulgá-la, ainda que modificada, é não só proibir a liberdade de expressão,
é impedir a cultura de evoluir, e a formação de novos elementos culturais. Não
há nada de anti-ético nisso.”
Texto 04.
“A filósofa Djamila Ribeiro, colunista de CartaCapital, dá o exemplo do
axé music, nascido no Carnaval de Salvador, a cidade com a população mais negra
fora da África. “O axé foi criado por pessoas negras, que hoje pulam o Carnaval
segregadas, do outro lado da corda. As cantoras de axé que mais fazem sucesso hoje
são brancas e loiras”, diz.
Além disso, o fato de cabelos trançados estarem na moda ou turbantes
disponíveis em lojas de departamento e estampados em capas de revistas não se
traduz em direitos e respeito aos negros e negras no Brasil. “Eu, quando uso
turbante na rua, as pessoas me apontam e me discriminam. Ao mesmo tempo, uma
pessoa branca com o mesmo acessório é vista como moderna”, conta Ribeiro.
"A mulher branca que não faz parte de religiões de matriz africana
usa o turbante, as tranças ou os dreads porque viu em revistas de moda que
aquilo a deixa bela, porque encontrou locais onde poderia comprar tudo aquilo e
sabe que receberá elogios com o uso", afirma Suzane Jardim. Segundo ela,
em geral esses elementos são vistos apenas como adereços estéticos.
Assim, explica ela, existe um aval sistêmico para o uso desses objetos,
reforçado pela mídia e pela publicidade. Por outro lado, pondera, o mesmo não
ocorre com uma mulher negra que toma as mesmas decisões. "É essa diferença
de tratamento e de percepção na sociedade que causa o choque".”
Situação 2017V12-A
- Dissertação (USP, UFU, Unesp, Uniube, etc.)
Faça uma
dissertação argumentativa sobre a relação entre os conceitos de apropriação cultural,
preconceito e globalização.
Instruções:
1. Lembre-se de que a situação de produção de seu texto
requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
2. A redação deverá ter entre 25 e 30 linhas.
3. Dê um título a sua redação.
Situação 2017V12-B
– Outros gêneros textuais – Anúncio (Unicamp, UEL, etc.)
Escreva um texto
em formato de anúncio para um salão de beleza especializado em penteados afro
que esteja interessado em se aproveitar da polêmica da apropriação cultural
para atrair mais clientes.
Instruções gerais:
1. Se for o caso do gênero textual em questão, dê um
título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação
escolhida que você pretende abordar.
3. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura,
escreva, no lugar da assinatura: José ou Josefa. Em hipótese alguma escreva seu
nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
4. Utilize trechos dos textos motivadores (da situação
que você selecionou) e parafraseie-os.
5. Não copie trechos dos textos motivadores ao fazer sua
redação.
6. Quanto ao número mínimo e máximo de linhas e de acordo
com o vestibular pretendido, informe qual o vestibular que você irá prestar
para que possamos adequar a correção às exigências do concurso escolhido.
Situação 2017V12-C
- Carta argumentativa (UFU, Unicamp, UEL, etc.)
Escreva uma carta argumentativa para uma das pessoas
citadas nos textos de apoio com o intuito de ponderar sobre as ideias dela.
Situação 2017V12-D
– Artigo de opinião (UFU, Unicamp, UEL, etc.)
Redija um artigo de opinião sobre se há um paradoxo em se
discutir a questão da apropriação cultural em um país miscigenado e plural
culturalmente como o Brasil.
Situação 2017V12-E
– Relato (UFU, Unicamp, UEL, etc.)
Faça um relato sobre um caso de apropriação cultural que
você tenha presenciado ou visto.
Instruções UFU:
1. Após a escolha de uma das situações, assinale sua
opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas
do gênero selecionado.
2. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse
título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende
abordar.
3. Se a estrutura do gênero selecionado exigir
assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma
escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
4. Utilize trechos dos textos motivadores (da situação
que você selecionou) e parafraseie-os.
5. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua
redação.
6. Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.
7. ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da
orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será
penalizada.
Situação 2017V12-F
- Dissertação (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa
sobre o tema “respeito à diversidade e à singularidade cultural dos indivíduos”,
apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
Instruções Enem:
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço
apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha
própria, em até 30 linhas.
3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será
considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo
dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
5. A redação que apresentar proposta de intervenção que
desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta
de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas
desconsiderado para efeito de correção.
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