Professor Estéfani Martins
Instruções:
- Este simulado contém 40 questões.
- Você deve dispender cerca de 2,5 minutos por
questão, ou seja, esta prova deve ser realizada em aproximadamente 100 minutos.
- Cronometre seu tempo de prova.
- O gabarito será publicado no próximo fim de semana.
1 – Opera10
“Desde
pequeno, tive tendência para personificar as coisas. Tia Tula, que achava que
mormaço fazia mal, sempre gritava: ‘Vem pra dentro, menino, olha o mormaço!’
Mas eu ouvia o mormaço com M maiúsculo. Mormaço, para mim, era um velho que
pegava crianças! Ia pra dentro logo. E ainda hoje, quando leio que alguém se
viu perseguido pelo clamor público, vejo com estes olhos o Sr. Clamor Público,
magro, arquejante, de preto, brandindo um guarda-chuva, com um gogó protuberante
que se abaixa e levanta no excitamento da perseguição. E já estava devidamente
grandezinho, pois devia contar uns trinta anos, quando me fui, com um grupo de
colegas, a ver o lançamento da pedra fundamental da ponte Uruguaiana-Libres,
ocasião de grandes solenidades, com os presidentes Justo e Getúlio, e gente
muita, tanto assim que fomos alojados os do meu grupo num casarão que creio
fosse a Prefeitura, com os demais jornalistas do Brasil e Argentina. Era como
um alojamento de quartel, com breve espaço entre as camas e todas as portas e
janelas abertas, tudo com os alegres incômodos e duvidosos encantos de uma
coletividade democrática. Pois lá pelas tantas da noite, como eu pressentisse,
em meu entredormir, um vulto junto à minha cama, sentei-me estremunhado e olhei
atônito para um tipo de chiru, ali parado, de bigodes caídos, pala pendente e
chapéu descido sobre os olhos. Diante da minha muda interrogação, ele resolveu
explicar-se, com a devida calma:
—
Pois é! Não vê que eu sou o sereno...” (Mário
Quintana, “As cem melhores crônicas brasileiras”)
Depois
de ler atentamente o texto acima, marque a alternativa correta acerca dele.
a) O trecho da crônica de Mario Quintana é
perceptível o uso intensivo das tipologias textuais descritiva e narrativa na
construção do texto, sem que haja quaisquer trechos em que haja uma momento
mais incisivamente argumentativo ou opinativo.
O autor utiliza-se de comparações em
grande parte do texto em questão, sempre com a ideia jocosa ou humorística de
desqualificar tudo que é envolvido nessas analogias.
Pode-se dizer que a palavra “mormaço”
foi personificada em função do entendimento de que ela escreve-se com o “m”
maiúsculo, o que é muito comum em textos literários quando se quer personificar
um lugar, um estado, um sentimento, etc.
A palavra “grandezinho” representa um
uso do diminutivo com a intenção de desqualificação e desprezo em relação ao
tamanho de uma pessoa.
Pode-se dizer que no trecho
“...duvidosos encantos de uma coletividade democrática...” há a presença de anacoluto.
2 – Opera10
A
música é uma das principais manifestações artísticas de quaisquer povos, em
função não só da ancestralidade das origens dela como também pela capilaridade
com que ela mistura-se a diversos momentos da vida dos mais diversos e particulares
grupos de indivíduos. No Brasil, por muito tempo o samba foi o cronista maior
da vida urbana brasileira e, por isso, foi trilha sonora de numerosas situações
da vida de praticamente todos as pessoas que viveram em grandes cidades no
Brasil entre a década de 1920 e a de 1980, especialmente na dos moradores do
Rio de Janeiro. Sobre as raízes da música brasileira e do samba, marque a
alternativa correta.
a)As tradições musicais indígenas são menos perceptíveis na
música popular brasileira do que as europeias e as africanas, muito em função
de ter sido um povo que se integrou ou foi integrado mais precariamente à
cultura brasileira ao longo dos quatro séculos posteriores à chegada dos
portugueses no Brasil. Isso se deu em função das limitações sociais e estéticas
dos povos nativos do Brasil frente à complexidade e qualidade das realizações
musicais, em especial, europeias.
b)As tradições musicais europeias chegam
ao Brasil com os jesuítas e ganham diversidade cultural e estética com as
migrações dos séculos XIX e XX de vários países europeus para o Brasil, que
nada irão influenciar no ritmo sincopado e percussivo que surgiria no Brasil e
seria chamado de samba.
c)As tradições musicais africanas
desenvolveram-se inicial e majoritariamente no Brasil organizadas em torno de
tradições religiosas como o Candomblé, para depois ganharem aspectos profanos e
laicos, em ritmos musicais como o Samba.
d)As muitas tradições folclóricas e
musicais brasileiras mostram a diversidade cultural do Brasil, ainda que também
relatem a pobreza material da maioria dos brasileiros, o que determina a
qualidade estética das suas produções artísticas e o preconceito justificado
contra ritmos populares como o samba.
e)As primeiras manifestações musicais no
Brasil foram as desenvolvidas pelos europeus, mais precisamente os jesuítas que
se utilizaram da música para catequizar os povos autóctones em solo brasileiro.
3 – Opera10
Leia
atentamente o texto abaixo do articulista da Folha de São Paulo Luiz Felipe
Pondé e responda ao que se pede:
“Desde,
no mínimo, o alto paleolítico (cerca de 70 mil anos atrás), tínhamos por hábito
ficar sentados ao redor do fogo, à noite, após mais um dia de labuta, e rirmos
uns dos outros, contarmos histórias uns para os outros, brincando, muitas vezes
ingerindo substâncias que nos dessem experiências de ampliação de consciência,
enfim, passando o tempo.
Somos
uma espécie pré-histórica perdida no mundo contemporâneo, carregando nas costas
e na alma nossa herança de sobreviventes a própria história.
Continuamos
a apreciar coisas que nos façam rir, coisas lúdicas, fantasias, experiências
que ampliem nosso cotidiano, mesmo que seja de mentirinha. Preferimos imagens a
letras, na maioria esmagadora dos casos. O avanço da técnica é, e sempre será,
o avanço da história do fogo em nossas vidas. E assim chegamos, do alto
paleolítico ao 'Pokémon Go'.
Sei
que deveria odiar o 'Pokémon Go', como membro da inteligência que sou. Mas não
o odeio. Não porque não o ache mais uma evidência de como nos deixamos levar
pelo "mal do capitalismo" e sua indústria do lazer e do divertimento
banal. Mas a necessidade de divertimento é a mesma desde que que nos
descobrimos Sapiens. Se existisse celular no alto paleolítico, estaríamos
caçando Pokémons. O amor, a banalidade que nos caracteriza, leva muitos de nós
ao desespero.
Aí
chegamos a algo que talvez indique um certo avanço em nossa condição delirante
de contemporâneos. Enquanto antes caçávamos de verdade, hoje corremos atrás de
figurinhas na tela do celular. De longe, os inteligentes olham com desprezo
esse miserável Sapiens em busca de divertimento a qualquer custo.
Mas
essa moda passará. Apesar de todas as tentativas levadas a cabo –seja pelo
"malvado mercado", seja pelos anjinhos do bem– de fazer de nós,
bobos, uma espécie que ajudou a extinguir cerca de dez "parentes"
competidores ao longo de milênios, resistirá a essa época de ressentidos,
mimados e retardados.”
Qual
a tipologia textual predominante no texto acima:
a) Injunção.
b)
Crônica.
c)
Exposição.
d)
Artigo.
e)
Argumentação.
4 – Opera10
Leia
a propaganda abaixo com atenção:
É
evidente que na construção do anúncio acima foram utilizados referências
intertextuais. Segundo a teoria, qual é o tipo de intertextualidade que
predomina na imagem acima:
a) Paráfrase
b)
Citação
c)
Epígrafe
d)
Bricolagem
e)
Alusão
5 – Opera10
Leia
atentamente o texto abaixo e marque a alternativa correta sobre o que se pede.
“Como
forma a colaborar para um melhor esclarecimento sobre o assunto, o presente
artigo pretende focalizar os aspectos da educação, educação especial e educação
física dentro destas duas principais Cartas Magnas, acreditando que assim, ao
resgatar um estudo das mesmas, os entendimentos educacionais são estabelecidos,
carregando consigo o crescimento e dinamismo de novas atitudes mediante novos
tempos.
Desta
forma, iniciamos com a verificação da Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988 que foi promulgada em 05 de outubro de 1988 a qual estabelece
através do Capítulo III - Da Educação, da Cultura e do Desporto, Art. 205, que,
(OLIVEIRA, 1995, p.95-96):
A
Educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.
Assim
como,
"O
dever do estado com a educação será efetivado mediante a garantia de",
está enunciado como forma a garantir o atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino
", pelo Art. 205 e Art. 208, inciso III, respectivamente do Capítulo III -
Da Educação, da Cultura e do Desporto".
Neste
mesmo Capítulo III, Seção III, o Art. 217, Inciso II, caracteriza como
"dever do estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, e
como direito de cada um e a destinação de recursos públicos para a promoção
prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto
de alto rendimento". (OLIVEIRA, 1995, p. 98).”
A
disciplina de Educação Física tem como objetivo principal na Educação Básica no
Brasil oferecer
a) treinamento para a disputa de esporte de alto desempenho.
b) um momento de recreação para aliviar os
alunos das tensões produzidas pelas demais disciplinas.
c) um clima de competição entre os alunos
para que assim eles possam evoluir mais rapidamente do ponto de vista físico.
d) meios para que os alunos possam ser
adultos saudáveis, fisicamente ativos e mais conscientes sobre o seu próprio
corpo.
e) condições para que alunos com sérias
dificuldades motoras sejam reabilitados.
6 – Fuvest (adaptada)
Seria
ingenuidade procurar nos provérbios de qualquer povo uma filosofia coerente,
uma arte de viver. É coisa sabida que a cada provérbio, por assim dizer,
responde outro, de sentido oposto. A quem preconiza o sábio limite das
despesas, porque “vintém poupado, vintém ganhado”, replicará o vizinho
farrista, com razão igual: “Da vida nada se leva”. (...) Mais aconselhável
procurarmos nos anexins não a sabedoria de um povo, mas sim o espelho de seus
costumes peculiares, os sinais de seu ambiente físico e de sua história. As diferenças
na expressão de uma sentença observáveis de uma terra para outra podem divertir
o curioso e, às vezes, até instruir o etnógrafo. Povo marítimo, o português
assinala semelhança grande entre pai e filho, lembrando que “filho de peixe,
peixinho é”. Já os húngaros, ao formularem a mesma verdade, não pensavam nem em
peixe, nem em mar; ao olhar para o seu quintal, notaram que a “maçã não cai
longe da árvore”. (Paulo Rónai, “Como aprendi o português e outras aventuras”.)
No
texto, a função argumentativa do provérbio “Da vida nada se leva” é expressar
uma filosofia de vida contrária à que está presente em “vintém poupado, vintém
ganhado”. Também é contrário a esse último provérbio o ensinamento expresso em:
a) Mais vale pão hoje do que galinha amanhã.
b)
A boa vida é mãe de todos os vícios.
c)
De grão em grão a galinha enche o papo.
d)
Devagar se vai ao longe.
e)
É melhor prevenir do que remediar.
7 – Unicamp (adaptada)
Leia
o poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa.
MAR
PORTUGUÊS
Ó mar
salgado, quanto do teu sal
São
lágrimas de Portugal!
Por
te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos
filhos em vão rezaram!
Quantas
noivas ficaram por casar
Para
que fosses nosso, ó mar!
Valeu
a pena? Tudo vale a pena
Se a
alma não é pequena.
Quem
quer passar além do Bojador
Tem
que passar além da dor.
Deus
ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas
nele é que espelhou o céu.
(Disponível
em http://www.jornaldepoesia.jor.br/fpesso03.html.)
No
poema, a apóstrofe, uma figura de linguagem, indica que o enunciador
a) convoca o mar a refletir sobre a história das navegações
portuguesas.
b)
apresenta o mar como responsável pelo
sofrimento do povo português.
c)
revela ao mar sua crítica às ações
portuguesas no período das navegações.
d)
projeta no mar sua tristeza com as
consequências das conquistas de Portugal.
e)
aponta o mar como responsável pelas
agruras das pessoas que esperam os marinheiros.
8 – Opera10
Leia
atentamente a charge abaixo e marque a alternativa que melhor explique o humor
dela:
a) O humor na charge constrói-se em função da prosopopeia
representada pela diferença entre os brinquedos eletrônicos e os convencionais.
b)
O fato de um garoto brincar com uma
miniatura de caminhão indica para o restante das crianças que ele é anacrônico
assim como uma pessoa idosa ou em função de ter sido criado por uma.
c)
O humor na tira centra-se na oposição
entre um modo de brincar moderno e outro visto como ultrapassado, muito em
função da predileção do autor dela por aquele.
d)
O humor na tira está baseado no
sarcasmo da criança que puxa uma miniatura em relação às outras.
e)
A charge exemplifica um típico caso de
“bullying” a fim de denunciá-lo, pois esta é a função básica de todos os
gêneros textuais associados à arte sequencial.
9 – Opera10
“Há
quem diga que não existe rock brasileiro que preste, que é tudo pop, que pop é
lixo cultural, etc. Se você ignora essa discussão tosca e apenas gosta de boa
música brasileira, uma dica legal para presente no Dia do Rock é o livro BRock
- O rock brasileiro dos anos 80.
Escrito
de forma brilhante pelo jornalista Arthur Dapieve, o livro foi lançado em 1995
pela Editora 34 e está em sua terceira edição. Chamado por Dapieve de BRock, o
pop-rock brasileiro que se consolidou naquela década é retratado e analisado em
vários detalhes. Do começo de tudo, passando pela Jovem Guarda, Raul Seixas e
Mutantes até a explosão roqueira nos anos 80, o autor dá um panorama social e
político do Brasil daqueles tempos. E os clássicos são todos devidamente homenageados.
Titãs,
RPM, Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Blitz, Barão Vermelho, Paralamas do
Sucesso e Engenheiros do Hawaii têm capítulos próprios, tamanha sua importância
à frente do movimento. Uma banda desconhecida chamada Vímana também tem um
capítulo próprio, o que não causa estranheza nenhuma. Tudo porque, desta
obscura banda, saíram para o estrelato os hoje veteranos Lulu Santos, Lobão e
Ritchie, ícones daquele tempo.
Um
outro capítulo ainda ressalta a segunda divisão do pop-rock nacional, com as
bandas que eram aclamadas pela crítica e vendiam menos do que os figurões ou o
contrário, vendiam bem mas nunca caíram nas graças da imprensa musical. Nessa
parte, dá pra conferir um pouco da história do Capital Inicial, Ira!, Kid
Abelha, Plebe Rude, Inocentes, Nenhum de Nós, Biquíni Cavadão e Camisa de
Vênus.”
Sobre
a década considerada a mais importante para a história do rock brasileiro,
marque a alternativa correta.
a) Muitas músicas de bandas como Titãs e Legião Urbana foram
censuradas por órgãos governamentais em função do período de Ditadura Militar
que o Brasil passava naquele momento.
b) O Rock passou na década de 1980 a ser
feito e consumido por jovens numa escala inédita na história brasileira graças
à ajuda de FMs e de canais de televisão como a Globo.
c) O Tropicalismo exerceu fortes e
evidentes influências nos trabalhos de praticamente todas as bandas surgidas no
Brasil na década de 1980.
d) Na década de 1980, desenvolve-se
especialmente no Rio de Janeiro um movimento punk que deu origem a bandas como
Olho Seco, Inocentes e Ratos de Porão.
e) Em São Paulo, na década de 1980,
produziu-se rock essencialmente escapista e desinteressado de qualquer
engajamento político.
10 – Opera10
A
charge acima é do artista Christophe Vorlet, chama-se “Desenvolvimento Urbano”.
Apesar de ter sido feita em 2004, trata de uma questão atemporal abordada em muitas
obras. Dentre os clássicos abaixo, qual obra em função especialmente do título,
mas até mesmo pelo conteúdo pode ser um título alternativo para o quadrinho em
questão:
a) “O sertanejo”. José de Alencar.
b)
“Grande sertão, veredas”, João
Guimarães Rosa.
c)
“Vidas secas”, Graciliano Ramos.
d)
“Os sertões”, Euclides da Cunha.
e)
“Cante lá que eu canto cá”, Patativa do
Assaré.
11 – Acafe (adaptada)
Morte de bando desencadeia onda de
ataques em SC
De
dentro de presídios partiu o "salve" para dar início à onda de ataques
que assusta Santa Catarina há mais de duas semanas. Entre as causas do levante
está uma operação da Polícia Civil contra uma tentativa de assalto a um banco
que terminou com cinco bandidos mortos, há mais de um mês. O Estado apurou que
a polícia e o Ministério Público Estadual (MPE) investigam os ataques como uma
retaliação ao crescimento do número de bandidos abatidos em confrontos.
O
caso registrado no dia 30 de agosto na cidade de Governador Celso Ramos seria
um dos estopins para os atentados ordenados pelo Primeiro Grupo Catarinense
(PGC). Na noite de 29 de agosto, por volta das 23 horas, policiais civis
estavam a postos para enfrentar o bando, após rastrear por intercepções
telefônicas e troca de mensagens por aplicativo de smartphone, que eles planejavam
estourar caixas eletrônicos. Os policiais conseguiram abortar o crime às 3
horas, quando os criminosos foram acuados e mortos.
Disponível
em:
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agenciaestado/2014/10/12/morte-de-bando-desencadeia-onda-deataques-em-sc.htm.
Acesso em: 16/10/2014. Fragmento adaptado.
Em
conformidade com o texto, é correto o que se afirma em:
a) De acordo com fontes do governo do Estado de Santa Catarina,
da polícia e do Ministério Público Estadual, a recente onda de ataques é uma
retaliação da organização criminosa PGC ao crescimento do número de bandidos
mortos em confrontos com a polícia.
b) A polícia já sabe que os bandidos
mortos em Governador Celso Ramos eram filiados ao Primeiro Grupo Catarinense e
tinham como objetivo conseguir dinheiro para pagar advogados.
c)
O sucesso da ação policial em
Governador Celso Ramos é creditada ao uso de novas tecnologias na investigação
policial, o que permite acompanhar, em tempo real, o deslocamento dos bandidos
e atuar preventivamente na repressão de assaltos a bancos.
d)
A polícia e o Ministério Público de
Santa Catarina têm provas de que a ordem para salvar os condenados da onda de
ataques de 2013 foi dada de dentro dos presídios controlados pelo Primeiro
Grupo Catarinense (PGC).
e) Na frase “O Estado apurou que a polícia
e o Ministério Público Estadual (MPE) investigam os ataques como uma retaliação
ao crescimento do número de bandidos abatidos em confrontos”, o emprego de
letras maiúsculas não é integralmente coerente com as normas ortográficas.
12 – UFSC (adaptada)
Com
base no gráfico acima, é correto afirmar que:
a) o total de pessoas que falavam a língua indígena era menor
nas terras indígenas.
b) mais de 50% da população que falava a
língua indígena estava em terras indígenas em 2010.
c) está apenas representada a distribuição
da população que falava a língua indígena em terras indígenas e fora de terras
indígenas.
d) a população que falava a língua
indígena fora das terras indígenas girava em torno de 40%.
e) todos os indígenas que moravam nas terras
indígenas ou fora delas falavam a língua indígena.
13 – UFSC (adaptada)
Assinale
a alternativa CORRETA, de acordo com o texto 1.
a) Devido à grande população indígena nessas regiões, os
municípios de Bonfim (RR), São Gabriel da Cachoeira (AM) e Tacuru (MS) têm,
respectivamente, a língua indígena de seu povo como a única língua oficial.
b)
Em Bonfim, professores da Universidade
Federal de Roraima fizeram a mediação com a Câmara dos Vereadores para que a
Lei nº 21/2014 fosse aprovada, sem a participação de membros da comunidade
local.
c)
Na prática, a Lei municipal nº 21/2014
obriga todos os moradores da cidade de Bonfim (RR) a serem trilíngues.
d)
O município de Bonfim (RR) tem, a
partir do final de 2014, mais duas línguas oficiais além da língua oficial do
Brasil: os idiomas indígenas Macuxi e Wapixana.
e)
A co-oficialização legal das línguas
Macuxi e Wapixana é suficiente para que se atendam, efetivamente e de imediato,
os direitos linguísticos da população previstos na Lei.
14 – UFSC
O que
é possível concluir a partir da tirinha de Armandinho?
a) Armandinho teve dificuldade em realizar o que a professora
solicitou.
b) Ele demonstra irritação com as
perguntas do adulto.
c) Ele não gosta de escrever redações
curtas.
d) As respostas de Armandinho podem ter,
pelo menos, duas interpretações: ou demonstra a inocência infantil ou demonstra
que ele está tentando “enrolar” o adulto.
e) O significado da palavra “conciso” no
primeiro quadrinho é complicado.
15 - UFSC
De
acordo com a reportagem, é possível afirmar que:
a) a epidemia de ebola está descontrolada em todo o continente
africano, mas três países concentram a maioria dos casos.
b)
além de pesquisas sobre vacina, são
necessários outros tipos de intervenção, como o isolamento de pacientes e o uso
de novos medicamentos para combater a epidemia.
c)
as pesquisas sobre vacina contra o
vírus ebola, nos Estados Unidos, foram iniciadas logo que foi registrado o
surto no oeste da África e já estão bastante aceleradas.
d)
a epidemia atual infectou e matou mais
de 3 mil pessoas, mas a possibilidade de proliferação do vírus é pequena.
e)
as pesquisas com os medicamentos
experimentais e vacinas serão realizadas com pacientes voluntários, infectados
com o vírus, para que não haja risco para pessoas saudáveis.
16 - Unifesp
Examine
a tira Níquel Náusea, do cartunista Fernando Gonsales.
(Folha
de S.Paulo, 18.10.2011.)
Com a
fala – É o novo Drummond –, no último quadrinho, a personagem revela-se
a) extasiada, pois considera que os versos declamados pelo
amigo são líricos.
b)
raivosa, pois considera que o amigo e
Drummond são péssimos poetas.
c)
irônica, pois sugere que os versos do
amigo são de má qualidade.
d)
perplexa, pois considera que os versos
do amigo são arte legítima.
e)
desdenhosa, pois sugere que Drummond é
um poeta sem atrativos.
Leia o texto para responder às questões
de números 17 e 18.
O silêncio
é a matéria
significante por excelência,
um continuum significante. O real da comunicação é o silêncio. E como o
nosso objeto de reflexão é o discurso, chegamos a uma outra afirmação que sucede
a essa: o silêncio é o real do discurso.
O
homem está “condenado” a significar. Com ou sem palavras, diante do mundo, há
uma injunção à “interpretação”: tudo tem de fazer sentido (qualquer que ele
seja). O homem está irremediavelmente constituído
pela sua relação
com o simbólico.
Numa
certa perspectiva, a dominante nos estudos dos signos, se produz uma
sobreposição entre linguagem (verbal e não-verbal) e significação.
Disso
decorreu um recobrimento dessas duas noções, resultando uma redução pela qual
qualquer matéria significante fala, isto é, é remetida à linguagem (sobretudo
verbal) para que lhe seja atribuído sentido.
Nessa
mesma direção, coloca-se o “império do verbal” em nossas formas sociais:
traduz-se o silêncio em palavras. Vê-se assim o silêncio como linguagem e
perde-se sua especificidade, enquanto matéria significante distinta da
linguagem.
(EniOrlandi.
As formas do silêncio, 1997.)
17 - Unifesp
No
segundo parágrafo do texto, empregam-se as aspas no termo “condenado” para
a) atribuir-lhe um segundo sentido, equivalente a culpado.
b)
reforçar-lhe o sentido contextual,
equivalente a predestinado.
c)
marcá-lo com sentido conotativo,
equivalente a reprovável.
d)
enfatizar-lhe o sentido denotativo,
equivalente a desgraçado.
e)
destituí-lo do sentido literal, equivalente
a buliçoso.
18 - Unifesp
Ao
analisar a prevalência da linguagem verbal na comunicação social, a autora
enfatiza que
a) a exigência da comunicação implica o fim do silêncio.
b)
a essência do silêncio se perde, quando ele é
traduzido pelas palavras.
c)
a
verdadeira linguagem prescinde
do silêncio e das
palavras.
d)
as
palavras recuperam satisfatoriamente os
sentidos silenciados.
e)
a comunicação pelo silêncio é, de fato,
irrealizável.
19 – Unifesp
Examine
a tira.
(Folha
de S.Paulo, 26.12.2011.)
O
efeito de humor na situação apresentada decorre do fato de a personagem, no
segundo quadrinho, considerar que “carinho” e “caro” sejam vocábulos
a) derivados de um mesmo verbo.
b) híbridos.
c) derivados de vocábulos distintos.
d) cognatos.
e) formados por composição.
20 – Unemat
Assinale
a alternativa que exemplifica a função metalinguística da comunicação.
a) Faça você mesmo
a decoração de seu
quarto. Além da economia, você
terá a vantagem de poder deixá-lo
a sua cara!
b) Não acho que a pena de morte seja
solução contra a criminalidade; para
mim, essa medida representa
a própria institucionalização do
crime.
c) O
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
varia de 0
a 1. O
Brasil apresenta IDH de
0,699 e ocupa
o 73º lugar
no ranking mundial.
d) O
planeta pode morrer
do coração. Seu sistema
circulatório – rios e oceanos
– já não resiste a um checkup
básico.
e) Conforme o Acordo Ortográfico,
mantém-se o acento
da palavra “herói”,
mas “heroico” deixa de ser acentuada.
21 – PUC-SP
Aids no Brasil: oportunidades perdidas
Ao
contrário das previsões oficiais, a epidemia da Aids ressurge com força total
entre os homossexuais e as populações negligenciadas
É bem
possível que muitos de nós ainda estejamos vivos para assistir ao fim da
epidemia da Aids. A ciência busca freneticamente uma vacina. Já em teste,
drogas menos tóxicas e de efeito prolongado prometem substituir as doses
diárias que pacientes tomam por toda a vida.
(...)
Trunfo
do Brasil no passado, que chegou a quebrar a patente de um medicamento, a
produção local de genéricos estagnou. Até hoje laboratórios nacionais não
fabricaram a prometida dose fixa combinada, que junta três remédios antiaids em
um único comprimido, o que facilita a adesão ao tratamento.
No
ritmo da incompetência, ministro e secretários da Saúde deveriam ser
processados a cada caso de criança que nasce com HIV, um flagelo perfeitamente
eliminável. Erráticos, os dados oficiais apostaram que a Aids avançaria em
direção aos heterossexuais, às pessoas de baixa renda e ao interior do país.
Concentrada nas áreas urbanas, a verdade é que a epidemia ressurge com força
total entre os homossexuais e outras populações negligenciadas.
Costuras
eleitorais permitem o triunfo do moralismo e da religião sobre a saúde pública.
Campanhas dirigidas aos mais vulneráveis são censuradas, afastando a ação
governamental da epidemia real. Sem mais investimentos federais no SUS, sem
liderança que retome o diálogo e a mobilização social, o Brasil ficará de fora
da marcha mundial para o fim da Aids.
Caio Rosenthal e Mário Scheffer.
A um
conjunto de regularidades relativamente estáveis no que diz respeito à função
social, produção, circulação e consumo de um texto, bem como aos seus aspectos
composicionais e linguísticos, dá-se o nome de gênero textual. É por razões assim
que um leitor proficiente não confunde uma receita de bolo com uma carta, uma
passagem de ônibus com uma nota fiscal, por exemplo. Considerando para o texto
esses mesmos aspectos, é possível afirmar que ele pertence ao gênero:
a) Relatório
b)
Editorial
c)
Notícia
d)
Resenha
e)
Artigo de Opinião
22 – Unifesp
Considere
o texto.
(Veja,
24.06.2009.)
Conforme
as informações apresentadas, um título adequado ao texto é:
a) Cai a prática de sexo casual
b)
Mais idade, mais sexo consciente.
c)
Mulheres se protegem mais no sexo.
d)
Muito sexo, pouca proteção.
e)
Sexo em tempos de internet.
Leia
o texto de Clarice Lispector para responder às questões de números 23 e 24.
Quando
penso na alegria voraz com que comemos galinha ao molho pardo*, dou-me conta de
nossa truculência. Eu, que seria incapaz de matar uma galinha, tanto gosto
delas vivas mexendo o pescoço feio e procurando minhocas. Deveríamos não
comê-la e ao seu sangue? Nunca. Nós somos canibais, é preciso não esquecer. É
respeitar a violência que temos. E, quem sabe, não comêssemos a galinha ao
molho pardo, comeríamos gente
com seu sangue.
Minha falta de coragem de matar uma galinha e no entanto
comê-la morta me confunde, espanta-me, mas aceito. A nossa vida é truculenta:
nasce-se com sangue e com sangue corta-se a união que é
o cordão umbilical.
E quantos morrem
com sangue. É preciso acreditar
no sangue como parte de nossa vida. A truculência. É amor também.
(A
descoberta do mundo, 1999.)
* molho pardo: molho preparado com o sangue do
próprio animal.
23 - UFJF
É
correto afirmar que a voz que enuncia o texto
a) admira a beleza das galinhas, ainda que coma com prazer o
animal preparado em seu próprio sangue.
b) argumenta em favor de ser perdoada pela
transgressão de comer um animal morto.
c)
desconsidera a contradição entre comer
um animal e a incapacidade, de alguns, de matá-lo com as mãos.
d)
propõe que o hábito de comer galinha ao
molho pardo funciona como modo de esquecer nossa truculência natural.
e)
sugere que comer galinha ao molho pardo
atende a uma violência essencialmente humana.
24 – UFJF
“É
amor também.”
Esta
última oração do texto
a) tem intenção humorística, associando a morte de galinhas ao
amor.
b) explicita um paradoxo de que a
violência é também amor.
c) sintetiza a argumentação com a ideia
convencional de que comer galinha ao molho pardo é amor.
d) continua linearmente a ideia do amor
pelas galinhas vivas procurando minhocas.
e) desfaz a ideia de violência, antes
desenvolvida, associada ao fato de sermos canibais.
25 - Unemat
O You
Tube é hoje,
praticamente, um jukebox on demand. Os usuários podem montar
playlists com seus vídeos
favoritos ou assistir
a uma seleção dos mais vistos
separados por região ou país, graças ao You Tube Chart.
Assinale
a alternativa que indica o tema abordado no texto.
a) O poder persuasivo do site YouTube.
b) A possibilidade de ampliação do
vocabulário técnico pela internet.
c) A extensão dos recursos de acesso e
operacionalização disponibilizados no site.
d) O crescimento das redes de
relacionamento social na internet.
e) A contribuição proporcionada pelo YouTube
aos interesses comerciais dos usuários da WEB.
26 - UEL
Em
1816, a Missão Francesa trouxe ao Brasil um sistema formal preestabelecido no
que diz respeito à arte. Dentre as questões contempladas, a de caráter
documental está presente, servindo tais registros para etnólogos, historiadores
e botânicos, como é o caso da prancha abaixo, cujo sistema formal se identifica,
corretamente, com a estética
Figura
: (Nome: Laurus nobilis; Família: Lauraceae; Livro original: Prof. Dr. Otto
Wilhelm Thomé Flora von Deutschland, Österreich und der Schweiz, 1885.)
a) romântica.
b)
barroca.
c)
neoclássica.
d)
renascentista.
e)
gótica.
27 - UFF
“Alguém
já disse que o rococó é o barroco que não soube onde parar. Todos os estilos
correm o risco de descambar para o excesso, e saber o ponto em que começa o
excesso é difícil, como acertar o ponto do pudim. Quando é que o discurso
político deixa de ser democrático e fica populista, ou passa de populista a
demagógico? Qual o parâmetro para distinguir um estilo lírico de um estilo
preciosista, o sensível do piegas, o experimental do meramente pretensioso ou –
seguindo-se a máxima do Mário Quintana, segundo a qual estilo é uma dificuldade
de expressão – do simplesmente incapaz? Muitos escritores novos dizem que seu
maior problema é saber por onde começar. Não é. O maior problema de quem
escreve (ou compõe, ou interpreta, ou, principalmente, discursa) é saber onde
parar.”
Fragmento
de “Robinho e o paradoxo”, Veríssimo, O Globo, 1/07/07
Rococó
é o nome de um estilo que esteve em moda no século XVIII e que desenvolveu
algumas das tendências do Barroco.
Assinale
a afirmativa que corresponde ao sentido da frase: “Alguém já disse que o rococó
é o barroco que não soube onde parar.” ( linha 1)
a) Visto que o Barroco se caracterizou pelo uso de efeitos
contrastantes, bem como pela complexidade da forma, bizarria, bombasticidade e
muitas vezes ambiguidade calculada, tudo isto o separou do Rococó.
b)
Porque o Rococó é um estilo ornamental
da época de Luís XV (França) tipificado pela assimetria, caracterizado pelo uso
exagerado de floreados e motivos naturalistas (conchas, palmas etc.), a frase
enfatiza que este sucede ao Barroco.
c)
Como o Barroco é exagerado,
extravagante e irregular, a frase significa que era um estilo mais bizarro,
bombástico e ambíguo do que o Rococó, destacando que este antecede àquele outro
estilo.
d)
Como o Barroco, estilo de época do
século XVII, caracterizou-se pela tendência ao trabalho extensivo e complexo de
criação de jogos de palavras e ideias, a frase implica que o Rococó levou ao
exagero essa tendência.
e)
Já que o Barroco era exagerado,
extravagante, irregular e prevaleceu do fim do século XVI ao fim do século
XVIII, isto teve como efeito o surgimento do Renascimento no Brasil.
28 - UEL
Observe
a imagem a seguir e responda.
(ENSOR,
J., Intriga, 1890. 0,90 x 1,50 cm. Museu Real de Artes, Antuérpia.)
Com
base na imagem do pintor expressionista James Ensor e nos conhecimentos sobre o
Expressionismo, assinale a alternativa correta.
a)A pintura expressionista trabalha com partes de uma mesma
imagem, recompondo-as e utilizando-as ao mesmo tempo, a fim de criar várias
perspectivas e dar a impressão de que um objeto pode ser visto ao mesmo tempo
sob todos os ângulos.
b)Pintando diretamente sobre a tela
branca, utilizando somente cores puras justapostas em vez de misturá-las
previamente na paleta, os pintores expressionistas buscavam obter a vibração da
luz; pesquisavam os cambiantes efeitos da luz na atmosfera e nos objetos a fim
de fixá-los na tela.
c)A proposta do Expressionismo é de que a
arte flua livremente a partir do inconsciente, da livre associação, com a
incorporação de elementos ilógicos do sonho, da fantasia, sem se submeter a
qualquer teoria vigente e a nenhuma lógica.
d)O expressionista é inclinado a deformar
a realidade de modo cruel, caricatural, muitas vezes hilário; o exagero, a
distorção e a dramaticidade das formas, linhas e cores revelam uma atitude
emocional do artista.
e)O movimento expressionista propõe a
construção de valores burgueses, utilizando-se do lirismo para afirmar
conceitos da sociedade; suas manifestações são intencionalmente ordenadas e
objetivam conquistar a crítica.
29 - Opera10
Sobre
as muitas possibilidades artísticas permitidas pelo progresso tecnológico,
especialmente em relação a computadores e “softwares”, marque a alternativa
correta.
a) A digitalização da informação, apesar de muito interessante
quanto à armazenagem, não pode ser compreendida como um grande benefício para a
arte porque tanto problematizou a questão da autoria como dificultou a
manipulação e a criação artística.
b)
A arte digital e todas as suas
variantes são resultado do progresso tecnológico, por isso pode-se afirmar que
se produz melhor arte digital quanto melhor for o computador utilizado para tal
fim.
c)
O design desenvolveu-se muito com o
advento dos computadores, por outro lado continua um saber elitista e
excludente, já que apenas equipado com computadores caros e poderosos alguém
poderá de forma satisfatória manipular imagens ou vídeos.
d) A arte digital intensificou e
diversificou o processo de recorte e colagem de conteúdos com o intuito de
produzir autoria a partir das relações que se estabelece entre trechos ou
pedaços de obras pré-existentes. Esse processo também é facilitado por não
haver direitos autorais para arquivos digitais.
e) A animação é uma das manifestações
artísticas que mais se beneficiaram do desenvolvimento tecnológico, já que a
árdua produção de um filme com essa técnica foi facilitada com o advento da
computação gráfica.
30 – Unesp
O
texto a seguir foi extraído de uma matéria sobre o artista brasileiro Hélio
Oiticica (1937-1980), “sinônimo de arte experimental de primeiríssima
qualidade”.
“Marginal
ao mercado de arte, Oiticica pouco vendeu quando vivo. Se essa situação causou
desconforto à existência material do artista, foi benéfica para a sobrevida de
seu trabalho. Sem dinheiro para executar tudo o que imaginava, registrou em
anotações precisas o que criava, garantindo a possibilidade de as obras serem
executadas no futuro, em condições mais favoráveis, mesmo em sua ausência,
(...)
Cuidados
premonitórios. Essas instruções manuscritas em infindáveis cadernos e
datilografadas em milhares de páginas avulsas, garantiram a perenidade de sua
obra, materialmente muito frágil. Hélio não usou mármore. Usou algo mais
durável: a palavra, a ideia. Esses cadernos e anotações são fontes inestimáveis
para historiadores e curadores. São incontornáveis pontos de partida para
exposições que estão trazendo para o mundo das coisas e para o público o que
era até então impalpável e restrito ao mundo das ideias.”
(Angélica
de Moraes, “A dimensão do marginal”. Revista Bravo! Ano 6, nº 6, p. 46)
De
acordo com o texto é possível afirmar que Hélio Oiticica:
a) foi um marginal com grandes dotes artísticos, que não vendeu
obras porque apenas as imaginou, sem concretizá-las.
b) garantiu a sobrevivência de suas
ideias, escrevendo para seus seguidores orientações precisas sobre o modo como
deviam tratar sua obra, que era muito frágil.
c) tinha dons premonitórios e, por isso,
ao sentir a proximidade da morte, preocupou-se em escrever instruções precisas
sobre o destino que se deveria das a suas obras.
d) não tinha recursos para produzir todas
as obras que imaginava, por isso fez anotações que, posteriormente, permitiram
que suas ideias fossem concretizadas e apresentadas ao público.
e) trabalhava com materiais mais frágeis
do que o mármore, por isso só chegam até nos textos que ele escreveu sobre sua
obra.
31 – Opera10
Leia
a charge abaixo e marque a alternativa correta que contém a palavra que melhor
a define:
Fonte:
www.malvados.com.br
a) Distopia.
b)
Utopia.
c)
Destino.
d)
Anacoluto.
e)
Pesadelo.
32 – Ibmec-SP
Em
"... o sufixo "ismo" (que remete a doenças)...", mostra-se
o papel desse elemento na produção de efeitos de sentido. Nas alternativas a seguir,
o sufixo "ismo" tem sentido pejorativo, o que confirma o comentário
do autor, EXCETO em:
a) Com o bairrismo entre paulistas e cariocas, o futebol de
outros estados sempre ficou de lado e, algumas vezes, tem pouco destaque,
principalmente no noticiário.
b) Cresce a oferta de produtos que contêm componentes que atuam
sobre o metabolismo, reduzindo risco de doenças como o câncer.
c) Fanatismo religioso ou convicções ideológicas rígidas são os
vírus mais poderosos da cegueira social.
d) O técnico apontou como um dos problemas de seu time, na
etapa final, o excesso de preciosismo de alguns jogadores.
e) Depois de mais de meio século de isolacionismo, o Japão
mostra que a China não é o país a fazer opções estratégicas que determinarão o
futuro da Ásia.
33. Puc-SP
UM
BALNEÁRIO HISTÓRICO
Guarujá
deve ter herdado o nome ("guaru-yá") do termo indígena QUE indicaria
a passagem estreita entre a praia das Pitangueiras, a mais central, e a praia
dos Astúrias, QUE já foi chamada de praia do Guarujá.
Além
de Pitangueiras e Astúrias, a ilha tem praias mais recônditas, como Tombo e
Guaíba. Tem ainda praias movimentadas, caso da Enseada, CUJA história se
confunde com a do imigrante de origem libanesa Miguel Estefno; do Pernambuco /
Jequitimar, ONDE reinaram a quatrocentona Veridiana da Silva Prado e o pioneiro
Fernando Lee, em CUJA ilha do Arvoredo fazia experimentações com energias
alternativas (eólica, das marés etc.) e colecionava plantas e aves exóticas.
Fonte:
"Folha de São Paulo", 21 de agosto de 2008.
Assinale
a alternativa que indica a que se referem os pronomes destacados no texto
"Um Balneário histórico", na ordem em que aparecem,
a) Guarujá; termo indígena; Enseada; Pernambuco/Jequitimar;
Fernando Lee
b) termo indígena; praia dos Astúrias; Enseada;
Pernambuco/Jequitimar; Fernando Lee
c) Guarujá; Pitangueiras; Enseada; Veridiana da Silva Prado;
Fernando Lee
d) praia dos Astúrias; termo indígena; Pernambuco/Jequitimar;
Enseada; Fernando Lee
e) Guaru-yá; praia dos Astúrias; caso da Enseada; Fernando Lee;
Veridiana da Silva Prado
34 – Puc-PR
Considere
o seguinte poema de Manuel Bandeira:
POÉTICA
Estou
farto do lirismo comedido
Do
lirismo bem comportado
Do
lirismo funcionário público com livro de
[ponto
expediente protocolo e
[manifestações
de apreço ao Sr. Diretor.
Estou
farto do lirismo que para e vai averiguar no
[dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
(...)
Quero
antes o lirismo dos loucos
O
lirismo dos bêbados
O
lirismo difícil e pungente dos bêbados
O
lirismo dos clowns de Shakespeare
Não
quero mais saber do lirismo que não é libertação.
Fonte:
Manuel Bandeira, "Meus Poemas Preferidos"
Há no
poema uma OPOSIÇÃO fundamental entre:
a) As concepções da poesia modernista, abertas à livre
expressão e à ousadia, e as das estéticas do passado, presas a regras formais,
purismo vocabular e sentimentalismo ornamental.
b) O lirismo defendido pela voz poética do texto e a concepção
de poesia abraçada por Shakespeare, autor citado de modo crítico no poema.
c) O desejo de liberdade e evasão (que iguala esse texto a
"Vou-me embora prá Pasargada") e a repressão política do tempo em que
o texto foi composto.
d) As atitudes dos funcionários públicos, metódicos por dever,
e às dos poetas, loucos em essência.
e) A poesia engajada (assumida pelo poeta) e a poesia da
"arte pela arte" dos parnasianos.
35 – Fuvest
Em um
poema escrito em louvor de "Iracema", Manuel Bandeira afirma que, ao
compor esse livro, Alencar
"[...] escreveu o que é mais
poema
Que romance, e poema menos
Que um mito, melhor que Vênus."
Segundo
Bandeira, em "Iracema",
a) Alencar parte da ficção literária em direção à narrativa
mítica, dispensando referências a coordenadas e personagens históricas.
b) o caráter poemático dado ao texto predomina sobre a
narrativa em prosa, sendo, por sua vez, superado pela constituição de um mito
literário.
c) a mitologia tupi está para a mitologia clássica,
predominante no texto, assim como a prosa está para a poesia.
d) ao fundir romance e poema, Alencar, involuntariamente,
produziu uma lenda do Ceará, superior à mitologia clássica.
e) estabelece-se uma hierarquia de gêneros literários, na qual
o termo superior, ou dominante, é a prosa romanesca, e o termo inferior, o
mito.
36 – Puc-SP
Alguns
dias antes estava sossegado, preparando látegos, consertando cercas. De repente,
um risco no céu, outros riscos, milhares de riscos juntos, nuvens, o medonho
rumor de asas a anunciar destruição. Ele já andava meio desconfiado vendo as
fontes minguarem. E olhava com desgosto a brancura das manhãs longas e a
vermelhidão sinistra das tardes.
O
crítico Álvaro Lins, referindo-se a "Vidas Secas", obra de Graciliano
Ramos, da qual se extraiu o trecho anterior, afirma que, além de ser o mais
humano e comovente dos livros do autor, é "o que contém maior sentimento
da terra nordestina, daquela parte que é áspera, dura e cruel, sem deixar de
ser amada pelos que a ela estão ligados teluricamente". Por outro lado,
merece destaque, dentre os elementos constitutivos dessa obra, a paisagem, a
linguagem e o problema social.
Assim,
a respeito da linguagem de "Vidas Secas", é CORRETO afirmar-se que:
a) Apresenta um estilo seco, conciso e sem sentimentalismo, o
que retira da obra a força poética e impede a presença de características
estéticas.
b) Caracteriza-se por vocabulário erudito e próprio dos meios
urbanos, marcado por estilo rebuscado e grandiloquente.
c) Revela um estilo seco, de frase contida, clara e correta,
reduzida ao essencial e com vocabulário meticulosamente escolhido.
d) Apresenta grande poder descritivo e capacidade de
visualização, mas apóia-se em sintaxe marcada por períodos longos e de
estrutura subordinativa, o que prejudica sua compreensão.
e) Marca-se por estilo frouxo e sintaxe desconexa, à semelhança
da própria estrutura da novela que se constrói de capítulos soltos e ordenação
circular.
37 – Mackenzie
"O
senhor conhece a mulher que possui." 9Que frase! Padilha sabia
alguma coisa. 10Saberia? Ou teria falado à toa? 6Conjecturas.
O que desejava era ter uma certeza e acabar depressa com 3aquilo.
Sim ou não.
"O senhor conhece a mulher que
possui." 7Conhecia nada! 2Era justamente o que 1me
tirava o apetite. 4Viver com uma pessoa na mesma casa, comendo na
mesma mesa, dormindo na mesma cama, e perceber ao 8cabo de anos que
ela é uma estranha! 11Meu Deus! Mas se eu ignoro o que há em mim, se
esqueci 5muitos dos meus atos e nem sei o que sentia naqueles meses
compridos 12de tortura!
Graciliano
Ramos, São Bernardo
Assinale
a alternativa CORRETA.
a) Machado de Assis, como Graciliano Ramos, em "São
Bernardo", defende a ambição de mudar de classe e a procura de um novo
status, mesmo à custa de sacrifícios no plano afetivo.
b) Aluísio de Azevedo, em "O cortiço", aproxima-se do
romance naturalista de Graciliano Ramos, focalizando cenas coletivas e
reduzindo as criaturas ao nível animal.
c) Clarice Lispector, ao modo de Graciliano Ramos em
"Vidas secas", vale-se intensamente da metáfora insólita, do fluxo de
consciência, rejeitando o enredo que se organiza pela sucessão de fatos.
d) Guimarães Rosa transformou o regionalismo: se, em Graciliano
Ramos, temos o regionalismo crítico, em Rosa, a modelagem da fala sertaneja,
por exemplo, é feita com uma linguagem que reforça sua carga musical e
semântica.
e) Graciliano Ramos e José Lins do Rego são grandes romancistas
do Nordeste, realizando, ambos, um tipo de literatura em que se evidencia a
rejeição a qualquer traço memorialista, modo de se despregarem da realidade
pessoal vivida.
38 - Unifesp
ESQUECIMENTO
Esse de quem eu era e era meu,
Que foi um sonho e foi realidade,
Que me vestiu a alma de saudade,
Para sempre de mim desapareceu.
Tudo em redor então escureceu,
E foi longínqua toda a claridade!
Ceguei... tateio sombras... que
ansiedade!
Apalpo cinzas porque tudo ardeu!
Descem em mim poentes de Novembro...
A sombra dos meus olhos, a escurecer...
Veste de roxo e negro os crisântemos...
E desse que era meu já me não lembro...
Ah! a doce agonia de esquecer
A lembrar doidamente o que
esquecemos...!
Florbela Espanca
Na
última estrofe, o eu lírico expressa, por meio de:
a) Hipérboles, a dificuldade de se tentar esquecer um grande
amor.
b) Metáforas, a forma de se esquecer plenamente a pessoa
amada.
c) Eufemismos, as contradições do amor e os sofrimentos dele
decorrentes.
d) Metonímias, o bem-estar ligado a amar e querer
esquecer.
e) Paradoxos, a impossibilidade de o esquecimento ser levado a
cabo.
39 – Ibmec-SP
ÁRIES
(21 mar. a 20 abr.)
Lunação em signo complementar destaca
importância das relações em sua vida nas próximas semanas. Cuide de sua rede
social, mostre-se atencioso com as pessoas. Seu sucesso é resultado disso
também e agora essa questão tem importância suprema. Cultive o tato.
(Folha de S. Paulo, Ilustrada,
Astrologia, Barbara Abramo, 29 set. 2008.)
Sobre
o texto, pode-se afirmar que:
a) A ausência de subordinação torna o texto mais ágil e mais
compreensível para o leitor.
b) O uso exclusivo de coordenação tende a torná-lo
telegráfico.
c) O uso dos verbos no imperativo impossibilita o emprego da
subordinação.
d) A subordinação nele existente visa a facilitar a ordenação
das orações.
e) O uso do imperativo pode ser substituído pelo futuro do
presente.
40 – Fuvest
Assim se explicam a minha estada
debaixo da janela de Capitu e a passagem de um cavaleiro, um dandy, 3como
então dizíamos. Montava um belo cavalo alazão, firme na sela, rédea na mão
esquerda, a direita à cinta, botas de verniz, figura e postura esbeltas: a cara
não me era desconhecida. 1Tinham passado outros, e ainda outros 2viriam
atrás; todos iam às suas namoradas. Era uso do tempo namorar a cavalo. Relê
Alencar: "Porque um estudante (dizia um dos seus personagens de teatro de
1858) não pode estar sem estas duas coisas, um cavalo e uma namorada".
Relê Álvares de Azevedo. Uma das suas poesias é destinada a contar (1851) que
residia em Catumbi, e, para ver a namorada no Catete, alugara um cavalo por
três mil-réis...
Machado
de Assis. Dom Casmurro.
Com a
frase "como então dizíamos" (ref. 3), o narrador tem por objetivo,
principalmente,
a)
comentar um uso linguístico de época anterior ao presente da narração.
b)
criticar o uso de um estrangeirismo que caíra em desuso.
c)
marcar o uso da primeira pessoa do plural.
d)
registrar a passagem do cavaleiro diante da janela de Capitu.
e)
condenar o modo como se falava no passado.
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