Redações de referência 2016-1
Gênero textual - dissertação argumentativa
Proposta de redação - Liberdade religiosa
Nota importante: a redação abaixo foi feita durante uma aula diretamente no quadro com o objetivo de discutir com os meus alunos inúmeras questões relevantes sobre o momento da escrita e também para apresentar a eles uma estrutura mínima e básica exigida pelo Enem. Posteriormente, fiz pontuais alterações a fim de reforçar alguns pontos importantes da estrutura textual dissertativa.
Nota importante: a redação abaixo foi feita durante uma aula diretamente no quadro com o objetivo de discutir com os meus alunos inúmeras questões relevantes sobre o momento da escrita e também para apresentar a eles uma estrutura mínima e básica exigida pelo Enem. Posteriormente, fiz pontuais alterações a fim de reforçar alguns pontos importantes da estrutura textual dissertativa.
Situação escolhida - 2016E-13A - Dissertação (Enem)
A liberdade religiosa no Brasil deixou nas primeiras
décadas do século XXI de ser ponto pretensamente pacífico para se tornar um dos
debates mais relevantes e imprescindíveis da atualidade. Por isso, defender o
direito constitucional à livre escolha de uma religião é uma necessidade e um
dever de todo cidadão, porque é antiético tentar impor ao coletivo decisões de
caráter absolutamente individual e intransferível como essa.
Para tanto, garantir a plenitude da laicidade estatal no
Brasil é condição cultural e política para a existência de uma sociedade
plurirreligiosa. Isso é importante não apenas a fim de garantir o que está
previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição de
1988, mas também como um meio de defender a diversidade cultural que é
característica fundadora da cultura brasileira. O contrário disso é a teocracia
e a intolerância que em lugares governados por grupos como o Estado Islâmico
significa perseguição do diferente, censura ao contraditório e retrocesso para
a humanidade.
Outro ponto relevante desse debate é o preconceito e a
perseguição contra crenças de matriz africana no Brasil, os quais são
impulsionados por diversos resquícios ideológicos e moralistas do período
escravocrata brasileiro responsáveis por construir um senso comum equivocado ainda
em vigor. Essa situação persiste, porque muitos indivíduos, mesmo de forma
anacrônica, continuam a crer que pessoas são inferiores em função da cor escura
de sua pele. No campo religioso, isso também é evidente, porque as múltiplas
acusações absurdas e falsas contra essas religiões baseiam-se na ignorância em
relação a elas, que são fundamentais para a formação da cultura brasileira também
em outros contextos como o musical ou gastronômico.
Logo, é imprescindível a existência de mobilizações
populares, articuladas por Organizações não Governamentais (ONGs), a fim de
pressionar a classe política não apenas para manter, mas, sobretudo, para
expandir a laicidade do Estado brasileiro. Também é muito importante que o ódio
religioso seja criminalizado, especialmente quando manifestado em cultos em que
se desqualifica o credo alheio. Tal medida deve ficar sob responsabilidade do
governo federal em função do seu dever de fazer cumprir o direito à liberdade de crença que está garantido na Carta Magna do País.
Abraços,
Professor Estéfani Martins
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