Leia atentamente os textos abaixo.
Texto 01.
“Diariamente, somos submetidos a inúmeras informações na
área da saúde dizendo o que devemos e o que não devemos comer, como devemos nos
portar, que prevenções deveremos fazer para ter uma vida mais saudável. Esta ‘onda
saudável’ se, por um lado, tem possibilitado uma vida mais longa e com melhor
qualidade, por outro tem criado um espaço de utilização de medicamentos que
estão, dia a dia, substituindo a alimentação ou até mudando nossos hábitos. A
indústria das vitaminas, dos medicamentos fitoterápicos, dos medicamentos
alopáticos e dos homeopáticos cresceu vertiginosamente no mundo inteiro. Hoje,
por exemplo, a indústria farmacêutica é a segunda em faturamento no mundo,
perdendo apenas para a indústria bélica. Passamos então a ter um novo elemento
no cardápio da vida: os medicamentos. É comum, no café da manhã, levarmos um
pequeno estojo cheio de pílulas coloridas para cada parte do corpo e que,
pretensamente, nos ajudarão em alguma coisa, ou então, na sala dos professores,
no intervalo de aulas, uma colega solicitar a outra uma pílula que retire um
pouco o seu “stress” da sala de aula. Essas drogas lícitas, pois são vendidas
em farmácias e, na maioria dos casos, compradas com receitas médicas têm
ajudado em determinados casos a nos dar um conforto necessário à vida, mas por
outro, quando utilizadas para fins comportamentais ou para emagrecimento,
principalmente, têm gerado uma série de efeitos colaterais como insônia,
desânimo e até a crença de que os problemas da vida, das relações que
estabelecemos com as pessoas, e que nos incomodam, são inerentes a nós,
transtornos nossos, e estariam sendo resolvidos pelas pílulas que tomamos.”
Texto 02.
“A educação é uma das áreas mais afetadas pela
medicalização da vida, e ao mesmo tempo, é a que mais a alimenta. A dificuldade
de aprendizagem nem sempre está associada a uma patologia, mas ao ambiente em
que a criança vive, podendo estar ligada a questões econômicas ou a
desestruturação da família. A pedagoga Maria Teresa Esteban, professora da
Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), destaca um
modelo de educação em que muitas crianças são invisibilizadas e “deixam de
existir” por não corresponderem ao padrão. Dessa maneira, afirma Maria Teresa,
a educação anula uma diferença que poderia ser rica para o grupo de alunos.
Segundo ela, é necessário criar processos de conexão com a multiplicidade na
sala de aula, para dessa forma permitir que todos aprendam.
Entre 2003 e 2012, o Brasil registrou um aumento de 775%
no consumo de Ritalina, de acordo com um estudo da Universidade Estadual do Rio
de Janeiro (UERJ). ‘Nós temos que transformar o que a criança faz em
desenvolvimento, e não avaliá-la apenas a partir dos nossos padrões’, declarou
Maria Aparecida Moysés.
Além do diagnóstico médico, é visível o papel ativo de
pacientes que se transformam em consumidores de serviços para lidar com
problemas cotidianos que nem sempre foram tratados de forma médica. As
estruturas culturais e sociais demandam a patologia. O médico Pedro Tourinho,
vereador de Campinas e professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas,
aponta que certos meios de comunicação, detentores do “estatuto da verdade”,
reproduzem um olhar medicalizante, como a figura do médico Drauzio Varella.
Para Tourinho, os meios de comunicação têm uma grande responsabilidade na
formação da construção cultural e dos hábitos da sociedade e reforçam a
medicalização.”
Texto 03.
“A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos
Deputados discutiu ontem (12) o uso excessivo de remédios por crianças e
adolescentes com dificuldades de aprendizado ou de comportamento na escola.
A reunião marcou o início da campanha Não à Medicalização
da Vida, encabeçada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e pelo Fórum
sobre Medicalização da Educação e da Sociedade.
De acordo com a conselheira do CFP, Marilene Proença,
medicalização é todo tratamento de processos ou comportamentos sociais e
culturais em crianças, adolescentes ou adultos com quadro de patologia
psiquiátrica. Neste caso, o debate foi sobre o tratamento de distúrbios
relacionados à educação - como dislexia, déficit de atenção e hiperatividade.
‘Existe uma métrica social que considera sentimentos e
comportamentos legítimos como sintomas patológicos. Muitas vezes, esses casos
são tratados com os chamados tarja preta, que têm sérias sequelas’, explicou
Proença.
Para a conselheira, há muito alarde em relação a drogas
ilícitas, mas pouco em relação às licitas. Foram apresentados dados à comissão
que, em 2000, eram consumidas 70 mil caixas de medicamentos para o tratamento
de distúrbios relacionados à aprendizagem.
Em 2010, o número cresceu para 2 milhões, o que faz do
Brasil o segundo maior consumidor desse tipo de remédio, apenas atrás dos
Estados Unidos.
‘Em vez de melhorarem a qualidade da escola, estão
criando instâncias de diagnóstico para crianças que têm dificuldade de aprendizado.
Não podemos passar às crianças responsabilidades políticas, sociais e culturais
da sociedade em geral’, disse a conselheira do CFP.”
Texto 04.
Situação
2016-29A - Dissertação (USP, Unesp, Uniube, etc.)
Faça uma
dissertação sobre a tira abaixo:
Fonte: http://www.malvados.com.br/
Instruções:
1. Lembre-se de
que a situação de produção de seu texto requer o uso da norma padrão da língua
portuguesa.
2. A redação
deverá ter entre 25 e 30 linhas.
3. Dê um título
a sua redação.
Situação
2016-29B – Outros gêneros textuais – verbete (Unicamp, UEL, etc.)
Escreva um verbete
entre 20 e 25 linhas sobre a medicalização da vida.
Instruções
gerais:
1. Se for o caso
do gênero textual em questão, dê um título para sua redação. Esse título deverá
deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3. Se a
estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da
assinatura: José ou Josefa. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo,
apelido, etc. na folha de prova.
4. Utilize
trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e
parafraseie-os.
5. Não copie
trechos dos textos motivadores ao fazer sua redação.
6. Quanto ao
número mínimo e máximo de linhas e de acordo com o vestibular pretendido,
informe qual o vestibular que você irá prestar para que possamos adequar a
correção às exigências do concurso escolhido.
Situação 2016-29F - Dissertação (Enem)
A partir da
leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade
escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “a medicalização de crianças e
jovens no Brasil”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Instruções Enem:
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço
apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha
própria, em até 30 linhas.
3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será
considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo
dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
5. A redação que apresentar proposta de intervenção que
desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta
de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas
desconsiderado para efeito de correção.
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