Leia atentamente os textos abaixo.
Texto 01.
“A ideia de ‘pós-modernismo’ surgiu pela primeira vez no
mundo hispânico, na década de 1930, uma geração antes de seu aparecimento na
Inglaterra ou nos EUA. Perry Anderson, conhecido pelos seus estudos dos
fenômenos culturais e políticos contemporâneos, em "As Origens da
Pós-Modernidade" (1999), conta que foi um amigo de Unamuno e Ortega,
Frederico de Onís, que imprimiu o termo pela primeira vez, embora descrevendo
um refluxo conservador dentro do próprio modernismo. Mas coube ao filósofo
francês Jean-François Lyotard, com a publicação "A Condição
Pós-Moderna" (1979), a expansão do uso do conceito.
Em sua origem, pós-modernismo significava a perda da
historicidade e o fim da "grande narrativa" - o que no campo estético
significou o fim de uma tradição de mudança e ruptura, o apagamento da
fronteira entre alta cultura e da cultura de massa e a prática da apropriação e
da citação de obras do passado.
A densa obra de Frederic Jameson[1] ‘Pós-Modernismo’
(1991), enumera como ícones desse movimento: na arte, Andy Warhol e a pop art,
o fotorrealismo e o neo-expressionismo; na música, John Cage, mas também a
síntese dos estilos clássico e ‘popular’ que se vê em compositores como Philip
Glass e Terry Riley e, também, o punk rock e a new wave’; no cinema, Godard; na
literatura, William Burroughs, Thomas Pynchon e Ishmael Reed, de um lado, ‘e o
nouveau roman francês e sua sucessão’, do outro. Na arquitetura, entretanto, seus
problemas teóricos são mais consistentemente articulados e as modificações da
produção estética são mais visíveis.
Jameson aponta a imbricação entre as teorias do
pós-modernismo e as ‘generalizações sociológicas’ que anunciam um tipo novo de
sociedade, mais conhecido pela alcunha ‘sociedade pós-industrial’. Ele
argumenta que ‘qualquer ponto de vista a respeito do pós-modernismo na cultura
é ao mesmo tempo, necessariamente, uma posição política, implícita ou
explícita, com respeito à natureza do capitalismo multinacional em nossos dias’.
Vale observar que Perry Anderson, ao ser convidado a
fazer a apresentação do livro de Jameson, terminou escrevendo o seu próprio ‘As
origens da pós-modernidade’, constituindo assim uma espécie de ‘introdução’ ao
conceito. Nele diz que o modernismo era tomado por imagens de máquinas [as
indústrias] enquanto que o pós-modernismo é usualmente tomado por ‘máquinas de
imagens’ (p.105) da televisão, do computador, da Internet e do shopping
centers. A modernidade era marcada pela excessiva confiança na razão, nas
grandes narrativas utópicas de transformação social, e o desejo de aplicação
mecânica de teorias abstratas à realidade. Jameson observa que ‘essas novas
máquinas podem se distinguir dos velhos ícones futuristas de duas formas
interligadas: todas são fontes de reprodução e não de ‘produção’ e já não são
sólidos esculturais no espaço. O gabinete de um computador dificilmente
incorpora ou manifesta suas energias específicas da mesma maneira que a forma
de uma asa ou de uma chaminé’ (citado por Anderson, p.105).”
Texto 02.
“O pós-moderno é muito mais a fadiga crepuscular de uma
época que parece extinguir-se ingloriosamente que o hino de júbilo de amanhãs
que despontam. À consciência pós-moderna não corresponde uma realidade
pós-moderna. Nesse sentido, ela é um simples mal-estar da modernidade, um sonho
da modernidade. É literalmente, falsa consciência, porque consciência de uma
ruptura que não houve, ao mesmo tempo, é também consciência verdadeira, porque
alude, de algum modo, às deformações da modernidade.” (Sérgio Paulo Rouanet,
“As origens do Iluminismo”)
Texto 03.
“O mal-estar pós-moderno é visível e trivial, expressado
na linguagem do cotidiano do trabalho compulsivo, muitas vezes vendido como se
fosse ‘lazer’ ou ‘ócio criativo’, que gera stress, a perversão, a depressão, a
obesidade, o tédio.”
“Se a modernidade prometia a felicidade através do progresso
da ciência ou de uma revolução, a pós-modernidade promete um nada que pretende
ser o solo para tudo.”
(Raymundo de Lima)
Texto 04.
“Tudo se tornou demasiadamente próximo, promíscuo, sem
limites, deixando-se penetrar por todos os poros e orifícios.” (Slavoj Zizek)
Texto 05.
“Segundo o francês Jean-François Lyotard, a ‘condição
pós-moderna’ caracteriza-se pelo fim das metanarrativas. Os grandes esquemas
explicativos teriam caído em descrédito e não haveria mais ‘garantias’, posto
que mesmo a ciência já não poderia ser considerada como a fonte da verdade.
Para o crítico marxista norte-americano Fredric Jameson,
a Pós-Modernidade é a ‘lógica cultural do capitalismo tardio’, correspondente à
terceira fase do capitalismo, conforme o esquema proposto por Ernest Mandel.
Outros autores preferem evitar o termo. O sociólogo
polonês Zygmunt Bauman, um dos principais popularizadores do termo
Pós-Modernidade no sentido de forma póstuma da modernidade, atualmente prefere
usar a expressão ‘modernidade líquida’ - uma realidade ambígua, multiforme, na
qual, como na clássica expressão do manifesto comunista, tudo o que é sólido se
desmancha no ar.
O filósofo francês Gilles Lipovetsky prefere o termo ‘hipermodernidade’,
por considerar não ter havido de fato uma ruptura com os tempos modernos - como
o prefixo ‘pós’ dá a entender. Segundo Lipovetsky, os tempos atuais são
‘modernos’, com uma exacerbação de certas características das sociedades
modernas, tais como o individualismo, o consumismo, a ética hedonista, a
fragmentação do tempo e do espaço.
Já o filósofo alemão Jürgen Habermas relaciona o conceito
de Pós-Modernidade a tendências políticas e culturais neoconservadoras,
determinadas a combater os ideais iluministas.”
Texto 06.
Texto 07.
“A importância
de Bauman está na interpretação da fluidez dos tempos pós-modernos. Bauman é
duro neste aspecto, se declara um sociólogo crítico e recusa o rótulo de
‘pós-modernista’. Para ele, “pós-modernista” é aquele que reproduz a ideologia
do pós-modernismo, que se recusa a qualquer tipo de debate, que relativiza a
vida ao máximo e que, dentro dessa superrelativização, não consegue estabelecer
críticas e nem formar regras para guiar a sociedade. Pós-modernista é aquele
que foi construído dentro de uma condição pós-moderna, ele a reproduz e é
constituído por ela. É seu arauto, seu representante inconsciente e é este
posto que Bauman rejeita e nega fielmente.
A posição do
autor é crítica às relações sociais atuais. Se trata de começar com uma
categorização nova: modernidade líquida e modernidade sólida. Uma que
representa o novo mundo, a pós-modernidade, e o outro que define a modernidade,
a sociedade industrial, a sociedade da guerra-fria. Não é difícil de conseguir
perceber a relação direta entre a ‘solidez’ das relações da guerra-fria, com
dois núcleos de produção dos julgamentos corretos (o capitalista, representado
pelos EUA e o comunista, representado pela URSS), com duas opção distintas e
antagônicas para serem ‘escolhidas’, ao contrário do pós-guerra fria, após a
queda do Muro de Berlim e com a dissolução de qualquer centro de emissão moral,
com a primazia do consumo em detrimento de qualquer ética da parcimônia e etc e
etc.
A sociedade
líquida é a sociedade das relações fluidas, das relações frágeis, é a sociedade
em que a fixidez de uma amizade em que ambas as partes matariam e morreriam
pela outra já não existe mais. Não se trata mais de uma sociedade em que os
indivíduos sabem o seu destino desde o nascimento, agora estamos imersos em um
espaço social onde teoricamente escolhemos nosso futuro, optamos pelo nosso
destino, somos responsáveis pelo nosso fracasso. Não é mais necessário ser
asiático para ser um legítimo budista, basta comprar os livros certos e
assistir às aulas certas. Ninguém é, e sim está.” (Vinicius Siqueira)
Situação
2016-27A - Dissertação (USP, Unesp, Uniube, etc.)
Faça uma
dissertação sobre quais são as principais dúvidas e dilemas do homem chamado
pós-moderno.
Instruções:
1. Lembre-se de
que a situação de produção de seu texto requer o uso da norma padrão da língua
portuguesa.
2. A redação
deverá ter entre 25 e 30 linhas.
3. Dê um título
a sua redação.
Situação
2016-27-B – Outros gêneros textuais - diário (UFU, Unicamp, UEL, etc.)
Escreva um texto
a ser colocado em um diário a fim de analisar as principais transformações na
forma como as pessoas relacionam-se com a informação e com o outro entre a
geração dos seus pais e a da qual você faz parte.
Instruções
gerais:
1. Se for o caso
do gênero textual em questão, dê um título para sua redação. Esse título deverá
deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3. Se a
estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da
assinatura: José ou Josefa. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo,
apelido, etc. na folha de prova.
4. Utilize
trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e
parafraseie-os.
5. Não copie
trechos dos textos motivadores ao fazer sua redação.
6. Quanto ao
número mínimo e máximo de linhas e de acordo com o vestibular pretendido,
informe qual o vestibular que você irá prestar para que possamos adequar a
correção às exigências do concurso escolhido.
Situação 2016-27F - Dissertação (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa
sobre o tema “o distanciamento e a fragilização das relações humanas”,
apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos
para defesa de seu ponto de vista.
Instruções Enem:
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço
apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha
própria, em até 30 linhas.
3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será
considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo
dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
5. A redação que apresentar proposta de intervenção que
desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta
de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas
desconsiderado para efeito de correção.
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