Leia com atenção
os textos abaixo.
Texto 01.
“A política como
espetáculo nos meios de comunicação tornou-se rotineira, especialmente quando
se trata da televisão. Em momentos mais dramáticos, como os atuais, o problema
se agrava. O espaço para a reflexão desaparece e ganham destaque as cenas mais
sensacionais como gravações ocultas, bate-boca entre parlamentares, acusações
bombásticas emitidas em encenações teatrais e assim por diante.
Há duas
explicações básicas para que isso ocorra: o lucro como objetivo único das
emissoras comerciais e, em decorrência, a visão da TV como fonte prioritária de
entretenimento. Comecemos destrinchando a primeira explicação. No Brasil,
diferentemente da maioria dos países europeus, a televisão foi concebida desde
a sua origem como um empreendimento comercial, voltado para a obtenção de
riquezas. Aqui não se pensou na TV como serviço público, com a responsabilidade
social de, em primeiro lugar, se dirigir ao cidadão e dar a ele instrumentos
para viver melhor na sociedade.
Seguindo o
exemplo do rádio, a televisão brasileira surgiu para – antes e acima de tudo –
acelerar o processo de acumulação capitalista com a oferta diária de uma alta
dose de bens e serviços. Para dar conta dessa missão ela precisava conquistar a
audiência a qualquer preço e ai entra a segunda explicação para a situação
atual da TV brasileira e da espetacularização da notícia.
Trata-se da
aposta no entretenimento tornado centro de todas as programações em detrimento
da informação e da educação. Nos veículos de comunicação impressos – salvo
algumas exceções – a notícia é o seu principal produto. Compra-se o jornal ou a
revista esperando em primeiro lugar a informação e não a diversão (infelizmente
hoje isto está se confundindo também em alguns meios impressos, mas trata-se de
uma outra discussão). Na TV, fonte única de informação para a maioria absoluta
da população brasileira, o principal produto é o entretenimento e a sua prática
contamina todas as demais esferas da programação não deixando escapar nem o
jornalismo. Estão aí as raízes da espetacularização das notícias.
O raciocínio é
simples: a televisão foi feita para vender e para vender é necessário fazer
ofertas ao maior número possível de compradores em potencial. Para tanto é
preciso obter grandes audiências que só serão conseguidas com programas espetaculares
que surpreendam o telespectador a todo o momento, não permitam que ele reflita
sobre o que está vendo, o emocionem em doses equilibradas de alegria e
tristeza, não o deixem mudar de canal e, por fim, sem pensar muito, comprem os
produtos anunciados.
É assim que
funcionam os programas de auditório, as novelas, os shows policialescos do
final de tarde e os anúncios comerciais em suas diferentes versões (entre os
programas, nos intervalos ou mesmo dentro deles, os chamados merchadisings). Há
toda uma lógica para conquistar audiência, mantê-la a qualquer custo e graças a
isso empurrar fogões, geladeiras, xampus, cervejas em doses maciças sobre o
telespectador.”
Texto 02.
“Mais importante
obra teórica produzida no contexto que precedeu os acontecimentos de Maio de
1968, A sociedade do espetáculo é um livro genial e único, precursor de toda
análise crítica da moderna sociedade de consumo. Para Antonio Negri, é um dos
dez livros mais importantes do século. Para Jean–Jacques Pauvert, “não
antecipou 1968, como normalmente se diz; antecipou o século XXI”. Está certo:
nunca a tirania das imagens e a submissão alienante ao império da mídia,
denunciadas por Debord, foram tão fortes como agora. Nunca os profissionais do
espetáculo tiveram tanto poder: invadiram todas as fronteiras e conquistaram
todos os domínios — da arte à economia, da vida cotidiana à política —,
passando a organizar de forma consciente e sistemática o império da
passividade. O livro é, sem dúvida, a mais aguda crítica à sociedade que se
organiza em torno dessa falsificação da vida comum.”
Texto 03.
“Nosso tempo,
sem dúvida ... prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à
realidade, a aparência ao ser. . . O que é sagrado não passa de ilusão, pois a
verdade está no profano. Ou seja, à medida que decresce a verdade a ilusão
aumenta, e o sagrado cresce a seus olhos de forma que o cúmulo da ilusão é
também o cúmulo do sagrado.” (Ludwig Feuerbach, “A essência do Cristianismo”)
Texto 04.
Texto 05.
Texto 06.
‘O espetáculo – diz Debord – consiste na multiplicação de
ícones e imagens, principalmente através dos meios de comunicação de massa, mas
também dos rituais políticos, religiosos e hábitos de consumo, de tudo aquilo
que falta à vida real do homem comum: celebridades, atores, políticos,
personalidades, gurus, mensagens publicitárias – tudo transmite uma sensação de
permanente aventura, felicidade, grandiosidade e ousadia. O espetáculo é a
aparência que confere integridade e sentido a uma sociedade esfacelada e
dividida. É a forma mais elaborada de uma sociedade que desenvolveu ao extremo
o ‘fetichismo da mercadoria’ (felicidade identifica-se a consumo). Os meios de
comunicação de massa – diz Debord – são apenas ‘a manifestação superficial mais
esmagadora da sociedade do espetáculo, que faz do indivíduo um ser infeliz,
anônimo e solitário em meio à massa de consumidores.” (José Arbex Jr, “Showrnalismo:
a notícia como espetáculo”)
Texto 07.
“Os homens criam as ferramentas, as ferramentas recriam
os homens.” (atribuído a Malcolm McLuhan)
Texto 08.
“Quando o mundo real se transforma em simples imagens, as
simples imagens tornam-se seres reais e motivações eficientes de um
comportamento hipnótico. O espetáculo, como tendência a fazer ver (por
diferentes mediações especializadas) o mundo que já não se pode tocar
diretamente, serve-se da visão como sendo o sentido privilegiado da pessoa
humana – o que em outras épocas fora o tato; o sentido mais abstrato, e mais
sujeito à mistificação, corresponde à abstração generalizada da sociedade
atual. Mas o espetáculo não pode ser identificado pelo simples olhar, mesmo que
este esteja acoplado à escuta. Ele escapa à atividade do homem, à
reconsideração e à correção de sua obra. É o contrário do diálogo. Sempre que
haja representação independente, o espetáculo se reconstitui.” (Guy Debord, “A
sociedade do espetáculo”)
Situação
2015-64A - Dissertação (USP, Unesp, Uniube, etc.)
Faça uma
dissertação sobre a seguinte afirmação.
Na
sociedade atual, tudo pode tornar-se “espetáculo” por meio da imprensa, dos
meios de comunicação de massa e das tecnologias da informação e comunicação.
Instruções:
1. Lembre-se de
que a situação de produção de seu texto requer o uso da norma padrão da língua
portuguesa.
2. A redação
deverá ter entre 25 e 30 linhas.
3. Dê um título
a sua redação.
Situação
2015-64B – Outros gêneros textuais - Discurso (Unicamp, UEL, etc.)
Crie um discurso para ser lido por um importante político
brasileiro sobre a "sociedade do espetáculo". É importante que se faça um
panorama a respeito dela. Além disso, defenda uma opinião a respeito desse
conceito.
Instruções
gerais:
1. Se for o caso
do gênero textual em questão, dê um título para sua redação. Esse título deverá
deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3. Se a
estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da
assinatura: José ou Josefa. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo,
apelido, etc. na folha de prova.
4. Utilize
trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e
parafraseie-os.
5. Não copie
trechos dos textos motivadores ao fazer sua redação.
6. Quanto ao
número mínimo e máximo de linhas e de acordo com o vestibular pretendido,
informe qual o vestibular que você irá prestar para que possamos adequar a
correção às exigências do concurso escolhido.
Situação 2015-64C - Carta argumentativa (UFU, Unicamp,
UEL, etc.)
Faça uma carta para o Ministério da Cultura em que você
informe e defenda a sua opinião sobre a chamada sociedade do Espetáculo.
Situação 2015-64D – Artigo de opinião (UFU, Unicamp,
UEL, etc.)
Redija um artigo de opinião sobre a seguinte relação:
sociedade do espetáculo e banalização da vida.
Situação 2015-64E – Editorial (UFU, Unicamp, UEL,
etc.)
Faça um editorial sobre os mais relevantes efeitos da
existência de uma “sociedade do espetáculo” no Brasil contemporâneo.
Instruções UFU:
1. Após a
escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta
e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2. Se for o
caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto
da situação escolhida que você pretende abordar.
3. Se a
estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da
assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo,
apelido, etc. na folha de prova.
4. Utilize
trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e
parafraseie-os.
5. Não copie
trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6. Mínimo de 25
e máximo de 30 linhas.
7. ATENÇÃO: se
você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que
escolheu, sua redação será penalizada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário