Opera10 – Funções da linguagem
Lista de exercícios
Professor Estéfani Martins
1 – Enem-2014-2
Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e
ainda sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o significado. Sabe-se,
só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo dizer:
antipodático, sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito: indivíduo pedante,
importuno agudo, falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais que,
tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se verá, embirrando o hipotrélico
em não tolerar neologismos, começa ele por se negar nominalmente a própria
existência.
(ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2001)
(fragmento).
Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depreende-se
a predominância de uma das funções da
a) metalinguística,
pois o trecho tem como propósito essencial usar a língua portuguesa para
explicar a própria língua, por isso a utilização de vários sinônimos e definições.
b) referencial,
pois o trecho tem como principal objetivo discorrer sobre um fato que não diz
respeito ao escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira pessoa.
c) fática,
pois o trecho apresenta clara tentativa de estabelecimento de conexão com o
leitor, por isso o emprego dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”.
d) poética,
pois o trecho trata da criação de palavras novas, necessária para textos em
prosa, por isso o emprego de “hipotrélico”.
e) expressiva,
pois o trecho tem como meta mostrar a subjetividade do autor, por isso o uso do
advérbio de dúvida “talvez”.
2 – Opera10
“Abrimos o Brasil a todo o mundo: mas queremos que o
Brasil seja Brasil! Queremos conservar a nossa raça, a nossa história, e, principalmente,
a nossa língua, que é toda a nossa vida, o nosso sangue, a nossa alma, a nossa
religião.”
(BILAC, O. Últimas conferências e discursos. Rio de
Janeiro: Francisco Alves, 1927.)
Nessa afirmação, Olavo Bilac defende a necessidade de uma
mobilização em prol da cultura brasileira. Para além da função emotiva que é
fundamental na construção do texto, o tom convocatório faz com que outra função
seja importante para a criação de sentido do texto em questão. Qual é ela?
a) Fática
b) Conativa
c) Referencial
d) Metalinguística
e) Poética
3 – Enem-2011-2
Uma luz na evolução
Dois fósseis descobertos na África do Sul, dotados de inusitada
combinação de características arcaicas e modernas, podem ser ancestrais diretos
do homem.
Os últimos quinze dias foram excepcionais para o estudo
das origens do homem. No fim de março, uma falange fossilizada encontrada na
Sibéria revelou uma espécie inteiramente nova de hominídeo que existia há 50
000 anos. Na semana passada, cientistas da Universidade de Witwatersrand, na
África do Sul, anunciaram uma descoberta similar. São duas as ossadas bastante
completas ― a de um menino de 12 anos e a de uma mulher de 30 ― encontradas na caverna
Malapa, a 40 quilômetros de Johannesburgo. Devido à abundância de fósseis, a
região é conhecida como Berço da Humanidade.
(Veja. Abr. 2010) (adaptado).
Sabe-se que as funções da linguagem são reconhecidas por
meio de recursos utilizados segundo a produção do autor, que, nesse texto,
centra seu objetivo
a)na
linguagem utilizada, ao enfatizar a maneira como o texto foi escrito, sua
estrutura e organização.
b)em
si mesmo, ao enfocar suas emoções e sentimentos diante das descobertas feitas.
c)no
leitor do texto, ao tentar convencê-lo a praticar uma ação, após sua leitura.
d)no
canal de comunicação utilizado, ao querer certificar-se do entendimento do
leitor.
e)no
conteúdo da mensagem, ao transmitir uma informação ao leitor.
4 – Enem 2014-3
O telefone tocou.
— Alô? Quem fala?
— Como? Com quem deseja falar?
— Quero falar com o sr. Samuel Cardoso.
— É ele mesmo. Quem fala, por obséquio?
— Não se lembra mais da minha voz, seu Samuel?
Faça um esforço.
— Lamento muito, minha senhora, mas não me
lembro. Pode dizer-me de quem se trata?
(ANDRADE, C. D. Contos de aprendiz. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1958.)
Pela insistência em manter o contato entre o emissor e o receptor,
predomina no texto a função
a) metalinguística.
b) fática.
c) referencial.
d) emotiva.
e) conativa.
5 – Insper
“A cena cotidiana, que a maioria já vivenciou, sempre
serviu como exemplo de conversa superficial. "Está quente hoje",
comenta um. "Será que vai chover?", indaga o interlocutor
desinteressado.
Para uma fatia dos moradores da região metropolitana de
São Paulo, contudo, a pergunta não é mais retórica.
Revela, ao contrário, preocupação genuína com a situação
do sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento hídrico de 8,8 milhões de
pessoas.
Por causa da estiagem incomum, tornaram-se frequentes, e
não só nos elevadores, os diálogos sobre um possível racionamento em parte da
capital e em municípios próximos. A Sabesp (companhia paulista de saneamento
básico), por ora, descarta essa hipótese e assegura o suprimento até março de
2015.” (Folha de S. Paulo, 24/07/2014)
O fragmento
acima evidencia os
propósitos comunicativos dos
falantes, a partir
de escolhas linguísticas
que exploram diferentes funções de linguagem. Dessa forma, de
acordo com o texto, a preocupação com a seca fez com que os diálogos dos paulistanos acerca da previsão do
tempo deixassem de cumprir unicamente o objetivo da função
a) emotiva
b) apelativa
c) referencial
d) metalinguística
e) fática
6
- Opera10
Sobre
o Fim da História
A
pólvora já tinha sido inventada, a Bastilha posta abaixo
e
o czar fuzilado quando eu nasci. Embora não me res-
tasse
mais nada por fazer, cultivei ciosamente a minha
miopia
para poder investir contra moinhos de vento.
Eles
até que foram simpáticos comigo e os de minha ge-
ração.
Fingiam de gigantes, davam berros horríves só
para
nos animar a atacá-los.
Faz
tempo que os sei meros moinhos. Por isso os derrubei
e
construí em seu lugar uma nova bastilha.
Vou
ver se escondo agora a fórmula da pólvora e ar-
ranjo
um outro czar para o trono.
Quero
que meus filhos comecem bem a vida. (José Paulo Paes)
Sobre
a teoria das funções e das figuras de linguagem, marque a alternativa correta.
a) A
função da linguagem predominante é a conativa e há paradoxos entre as figuras
de linguagem presentes no texto.
b) A
função da linguagem predominante é a emotiva e há uma prosopopeia entre as
figuras de linguagem presentes no texto.
c) A
função da linguagem predominante é a emotiva e há antíteses entre as figuras de
linguagem presentes no texto.
d) A
função da linguagem predominante é a conativa e há prosopopeias entre as figuras
de linguagem presentes no texto.
e) A
função da linguagem predominante é a emotiva e há anacolutos entre as figuras
de linguagem presentes no texto.
7 - UFS
Disparidades raciais
Fator decisivo para a superação do sistema colonial, o fim do trabalho escravo foi seguido pela criação do mito da democracia racial no Brasil. Nutriu-se, desde então, a falsa ideia de que haveria no país um convívio cordial entre as diversas etnias.
Fator decisivo para a superação do sistema colonial, o fim do trabalho escravo foi seguido pela criação do mito da democracia racial no Brasil. Nutriu-se, desde então, a falsa ideia de que haveria no país um convívio cordial entre as diversas etnias.
Aos poucos, porém, pôde-se ver que a coexistência
pouco hostil entre brancos e negros, por exemplo, mascarava a manutenção de uma
descomunal desigualdade socioeconômica entre os dois grupos e não advinha de
uma suposta divisão igualitária de oportunidades.
O cruzamento de alguns dados do último censo do
IBGE relativos ao Rio de Janeiro permite dimensionar algumas dessas inequívocas
diferenças. Em 91, o analfabetismo no Estado era 2,5 vezes maior entre negros
do que entre brancos, e quase 60% da população negra com mais de 10 anos não
havia conseguido ultrapassar a 4ª. série do 1º. grau, contra 39% dos brancos.
Os números relativos ao ensino superior confirmam a cruel seletividade imposta
pelo fator socioeconômico: até aquele ano, 12% dos brancos haviam concluído o
3º. Grau, contra só 2,5% dos negros.
É inegável que a discrepância racial vem diminuindo
ao longo do século: o analfabetismo no Rio de Janeiro era muito maior entre
negros com mais de 70 anos do que entre os de menos de 40 anos. Essa queda,
porém, ainda não se traduziu numa proporcional equalização de oportunidades.
Considerando que o Rio de Janeiro é uma das
unidades mais desenvolvidas do país e com acentuada tradição urbana, parece
inevitável extrapolar para outras regiões a inquietação resultante desses
dados. (Folha de São Paulo, 9. de jun. de 1996. Adaptado).
Considerando as funções que a linguagem pode
desempenhar, reconhecemos que, no texto acima, predomina a função:
a) apelativa: alguém pretende convencer o interlocutor acerca da
superioridade de um produto.
b) expressiva: o autor tenciona apenas transparecer seus sentimentos e
emoções pessoais.
c) fática: o propósito comunicativo em jogo é o de entrar em contato com o
parceiro da interação.
d) estética: o autor tem a pretensão de despertar no leitor o prazer e a
emoção da arte pela palavra.
e) referencial: o autor discorre acerca de um tema e expõe sobre ele
considerações pertinentes.
8 – Opera10
Quais as funções da linguagem preponderantes na
propaganda acima:
a) Emotiva e referencial.
b) Emotiva e poética.
c) Emotiva e conativa.
d) Conativa e metalinguística.
e) Fática e referencial.
9 – Opera10
Aplique as teorias das funções e das figuras de linguagem
e marque a alternativa correta.
a) No
trecho de autoria do escritor angolano José Eduardo Agualusa, pode se notar a
predominância da função poética da linguagem e a presença do antítese na
construção da sentença.
"Um alfarrabista organizado, metódico, sugere-me
algo vagamente monstruoso, capaz de ofender a ordem natural das coisas, um
pouco como um lagarto com duas cabeças, um advogado ingênuo, um general
pacifista." ("Discurso Sobre o Fulgor da Língua", no livro
Manual Prático de Levitação. Rio de Janeiro: Gryphus, 2005, pág. 96).
b) No
trecho de autoria de Luiz Vilela presente no conto “O suicida”, pode-se notar
algumas figuras de linguagem como a metonímia e a gradação ascendente, além da
função poética.
"A decepção era geral, todo mundo se sentia logrado.
O único que vi contente com a coisa foi um dos estudantes: tinham apostado uma
Brahma, e o que apostara que ninguém ia suicidar ria e gozava o outro, dando
soquinhos. Mas o outro ainda não se dera por vencido; ainda não estava escuro,
o sujeito ainda podia pular. Mas ninguém pulou mesmo." ("O
Suicida", no livro Os Melhores Contos de Luiz Vilela. São Paulo: Global,
1988, pág. 129).
c) Abaixo
o trecho de “Lavoura Arcaica”, de Raduan Nassar é construído com o uso de
anáfora, anacoluto e prosopopeia.
"O tempo, o tempo é versátil, o tempo faz diabruras,
o tempo brincava comigo, o tempo se espreguiçava provocadoramente [...]."
(Lavoura Arcaica. São Paulo: Cia. das Letras, 1989, pág. 95).
d) No
fragmento abaixo, João Ubaldo Ribeiro utiliza-se de um eufemismo e da função
fática da linguagem para construir o texto.
"Vítima contumaz do terrorismo médico que nos assola
em jornais, revistas e reuniões sociais, todo dia me convencem de que serei
ceifado ou, no mínimo, entortado definitivamente pelas doenças que nos pegarão,
quer deixemos de fazer, quer persistamos em fazer alguma coisa."
("Mantendo a Forma", em O Conselheiro Come. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2000, pág. 86).
e) No
trecho de “O fiel e a pedra” de Osman Lins, há uma hipálage, metáforas e
epístrofes.
"Olhou a esposa. Ela cruzara os pés e estava de
sapatos, aqueles sapatos negros e já velhos, resguardados pelo seu zelo
diligente contra o uso e o tempo." (O Fiel e a Pedra. São Paulo: Summus,
1979, pág. 204).
10 – Enem-2006
A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele e quem sabe,
e vai desmatando 10
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquemáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.
O português são dois; o outro, mistério.
(Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar. Rio
de Janeiro: José Olympio, 1979.)
Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta
expressa o contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em
a) situações formais e informais.
b) diferentes regiões dos pais.
c) escolas literárias distintas.
d) textos técnicos e poéticos.
e) diferentes épocas
11 – Enem-2007
O canto do guerreiro
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?
(Gonçalves Dias)
Macunaíma
(Epílogo)
Acabou-se a história e morreu a vitória.
Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas
e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles
lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles
matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à
beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da
tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói?
(Mário de Andrade)
Considerando-se a linguagem desses dois textos,
verifica-se que
a) a função da linguagem centrada no receptor está
ausente tanto no primeiro quanto no segundo texto.
b) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto,
no segundo, predomina a linguagem formal.
c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma
palavra de origem indígena.
d) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na
forma de organização da linguagem e, no segundo, no relato de informações
reais.
e) a função da linguagem centrada na primeira pessoa, predominante
no segundo texto, está ausente no primeiro.
12 - Enem Cancelado-2009
Sentimental
1 Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas 4 e debruçados
na
mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.
Desgraçadamente falta uma letra, 7 uma letra somente para
acabar teu nome!
— Está sonhando? Olhe que a sopa esfria!
10 Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências este cartaz amarelo:
"Neste
país é proibido sonhar."
(ANDRADE, C. D. Seleta em Prosa e Verso. Rio de Janeiro:
Record, 1995.)
Com base na leitura do poema, a respeito do uso e da predominância
das funções da linguagem no texto de Drummond, pode-se afirmar que
a) por meio dos versos "Ponho-me a escrever teu
nome" (v.1) e "esse romântico trabalho" (v.5), o poeta faz referências
ao seu próprio ofício: o gesto de escrever poemas líricos.
b) a linguagem essencialmente poética que constitui os versos
"No prato, a sopa esfria, cheia de escamas e debruçados na mesa todos
contemplam" (v.3 e 4) confere ao poema uma atmosfera irreal e impede o
leitor de reconhecer no texto dados constitutivos de uma cena realista.
c) na primeira estrofe, o poeta constrói uma linguagem centrada
na amada, receptora da mensagem, mas, na segunda, ele deixa de se dirigir a ela
e passa a exprimir o que sente.
d) em "Eu estava sonhando..." (v. 10), o poeta
demonstra que está mais preocupado em responder à pergunta feita anteriormente
e, assim, dar continuidade ao diálogo com seus interlocutores do que em
expressar algo sobre si mesmo.
e) no verso "Neste país é proibido sonhar." (v.
12), o poeta abandona a linguagem poética para fazer uso da função referencial,
informando sobre o conteúdo do "cartaz amarelo" (v.11) presente no
local.
13 – Mack-2005
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto
expediente
[protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.
(...)
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico.
(Manuel Bandeira)
Assinale a afirmativa correta.
a) O lirismo caracterizado no terceiro verso é o oposto
do lirismo comedido (primeiro verso).
b) No quarto verso, o eu lírico repudia o envolvimento amoroso.
c) Raquítico e Sifilítico, nesse contexto, são palavras antônimas.
d) No terceiro verso, as expressões que caracterizam o lirismo
pertencem a campos semânticos diferentes.
e) A palavra lirismo, no poema, é índice de função metalinguística,
isto é, revela que o assunto do poema é o próprio fazer poético.
14 - Unifesp-2004
fora de si
eu fico louco
eu fico fora de si
eu fica assim
eu fica fora de mim
eu fico um pouco
depois eu saio daqui
eu vai embora
eu fico fora de si
eu fico oco
eu fica bem assim
eu fico sem ninguém em mim.
A leitura do poema permite afirmar corretamente que o poeta
explora a ideia de
a) buscar a completude no Outro, conforme atesta a função
apelativa, reforçando que o Eu, quando fora de si, necessariamente se funde com
o Outro.
b) sair de sua criação artística, retratando, pela função
poética, a contradição do fazer literário, que não atinge o poeta.
c) perder a noção de si mesmo, e também perder a noção das
outras pessoas, o que se mostra num poema metalinguístico.
d) extravasar o seu sentimento, como denuncia a função emotiva,
reafirmando a situação de desencanto e desengano do poeta.
e) criar literariamente como brincar com as palavras, o
que se pode comprovar pela função fática da linguagem.
15 - PUC-SP
A questão é
começar
Coçar e comer é
só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa
livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada,
o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa.
Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol. No escrever também
poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com
que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à
diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma
mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que
antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra
forma de conversar.
Assim fomos
“alfabetizados”, em obediência a certos rituais. Fomos induzidos a, desde o
início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento
e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o
resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como
necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas
transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas
inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve
antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem
pensar em você por perto, espiando o que escrevo. Não me deixe falando
sozinho.”
Pois é; escrever
é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis,
virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente
presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na
roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.
(Marques, M.O.
Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).
Observe a
seguinte afirmação feita pelo autor: “Em nossa civilização apressada, o “bom
dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto
servindo, fala-se do tempo ou de futebol.” Ela faz referência à função da
linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”. Indique a alternativa que explicita
essa função.
a) Função emotiva
b) Função
referencial
c) Função fática
d) Função
conativa
e) Função poética
Onde está o gabarito ?
ResponderExcluirOnd3
ResponderExcluirOnde está o gabarito?
ResponderExcluirGabaritooo?
ResponderExcluirComo posso conferir? cadê o gabarito?
ResponderExcluirComo faço para conferir o gabarito?
ResponderExcluirCadê o
ResponderExcluirGabarito??
pora cade o gabarito carai
ResponderExcluirGabarito?
ResponderExcluirGabarito?
ResponderExcluirAlguém poderia passar o gabarito, por favor!
ResponderExcluirGabarito
ResponderExcluirgabaritoooo???????
ResponderExcluircadê o gabaritoooo
ResponderExcluirOnde está o gabarito
ResponderExcluir?
ResponderExcluircadê o gabarito?
ResponderExcluirEstão pedindo o gabarito desde 2019 e ninguém coloca, gente o que é isso aqui kkkkkk
ResponderExcluir