
Opera10 – Figuras de linguagem
Lista de exercícios
Professor Estéfani Martins
1 - Opera10
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O humor do primeiro quadro da tira acima centra-se em qual das figuras de
linguagem abaixo:
a)
Ironia.
b)
Eufemismo.
c)
Catacrese.
d)
Prosopopeia.
e)
Sinestesia.
2 - PUC-SP (Modificada)
Considere os seguintes trechos de “A Hora da Estrela”:
“Embora a moça anônima da história seja tão antiga que
podia ser uma figura bíblica. Ela era subterrânea e nunca tinha tido floração.
Minto: ela era capim.”
“Se a moça soubesse que minha alegria também vem de minha
mais profunda tristeza e que a tristeza era uma alegria falhada. Sim, ela era
alegrezinha dentro de sua neurose. Neurose de guerra.”
Neles predominam, respectivamente, as seguintes figuras
de linguagem:
a) inversão e hipérbole.
b) pleonasmo e oxímoro.
c) metáfora e paradoxo.
d) metonímia e metáfora.
e) eufemismo e antítese.
3 - Opera10
Os desastres de Sofia
Qualquer que tivesse sido o seu trabalho anterior, ele o
abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso
primário: era tudo o que sabíamos dele.
O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros
contraídos. Em vez de nó na garganta, tinha ombros contraídos. Usava paletó
curto demais, óculos sem aro, com um fio de ouro encimando o nariz grosso e
romano. E eu era atraída por ele. Não amor, mas atraída pelo seu silêncio e
pela controlada impaciência que ele tinha em nos ensinar e que, ofendida, eu
adivinhara. Passei a me comportar mal na sala. Falava muito alto, mexia com os
colegas, interrompia a lição com piadinhas, até que ele dizia, vermelho:
- Cale-se ou expulso a senhora da sala.
Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me
mandar! Ele não mandava, senão estaria me obedecendo. Mas eu o exasperava tanto
que se tornara doloroso para mim ser objeto do ódio daquele homem que de certo
modo eu amava. Não o amava como a mulher que eu seria um dia, amava-o como uma
criança que tenta desastrosamente proteger um adulto, com a cólera de quem
ainda não foi covarde e vê um homem forte de ombros tão curvos. (...) (Clarice
Lispector)
Há na expressão “...um homem forte de ombros tão curvos.”
uma figura de linguagem. Marque a alternativa correta a esse respeito.
a)
Oxímoro
b)
Antítese
c)
Catacrese
d)
Anáfora
e)
Anacoluto
4 - Opera10
Leia atentamente o aforismo abaixo:
O texto acima foi construído tento como base um
tipo de figura de linguagem que é central na estratégia argumentativa usada no
texto acima, marque a alternativa correta:
a) Antítese
b) Paradoxo
c) Prosopopeia
d) Metáfora
e) Metonímia
5 – Opera10
Qual a figura de linguagem que é o principal elemento
construtor do nome dessa importante banda da música brasileira da década de
1970.
a)
Sinestesia
b)
Anáfora
c)
Paradoxo
d)
Anacoluto
e)
Silepse
6 – Opera10
A capa de uma das edições do livro “A revolução dos
bichos” de George Orwell reflete uma dos principais aspectos da trama do livro
que foi fundada numa figura de linguagem. Marque a alternativa correta a
respeito disso:
a)
Epígrafe
b)
Epílogo
c)
Prosopopeia
d)
Símile
e)
Sinédoque
7 – Opera10
Sobre a teoria das figuras de linguagem, marque a
alternativa correta.
a) A expressão “Mulheres, como viver sem elas?” é
um exemplo de anacoluto.
b) A expressão “Ela trabalha, ela estuda, ela é
mãe, ela é pai, ela é tudo!” é um caso de antonomásia.
c) A expressão “Ela queimou o céu da boca.” é um
exemplo de metáfora.
d) A expressão “Estou cego e vejo. Arranco os olhos
e vejo.” é um exemplo de antítese.
e) A expressão “A vida ensinou-me tudo que sei.” é
um caso de hipérbato.
8 – FGV
Leia atentamente o texto e responda à questão que a ele
se refere.
O Mundo das Não-palavras
Já o disseram muitos, e de várias maneiras, que os
problemas do conhecer e do compreender centralizam-se em torno da relação entre
a linguagem e a realidade, entre o símbolo
e o fato. Estas marcas de tinta sobre as quais correm nossos olhos, essas
marcas de tinta que concordamos em
chamar palavras, e estas palavras que concordamos em aceitar como “moeda legal”
para a troca de informações, por que mágica, por que regras prosaicas, exercem elas
suas estranhas funções? Se olharmos demoradamente para uma palavra, ela se
converterá, de fato, para nós em meras marcas de tinta dentro de um padrão peculiar
de linhas. A princípio, parece escrita corretamente, depois já não podemos ter
certeza disso, e finalmente somos dominados
pela impressão de que o simples cogitar de sua grafia é penetrar nos mais intrincados labirintos da Humanidade.
Está claro que, se olharmos reflexivamente para qualquer
coisa por um espaço de tempo suficientemente longo, como um bezerro olha para
uma porteira nova, ela tende a aparecer afinal como se fosse totalmente
inexplicável. Um grande filósofo observou, de uma feita, que a mais estranha
invenção em toda a História era essa cobertura peculiar para o pé humano que
nós denominamos meia. Ele estivera olhando para uma delas durante vários
minutos. Há momentos, contudo, em que parece impossível que qualquer outra invenção
humana pudesse ser mais surpreendente e estranha do que uma palavra - a palavra
meia, por exemplo.
(Wendell Johnson, tradução de Octavio Mendes Cajado.)
No texto, encontra-se o seguinte trecho sublinhado: Já o
disseram muitos, e de várias maneiras, que os problemas (...). Nesse trecho, ocorre a seguinte figura:
a) Personificação.
b) Pleonasmo.
c) Hipérbole.
d) Silepse.
e) Ironia.
9 - Unifor
O cronista trabalha com um instrumento de grande
divulgação, influência e prestígio, que é a palavra impressa. Um jornal, por
menos que seja, é um veículo de idéias que são lidas, meditadas e observadas
por uma determinada corrente de pensamento formada à sua volta.
Um jornal é um pouco como um organismo humano. Se o
editorial é o cérebro; os tópicos e notícias, as artérias e veias; as
reportagens, os pulmões; o artigo de fundo, o fígado; e as seções, o aparelho
digestivo - a crônica é o seu coração. A crônica é matéria tácita de leitura,
que desafoga o leitor da tensão do jornal e lhe estimula um pouco a função do
sonho e uma certa disponibilidade dentro de um cotidiano quase sempre “muito
tido, muito visto, muito conhecido”, como diria o poeta Rimbaud.
Daí a seriedade do ofício do cronista e a freqüência com
que ele, sob a pressão de sua tirania diária, aplica-lhe balões de oxigênio. Os
melhores cronistas do mundo, que foram os do século XVIII, na Inglaterra - os
chamados essayists - praticaram o essay, isto de onde viria a
sair a crônica moderna, com um zelo artesanal tão proficiente quanto o de um
bom carpinteiro ou relojoeiro. Libertados da noção exclusivamente moral do primitivo
essay, os oitocentistas ingleses deram à crônica suas primeiras lições
de liberdade, casualidade e lirismo, sem perda do valor formal e da
objetividade. Addison, Steele, Goldsmith e sobretudo Hazlitt e Lamb - estes os
dois maiores, - fizeram da crônica, como um bom mestre carpinteiro o faria com
uma cadeira, um objeto leve mas sólido, sentável por pessoas gordas ou magras.
(...)
Num mundo doente a lutar pela saúde, o cronista não se
pode comprazer em ser também ele um doente; em cair na vaguidão dos neurastenizados
pelo sofrimento físico; na falta de segurança e objetividade dos enfraquecidos
por excessos de cama e carência de exercícios. Sua obrigação é ser leve, nunca
vago; íntimo, nunca intimista; claro e preciso, nunca pessimista. Sua crônica é
um copo d’água em que todos bebem, e a água há de ser fresca, limpa, luminosa,
para satisfação real dos que nela matam a sede.
(Vinicius de Moraes. Poesia Completa e Prosa. Aguilar,
1974, p. 591-2)
Há no 2o parágrafo do texto preferência
pelo emprego de
a) ironia.
b) antítese.
c) eufemismo.
d) metáfora.
e) hipérbole.
10 – Ufscar
O pregar há-de ser como quem semeia, e não como quem
ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas como as estrelas. (...) Todas as estrelas
estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência, não é ordem que faça
lavor. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o
sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte há-de estar branco, da outra
há-de estar negro; se de uma parte está dia, da outra há-de estar noite; se de
uma parte dizem luz, da outra hão-de dizer sombra; se de uma parte dizem
desceu, da outra hão-de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão
duas palavras em paz? Todas hão-de estar sempre em fronteira com o seu
contrário? Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavras.
(Padre Antônio Vieira, Sermão da Sexagésima.)
A metáfora do xadrez é explicada, no texto, com a
seguinte figura de linguagem:
a) hipérbole.
b) antítese.
c) repetição.
d) rima.
e) metonímia.
11 – Fuvest
O filme Cazuza - O tempo não pára me deixou numa
espécie de felicidade pensativa. Tento explicar por quê.
Cazuza mordeu a vida com todos os dentes. A doença e a
morte parecem ter-se vingado de sua paixão exagerada de viver. É impossível
sair da sala de cinema sem se perguntar mais uma vez: o que vale mais, a
preservação de nossas forças, que garantiria uma vida mais longa, ou a livre
procura da máxima intensidade e variedade de experiências?
Digo que a pergunta se apresenta “mais uma vez” porque a
questão é hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutória. (...) Obedecemos a uma
proliferação de regras que são ditadas pelos progressos da prevenção. Ninguém
imagina que comer banha, fumar, tomar pinga, transar sem camisinha e combinar,
sei lá, nitratos com Viagra seja uma boa ideia. De fato não é. À primeira
vista, parece lógico que concordemos sem hesitação sobre o seguinte: não há ou
não deveria haver prazeres que valham um risco de vida ou, simplesmente, que
valham o risco de encurtar a vida. De que adiantaria um prazer que, por assim
dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado?
Os jovens têm uma razão básica para desconfiar de uma
moral prudente e um pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos
suplementares. É que a morte lhes parece distante, uma coisa com a qual a gente
se preocupará mais tarde, muito mais tarde. Mas sua vontade de caminhar na
corda bamba e sem rede não é apenas a inconsciência de quem pode esquecer que
“o tempo não pára”. É também (e talvez sobretudo) um questionamento que nos
desafia: para disciplinar a experiência, será que temos outras razões que não
sejam só a decisão de durar um pouco mais?
(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo)
As opções de vida que se caracterizam pela “preservação
de nossas forças” e pela “procura da máxima intensidade e variedade de
experiências” estão metaforizadas no texto, respectivamente, pelas expressões:
a) “regras” e “moral prudente”.
b) “galho” e “corda bamba”.
c) “dentes” e “rede”.
d) “prazeres” e “progressos da prevenção”.
e) “risco de vida” e “tempos suplementares”.
12 - Fuvest
“Assim, pois, o sacristão da Sé, um dia, ajudando à
missa, viu entrar a dama, que devia ser sua colaboradora na vida de Dona
Plácida. Viu-a outros dias, durante semanas inteiras, gostou, disse-lhe alguma
graça, pisou--lhe o pé, ao acender os altares, nos dias de festa. Ela gostou
dele, acercaram-se, amaram-se. Dessa conjunção de luxúrias vadias brotou Dona
Plácida. É de crer que Dona Plácida não falasse ainda quando nasceu, mas se
falasse podia dizer aos autores de seus dias: - Aqui estou. Para que me
chamastes? E o sacristão e a sacristã naturalmente lhe responderiam: -
Chamamos-te para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal,
ou não comer, andar de um lado para outro, na faina, adoecendo e sarando, com o
fim de tornar a adoecer e sarar outra vez, triste agora, logo desesperada,
amanhã resignada, mas sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até
acabar um dia na lama ou no hospital; foi para isso que te chamamos, num
momento de simpatia”.
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)
Consideradas no contexto em que ocorrem, constituem um
caso de antítese as expressões:
a) “disse-lhe alguma graça” - “pisou-lhe o pé”.
b) “acercaram-se” - “amaram-se”.
c) “os dedos nos tachos” - “os olhos na costura”.
d) “logo desesperada” - “amanhã resignada”.
e) “na lama” - “no hospital”.
13 – Unifesp
Maria Bofetão
A surra que Maria Clara aplicou na vilã Laura levantou a
audiência da novela Celebridade.
Na segunda-feira passada, 28 tabefes bem aplicados pela
heroína Maria Clara (Malu Mader) derrubaram a ignóbil Laura (Cláudia Abreu) e
levantaram a audiência de Celebridade, a novela das 8 da Globo. (…)
Tanto a mocinha quanto a vilã ganharam nova dimensão nos
últimos tempos. Maria Clara, depois de perder sua fortuna, deixou de ser apenas
uma patricinha magnânima e insossa, a aborrecida Maria Chata. Ela ganhou fibra
e mostrou que não tem sangue de barata. Quanto a Laura, ficou claro que sua
maldade tem proporções oceânicas: continuou com suas perfídias mesmo depois de
conquistar a fama e o dinheiro que almejava. Por tripudiar tanto assim sobre a
inimiga, atraiu o ódio dos noveleiros.
(Veja, 05.05.2004.)
Em “Quanto a Laura, ficou claro que sua maldade tem
proporções oceânicas”, a figura de linguagem presente é
a) uma metáfora, já que compara a maldade com o oceano.
b) uma hipérbole, pois expressa a idéia de uma maldade
exagerada.
c) um eufemismo, já que não afirma diretamente o quanto
há de maldade.
d) uma ironia, pois se reconhece a maldade, mas ficam
pressupostos outros sentidos.
e) um pleonasmo, já que entre maldade e oceânicas há uma
repetição de sentido.
14 – Mack
Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo mar
Eritreu a conquistar a Índia, e como fosse trazido à sua presença um pirata,
que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de
andar em tão mau ofício; porém ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu
assim: Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque
roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o
roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com
muito, os Alexandres.
Encontra-se no texto figura de linguagem típica do estilo
seiscentista. Trata-se de:
a) metáfora, presente em o roubar com muito, os
Alexandres.
b) hipérbato, presente em porém ele, que não era medroso
nem lerdo, respondeu assim.
c) antítese, presente em O roubar pouco é culpa, o roubar
muito é grandeza.
d) hipérbole, presente em repreendeu-o muito Alexandre de
andar em tão mau ofício.
e) sinestesias, presente em o roubar com pouco poder faz
os piratas, o roubar com muito, os Alexandres.
15 – Mack
O martelo
As rodas rangem na curva dos trilhos
Inexoravelmente.
Mas eu salvei do meu naufrágio
Os elementos mais cotidianos.
O meu quarto resume o passado em todas as casas que
habitei.
Dentro da noite
No cerne duro da cidade
Me sinto protegido.
Do jardim do convento
Vem o pio da coruja.
Doce como um arrulho de pomba.
Sei que amanhã quando acordar
Ouvirei o martelo do ferreiro
Bater corajoso o seu cântico de certezas.
(Manuel Bandeira)
Assinale a afirmação correta.
a) Em “Ouvirei o martelo do ferreiro/Bater” tem-se uma
metonímia.
b) A primeira estrofe particulariza a ideia geral da
segunda estrofe.
c) “Ouvirei o martelo do ferreiro” denota circunstância
de causa para o fato de acordar.
d) A conjunção “Mas”, que aparece na primeira estrofe,
estabelece oposição entre “monotonia” e “intranquilidade”.
e) O verso “Os elementos mais cotidianos” remete às
experiências mais simples, menos valorizadas pelo “eu” lírico.
Parabéns pelas questões
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