Texto 01.
“Quem é que quer flores depois
de morto?” (J. D. Salinger)
Texto 02.
“O cadáver é que é o produto
final. Nós somos apenas a matéria prima.” (Millôr Fernandes, escritor
brasileiro)
Texto 03.
No Ano Passado
Já repararam como é bom dizer
"o ano passado"? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando
tudo na outra margem...Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse
"tudo" se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraordinária
sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas. Mas no
ano passado, como eu ia dizendo, ou mais precisamente, no último dia do ano
passado deparei com um despacho da Associeted Press em que, depois de anunciado
como se comemoraria nos diversos países da Europa a chegada do Ano Novo,
informava-se o seguinte, que bem merece um parágrafo à parte:
"Na Itália, quando soarem
os sinos à meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas as panelas velhas e os
vasos rachados".
Ótimo! O meu ímpeto, modesto,
mas sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela, tendo apenas no bolso, à
guisa de explicação para as autoridades, um recorte do referido despacho. Mas
seria levar muito longe uma simples metáfora, aliás praticamente irrealizável,
porque resido num andar térreo. E, por outro lado, metáforas a gente não faz
para a Polícia, que só quer saber de coisas concretas. Metáforas são para
aproveitar em versos...
Atirei-me, pois,
metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano
passado.
Morri? Não. Ressuscitei. Que
isto da passagem de um ano para outro é um corriqueiro fenômeno de morte e
ressurreição - morte do ano velho e sua ressurreição como ano novo, morte da
nossa vida velha para uma vida nova. (Mário Quintana)
Texto 04.
“Quem não tem medo da vida
também não tem medo da morte.” (Arthur Schopenhauer)
Texto 05.
"Tenho duas armas para
lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope
do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver."
(Ariano Suassuna)
Texto 06.
“Peter Singer é um exemplo de intelectual engajado, pois
mantém uma sólida produção acadêmica e um intenso ativismo social. Isto tem lhe
rendido inúmeros reconhecimentos e problemas. Mas uma de suas maiores
polêmicas, talvez, tenha sido a reflexão sobre a morte, que inicia na
possibilidade da adequação da prática de infanticídio. No livro Ética Prática,
Singer analisa o tema ao refletir sobre o desenvolvimento do embrião, do feto e
do recém-nascido, defendendo que a questão não está em ter nascido ou não, mas
sim em ter ou não consciência de si.
Questionando fortemente a
santidade da vida humana como base do seu raciocínio, Singer afirma, também,
que a aceitação do critério de morte encefálica é uma ruptura com a perspectiva
de santidade da vida humana, pois neste caso um ser humano deixa de ser
reconhecido como uma pessoa.
Já sobre o tema da eutanásia,
Singer diferencia o procedimento voluntário, do involuntário e do não
voluntário, defendendo a eutanásia voluntária como exercício da autonomia
pessoal, que visa a reduzir um sofrimento intolerável.
Para introduzir a reflexão,
talvez seja interessante resgatar uma importante questão linguística apontada
por Giorgio Agamben, que permaneceu esquecida por muito tempo. O conceito de
Vida, do grego, pode ser associado a duas palavras: Zoé e Bios. Zoé era
utilizada para caracterizar a vida biológica em si, o estar vivo. Bios, por
outro lado, caracterizava a vida política, a relação entre as pessoas, o estar
no mundo. Sendo assim, no caso do critério encefálico, o estabelecimento da
morte de uma pessoa se associa a Bios e não a Zoé.
A necessidade de ter o
adequado entendimento sobre esta diferença entre a vida e o viver, na
perspectiva da ética e da bioética, surgiu com a realização de procedimentos
como a reanimação cardiorrespiratória, a fecundação in vitro e os novos métodos
diagnósticos.
A pergunta que surgiu quando
dos primeiros procedimentos de reanimação era sobre o status do paciente antes
e depois da sua realização. O paciente era reanimado porque tinha sofrido uma
parada cardiorrespiratória, considerada morte, mas era reanimado justamente por
este mesmo motivo. O papa Pio XII chegou a se manifestar a este respeito,
afirmando que "a caracterização da morte é um ato médico". Não é a
vida que cessa, mas sim o viver.”
Situação 2014/E4/A - dissertação (USP, Unesp,
etc.)
Faça uma
dissertação argumentativa sobre a seguinte pergunta:
A morte é o fim
de tudo?
Instruções:
- Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da
norma padrão da língua portuguesa.
- A redação deverá ter entre 25 e 30 linhas.
- Dê um título a sua redação.
Situação 2014/E4/B – Outros gêneros textuais – artigo de
opinião (UEL, Unicamp, etc.)
Faça um artigo de opinião a respeito do
direito à morte..
Instruções:
- Seu texto deve ter título.
- Seu texto deve ter no mínimo 25 e no máximo 30 linhas.
Situação 2014/E4/C - Carta argumentativa (Uniube,
Unicamp, UEL, etc.)
Escreva uma carta
argumentativa endereçada ao deputado federal no qual você votou nas últimas
eleições com o intuito de cobra dele posicionamento a respeito da eutanásia.
Para tanto, você deve defender o seu ponto de vista com o intuito de
convencê-lo.
Instruções:
1. Após a escolha de uma das situações, assinale sua
opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas
do gênero selecionado.
2. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse
título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende
abordar.
3. Se a estrutura do gênero selecionado exigir
assinatura, escreva, no lugar da assinatura faça estritamente o que estiver
informado na prova ou no caderno do candidato, no caso desta proposta passe um
traço (Uniube) ou deixe sem assinatura.
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