Proposta de redação
Leia atentamente os textos abaixo.
Texto 01.
"Cotas raciais são políticas
criadas a fim de reservar vagas em instituições públicas ou privadas para
grupos identificados por serem de uma mesa “raça”, etnia, povo, etc.,
normalmente, são mais empregadas com o intuito de incluir negros e índios, mas
existem cotas que incluem deficientes físicos, por exemplo.
O debate sobre cotas surgiu na
década de 1930 na Índia com o objetivo de incluir a casta dos chamados
intocáveis ou “dalits”, sobretudo, no sistema educacional indiano. Em 1949, a
constituição indiana passou a regulamentar cotas para “dalits” no serviço
público, na educação e em todos os órgãos estatais, devido a essa política o
número de membros dessa casta com Ensino Superior concluído subiram de 1% em
1950 para 12% em 2005. Na Malásia, políticas semelhantes beneficiam o povo
nativo, os malaios; na África do Sul, as diversas etnias de negros; na
Austrália, os aborígenes; na Nova Zelândia, os maoris; no Canadá, os esquimós;
etc.
Contudo,
o país no qual elas tiveram mais visibilidade foi os EUA desde o tempo da Luta
pelos Direitos Civis (1955-1968), dos governos Kennedy (1961-1963) e Johnson
(1963-1969), quando os negros conquistaram direitos como o de frequentar as
mesmas escolas dos brancos e o de votar e ser votados, até que começaram a ser
beneficiados por políticas de cotas iniciadas na década de 1970 e tornadas
ilegais em 2007 pela Suprema Corte dos Estados Unidos.
No
Brasil, elas tiveram início por iniciativa estadual no Rio de Janeiro que criou
políticas de cotas raciais nas universidades estaduais. Mais tarde, a UnB seria
pioneira entre as federais brasileiras nesse sentido até que, por unanimidade,
o Supremo Tribunal Federal considera-se constitucionais essas iniciativas em
2012.
O
intuito maior das cotas, segundo seus defensores, é a superação das
desigualdades socioeconômicas impostas por razões de ordem histórica, política
ou ideológica contra um determinado grupo da sociedade. É uma medida compreendida
como uma forma de “discriminação positiva” ou “ação afirmativa” para permitir
mais mobilidade e menos desigualdade social.
Sobre o
conceito de raça, tão questionado por diversas ciências e ideologias, é
fundamental que se entenda o conceito de raça por trás das cotas, o qual é
construído em torno da construção social em torno de um grupo e não acerca de
aspetos biológicos já superados pelo pensamento científico.
Para os muitos críticos dessa
iniciativa, ela é segregacionista e alheia ao mérito, já que na visão deles
gera condições para que as pessoas consigam colocações e possibilidades às
quais não merecem por não estarem tão preparadas intelectual e culturalmente
quanto outros postulantes a determinada vaga ou ocupação.” (Estéfani Martins)
Texto 02.
“Em 2001, o governo do Rio de Janeiro aprovou a lei
estadual que instaurava o primeiro sistema de cotas em ensino superior do
Brasil: Uerj e Uenf adotaram a medida já no vestibular de 2004. Foi neste ano,
aliás, que a UnB anunciou seu próprio sistema de ações afirmativas, seguida da
UFBA. Há poucos meses, em votação marcante, o STF declarou o sistema de cotas
raciais como constitucional, o que abriu portas para que o PLC saísse de vez da
gaveta e fosse levado adiante.
Evandro Piza, professor da
Faculdade de Direito da UnB e um dos responsáveis pela criação do sistema de
cotas na UFPR, anuncia que é a favor da nova lei porque ela vai obrigar as
universidades que não adotavam qualquer sistema de inclusão social ou racial a
passar a fazê-lo, mas se diz crítico com relação a alguns pontos. “A lei em si
tem vantagem – impõe políticas de ação afirmativa direto às universidade que
foram inertes. Isso é necessário. Porque a universidade é pública. Agora, por
outro lado, tem uma coisa que se esquece. O debate qualificado. Cada estado tem
uma necessidade diferente, por isso, o debate precisa ser diferente”.
Piza diz que na Universidade
de Brasília, quando o sistema foi implantado, percebeu-se que muitos alunos que
ingressavam no ensino superior da região vinham de escolas públicas. Mas se via
pouca mistura racial nos corredores. Por conta disso, 20% das vagas dessa
universidade são destinadas a pretos, pardos e índios. Na UFPR, o modelo
adotado destina 20% das vagas à escola pública e 10% a cotas raciais. “Sou
contra as cotas destinadas à escola pública. E isso não é um argumento
elitista. Ali se faz um filtro que não funciona sempre. Não pega as pessoas que
tiveram chances diminuídas no ensino público, porque só cobra três anos
cursados na rede. Na minha opinião, o número de anos tinha que aumentar. Para
seis, por exemplo”. Além disso, ele critica o sistema de declaração de renda
explicitado na lei, porque é passível de fraude.”
Texto 03.
Texto 04.
Situação
2014/57/A - Dissertação (Enem)
A partir da
leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade
escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “aspectos acerca da
implantação de cotas raciais em universidades públicas brasileiras”, apresentando
proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
Instruções Enem:
1. O rascunho da
redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto
definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A redação com
até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota
zero.
4. A redação que
fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá
nota zero.
5. A redação que
apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá
nota zero.
6. A redação que
apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões
terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.
Situação
2014/57/B - Dissertação (USP, Unesp, etc.)
Faça uma
dissertação que comunique de forma clara e precisa sua opinião a respeito do
argumento defendido no texto 04 da coletânea.
Instruções:
1. Lembre-se de
que a situação de produção de seu texto requer o uso da norma padrão da língua
portuguesa.
2. A redação
deverá ter entre 25 e 30 linhas.
3. Dê um título
a sua redação.
Situação
2014/57/C – Relato (UFU, Unicamp, UEL, etc.)
Escreva um
relato a respeito da questão racial no Brasil que envolva também a política pública de cotas raciais.
Instruções:
1. Após a
escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta
e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2. Se for o
caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto
da situação escolhida que você pretende abordar.
3. Se a
estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da
assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo,
apelido, etc. na folha de prova.
4. Utilize
trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e
parafraseie-os.
5. Não copie
trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6. ATENÇÃO: se
você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que
escolheu, sua redação será penalizada.
7. Mínimo de 25
e máximo de 30 linhas.
Situação 2014/57/D - Carta argumentativa (Uniube,
Unicamp, UEL, etc.)
Escreva uma carta argumentativa para o geógrafo Demétrio
Magnoli em que você comunique e defenda a sua posição a respeito da resposta
abaixo dada por ele em uma entrevista para o Instituto Milenium.
“Instituto MIlenium: Quais são as consequências das cotas
para a área de Educação?
Magnoli: O que esta sendo feito na verdade é trocar uma
série de ingressantes da universidade de cor mais clara por uma série de
ingressantes de cor mais escura. Sendo os dois grupos pertencentes, de modo
geral, à classe média.
Nesse caminho se violam direitos individuais, o direito
de candidatos que tiraram notas melhores que outros candidatos, mas foram
preteridos pelo sistema de cotas. A explicação para isso é que o direito desses
indivíduos deve ser suprimido em nome de um princípio de redenção racial.
O que nos coloca num ponto chave. O Supremo substituiu
uma Constituição que vê a nação com um conjunto de indivíduos por uma
Constituição que vê a nação como uma coleção de grupos de raça.”
Instruções:
1. Após a escolha de uma das situações, assinale sua
opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas
do gênero selecionado.
2. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse
título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende
abordar.
3. Se a estrutura do gênero selecionado exigir
assinatura, escreva, no lugar da assinatura faça estritamente o que estiver
informado na prova ou no caderno do candidato, no caso desta proposta passe um
traço (Uniube) ou deixe sem assinatura.
4. Utilize trechos dos textos motivadores (da situação
que você selecionou) e parafraseie-os.
5. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua
redação.
6. ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da
orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será
penalizada.
7. Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.
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