segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Redação - Gêneros textuais - Correspondências

      As correspondências são formas de comunicação escrita entre pessoas físicas ou jurídicas com a qual são estabelecidas ou são mantidas relações comerciais, pessoais ou institucionais. Normalmente, necessitam de informações a respeito de remetentes e destinatários, data e local do qual é enviada, convém que tenham saudações iniciais ou finais. São gêneros textuais associados ao universo das cartas e correspondências.:

1 - Carta argumentativa (impessoal ou formal) - para efeito de esclarecimento, o que diferencia a carta argumentativa da dissertação é a argumentação que caracteriza cada um desses tipos de texto e algumas especificidades formais e linguísticas que as definem. O texto dissertativo é dirigido a um interlocutor genérico, universal. Por outro lado, a carta argumentativa pressupõe um interlocutor específico para quem a argumentação estará orientada. Essa diferença de interlocutores deve necessariamente levar a uma organização textual, a escolhas linguísticas e a preocupações retóricas também diferentes. Até porque, na carta argumentativa, a intenção é frequentemente a de persuadir um interlocutor específico, a fim de convencê-lo do ponto de vista defendido por quem escreve a carta ou demovê-lo do ponto de vista por ele defendido.
Do ponto de vista técnico, é um tipo de correspondência com linguagem formal, ou seja, exige-se o uso de pronomes de tratamento adequados à posição ocupada pelo destinatário; o emprego da norma padrão; um processo de interlocução respeitoso; etc.
É importante justificar por que se solicita que a argumentação seja feita em forma de carta em situações de avaliação. Isso se dá em função do pressuposto de que, se é definido previamente quem é o interlocutor sobre um determinado assunto, há melhores condições de fundamentar uma argumentação e avaliar a capacidade do candidato de moldar sua linguagem, seus argumentos e a informação de acordo com seu interlocutor.
Embora o foco da carta seja um determinado tipo de argumentação, ela implica também algumas expectativas quanto à forma do texto. Por exemplo, é necessário estabelecer e manter a interlocução, usar uma linguagem compatível com o interlocutor, empregar referenciais espaciais e temporais, usar marcas de autoria ao longo de toda a carta, assinar quando for solicitado, etc.
Para o cumprimento da proposta em que é exigida uma carta argumentativa, não basta dar ao texto a organização de uma carta, mesmo que a interlocução seja natural e coerentemente mantida; é necessário, acima de tudo, argumentar por demanda, que é, em princípio, o entendimento sobre as motivações, as fraquezas e as preferências do destinatário da correspondência.

Características principais da carta argumentativa em vestibulares:

  1. Data, vocativos (saudações inicial e final) e assinatura são obrigatórios;
  2. No corpo do texto, deve-se respeitar o recuo nos parágrafos.
  3. O uso da primeira pessoa do singular deve ser recorrente, ao menos uma vez em cada parágrafo;
  4. A interlocução com o uso da segunda pessoa do discurso ou de pronomes de tratamento também deve ser recorrente, por isso deve haver referências ao interlocutor ao menos uma vez em cada parágrafo;
  5. Formas verbais no presente do indicativo devem predominar;
  6. Linguagem impessoal e de acordo com a norma padrão;
  7. Há a necessidade dos dados de personificação, ou seja, é importante que seja criado um locutor que mostre competência para discutir o assunto da carta (máscara);
  8. O uso adequado de pronomes de tratamento será avaliado;
  9. Neste gênero textual, as informalidades, os coloquialismos e os regionalismos são penalizados;
  10. Devem-se evitar abreviações de pronomes de tratamento em cartas;
  11. No caso da UFU, a paráfrase exigida nos gêneros textuais do vestibular deve ter ao menos duas linhas.
Texto 01. (texto de aluno)
Uberlândia, 11 de setembro de 2013.

Excelentíssimo Senhor Ministro da Educação,

Ao analisar os diversos problemas enfrentados pelos brasileiros, percebi que a educação apresenta-se como um dos mais graves. Apesar da queda do analfabetismo na última década, tão propagandeada pelo Ministério do qual Vossa Excelência é o líder, ainda assumimos uma posição vergonhosa no “ranking” de desempenho educacional na América Latina.
Essa questão torna-se complexa, pois está relacionada a diversos problemas nacionais como a desigualdade na distribuição de renda, a exploração do trabalho infantil, dificuldades no acesso às escolas, exploração sexual de crianças e adolescentes, o que perfaz um conjunto de tristes realidades, que separam cada vez mais as famílias em situação de vulnerabilidade social do sistema regular de ensino, como o Senhor Ministro deve saber.
As deficiências no processo de ensino-aprendizagem também merecem atenção, principalmente nos primeiros anos escolares, tais como: metodologias de ensino inadequadas, carências de recursos humanos e materiais, péssimo sistema de transporte escolar, além de baixos salários dos profissionais da educação. Esses são os elementos mais importantes que contribuem para a evasão escolar e para a má qualidade do serviço prestado à população.
Diante de tal situação, precisamos, ainda, percorrer um árduo caminho para que possamos ter um país que trate a educação com a seriedade merecida. Sendo assim, a valorização do magistério, a informatização das escolas, a capacitação profissional, além de um melhor planejamento dos recursos aparecem como estratégias importantes, para transformar o sistema educacional em um serviço eficiente e eficaz. Ressalto que esta carta dirigida à Vossa Excelência é apenas um lembrete sobre o que o Senhor Ministro já deve estar a par, mas, de toda forma, meu dever como cidadão e eleitor é reforçar o que entendo que o povo tem como prioridade para os gastos públicos.

Respeitosamente,

José

Texto 02. (texto de aluno)
Uberaba, 12 de fevereiro de 2014.

Caro Edward Snowden,

Tendo em vista o ocorrido com o acevo de informações da NSA (Agência nacional de Segurança, em inglês) recentemente, impus-me a tentativa de compreender quais motivos – justificáveis ou não – levaram-no a evidenciar o ataque ao direito de privacidade provocado pelos Estados Unidos da América. Minha nacionalidade brasileira, vitalizada pelo diploma de Medicina Neurocirúrgica, obrigou-me a considerar altamente infame a invasão da segurança de nossa presidente Dilma Roussef, e não menos alarmante tal invasão à chanceler alemã, Angela Merkel.
Agradou-me, pois, caro ex-técnico da NSA, sua coragem ao mostrar ao mundo a situação de falta de privacidade na qual se encontra. Foi, portanto, fidedigna sua atitude. Vale-se dizer que a espionagem norte-americana atinge a liberdade de expressão e de privacidade de milhares de indivíduos. Nesse contexto, sendo o controle total da era digital o pilar do sistema da agência NSA, há de se rever a fiscalização constante das “ações-unidas” retificada por Navy Pillay, chefe da ONU (Organização das Nações Unidas) para direitos humanos - como segurança e privacidade.
No âmbito de tal assunto, Snowden, aconselho-o a continuar o movimento – o qual talvez não saiba que iniciou – a favor da segurança e da privacidade na era digital. Soma-se a isso o fato de os programas norte-americanos acessarem dados quaisquer com a alegação de necessidade protecionista no que se diz respeito ao terrorismo, embora tal citação (de origem no século passado, no período da Guerra Fria) acometa apenas interesses estadunidenses.
Desse modo, caro Edward Snowden, aprovo o direito da população mundial (internacionalmente ativa ou não) de manter sua privacidade e aprovando, portanto, ter tornado públicos documentos tidos como provas de espionagem norte-americana anualmente.

Atenciosamente,

Josefa

2 - Carta pessoal (informal) - forma de correspondência caracterizada pelo tom informal, pelo envio de correspondência geralmente para uma pessoa conhecida ou íntima e pelo descompromisso com algumas convenções formais típicas de cartas remetidas a desconhecidos ou produzidas em um ambiente profissional ou acadêmico.
      Esse subtipo de gênero textual é de difícil definição porque oscila em termos técnicos de acordo com o interlocutor, pois se o destinatário for irmão do remetente a proximidade entre os dois será expressa por meio da linguagem de forma distinta de uma carta endereçada a um pai ou avô, ou seja, exige-se a modulação do discurso em função do interlocutor em uma específica situação comunicativa.
       Quanto a questões estruturais como datação, saudações, etc., é importante que, em concursos, sejam respeitadas essas necessidades, visto que as mudanças na carta pessoal comparada à impessoal ou argumentativa são apenas de cunho linguístico.

Características principais da carta pessoal em vestibulares:

  1. Data, vocativos (saudações inicial e final) e assinatura são obrigatórios;
  2. No corpo do texto, deve-se respeitar o recuo nos parágrafos.
  3. O uso da primeira pessoa do singular deve ser recorrente, ao menos uma vez em cada parágrafo;
  4. A interlocução com o uso da segunda pessoa também deve ser recorrente, por isso deve haver referências ao interlocutor ao menos uma vez em cada parágrafo;
  5. Formas verbais no presente do indicativo devem predominar;
  6. Uso de uma linguagem pessoal é aconselhável para mostrar algum nível de intimidade com o interlocutor (destinatário) da carta;
  7.  O texto deve também respeitar a norma padrão, ainda que gírias e oralidades possam ser aceitas pontualmente se a relação entre os interlocutores permitir;
  8. Há a necessidade dos dados de personificação, ou seja, é importante que seja criado um locutor que mostre qual a relação que existe entre os interlocutores, no caso da carta pessoal, preferencialmente, com algum nível de intimidade;
  9. O uso adequado de pronomes de tratamento será avaliado, ainda que senhor e você sejam os mais esperados;
  10. Nesse gênero, as informalidades, os coloquialismos e os regionalismos são possíveis, embora seja aconselhável cuidado para não exagerar em seu uso;
  11. Devem-se evitar abreviações de pronomes de tratamento em cartas;
  12. No caso da UFU, a paráfrase exigida nos gêneros textuais do vestibular deve ter ao menos 2 linhas.
Texto 01.
Londres, 3 de janeiro de 1945.

Meu caro Mário,

Coincidência: sua carta me chega na manhã mesma em que lhe estou mandando seus três Mirós. Portanto, a pergunta última que você me fez está respondida. Botei dedicatória no seu e deixei os outros em branco. Como você os oferece, você é que deve dedicá-los.
Vejo que você continua o mesmo lírico de antigamente. Como já o conhecia, sei que o atual lirismo não é questão de cerveja. Aliás: há cerveja aí?
Vejo também que você continua adiando o nosso encontro. O Geraldo, com quem estive há dois dias em Paris, também prometeu vir e não veio. Veja se se decide, hombre!

Grande abraço. (...)

Do seu

João Cabral de Melo Neto

Texto 02.
Meu Bebé pequeno e rabino,

Cá estou em casa, sozinho, salvo o intelectual que está pondo o papel nas paredes (pudera! havia de ser no tecto ou no chão!); e esse não conta. E, conforme prometi, vou escrever ao meu Bebezinho para lhe dizer, pelo menos, que ela é muito má, excepto numa coisa, que é na arte de fingir, em que vejo que é mestra.
Sabes? Estou-te escrevendo mas não estou pensando em ti . Estou pensando nas saudades que tenho do meu tempo da caça aos pombos ; e isto é uma coisa, como tu sabes, com que tu não tens nada...
Foi agradável hoje o nosso passeio — não foi? Tu estavas bem disposta, e eu estava bem disposto, e o dia estava bem disposto também (O meu amigo, não. A. A. Crosse: está de saúde — uma libra de saúde por enquanto, o bastante para não estar constipado).
Não te admires de a minha letra ser um pouco esquisita. Há para isso duas razões. A primeira é a de este papel (o único acessível agora) ser muito corredio, e a pena passar por ele muito depressa; a segunda é a de eu ter descoberto aqui em casa um vinho do Porto esplêndido, de que abri uma garrafa, de que já bebi metade. A terceira razão é haver só duas razões, e portanto não haver terceira razão nenhuma. (Álvaro de Campos, engenheiro).
Quando nos poderemos nós encontrar a sós em qualquer parte, meu amor? Sinto a boca estranha, sabes, por não ter beijinhos há tanto tempo... Meu Bebé para sentar ao colo! Meu Bebé para dar dentadas! Meu Bebé para... (e depois o Bebé é mau e bate-me...) «Corpinho de tentação» te chamei eu; e assim continuarás sendo, mas longe de mim.
Bebé, vem cá; vem para o pé do Nininho; vem para os braços do Nininho; põe a tua boquinha contra a boca do Nininho... Vem... Estou tão só, tão só de beijinhos ...
Quem me dera ter a certeza de tu teres saudades de mim a valer . Ao menos isso era uma consolação... Mas tu, se calhar, pensas menos em mim que no rapaz do gargarejo, e no D. A. F. e no guarda-livros da C. D. & C.! Má, má, má, má, má...!!!!!
Açoites é que tu precisas.
Adeus; vou-me deitar dentro de um balde de cabeça para baixo para descansar o espírito. Assim fazem todos os grandes homens — pelo menos quando têm — 1º espírito, 2º cabeça, 3º balde onde meter a cabeça.

Um beijo só durando todo o tempo que ainda o mundo tem que durar, do teu, sempre e muito teu,

Fernando (Nininho).
5.4.1920

Texto 03.
Carta para Ariano,

Quem te escreve agora é o Cavalo do teu Grilo. Um dos cavalos do teu Grilo. Aquele que te sente todos os dias, nas ruas, nos bares, nas casas. Toda vez que alguém,  homem, mulher, criança ou velho, me acena sorrindo e nos olhos contentes me salva da morte ao me ver Grilo.
Esse que te escreve já foi cavalgado por loucos caubóis: por Jó, cavaleiro sábio que insistia na pergunta primordial. Por Trepliev, infantil édipo de talento transbordante e melancólicas desculpas. Fui domado por cavaleiros de Sheakespeare, de Nelson, de Tchekov. Fui duas vezes cavalgado por Dias Gomes. Adentrei perigosas veredas guiado por Carrière, por Büchner e Yeats. Mas de todos eles, meu favorito foi teu Grilo.
O Grilo colocou em mim rédeas de sisal, sem forçar com ferros minha boca cansada. Sentou-se sem cela e estribo, à pelo e sem chicote, no lombo dolorido de mim e nele descansou. Não corria em cavalgada. Buscava sem fim uma paragem de bom pasto, uma várzea verde entre a secura dos nossos caminhos. Me fazia sorrir tanto que eu, cavalo, não notava a aridez da caminhada. Eu era feliz e magro e desdentado e inteligente. Eu deixava o cavaleiro guiar a marcha e mal percebia a beleza da dor dele. O tamanho da dor dele. O amor que já sentia por ele, e por você, Ariano.
Depois do Grilo de você, e que é você, virei cavalo mimado, que não aceita ser domado, que encontra saídas pelas cêrcas de arame farpado, e encontra sempre uma sombra, um riachinho, um capim bom. Você Ariano, e teu João Grilo, me levaram para onde há verde gramagem eterna. Fui com vocês para a morada dos corações de toda gente daqui desse país bonito e duro.
Depois do Grilo de você, que é você também, que sou eu, fui morar lá no rancho dos arquétipos, onde tem néctar de mel, água fresca e uma sombra brasileira, com rede de chita e tudo. De lá, vê-se a pedra do reino, uns cariris secos e coloridos, uns reis e uns santos. De lá, vejo você na cadeira de balanço de palhinha, contando, todo elegante, uma mesma linda estória pra nós. Um beijo, meu melhor cavaleiro.

Teu,

Matheus Nachtergaele 

Texto 04. (texto de aluno)
Uberlândia, 30 de abril de 2013.

Querido amigo,

            Só eu sei como você é desatento e despreocupado com as regras de boas maneiras. Conforme nossa amizade foi solidificando-se, acostumei-me com o seu jeito e aprendi que quando você esquece das datas de aniversário de seus amigos ou não responde alguns “emails” não tem a intenção de magoar ninguém, pois por trás desses descuidos não há desavenças pessoais. No entanto, agora você está com um “smartphone” posso tentar lhe ajudar a romper com essa falta de gentileza mais facilmente.
            Sei que a sociedade moderna capitalista, na qual vivemos, contribui  sobremaneira para acentuar em nós sentimentos individualistas. Logo, as pessoas estão quase sempre apressadas para cumprirem seus muitos afazeres. Nesse sentido, a preça favorece que sejamos, por vezes, deseducados e grosseiros, por exemplo, no trânsito. Porém, eu quero lhe mostrar que todo esse estresse só tende a lhe fazer mal, tornando-o um cara agressivo e desequilibrado.
            Para sua própria saúde física e mental é importante que você mantenha com as pessoas próximas relações harmoniosas portanto, responda, mesmo na internet, os convites de seus amigos até quando não houver meios de vir aos encontros propostos por eles. Além disso, pare com essa sua mania de atender o celular durante o almoço ou no meio de conversas. Entenda que a pessoa ao seu lado quer a sua companhia e atenção. Garanto lhe que o mundo não acabará se seu telefone ficar desligado por poucos minutos.
Espero, querido, que você compreenda minha iniciativa, pois não pretendo-lhe dar lições de moral, mas somente demonstrar a você que a convivência com aqueles que gostamos pode ser bem mais agradável. Olha só! Você não precisa e nem deve ser falso na tentativa de ser mais gentil. Só seja mais gentil com aquelas pessoas, pelos quais tem apreço. Até porque, creio que a gentileza só faz sentido quando parte de intenções genuínas e sinceras. Não se esqueça! Estou aguardando notícias suas, mas se quiser pode responder via SMS.

Com muitas saudades.

Josefa

3 - Carta de reclamação - tipo de correspondência com o objetivo de informar a respeito de um problema ocorrido com o autor dela ou com alguém que ele represente, a fim de que ele seja resolvido de alguma forma. Quanto à estrutura assemelha-se muito com a carta formal.
É considerado um texto persuasivo e argumentativo, ainda que muito dependa da capacidade de expor de forma clara e precisa o problema para que o interlocutor entenda a razão da reclamação. Apenas depois disso, a argumentação justifica-se com o intuito de convencer o destinatário a, por algum meio, contribuir para a solução do problema relatado na carta.

Texto 01.
Belo Horizonte, 29 de Fevereiro de 2009.

Assunto: computador entregue com estragos aparentes.

Aos Senhor (es) diretores da Empresa Y,

No último dia 05 de Fevereiro, dirigi-me ao seu estabelecimento, situado na Rua do equívoco, nº 2, como endereçado, a fim de comprar um computador. Após escolher o modelo que me interessou, solicitei que a mercadoria fosse entregue na minha casa. Para tanto, assinei a nota de encomenda e paguei a taxa para que fosse realizado o serviço.
No dia 10 do mesmo mês, foi-me entregue o computador encomendado, no entanto, após ligar o aparelho na tomada constatei que o mesmo emitia mais de 8 apitos e não funcionava. Diante deste fato, recusei o computador e solicitei que me fosse enviado outro exemplar em excelente estado, o que faria jus ao valor já pago. Entretanto, até a presente data continuo à espera.
O atraso na resolução do problema vem ocasionado vários transtornos ao meu cotidiano. Por este motivo, demando que outro computador de mesma marca e modelo seja entregue, sem falta, dentro de 3 dias úteis. Caso contrário, anularei a compra e exijo o dinheiro do pagamento de volta.

Cordialmente,

João da Silva

(Se necessário o envio de anexos, é interesse informar na carta como exemplificado abaixo.)

Anexos: fotocópias da nota fiscal de compra e do recibo da taxa de entrega.

4 - Carta de leitor é um tipo de correspondência com o objetivo de demonstrar apoio, discordar, corrigir, em suma, comentar de alguma forma uma matéria, reportagem, artigo, etc., que foi publicado no veículo de informação. Normalmente, tem uma estrutura muito parecida com a carta formal, ainda que a parte publicada seja sempre pouco maior que um parágrafo em virtude do espaço limitado. 
        Esse tipo de correspondência é normalmente direcionada aos editores ou redatores-chefes do veículo de comunicação em questão. Ela deve citar a reportagem, crônica, linha editorial, etc., sobre a qual trata a carta e deve muito clara e educadamente argumentar em favor de sua tese, pois, do contrário, nem mesmo um trecho da carta será publicado. Quando cartas de leitores são postadas na íntegra, o são em função da relevância institucional, da fama ou da competência profissional do autor dela ou mesmo da qualidade da discussão feita pelo leitor, o que é mais raro.
      É considerado um texto persuasivo e argumentativo, ainda que muito dependa da capacidade de expor de forma clara e precisa o problema para que o interlocutor entenda a razão da reclamação. Apenas depois disso, a argumentação justifica-se com o intuito de convencer o destinatário a, por algum meio, contribuir para a solução do problema relatado na carta.
      Segue o link de exemplos de trechos de cartas provavelmente muito maiores enviadas ao jornal Folha de São Paulo:

Texto 01.

Texto 02.

Texto 03.
Prezados Senhores,

Desde maio de 2000, o filósofo Olavo de Carvalho tem escrito semanalmente artigos para o jornal O Globo e para a revistaÉpoca, nos quais tem abordado, de forma cristalina e muitas vezes contundente, sempre com impressionantes inteligência e erudição, temas fundamentais para o homem moderno, e principalmente pontos cruciais da história e da política nacional e internacional. Olavo tem sido um dos poucos se não o único intelectual brasileiro a analisar os problemas e a história do pensamento nacional por um ângulo que não seja o esquerdista, normalmente unilateral e engessado pelos dogmas marxistas. Se seu texto só tivesse essa única qualidade, já mereceria nosso louvor, ou no mínimo nossa atenção. Mas Olavo tem sido uma "vox clamantis in deserto". Em vez de encetar diálogos honestos e dignos, como convêm a todo intelectual digno do nome, seus artigos tem sido solenemente ignorados pela intelligentsia esquerdista, por motivos que podemos detectar mas que não vêm ao caso agora. E, para nossa surpresa, justamente a revista Época, que vinha possibilitando a um número expressivo de leitores a oportunidade de ler os excelentes textos de O. de Carvalho, parece ter decidido impor-lhe o mesmo silêncio com que nossaintelligentsia tem "reagido" aos seus textos, vetando-lhe o artigo que seria publicado na edição de 03/11. Não podemos aceitar que uma revista prestigiosa como a Época, que vinha demonstrando ser imparcial e aberta às diversas tendências e enfoques de análise jornalística e intelectual, venha perpetrar tal censura (essa é a palavra) a um de seus mais importantes articulistas. Ressalte-se o fato de que na Época (e também em O Globo) os textos de Olavo saem (ou saíam?) sempre na sessão "Opinião", o que exime a revista de qualquer responsabilidade ou compromisso com as idéias do articulista. Ainda assim seu último texto foi proibido. O que (ou quem) levou Época a tal decisão? Reconhecemos que os editores (e os donos) de um veículo de imprensa devem ter autonomia para decidir o que publicar, mas nos causa espécie o fato de um articulista acima da média ser sumariamente censurado, sobretudo nesse país em que a palavra "censura" se tornou um verdadeiro anátema, principalmente nos meios esquerdistas. Manifesto aqui o meu repúdio à censura imposta por Época ao filósofo Olavo de Carvalho, na esperança de que não percamos o privilégio e a oportunidade de ler, nessa conceituada revista, os textos de um dos maiores intelectuais que o Brasil já teve. Pois não será outro o requisito que diferencia um veículo de imprensa dos demais se não a imparcialidade.

Cordialmente,

Fulano de tal, RJ.


5 - Carta de solicitação - tipo de correspondência com o objetivo de solicitar algo a alguém ou a uma instituição. É mais comum no âmbito comercial. Quanto à estrutura assemelha-se muito com a carta formal, 
É considerado um texto persuasivo e argumentativo, ainda que muito dependa da capacidade de expor de forma clara e precisa o que está sendo solicitado pelo autor da carta. Normalmente, são solicitados por meio desse tipo de carta: pareceres profissionais, documentos, explicações, etc. É fundamental que a solicitação seja feita com polidez e clareza, porque, sem essa preocupação, mesmo que haja razão e bom senso no que é solicitado, não será atendida pelo destinatário da correspondência.

Texto 01.

Texto 02.

6 - Carta aberta - tipo de correspondência que trata de assuntos de interesse coletivo de forma pública. Quanto à linguagem e à estrutura, assemelha-se à carta formal, mas o conteúdo é restrito a assuntos que ou são de interesse público ou deveriam ser. É frequentemente usada como forma de protesto, como alerta, por isso são utilizados na construção dela recursos fortemente argumentativos.

Texto 01.
Carta aberta de artistas brasileiros sobre a devastação da Amazônia,

Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três estados de São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta.
Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua.
Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica. Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.
Um país que tem 165.000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semiabandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.
Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da devastação, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:
"A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais"
Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal:  a interrupção imediata do desmatamento da floresta amazônica. Já!
É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história.


Somos um povo da floresta!

Texto 02.

7 - "E-mail" ou correio eletrônico - tipo de correspondência que permite compor, enviar e receber mensagens com ou sem anexos por meio de redes de comunicação com a internet e “intranets”. Ainda que seja um meio de se comunicar dependente da internet atualmente, é mais antigo, pois remonta ao tempo da Arpanet, que era uma rede de uso fundamentalmente militar e científico. Quando a internet surge em meados de 1980, são desenvolvidas as bases do serviço do qual centenas de milhões de pessoas fazem uso na atualidade. Usualmente a estrutura é composta de destinatário, assunto, saudação inicial, corpo do texto, saudação final e assinatura. 

Redação - Gêneros textuais jornalísticos

     O texto jornalístico é por excelência fundado na função referencial da linguagem, porque, na maioria das vezes, deve ser objetivo, imparcial e denotativo. A linguagem jornalística utiliza a variante padrão da língua, ainda que sem uso de termos eruditos ou requintados, ao contrário, busca-se o texto acessível e fácil de ser lido. Neles, são construídos geralmente períodos e parágrafos curtos, particularmente na confecção de notícias. Eis alguns conceitos e exemplos de textos jornalísticos em prosa para estudo e comparação.

1 - Artigo jornalístico, artigo de opinião ou texto de opinião - é um texto opinativo normalmente assinado e muito assemelhado estruturalmente à dissertação, ainda que permita algumas liberdades linguísticas impossíveis em um texto dissertativo científico. Por ser atribuído a uma pessoa, comunica um ponto de vista particular acerca de um assunto.

Objetivo – comunicar a opinião particular de um articulista contratado por veículo de comunicação contratado pela relevância dessa pessoa para um determinado grupo de pessoas.
Estrutura – dissertativa-argumentativa.
Argumentação – pode ser construída de diversas maneiras, desde abordagens mais científicas e fundadas em estatísticas e discursos de autoridade até formas mais personalistas em que experiências pessoais, viagens, vivência profissional, etc., possam ser usadas para defender uma tese a respeito de um assunto atual e normalmente de alta relevância midiática.
Pessoa do discurso – 1ª pessoa do singular é obrigatória para explicitar o aspecto personalista do discurso e da argumentação do texto.
Linguagem – clara, objetiva e adequada às normas gramaticais por padrão, ainda que se aceite pontualmente o uso de expressões como gírias, coloquialidades e oralidades como forma de personalizar o discurso do articulista. Verbos predominantemente no presente do indicativo.
Máscara – obrigatória e qualificadora (“como médico”).
Assinatura – exigida.

Texto 01. (redação de aluno)
Estado laico: uma necessidade

            O Estado laico tem sido nos últimos anos uma discussão frequente em algumas esferas sociais em função de decisões do Superior Tribunal Federal (STF) em favor do direito ao aborto de anencefálicos e da união civil entre homossexuais. Como antropólogo, entendo que ainda deve ser considerada a atuação nada laica de políticos de bancadas religiosas na Câmara Federal contra os interesses da maioria da população. Por isso, defendo a necessidade da reafirmação de um pacto civil em defesa da laicidade do Governo.
            Essa defesa sustenta-se não só no fato de muitos países tornados teocracias terem tido perdas significativas de garantias presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas também no fato de haver perda considerável na diversidade de ideias artísticas, políticas e, evidentemente, religiosas, quando um Estado deixa de ser laico. Afirmo isso porque a laicidade de instituições é uma defesa vigorosa da liberdade religiosa, pois, via de regra, todo estado laico de fato é multireligioso como ainda é o caso do Brasil.
            Defender esse estado laico é, dessa forma, uma forma de defender a liberdade religiosa, que, apesar de não ser uma pessoa religiosa, entendo ser uma conquista das sociedades democráticas que deve ser defendida por todos. Vejo essa questão assim pois reconheço o quanto que a diversidade religiosa é influente no campo das artes, dos costumes, da gastronomia, etc., ou seja, suprimi-la seria o mesmo que suprimir um dos principais geradores de manifestações culturais que se tem notícia. Seria indiscutivelmente um golpe duro contra várias etnias e culturas, contra milhões de pessoas e contra a cultura brasileira.
            Logo, defendo o Estado laico não por ser contra quaisquer religiões, mas, ao contrário, por defendê-las como um direito de escolha de todas as pessoas, para que possamos continuar a ter um país marcado por tradições democráticas, diversidade cultural e liberdade de pensamento e expressão.

Texto 02.
Ele não sabe o que faz
Ruth de Aquino

Mais um assassino covarde tira proveito da lei paternalista no Brasil, que considera os menores de 18 anos incapazes de responder criminalmente por seus atos. Como não sentir vergonha diante dos pais do universitário Victor Hugo Deppman, assaltado e morto na calçada de casa em São Paulo? Como convencê-los a se conformar com o Estatuto da Criança e do Adolescente, que protege o homicida de 17 anos que deu um tiro na cabeça de seu filho após roubar seu celular? Como conviver com a perda brutal de um filho e saber que seu algoz será internado por no máximo três anos porque “não sabia o que estava fazendo”?
Não consigo enxergar jovens de 16 anos como “adolescentes” ou “menores”. Eles votam, fazem sexo, chegam em casa de madrugada ou de manhã. Por que considerá-los incapazes de discernir o certo do errado? Ao tornar jovens de 16 anos responsáveis por seus atos diante da Justiça, o objetivo não é encarcerar todos os delinquentes dessa idade, mas, quem sabe, reduzir os crimes hediondos juvenis. A mudança na lei reforçaria o status que eles próprios já reivindicam em casa diante dos pais: “Eu não sou mais criança”. E não é mesmo.
Para quem argumenta que de nada adiantará reduzir a maioridade penal para 16 anos, respondo com uma pergunta: longas penas para assassinos adultos acabam com o crime bárbaro? Não, claro. Então, vamos acabar com as cadeias porque elas são custosas e inócuas? Não, claro. Longas penas servem para reduzir a impunidade e dar às famílias de vítimas a sensação de que foi feita justiça. Não se trata de “vingança”. É um ritual civilizatório. Matou? E ainda por cima por motivo torpe? Tem de pagar.
Um argumento popular contra a redução da maioridade penal para 16 anos é: e se um adolescente de 14 ou 15 anos matar alguém, mudaremos de novo a legislação? Sempre que escuto isso, lembro um caso na Inglaterra, em 1993. Dois garotos ingleses de 10 anos foram condenados à prisão perpétua por ter mutilado e matado um menino de 2 anos. A repercussão foi tremenda. Os assassinos foram soltos após oito anos de prisão. Mas não foram tratados com benevolência no julgamento. O recado para a sociedade era claro: não se passa a mão na cabeça de quem comete um crime monstruoso. Mesmo aos 10 anos de idade.
Outro argumento comum no Brasil contra a redução da maioridade penal afirma que só com boa educação e menos desigualdade social poderemos reduzir a criminalidade juvenil. Essa é uma verdade parcial. Há muitos países pobres em que jovens assaltam, mas não matam por um celular ou uma bicicleta. Eles têm medo da punição, medo da Justiça. Também acho injusto atribuir aos pobres uma maior tendência ao crime bárbaro. Tantos ricos são bandidos de primeira grandeza... Melhorar a educação e reduzir a pobreza são obrigações. Isso não exclui outra obrigação nossa: uma sociedade que valoriza a vida e a honestidade precisa acabar com a sensação de que o crime compensa. Para menores e maiores de 18 anos.
Os filósofos de plantão que nunca perderam o filho num assalto apelam à razão. Dizem que não se pode legislar sob impacto emocional. Ah, sim. Quero ver falar isso diante de Marisa e José Valdir Deppman, pais enlutados de Victor Hugo, que ouviram o tiro de seu apartamento, no 9o andar. Uma família de classe média que livrou o filho da asma com plano de saúde privado e investiu com esforço em seus estudos. A mãe falava com Victor Hugo todos os dias pelo celular. “Eu sempre falava para ele não reagir, porque a vida não vale um celular ou um carro. Ele não reagiu, mas foi morto. Estou estraçalhada por dentro.”
Victor Hugo, o Vitão, era santista fanático, um dos artilheiros do “Inferno vermelho”, apelido do time da Faculdade Cásper Líbero, onde estudava rádio e TV. Sonhava em virar locutor esportivo e estava apaixonado. A câmera do prédio mostra o momento em que sua vida acabou. Mostra a covardia do rapaz, cujo nome nem pôde ser divulgado por ser “inimputável”. Na sexta-feira passada, o assassino de Vitão, infrator conhecido na Febem, completou 18 anos.
Seu futuro pode ser o mesmo do menor E., que, aos 16 anos, ajudou a matar no Rio de Janeiro, em 2007, o menino João Hélio. Ele pertencia ao bando que arrastou João Hélio pelas ruas, pendurado na porta de um carro que havia sido roubado de sua mãe. Após três anos numa instituição para jovens infratores, foi libertado. A Justiça o incluiu temporariamente num programa de proteção a adolescentes ameaçados de morte, o PPCAAM. Ridículo. Ezequiel Toledo de Lima foi preso em março de 2012, aos 21 anos, por posse ilegal de arma, tráfico e corrupção ativa. Ezequiel não tinha antecedentes criminais como adulto – apesar de ter matado com requintes de crueldade um menino de 6 anos. É ou não é uma inversão total de valores?


Texto 03. (redação de aluno)
A importância d’água para a espécie humana

            A água tem vital importância para os seres humanos, além de nos nutrir, precisamos dela para várias ocasiões, como no transporte e na obtenção da caça e da pesca. Porém, a sociedade moderna vem poluindo os rios, destruindo recursos hídricos que causam um desequilíbrio no meio ambiente e preocupam grande parcela da comunidade científica da qual faço parte.
            Os indivíduos urbanos como eu tem geralmente pouco conhecimento sobre a preservação da água, por pensarem que esta é uma riqueza inesgotável. A falta de saneamento básico também contribui para a poluição dos rios. Outra forma de poluição seria a mineração, que utiliza produtos químicos, poluentes d’água, como mercúrio. Estas águas contribuem para a mortalidade infantil.
            Muitos das grandes partes do mundo sofrem com a desertificação que atinge 70% das terras secas do planeta. Países cujas reservas de água são mínimas sofrem com sua escassez. Na África, milhões de famílias precisam percorrer longas distâncias para achar água e carregá-las. A principal causa desta questão não é só a irradiação de reservas hídricas, mas também o desmatamento das matas ciliares.
            Embora o Brasil e a América do Sul estejam entre as terras com maior disponibilidade de água, sua distribuição é muito desigual, com a maior parte, no caso brasileiro, concentrada na região amazônica, onde está a menor fatia da população.
            A agricultura responde hoje por mais de 70% do consumo de água no mundo e no Brasil. A produção de alimentos já é realizada com abuso d’água, as áreas de grãos, por exemplo, está exigindo mil toneladas de água, mais do que uma família de classe media nos Estados Unidos.
            Observamos, que o maior beneficio pela abundância em água do planeta é na atividade pesqueira, nos transportes marítimos e fluviais, possíveis graças à disponibilidade natural, tomando por base os parâmetros da conjuntura atual. A formação de uma Contracultura baseada na utilização consciente da natureza a fim de um colapso no sistema de distribuição e utilização da água, para a perpetuação da espécie humana.

Texto 04. (redação de aluno)
O suicídio incentivado pela internet

            No atual mundo moderno e globalizado, a era digital é amplamente incluída na vida dos jovens de diferentes classes sociais. Houve uma disseminação da cultura de páginas na internet de conversação on line, em que há uma grande facilidade de comunicação e trocas de informações. Por conseguinte, tenho lido com cada vez mais frequência sobre suicídios estimulados por conversas na internet.
            Um problema alarmante de âmbito mundial, têm preocupado familiares e autoridades públicas. Um dos primeiros casos foi registrado na Grã-Bretanha em 2001, de um garoto de 18 anos, que na ausência dos pais, acessou “sites” que davam ênfase nas formas de suicídio. Na frente das câmeras de seu computador, morreu agonizando-se em overdose. E desde então tem se tornado um modismo entre os jovens do mundo todo, abrangendo todas as classes sociais. Essas situações são cada vez mais comuns, penso eu, porque suas vidas são expostas na rede e estimulados ao ato cruel do suicídio.
            É preocupante algo como o uso da internet, possa causar um estrago em nível mundial, o que, como filósofo, tenho temido. A influência desta na vida de pessoas mais vulneráveis é uma grande e crescente evolução no sentido pejorativo. Impreterivelmente, atitudes negativas são propagadas numa grande velocidade, quando que não quem discuta o contrário, na tentativa persuasiva da mudança de opinião. O que acontece é justamente o oposto, os internautas incentivam o acontecimento tráfico da morte.
            Acontecimentos como estes, aterrorizam os pais, familiares e as autoridades. Perante uma atrocidade como esta, quase nada pode ser feito para a amenização ou erradicação de tal situação.

Texto 05. (redação de aluno)
Profissão e tempo livre: questões de escolha

Uma pergunta que é feita a crianças com frequência é: "o que você quer ser quando crescer?". De acordo com a minha experiência de terapeuta de crianças, isso ocorre porque a sociedade atual valoriza tanto o trabalho que é comum as pessoas serem socialmente classificadas de acordo com a profissão que exercem. Por isso, desde a infância, todos nós geralmente somos estimulados a almejar uma carreira. Contudo, muitas vezes, para fazer a escolha, a maioria leva em consideração apenas a ocupação que será exercida, e, em alguns casos, a remuneração e o "status" do cargo. Porém, penso que é necessário ponderar outro fator importante: a profissão escolhida favorecerá a existência de tempo livre para a vida pessoal?
Existem ofícios em que o horário de trabalho é pré-estabelecido e fixo. Nesses casos, a conciliação de trabalho e tempo livre não costuma gerar muitas dificuldades. Porém, mesmo nessas profissões, há casos em que clientes, patrões e até colegas de trabalho, não respeitam tais limites e podem fazer com que o trabalhador exerça sua função em horários que não são programados. Para evitar isso, é necessário que o indivíduo saiba exigir seus direitos, e trabalhe somente dentro do horário de serviço para que possa cumprir o tempo livre com lazer, descanso e dedicação à vida pessoal.
Porém, existem algumas profissões em que há a necessidade de dedicação em tempo integral, como a área médica, seja ela veterinária ou humana. Nesses casos, ao optar pela carreira, é preciso considerar que a escolha implicará em situações nas quais a vida profissional poderá se sobrepor à vida pessoal. E, escolhida alguma dessas profissões, será necessário usar o bom senso para lidar com cada situação. Por exemplo, uma mãe que liga para o pediatra em um domingo de madrugada, apenas porque a criança caiu da cama e esfolou o joelho, não costuma ser uma circunstância crítica. Logo, nem sempre uma ligação recebida em horário inusitado será necessariamente uma emergência. Nesses casos, o profissional deve orientar a pessoa que espere até o horário normal de atendimento, e que retorne a ligar fora dele apenas se ocorrer algo grave de fato.
Portanto, cada profissão possui diferentes exigências de dedicação. Assim, algumas possibilitarão maior tempo livre que outras. De qualquer forma, para que se consiga conciliar o trabalho com tempo livre, é preciso usar a ponderação e também saber exigir que as horas livres que forem possíveis àquela carreira sejam respeitadas.

2 - Editorial - também chamado artigo de fundo, é um texto tipicamente jornalístico que exprime a opinião de um veículo de informação. Em geral, é escrito pelo redator-chefe e publicado nas primeiras páginas de revistas ou jornais, e ele nunca é assinado por exprimir uma espécie de opinião institucional de um determinado jornal, por exemplo.

Objetivo – comunicar a opinião institucional de um veículo de comunicação e buscar a adesão do leitor à posição defendida ao longo do editorial.
Estrutura – dissertativa-argumentativa (ainda que seja interessante justificar a razão do assunto abordado no editorial pelo destaque dado no veículo de comunicação.).
Argumentação – normalmente, mais branda do que num artigo de opinião, por causa das implicações institucionais e jurídicas de um editorial que culpe ou julgue alguém sem provas ou fundamento.
Pessoa do discurso – ainda que historicamente seja comum encontrar editoriais em 1ª pessoa do plural, no caso da UFU, exige-se o uso de uma linguagem impessoal, portanto em 3ª pessoa.
Linguagem – clara, objetiva e adequada à norma padrão. Verbos predominantemente no presente do indicativo. É desaconselhável o uso de gírias, coloquialidades e oralidades mesmo entre aspas.
Máscara – obrigatória e institucional (“este jornal”).
Assinatura – proibida, tal como é praxe nos jornais diários.

Texto 01.
Editorial:
De quem é a culpa?

            O nosso tempo é o da diluição, é o da vida em rede, é o da mobilização social espontânea e instantânea, é o tempo das reivindicações inocentemente apartidárias. Neste contexto, este jornal entende e assume a obrigação de se posicionar diante de tais fatos pelo risco que eles representam para a democracia, a liberdade de expressão, o direito à manifestação e a liberdade de imprensa.
            Sobre as razões para tudo que os brasileiros têm vivido de bom ou ruim nos últimos meses ligados a manifestações, é importante entender que Black Blocs, mortes violentas, destruição repetida de patrimônio público e particular, etc., são na verdade antes de tudo produto do imobilismo político; da incapacidade dos Governos darem respostas às muitas críticas da maioria da população à qualidade precária dos serviços públicos, dos gastos faraônicos com a Copa, etc.; da crise de representatividade; e da corrupção generalizada. Todavia, nada disso justifica os mortos e os feridos que se somam entre alvejados por rojões; atropelados em fuga da repressão policial; acometidos pelo gás lacrimogênio, pelas balas de borracha ou pelas bombas de efeito moral; feridos em cumprimento de ordens e do trabalho de policial.
            São todos vítimas de uma elite econômica e política que não tem mais lugar no Brasil, não por conta da ascensão de uma esquerda revolucionária que jamais esteve no poder no Brasil e jamais estará, mas por ser uma classe que parece incapaz de responder aos anseios mínimos da população e tampouco calá-la por meio da repressão ideológica, institucional, velada ou mesmo policial. A elite que comanda o Brasil é um anacronismo, uma oligarquia saudosa de tempos mais “fáceis” quando as cidades eram bem divididas entre os ricos e os pobres que moravam bem distantes uns dos outros, que locais públicos como shoppings não eram tomados por “rolezinhos”, que aviões eram um meio de transporte de luxo, etc.
            Portanto, este jornal, não desresponsabiliza o cidadão que escolheu acender um rojão que matou um cinegrafista trabalhando, não defende Black Blocs como se fossem uma expressão legítima da revolta do povo e não defende a PM em ações nas quais atua de forma indiscriminada e violenta de acordo com a herança repressora de outros tempos. Por outro lado, não se deve simplificar a complexa situação social de nosso país com juízos maniqueístas, pouco informados e fundamentalistas que nada contribuem para que o Brasil seja de fato um país democrático, laico e justo socialmente.

Texto 02.
Editorial – Rede Globo

Não é só a imprensa que está de luto com a morte do nosso colega da TV Bandeirantes Santiago Andrade. É a sociedade.
Jornalistas não são pessoas especiais, não são melhores nem piores do que os outros profissionais. Mas é essencial, numa democracia, um jornalismo profissional, que busque sempre a isenção e a correção para informar o cidadão sobre o que está acontecendo. E o cidadão, informado de maneira ampla e plural, escolha o caminho que quer seguir. Sem cidadãos informados não existe democracia.
Desde as primeiras grandes manifestações de junho, que reuniram milhões de cidadãos pacificamente no Brasil todo, grupos minoritários acrescentaram a elas o ingrediente desastroso da violência. E a cada nova manifestação, passaram a hostilizar jornalistas profissionais.
Foi uma atitude autoritária, porque atacou a liberdade de expressão; e foi uma atitude suicida, porque sem os jornalistas profissionais, a nação não tem como tomar conhecimento amplo das manifestações que promove.
Também a polícia errou - e muitas vezes. Em algumas, se excedeu de uma forma inaceitável contra os manifestantes; em outras, simplesmente decidiu se omitir. E, em todos esses casos, a imprensa denunciou. Ou o excesso ou a omissão.
A violência é condenável sempre, venha de onde vier. Ela pode atingir um manifestante, um policial, um cidadão que está na rua e que não tem nada tem a ver com a manifestação. E pode atingir os jornalistas, que são os olhos e os ouvidos da sociedade. Toda vez que isso acontece, a sociedade perde, porque a violência resulta num cerceamento à liberdade de imprensa.
Como um jornalista pode colher e divulgar as informações quando se vê entre paus e pedras e rojões de um lado, e bombas de efeito moral e bala de borracha de outro?
Os brasileiros têm o direito de se manifestar, sem violência, quando quiserem, contra isso ou a favor daquilo. E o jornalismo profissional vai estar lá - sem tomar posição a favor de lado nenhum.
Exatamente como o nosso colega Santiago Andrade estava fazendo na quinta-feira passada. Ele não estava ali protestando, nem combatendo o protesto. Ele estava trabalhando, para que os brasileiros fossem informados da manifestação contra o aumento das passagens de ônibus e pudessem formar, com suas próprias cabeças, uma opinião sobre o assunto.
Mas a violência o feriu de morte aos 49 anos, no auge da experiência, cumprindo o dever profissional.
O que se espera, agora, é que essa morte absurda leve racionalidade aos que contaminam as manifestações com a violência. A violência tira a vida de pessoas, machuca pessoas inocentes e impede o trabalho jornalístico, que é essencial - nós repetimos - essencial numa democracia.
A Rede Globo se solidariza com a família de Santiago, lamenta a sua morte, e se junta a todos que exigem que os culpados sejam identificados, exemplarmente punidos. E que a polícia investigue se, por trás da violência, existe algo mais do que a pura irracionalidade.

Texto 03.

3 - Notícia - texto narrativo e expositivo - de caráter informativo e pretensamente neutro - desenvolvido sobre quaisquer assuntos de forma imparcial em função do interesse que podem potencialmente provocar nos leitores de um jornal. É publicada nos mais variados veículos de informação, tais como jornais, revistas, zines, “sites”, etc. A linguagem da reportagem é direta, clara e objetiva, com o intuito de permitir fácil leitura e assimilação da informação. Geralmente, contém citação de falas dos envolvidos, as quais se integram ao texto do próprio jornalista.

Características principais da notícia em vestibulares:

1. Esse gênero é axiomático, ou seja, afirma-se como verdadeiro;
2. O jornalista não argumenta, somente expõe os fatos;
3. Predomínio da 3ª pessoa;
4. Verbos no passado;
5. Título no presente;
6. Texto sintético com orações e períodos escritos preferencialmente curtos e na ordem direta;
7. Pode ter a presença de um discurso citado, que é a reprodução da fala da pessoa envolvida (discurso direto), ou de um discurso reportado, que significa o relato da fala feito pelo jornalista (discurso indireto).
8. A paráfrase exigida pela UFU nos gêneros textuais do vestibular deve ter ao menos 2 linhas.

Estrutura textual
•           Manchete: título principal do assunto;
•           “Olho da notícia”: é uma espécie de pequeno texto, que pode funcionar como subtítulo. Essa estrutura não é obrigatória neste gênero;
•           “Lead” (Lide): é o primeiro parágrafo da notícia e deve conter uma síntese do que há de maior importância no acontecimento, desenvolvendo também as informações da manchete. Nele são respondidas invariavelmente questões como: quem? O quê? Quando? Onde? Como? Por quê?;
•           Sublide: é o parágrafo seguinte ao lide. Ele continua a dar as informações mais importantes para a compreensão do fato que virou notícia;
•           Corpo: é necessário mostrar os efeitos e consequências do fato narrado, no entanto isso deve ser feito de forma breve e objetiva. Além disso, nesse momento é fundamental a citação das partes envolvidas no evento noticiado com igual espaço e abordagem para garantir a imparcialidade da notícia. A presença das falas de testemunhas na notícia pode ser também importante;
•           Assinatura: esse gênero textual pode ser assinado - caso venha orientações na prova para isso - ainda que seja muito pouco observado esse comportamento nos veículos regulares e de maior visibilidade da imprensa brasileira.

Exemplos:

Texto 01.
Macaco invade casa próxima a zoológico em Guarulhos
Animal ficou sobre cortina da sala e depois subiu escada.
Ele fugiu pela janela do banheiro e desapareceu.

            Uma família que mora em Guarulhos, na Grande São Paulo, levou um susto neste domingo (9) depois do almoço: um pequeno macaco entrou no imóvel, que fica próximo ao zoológico da cidade.
            Quando os bombeiros chegaram, o animal estava na sala, sobre a cortina. Foram várias tentativas de captura, mas nada deu certo. Até que o macaquinho pulou e assustou o cinegrafista amador que fazia as imagens.
            O animal subiu pela escada, foi parar no andar de cima da casa e conseguiu sair pela janela do banheiro. Depois, andou pelo telhado e pelo muro das casas vizinhas até desaparecer.
(G1 SP - 10/01/2011 06h57 - Atualizado em 10/01/2011 08h00)

Texto 02.
Menina morre asfixiada dentro de carro no litoral de SP
Criança de 3 anos foi encontrada desacordada neste domingo. Segundo a família, ela tinha o costume de brincar dentro do carro.

            Uma menina de 3 anos morreu asfixiada dentro de um carro em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, neste domingo (9). O acidente aconteceu no bairro Indaiá.
            De acordo com a polícia, a família percebeu que a menina havia sumido na hora do almoço. A criança foi encontrada já desacordada dentro do carro. Um bombeiro que estava de folga tentou reanimá-la, mas não foi possível.
            Um inquérito foi aberto para apurar o caso. Parentes da menina prestaram depoimento. A família disse que a criança tinha o hábito de brincar dentro do carro.
(www.g1.com.br - 10/01/2011 07h45 - Atualizado em 10/01/2011 08h07)

Texto 03.
Indústria da música alega que 95% dos downloads são ilegais enquanto cai venda de CDs
Financial Times
Salamander Davoudi

Um quarto de toda a receita da indústria fonográfica vem dos canais digitais, mas compartilhamento de arquivos online continua a minar a indústria fonográfica global, com as vendas de música física ou digital caindo no ano passado.
A Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), uma entidade setorial, estima que 95% dos downloads de música em todo o mundo são ilegais.
A IFPI disse que as vendas de música física, como CDs, caíram 16%, para US$ 11,6 bilhões. O crescimento das vendas digitais desacelerou para 12%, chegando a US$ 4,2 bilhões.
As gravadoras têm lutado para compensar o declínio acentuado na venda de CDs ao longo dos últimos 10 anos. O crescimento digital está desacelerando, apesar dos novos serviços online legais como o Spotify e do número crescente de países adotando legislação para proteção do direito autoral.
A taxa de crescimento digital caiu de 25% em 2008 para 12% no ano passado, deixando as vendas de música em geral em queda pelo 10º ano consecutivo.
John Kennedy, presidente executivo da IFPI, disse: "Seria ótimo poder relatar que essas inovações foram recompensadas com crescimento do mercado, mais investimento em artistas, mais empregos. Infelizmente, este não é o caso".
"A pirataria digital continua sendo uma enorme barreira para o crescimento do mercado."
As vendas globais da indústria fonográfica -tanto física quanto digital- caíram 30% ao longo dos últimos cinco anos apesar do crescimento de 940% nas vendas digitais, segundo a IFPI.
A IFPI disse que países como a Suécia, Taiwan e Coreia do Sul conseguiram certo sucesso após introduzir uma legislação de direitos autorais, com aumento nas vendas de CDs.
A Espanha foi apontada e descrita como correndo o risco de se transformar em um "deserto cultural", em parte pela "apatia tolerada pelo Estado" em relação ao compartilhamento de arquivos.
"A Espanha tem o pior problema de pirataria dentre todos os grandes mercados da Europa. Em 2009, nenhum novo artista espanhol figurava nos 50 álbuns mais vendidos, em comparação a 10 em 2003", disse Kennedy.

(Tradução: George El Khouri Andolfato)

4 - Crítica - texto opinativo em que um especialista em um determinado assunto de áreas como a Literatura, Cinema, Música, etc.Tem como intuito recomendar ou não uma obra. Portanto, é um texto caracterizado por estratégias argumentativas como a comparação, a hierarquização, a qualificação, etc.

Texto 01.
Vitrolla 70
Rock Samba Style
Elemess
Por Marcos Lauro
15 de Agosto de 2014
“Nosso nome nos explica.” A frase, presente na faixa “Vitrolla 70’ e que abre Rock Samba Style(Elemess), disco de estreia do Vitrolla 70, já entrega a intenção do trio: homenagear os grandes nomes da década de 1970 por meio do samba- -rock e do samba-soul. O que chama atenção é a composição instrumental da formação: o trio, formado por Mateus Machado (voz), Digão (baixo) 
e Dada Soul (teclados), abre mão dos tradicionais naipes de metais do gênero para criar uma sonoridade mais limpa, mas não menos contagiante. A banda já está nos palcos paulistanos desde 2009, mas finalmente conseguiu afinar um repertório para debutar em disco. Talvez por isso a necessidade de se explicar em algumas faixas (como na canção de abertura do disco e em “Swinga”, em que a banda fala sobre parte da história dos bailes paulistanos). Mas isso não atrapalha o ritmo e o disco segue com boas melodias, como em “Preta Rara”, “Se For Meu” (com a belíssima voz de Tereza Gama) e “Eu Não Sei Dançar” (outra faixa explicativa, que conta um pouco sobre o surgimento do samba-rock). Rock Samba Style é um bom disco para suingar e também para aprender sobre o samba-rock e gêneros afins.



Texto 02.
Retrato de um artista
Por Francisco Russo

Mike Leigh é um diretor peculiar, que gosta de trabalhar com o mesmo grupo de atores e, muitas vezes, define o roteiro no próprio set de filmagens. Seu método de filmar costuma resultar em longas bastante humanos, como Segredos e Mentiras, Simplesmente Feliz e O Segredo de Vera Drake, que muitas vezes apostam na sensibilidade e na emoção. Mr. Turner retoma uma outra faceta do diretor, menos vista, que é a do rigor estético ao retratar o universo artístico. No caso, a vida do pintor inglês J.M.W. Turner, que se notabilizou pelo uso da cor e da luz em suas obras.
Diante desta proposta, Mr. Turner remete a um trabalho mais antigo do diretor, Topsy-Turvy - O Espetáculo, que abordava os palcos de ópera ingleses. Em seu novo filme, Leigh busca não apenas apresentar a rude personalidade do cinebiografado mas também expor o ponto de vista de sua obra – daí vem a importância do rigor estético. Em vários momentos a narrativa é deslocada para que o espectador possa apreciar a obra de Turner, não apenas através de suas pinturas mas especialmente através da belíssima fotografia de Dick Pope, que busca recriar o tom de luminosidade e as condições atmosféricas presentes nas principais obras do homenageado. A importância de tal recriação é tamanha que Leigh, de vez em quando, chega a paralisar o andamento da narrativa apenas para que o espectador possa apreciar a beleza da imagem.
Mr. Turner - FotoCom tanto interesse nos traços de J.M.W. Turner, o filme como um todo acaba sendo muito mais voltado para seu lado artístico e deixa um pouco de lado a vida do pintor. Que até é apresentada através de características peculiares, como a rabugice e a importância dada ao dinheiro, e o modo como Turner trata as pessoas à sua volta, com uma agressividade típica da primeira metade do século XIX, especialmente em relação às mulheres. É neste ponto que brilha Timothy Spall, com uma recriação precisa que ressalta os maneirismos tão marcantes na personalidade de Turner. Seu tradicional grunhido acaba se tornando uma marca registrada do filme, até mesmo pela forma como é utilizado para substituir diálogos. Entretanto, a grande atuação do longa-metragem é de Dorothy Atkinson, que impressiona pelas dificuldades físicas e a ternura demonstrada pela empregada Hannah.
Por mais que seja um filme bastante interessante pelo lado estético, e conte também com boas atuações, o grande pecado de Mr. Turner é o exagero. Os 150 minutos (2h30) soam longos demais para um filme cujo interesse está bem mais em ressaltar as qualidades artísticas de J.M.W. Turner do que em propriamente contar uma história. Ainda assim, é um filme para ser apreciado: por Spall, por Atkinson e, principalmente, por Dick Pope, que merece – e muito – uma indicação ao Oscar por seu trabalho neste filme.


5 - Reportagem - é uma variação da notícia, contudo difere difere quanto ao conteúdo, a extensão e a profundidade do texto, que via de regra é produto de uma extensa e rica pesquisa sobre o assunto. Além disso, é normalmente muito bem documentada para que possa ter não só contundência quanto também gerar confiabilidade. No caso desse testo, o repórter ou jornalista investiga, apura e expõe fatos, razões e efeitos de um determinado evento ou assunto de interesse jornalístico com o intuito de esclarecer com profundidade os eleitores a respeito de um tema, assim cumpre um objetivo muito além da mera exposição de uma informação. Tal como no caso da notícia, espera-se absoluta imparcialidade por parte do autor do texto.

Texto 01.
Inimigo Insuspeito
Um novo padrão de resistência a antibióticos poderá nos expor a uma enorme variedade de infecções bacterianas

Texto 02.
Pobres herdeiros ricos
As disputas pelo patrimônio, as dificuldades de preservar a obra dos artistas e os méritos de quem sabe dividir o legado com a sociedade.

6 - Obituário - comunicado ou informe simples publicado em jornais como anúncio pago ou em seções de utilidades públicas sobre a morte de um indivíduo em particular. Nos casos de pessoas famosas ou destacadas em alguma área da atuação humana, é comum que sejam escritos obituários mais elaborados com um resumo das realizações do falecido além de elogios e considerações sobre a relevância dele. Há nessa variante desse gênero textual destaque especial para os episódios que o tornaram notável.

Texto 01.
Obituário de Chico Anysio

Texto 02.
Obituário de Eric Hobsbawn
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/10/morre-aos-95-anos-o-historiador-eric-hobsbawm.html

7 - Entrevista - normalmente é realizada de forma presencial e oral, ainda que seja cada vez mais comum o uso do e-mail para se responder às perguntas de um repórter como forma de aumentar a chance de que o texto publicado seja exatamente aquilo que o entrevistado escreveu. É caracterizada pela linguagem acessível, rápida e norma padrão típica do discurso jornalístico, em especial, nos momentos em que o texto é do entrevistador, a saber: título, apresentação e perguntas.
      O estudo a respeito do que se quer saber do entrevistado e mesmo a respeito dele é crucial para se fazer uma entrevista satisfatória. Outra questão importante em entrevistas é a ética, pois o entrevistador deve ter o compromisso de transcrever exatamente o que foi dito pelo entrevistado, sem qualquer alteração ou edição. Estruturalmente, divide-se em título, quando se comunica de forma de preferência criativa algo sobre o entrevistado ou a razão de entrevista-lo; apresentação, é a parte em que se traça um breve perfil do entrevistado e se destacam aspectos da atuação dele que justifiquem a entrevista; e perguntas e respostas, quando a entrevista realiza-se propriamente como um texto em turnos, injuntivo, em que um entrevistador faz perguntas que serão respondidas ou não pelo entrevistado.

Texto 01.
Entrevista Wagner Moura

Texto 02.
Entrevista Chico Buarque