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As artes visuais I – linguagem, conceitos e elementos
"Aprender a ver é a mais longa aprendizagem de todas as artes ."
(A.Graf)
“Estilo é a incorporação da alma
do artista à obra .
Sem estilo
não há arte .”
(Carl Dreyer)
“A
arte é um compêndio da natureza
escrito pela
imaginação .”
(Eça
de Queiroz)
As
artes que têm o sentido da visão como principal elemento utilizado na
composição e observação delas são as visuais. São exemplos a pintura, o desenho,
a gravura, a fotografia, o cinema, a arquitetura, o “webdesign”, a moda, a
decoração, o paisagismo, o grafite, etc.
O olhar é o ponto central e organizador dessas formas de arte, tanto no que concerne a produção delas, quanto especialmente na recepção delas por parte dos espectadores que têm a visão como principal meio de decodificar as informações e as linguagens de tais produções artísticas.
O olhar é o ponto central e organizador dessas formas de arte, tanto no que concerne a produção delas, quanto especialmente na recepção delas por parte dos espectadores que têm a visão como principal meio de decodificar as informações e as linguagens de tais produções artísticas.
Os elementos que
estruturam a linguagem visual são chamados de elementos formais, porque são
responsáveis por compor as imagens e artes visuais, são exemplos as pinturas, as
esculturas, os edifícios, etc. A relação entre eles transmite ideias, visões de
mundo, utopias, entropias, caos e todos os tipos de sensações, ideias e
sentimentos previsíveis e conhecidos ou não. Esses elementos relacionam-se para
emprestar a uma imagem uma série de sensações percebidas ou não pelos
observadores como equilíbrio, variedade, padrão, etc.
- Suporte
É a base, superfície ou material sobre ou com o qual o
artista produz a obra artística. Pode ser a parede, o corpo, a tela, o mármore,
etc.
- Material
São as substâncias usadas para se produzir a imagem,
normalmente usadas na pintura e na gravura, são exemplos a terra, o carvão, o
grafite, o pastel, a tinta (acrílica, óleo, etc.), etc.
- Ponto
Unidade de comunicação
visual mais simples e mínima. É o menor sinal gráfico visível e uma referência
ou um indicador de espaço. Quando sozinho, produz a sensação de unidade. Quando
em conjunto, os pontos podem delinear, contornar ou criar a ilusão de tom, de
cor, de sombra, de profundidade, etc.
Muniz, Vik (1961-)
artista plástico brasileiro - 1996 – “Sugar children” (série de fotografias).
- Linha
Quando os pontos estão
tão próximos que se torna impossível identificá-los individualmente, daí a
sensação de direção, isso os transforma em outro elemento visual: a linha, que
pode ser considerada um ponto em movimento. Pode ser imprecisa e falha nos
esboços, delicada e ondulada ou nítida e grosseira em função das motivações de
quem a produz. A linha expressa a intenção, os sentimentos e a emoção associada
à visão do artista. Por isso, as linhas podem ser descritas segundo uma tipificação:
1 - As linhas retas
verticais ou horizontais são responsáveis por remeter a sensações de formalidade,
poder, limite, ordem, austeridade, precisão, etc.
2 - As linhas quebradas em
ângulos diversos podem remeter a variadas ideias associadas ao movimento de
lento a rápido, de calmo e colérico, etc. Elas aludem a sensações de raiva,
intensidade, vigor e força.
3 - As linhas diagonais
são responsáveis diretas pela construção da perspectiva. Nas composições
bidimensionais, simulam profundidade. Podem ainda representar dinamismo,
excitação, etc.
4 - As linhas curvas ou
espirais criam movimento e fluidez. Também remetem ao onírico, à loucura, à
viagem, a digressões temporais, etc.
5 - As linhas sinuosas
são sensuais e suaves, podem também transmitir também sensações relativas ao
sonho, à trapaça, à falta de sentidos, ou mesmo à graça, à beleza, à elegância,
etc.
Muniz, Vik (1961-)
artista plástico brasileiro – 1997 - “Medusa marinara”.
- Forma e figura
A linha descreve ou
sugere uma forma. Existem três formas básicas, que são o quadrado que pode
evocar alguns significados como honestidade, esmero, correção, etc. O triângulo
pode sugerir ação, conflito, tensão, agudez, agressividade, etc. O círculo pode
simbolizar a infinitude, a perfeição, a ideia de proteção, etc. Já a figura é
uma forma inserida, aplicada ou feita sobre um fundo com o qual se relaciona e
interage. Nesse fundo, uma figura pode ganhar profundidade ou volume, pode ser
um simples ponto que atrai a atenção do espectador, pode estar inserida num
plano e ter apenas comprimento e largura, pode ser mimética ou abstrata, etc.
Escher, Maurits Cornelis
(1898-1972) artista gráfico holandês - 1955 - litogravura - Convexo e côncavo.
- Espaço
O espaço na linguagem
visual pode ser bidimensional quando é representado na obra apenas com o uso
das variáveis largura e altura como dimensões e limites do suporte para a
confecção da imagem, ainda que a profundidade possa ser simulada ou sugerida
com linhas diagonais, com a diferença de tamanho dos objetos representados, etc.
Pode também ser tridimensional quando as formas têm altura, largura e
profundidade, sem a necessidade de técnicas que possam simular a terceira como
é o caso da perspectiva na pintura. São bidimensionais a pintura, o desenho, a
fotografia, etc., e tridimensionais a escultura, a arquitetura, etc.
Friedrich, Caspar David
(1774-1840) pintor, gravurista, desenhista e escultor romântico alemão - 1818 -
O viajante sobre o mar de névoa.
- Cor
A cor pode ser vista por
causa da luz. As cores têm propriedades associadas ao tom ou matiz, que é o
nome da cor; à intensidade, que é construída com a pureza ou a mistura de
cores; ao valor, associado à claridade ou escuridão de uma cor; e a gradação,
que é a mistura gradativa de cores. As cores podem ser primárias, que não são
formadas pela mistura de outras cores (vermelho magenta, azul e amarelo);
secundárias, que é o produto da mistura entre duas cores primárias (são
exemplos, amarelo mais azul resulta em verde, vermelho mais azul resulta em roxo,
etc.) ou terciárias (mistura das cores secundárias entre si).
As cores podem ser ainda
frias (azul e verde), as quais despertam as sensações de frio, tristeza, calma,
tranquilidade, etc., e quentes (vermelho, laranja e amarelo), as quais
despertam as sensações de calor, agitação, alegria, etc. O branco é a mistura
de todas as cores e o preto é a ausência de cor. A mistura de ambos cria os
mais variados tons de cinza. O branco, o preto e o cinza são chamadas de cores
neutras, porque são usadas para clarear ou escurecer outras cores.
As cores são
frequentemente utilizadas para transmitir sensações, por isso têm muita
influência nas emoções humanas.
Fonte: internet
- Textura
As superfícies têm um
relevo chamado de textura, que, para ser percebida de forma mais ampla, tem que
ser a princípio tateada. A textura pode ser lida de forma a transmitir informações
em função de sua composição, a saber:
1 - Textura lisa: tranquilidade,
suavidade, frio, insensibilidade, perfeição, etc.
2 - Textura áspera:
raiva, calor, violência, desconforto, ato inacabado, imperfeição, etc.
3 - Textura macia:
conforto, aconchego, sonolência, carinho, etc.
4 - Textura enrugada:
tristeza, umidade, velhice, etc.
Gogh, Vincent Willem van
(1853-1890) pintor pós-impressionista holandês - 1890 - óleo sobre tela - Campo
de trigo com corvos.
Claudel, Camille
(1864-1943) escultora e artista gráfica francesa - 1891-93 - escultura em
bronze - A valsa (Primeira versão).
- Volume
O volume caracteriza-se por planos relacionados em
diagonal, superpostos, que revelam profundidade “e/ou” a ideia de uma forma
inserida num espaço em que podem ser percebidas variações entre o cheio e o
vazio, sombras, etc.
Observação: as linhas
diagonais produzem a percepção das figuras (profundidade ou projeção), pois
mudam o contexto espacial.
- Perspectiva
A perspectiva é uma ferramenta de caráter geométrico capaz
de gerar a ilusão da realidade por meio da representação de objetos no espaço
com posicionamento e tamanhos corretos. A perspectiva é responsável, ao menos
desde a Renascença, por estabilizar a reprodução das imagens de modo que o
espectador seja de alguma forma uma referência para a qual o que foi
representado na obra converge. Portanto, é uma forma de mimetizar objetos,
seres, pessoas, locais, etc., a fim de que eles sejam mais fidedignos a suas
formas reais. É uma forma de representar as três dimensões (profundidade,
altura e largura) em um suporte que tenha apenas duas (altura e largura). As
regras principais da perspectiva são o ponto de fuga (PF) que está situado na
linha do horizonte (LH) para a qual convergem todas as paralelas.
Fonte: internet.
Fonte: internet.
Fonte: internet
Fonte: internet
- Equilíbrio
O equilíbrio produz uma
composição que transmite a sensação de estabilidade e organização ou o avesso
disso. Para tanto, utiliza princípios como a simetria e a assimetria. A simetria
constrói-se pelo equilíbrio projetado e controlado entre o espaço, as formas,
as texturas e as cores. Já a assimetria é produto da informalidade e do
descompromisso com as formas de organização e composição estética vistas como
tradicionais ou comuns.
Basquiat, Jean-Michel
(1960-1988) pintor norte-americano (Grafite-Neo-Expressionismo) - 1981 - giclée
- Anjo caído.
- Ênfase
A ênfase constrói-se como
um meio de o artista controlar o olhar do espectador para uma parte da obra em
que elementos como a luz são mais intensamente representados. Pode ainda usar elementos
contrastantes da linguagem visual para intensificar e dar mais atenção a um
sentimento, uma opinião ou uma sensação transformadas em imagem.
Caravaggio (1571-1610)
pintor italiano barroco - 1609 - óleo sobre tela - A extração do dente.
- Proporção
A proporção é o uso de
formas em tamanhos contrastantes, com o intuito de dar a impressão de
profundidade ou de expressar sentimentos ou mesmo alguma ideologia.
dos Prazeres, Heitor
(1898-1966) pintor, cantor e compositor brasileiro (naif) - 1957 - óleo sobre
tela - Roda de samba.
Hopper, Edward
(1882-1967) pintor norte-americano - 1942 - óleo sobre tela - Falcões da noite.
- Movimento
É o princípio da
linguagem visual que cria a sensação de dinâmica e de deslocamento dos corpos
em obras artísticas. O movimento pode ser literal, porque real e físico ou
apenas a representação dele construído por linhas diagonais, repetição de
formas, etc.
Rockwell, Norman
(1894-1978) pintor e ilustrador norte-americano - 1964 - ost - O problema com
que todos nós vivemos.
- Ritmo
O ritmo é a velocidade e a
ordem com as quais o espectador é direcionado por escolhas estéticas e formais
do artista para perceber os componentes da composição numa sequencia
previamente calculada pelo produtor da obra de arte.
Andreotti, Federico (1847-1930)
pintor italiano - sd - óleo sobre tela - A dança.
- Padrão
O padrão é a repetição de
unidades de forma ou figura, de linhas, de pontos e de cores em uma dada
composição artística. Geralmente são muito utilizados em mosaicos, mandalas,
estampas de roupas e tapetes, azulejos, arabescos, grafites, etc.
Haring, Keith (1958-1990)
artista gráfico e ativista estadunidense (Grafite) - 1984 - Árvore da vida.
- Harmonia
A harmonia em uma obra de
arte visual sustenta-se no equilíbrio entre todos os seus elementos, o que cria
coerência para uma obra artística. Esse princípio da linguagem visual é muito
dependente de questões de ordem histórica, ideológica, estética e mesmo
pessoal, que - ainda – são transitórias temporal e espacialmente.
da Vinci, Leonardo
(1452-1519) pintor, engenheiro, matemático, inventor, escultor, etc. italiano
(Renascença) - 1472-75 - tinta a óleo, têmpera – Anunciação.
- Variedade
A variedade é a harmonia
pela diferença, pelo desequilíbrio, em que se usam formas distorcidas,
ilógicas, disformes, etc., para representar pontos de vista, estados de
espírito, etc.
Dalí, Salvador - Salvador
Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech (1904-1989) pintor surrealista catalão -
1963 - Cinquenta, tigre real.
:::Manifestações da linguagem visual
O
conceito de arte já foi bem diferente do que atualmente entende-se como tal, já
que o grupo das artes chamadas “As sete artes liberais clássicas”, eram na
Antiguidade Clássica as habilidades ou conhecimentos considerados fundamentais
para tornar uma pessoa livre e, por isso, em termos intelectuais, diferente de
um escravo. Era composto do “Trivium” e do “Quadrivium”. Durante Idade Média,
seriam disciplinas fundamentais para qualquer sacerdote católico com pretensões
em subir na hierarquia eclesiástica. O “trivium” era composto de três artes
responsáveis por disciplinar e ordenar a mente, a saber: Lógica (ou Dialética),
arte responsável por ordenar o discurso de forma a torná-lo sólido e coerente
com o intuito de separar o verdadeiro do falso; Gramática, arte capaz de
habilitar o indivíduo a usar linguagem de forma correta e eficaz; e a Retórica,
arte da persuasão, capaz de tornar mais potente e convincente qualquer
discurso. Por sua vez, o “Quadrivium” era formado por Aritmética, que era
considerada a arte teórica dos números; Música, que era vista como a aplicação
da teoria do número; Geometria, a arte teórica do espaço; e a Astronomia, que
era a aplicação da teoria do espaço.
A partir de mudanças no entendimento
do que é a arte, música, dança e artes plásticas passaram a dominar o
entendimento da maioria das pessoas sobre linguagens artísticas. Em 1912, o
teórico e crítico de cinema ligado ao movimento futurista italiano Ricciotto
Canudo, a fim de legitimar o cinema como uma linguagem artística, a qual
considerava a “arte total” e “alma da modernidade”, tanto por reunir muitas
vezes todas as outras artes em uma só como por ser a forma da arte mais
sensível à Modernidade no que ela tem de tecnológica, veloz e dinâmica. Para
tanto, propôs o chamado “Manifesto das sete artes” expandindo o conceito de
arte de Hegel ao incluir o cinema, são elas: Arquitetura, Escultura, Pintura,
Cinema, Dança, Poesia e Cinema. Posteriormente, passaram a ser entendidas como
arte em alguns círculos intelectualizados também a Fotografia, a Banda
desenhada, os Jogos eletrônicos, a Arte digital.
Portanto,
a arte pode ser dividida em várias linguagens as quais podem contemplar
diversas formas de expressão que têm características, métodos, suportes e
realizações distintas, ainda que possam ser usadas simultaneamente na mesma
obra ou ainda conjugadas para se criar outra linguagem artística. Dessa forma,
numa visão mais contemporânea e livre de preconceitos acadêmicos ou mesmo de
classe, são formas ou manifestações da arte, a saber: pintura, desenho,
escultura, arquitetura, música, dança, teatro, pantomima, instalação, vídeo
arte, tatuagem, literatura, gravura, fotografia, cinema, cerâmica, tecelagem,
grafite, banda desenhada (história em quadrinhos, mangá, tira e cartum), moda,
etc. No caso das artes visuais, serão destacadas em nosso estudo a pintura, a
gravura, a escultura, a arquitetura e a fotografia.
::Pintura
O
termo pintura é de forma inespecífica a diferentes técnicas usadas para aplicar
pigmento em forma pastosa, líquida ou em pó sobre um suporte (papel, tela,
parede, azulejo, etc.) com o objetivo de imprimir cor à superfície escolhida, o
que pode atribuir a ela matizes, efeitos, tons e texturas.
Tipos de técnicas de pintura
Têmpera
A têmpera (este nome deriva em sentido literal da ideia de juntar, misturar, etc.) é uma técnica de pintura que permite uma ótima fixação dos pigmentos no suporte, geralmente afrescos ou painéis de madeira preparados com gesso. Mantém as cores com poucas alterações por longos períodos. É resultado da mistura de pigmentos variados com aglutinantes em emulsão de água como ovo, clara de ovo (albumina), caseína e vários tipos de goma. Produz cores algo brilhantes e translúcidas. Por ser de secagem muita rápida, a graduação de tons, sombras, etc., é prejudicada e, assim, é precária. É chamada têmpera forte quando os pigmentos são menos diluídos. Conhecida desde a Pré-História e usada mais largamente desde a Idade Média no Período Românico, ainda que o auge dessa técnica tenha sido os séculos XIV e XV.
A têmpera (este nome deriva em sentido literal da ideia de juntar, misturar, etc.) é uma técnica de pintura que permite uma ótima fixação dos pigmentos no suporte, geralmente afrescos ou painéis de madeira preparados com gesso. Mantém as cores com poucas alterações por longos períodos. É resultado da mistura de pigmentos variados com aglutinantes em emulsão de água como ovo, clara de ovo (albumina), caseína e vários tipos de goma. Produz cores algo brilhantes e translúcidas. Por ser de secagem muita rápida, a graduação de tons, sombras, etc., é prejudicada e, assim, é precária. É chamada têmpera forte quando os pigmentos são menos diluídos. Conhecida desde a Pré-História e usada mais largamente desde a Idade Média no Período Românico, ainda que o auge dessa técnica tenha sido os séculos XIV e XV.
di
Paolo, Giovanni (1398-1482) pintor italiano (Arte Medieval-Gótico) - 1445 -
têmpera e ouro sobre madeira - A criação do mundo e a expulsão do Paraíso.
Encáustica
A encáustica (deriva do termo grego para “gravar a fogo”) é uma técnica de pintura muito usada na Grécia Antiga, que consiste na união de pigmentos com algum tipo de cera (abelha, parafina, carnaúba, etc.) que resulta em um mistura densa e cremosa, que deve ser aplicada com pincel ou espátula quente. É uma técnica que oferece enorme resistência às obras produzidas por meio dela, daí a quantidade expressiva de obras muito antigas produtos dessa técnica que chegaram à atualidade em boas condições. É caracterizada por produzir imagens com pouco brilho em suportes como alvenaria, placas de madeira e mesmo tela, ainda que apenas mais recentemente este suporte tenha começado a ser utilizado. Foi usada ainda por artistas do século XX como Jasper Johns, Mauricio Toussaint, Diego Rivera, Georges Rouault, entre outros.
A encáustica (deriva do termo grego para “gravar a fogo”) é uma técnica de pintura muito usada na Grécia Antiga, que consiste na união de pigmentos com algum tipo de cera (abelha, parafina, carnaúba, etc.) que resulta em um mistura densa e cremosa, que deve ser aplicada com pincel ou espátula quente. É uma técnica que oferece enorme resistência às obras produzidas por meio dela, daí a quantidade expressiva de obras muito antigas produtos dessa técnica que chegaram à atualidade em boas condições. É caracterizada por produzir imagens com pouco brilho em suportes como alvenaria, placas de madeira e mesmo tela, ainda que apenas mais recentemente este suporte tenha começado a ser utilizado. Foi usada ainda por artistas do século XX como Jasper Johns, Mauricio Toussaint, Diego Rivera, Georges Rouault, entre outros.
Autor
desconhecido - Egito antigo - Encáustica sobre madeira - retratos de múmia de Fayum.
Afresco
O afresco é uma técnica de pintura feita em paredes ou tetos. Deve ser executada com a aplicação de tinta sobre a argamassa ou o gesso, que recobrem os suportes, ainda frescos, daí a grande durabilidade das obras criadas com essa técnica, devido à incorporação dos pigmentos à superfície em que são aplicados. É usada desde civilizações egeias como técnica decorativa de paredes, ainda que no Renascimento tenha ganhado sua mais distinta expressão nas obras de Michelangelo, Rafael e Masaccio. O termo é utilizado por extensão de sentido para nomear a pintura mural em geral.
O afresco é uma técnica de pintura feita em paredes ou tetos. Deve ser executada com a aplicação de tinta sobre a argamassa ou o gesso, que recobrem os suportes, ainda frescos, daí a grande durabilidade das obras criadas com essa técnica, devido à incorporação dos pigmentos à superfície em que são aplicados. É usada desde civilizações egeias como técnica decorativa de paredes, ainda que no Renascimento tenha ganhado sua mais distinta expressão nas obras de Michelangelo, Rafael e Masaccio. O termo é utilizado por extensão de sentido para nomear a pintura mural em geral.
Rafael
Sanzio (1483-1520) pintor e arquiteto renascentista italiano - 1509-1511 -
afresco - 500x700cm – Escola de Atenas.
Óleo
A pintura a óleo é uma técnica de pintura, que emprega tintas a óleo aplicadas com pincéis, espátulas ou outros instrumentos sobre telas de tecido, superfícies de madeira ou outros suportes. É criada com a mistura de variados tipos de óleo, usados como aglutinantes, com os também mais diversos pigmentos. Sua origem remonta ao Oriente por volta do século VII da Era Cristã, ainda que tenha chegado ao seu ápice ao longo do Renascimento nas obras de mestres como Da Vinci. Sua intensa utilização a partir do Renascimento deve-se a sua durabilidade, mas também às possibilidades técnicas capazes de garantir tons mais brilhantes e realistas a sombreados, gradações de cor e texturas. Enfim, ela oferece grande, se não a maior, versatilidade para os pintores entre as técnicas de pintura conhecidas. Com o tempo, porém, tende a escurecer e craquelar.
A pintura a óleo é uma técnica de pintura, que emprega tintas a óleo aplicadas com pincéis, espátulas ou outros instrumentos sobre telas de tecido, superfícies de madeira ou outros suportes. É criada com a mistura de variados tipos de óleo, usados como aglutinantes, com os também mais diversos pigmentos. Sua origem remonta ao Oriente por volta do século VII da Era Cristã, ainda que tenha chegado ao seu ápice ao longo do Renascimento nas obras de mestres como Da Vinci. Sua intensa utilização a partir do Renascimento deve-se a sua durabilidade, mas também às possibilidades técnicas capazes de garantir tons mais brilhantes e realistas a sombreados, gradações de cor e texturas. Enfim, ela oferece grande, se não a maior, versatilidade para os pintores entre as técnicas de pintura conhecidas. Com o tempo, porém, tende a escurecer e craquelar.
da
Vinci, Leonardo (1452-1519) pintor italiano (Renascença) - 1503-06 – óleo – Mona
Lisa ou La Gioconda.
Aquarela
A aquarela é uma técnica de pintura que emprega tintas brilhantes e transparentes que são misturadas à água em diferentes proporções, para aumentar a transparência e a suavidade do pigmento original. Criada no Oriente, difundiu-se no Ocidente especialmente na Europa a partir da Renascença. O resultado é transparente, suave e luminoso. Os suportes mais usados são os papeis de elevada gramatura; além do cartão, do couro, do papiro e da madeira. É uma técnica que exige agilidade, precisão, segurança e espontaneidade do artista, pois é improvável que qualquer erro cometido no processo de produção possa ser corrigido facilmente. Há um tipo de aquarela opaca chamada guache (do italiano “guazzo”, que significa “tinta de água”), em que a água é misturada à goma arábica (aglutinante) e a um pigmento branco opaco antes de ser unida a pigmentos de diversas cores. O guache era muito usado nas iluminuras na Idade Média.
A aquarela é uma técnica de pintura que emprega tintas brilhantes e transparentes que são misturadas à água em diferentes proporções, para aumentar a transparência e a suavidade do pigmento original. Criada no Oriente, difundiu-se no Ocidente especialmente na Europa a partir da Renascença. O resultado é transparente, suave e luminoso. Os suportes mais usados são os papeis de elevada gramatura; além do cartão, do couro, do papiro e da madeira. É uma técnica que exige agilidade, precisão, segurança e espontaneidade do artista, pois é improvável que qualquer erro cometido no processo de produção possa ser corrigido facilmente. Há um tipo de aquarela opaca chamada guache (do italiano “guazzo”, que significa “tinta de água”), em que a água é misturada à goma arábica (aglutinante) e a um pigmento branco opaco antes de ser unida a pigmentos de diversas cores. O guache era muito usado nas iluminuras na Idade Média.
Debret, Jean-Baptiste (1768-1848) pintor e desenhista francês - 1828 - aquarela - Coroação de D. Pedro I.
Pastel
Técnica de pintura antiga, citada no Renascimento por Leonardo Da Vinci, e usada amplamente na França no século XVIII nas obras barrocas de Fragonard e Chardin. É baseada no uso de bastões cilíndricos, barras ou mesmo lápis em que pigmentos em pó são unidos por uma resina ou goma. O suporte mais comum é o papel de grande gramatura de cor neutra. É usado para produzir imagens muito suaves e envoltas em aparentemente leve esfumaçado. Oferece grande dificuldade de fixação duradoura do que se produz com esse material ao suporte escolhido, daí ser comum o uso de fixadores como o verniz por sobre a obra feita. Dentre outros artistas, destacaram-se por meio dessa técnica Cassat, Degas, Redon, Renoir, Toulosse-Lautrec e Whistler.
Técnica de pintura antiga, citada no Renascimento por Leonardo Da Vinci, e usada amplamente na França no século XVIII nas obras barrocas de Fragonard e Chardin. É baseada no uso de bastões cilíndricos, barras ou mesmo lápis em que pigmentos em pó são unidos por uma resina ou goma. O suporte mais comum é o papel de grande gramatura de cor neutra. É usado para produzir imagens muito suaves e envoltas em aparentemente leve esfumaçado. Oferece grande dificuldade de fixação duradoura do que se produz com esse material ao suporte escolhido, daí ser comum o uso de fixadores como o verniz por sobre a obra feita. Dentre outros artistas, destacaram-se por meio dessa técnica Cassat, Degas, Redon, Renoir, Toulosse-Lautrec e Whistler.
Picasso,
Pablo (1881-1973) pintor, escultor e desenhista espanhol (Cubismo) - 1920 -
Pastel sobre papel – Juan-les-Pins, verão 1920.
Acrílica
Técnica de pintura baseada em tinta
sintética que une propriedades da tinta a óleo e da aquarela. É altamente
versátil já que pode ser aplicada em variado número de suportes em camadas
finas ou espessas (impasto). É de secagem rápida e é solúvel em água. Muito
usada por diversos artistas em especial a partir da década de 1940. Destaca-se
como expoente do uso desse tipo de tinta o pintor David Hockney.
Hockney,
David (1937-) pintor, cenógrafo, fotógrafo e gravador britânico - 1971 -
acrílico – Guarda sol.
:::Gravura
O
termo “gravura” refere-se às imagens em geral obtidas por intermédio da impressão
de uma matriz produzida artesanalmente com incisões, que, em função da natureza
do material no qual elas são feitas, será definido o tipo de gravura ao qual
ela pertence. Essa matriz tem sulcos ou superfícies em alto relevo os quais receberão
tintas que permitirão a impressão em positivo e negativo respectivamente. A
impressão será feita em um suporte geralmente numerado (1/50, por exemplo) e de
papel de alta gramatura. Quanto às técnicas, pode-se citar xilogravura,
litogravura, serigrafia, entre outras.
Tipos de gravura
Petróglifo
São
imagens gravadas em paredes de cavernas desde a Pré-História, normalmente em
forma geometrizadas e simbólicas, que registram fatos e mitos de populações desse
período. São encontrados em todo o mundo.
Petróglifos Lion Twyfelfontein, Namíbia.
Xilogravura
A
matriz nesse caso é a madeira. Essa é a técnica de gravação mais antiga e
simples. Consiste em produzir gravuras com o uso de matrizes de madeira nas
quais o artista grava a imagem desejada com a retirada de material dessa
superfície que será a parte sem cor de sua gravura, pois nessas áreas o papel
não receberá tinta.
"Sutra
do Diamante", xilogravura de oração Budista impressa na China, 868.
Calcogravura
A matriz é feita com algum tipo de
metal como cobre, zinco, alumínio ou latão. Ela é conhecida na Europa desde o
século XV. As gravações são feitas com incisões diretas na superfície ou com
banhos de ácidos que corroem partes específicas da matriz. Os processos de
aplicação da tinta e de prensagem do papel são muito semelhantes aos da
xilogravura.
Dürer,
Albrecht (1471-1528) pintor e gravador renascentista alemão - 1514 - gravura em
metal – Melancolia.
Litogravura
A
matriz da litogravura é a pedra calcária. Esta técnica parte do princípio de
que água e gordura repelem-se. Ela consiste na produção de imagens com material
gorduroso sobre pedra calcária, para que, posteriormente, seja aplicado ácido
sobre essa superfície de maneira que ela seja desgastada quimicamente apenas
onde não se aplicou a gordura. Assim como a gravura em metal, essa técnica
também necessita de uma prensa para transferir para o papel a imagem gravada na
pedra.
Segall,
Lasar (1891-1957) pintor e escultor lituano - 1909 - litogravura – Dor.
Serigrafia (silk-screen)
A matriz nesse caso é feita
geralmente de poliéster ou nylon. O processo de impressão consiste na aplicação
de tinta numa tela vazada em pontos capazes de formar uma imagem completa ou
parte dela. Isso é feito com a ajuda de um rolo ou puxador de madeira, alumínio
ou aço. Os suportes podem ser vários como papel, plástico, borracha, madeira,
vidro, tecido, etc.
Warhol,
Andy - Andrew Warhola (1928-1987) pintor e cineasta norte-americano,
idealizador da Pop art - 1962 - serigrafia - Vinte Marilyns.
“Giclée” (“fine-art”)
“Fine-art”
ou “Giclée” são palavras que nomeiam o mesmo processo de gravação por meio de
microjato de tinta. Representa uma nova forma de produção de gravuras com o uso
de um tipo específico de impressora que aplica aproximadamente 4 milhões de
microscópicos pingos de tinta por segundo sobre papel artístico ou tela. Podem
ser usadas até 16 milhões de cores, daí o fato de ser considerada a forma mais
sofisticada de impressão conhecida.
Nota:
impressora digital com capacidade para imprimir no padrão de gravação chamado “giclée”.
:::Escultura
Escultura
é uma manifestação artística que representa imagens plásticas em relevo total
ou parcial, ou seja, em três dimensões. Existem várias técnicas definidas pela
forma como se interfere em materiais como mármore ou madeira, normalmente
divididas em dois grupos segundo a adição ou a subtração de matéria do suporte
escolhido. As técnicas mais comuns são a cinzelação, o desgaste, a fundição, a
moldagem ou a aglomeração de partículas. Quanto aos materiais possíveis, eles
podem ser de alta durabilidade como o bronze, o ouro, a prata, o aço ou algum
tipo mais duro de pedra como o mármore, ou podem ser feito em suportes mais
frágeis como a cera, o barro, a madeira ou mesmo o gelo ou chocolate. O suporte
escolhido - via de regra - determina qual será a técnica que será empregada
para a produção da escultura. O tema mais comum é a forma humana, ainda que
qualquer objeto, ideia, sentimento ou ser vivo possa ser representado de alguma
forma.
Brecheret, Victor (1894-1955) escultor
modernista ítalo-brasileiro- 1935 – escultura em terracota - Santa ceia.
Claudel, Camille (1864-1943) escultora e
artista gráfica francesa - 1904 - escultura em bronze - A flautista
Bernini, Lorenzo (1598-1680) escultor italiano
barroco - 1623-1624 - escultura em mármore – Davi.
Sobre os fundamentos da
linguagem visual, as Orientações Educacionais do Ensino Médio editadas pelo
MEC, acrescentam:
“Esses fundamentos da linguagem visual
formam um conteúdo já sedimentado no ensino de artes visuais, o qual é
normalmente mencionado nos currículos de ensino superior e nos programas dos
ensinos fundamental e médio. Existe, também, uma bibliografia sobre o assunto
já bastante conhecida, tais como os estudos de Rudolf Arnheim, Donis A. Dondis,
Fayga Ostrower (ver referências bibliográficas), além de ser um tema que compõe
o sumário da maioria dos livros de introdução à programação visual.
Contudo, resgatando as menções feitas
na introdução desse tópico, quer-se frisar que a abordagem desse tema deve
ocorrer contextualizada nas manifestações concretas da linguagem. Pois,
normalmente, quando esse assunto é tratado estritamente nos seus aspectos
formais e abstratos, ele se torna maçante e desinteressante para o aluno, que
não entende o seu sentido. Porém, quando o aluno identifica os “truques” que os
desenhistas utilizam para criar efeitos de movimento e profundidade espacial
nas histórias em quadrinhos e que aqueles e outros efeitos são também
utilizados na arte, distinguindo os estilos das diversas tradições, épocas e
artistas, o entendimento desses aspectos torna-se mais efetivo e interessante.”
“Canal
- Exploração
dos materiais e das técnicas tradicionais (desenho, pintura, gravura, escultura),
inclusive o aprendizado sobre a fabricação de tintas e de outros materiais.
- Pesquisa
de novos suportes e materiais pela apropriação de elementos do cotidiano e
reciclagem.
- Exploração
dos recursos das novas tecnologias.
A parede da caverna pintada com terra e
gordura animal na pré-história, o corpo pintado e adornado com penas de aves de
várias cores, como fazem diversas culturas indígenas brasileiras, são exemplos
dos múltiplos materiais e suportes da linguagem visual.
A invenção do papel, das técnicas de
impressão (xilo, calco, litogravuras) e posteriormente da prensa de Gutemberg
são tecnologias que revolucionaram e ampliaram as possibilidades de construção
e veiculação de textos e imagens, tal como provocaram o surgimento da
fotografia, do cinema, da televisão e da informática.
Na arte ocidental, os artistas e as
academias do passado elegeram certos materiais e suportes como exclusivos, caso
especial da tinta a óleo sobre tela, enquanto os artistas modernos e
contemporâneos demoliram esses cânones, anexando à arte toda a sorte de
materiais e suportes, desde os mais rústicos às tecnologias de ponta.
Em suma, por causa de sua dimensão
estética (sensorial) na linguagem e nas artes visuais, a relação entre código,
materiais e suportes é muito estreita. Embora configurem temas específicos,
esses conteúdos só são efetivamente compreendidos nos usos culturais e
históricos das imagens.
Contexto
Do texto da obra
Para representar a aparência física de
uma casa, o registro fotográfico ou o desenho em perspectiva são excelentes
estratégias. Porém, para construir essa mesma casa, o mestre-de-obras precisa
de uma planta baixa, desenho sem qualquer efeito de perspectiva que mostra a
exata posição e a medida de cada um de seus cômodos.
Portanto, não existe um modo de
representação superior a outro. Ao contrário, os estilos mudam de acordo com
sua função, ou seja, o contexto e as intenções de cada obra. É assim nos usos
cotidianos e profissionais da linguagem (arquitetura, sinalização, “design” de
moda, publicidade, etc.), bem como na arte.
Por isso, é dito que os estilos artísticos
representam “visões de mundo”, isto é, diferentes intenções e valores ligados a
convicções e necessidades espirituais, políticas, econômicas e sociais das
diversas culturas e épocas.
Do aluno, do professor, da escola, da comunidade
A cultura de uma nação estrutura-se na
interligação de inúmeras microculturas relacionadas a diferenças regionais,
sociais, econômicas, dos papéis sociais (masculino, feminino, transgênero), das
referências étnicas, religiosas e também de idade.
Os jovens articulam uma cultura
própria. Embora dirigida a eles, a escola costuma negligenciar esse repertório
cultural presente nas diversas linguagens
(verbal,
visual, musical, corporal e suas mixagens).
No campo da linguagem visual, isso é
perceptível nos modos de vestir, nas estampas das camisetas, das capas dos
cadernos, dos CDs, nas imagens dos vídeoclipes, nas histórias em quadrinhos,
nos grafites urbanos, entre outros exemplos.”
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