domingo, 31 de agosto de 2014

Atualidades - Coletânea 2014-29

Caras e caros.

Eis mais algumas referências de leitura e iconográficas para vocês. O Raul foi a escolha literária de hoje, porque fazem 25 anos da morte dele neste ano. Bom espero que gostem.

http://outraspalavras.net/blog/2014/08/20/de-copenhague-a-sao-paulo-o-porque-das-bicicletas/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=de-copenhague-a-sao-paulo-o-porque-das-bicicletas

http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-53/megabytes/quero-ficar-na-geracao-10

http://outraspalavras.net/destaques/quem-sao-mesmo-os-invasores/

http://www.cartacapital.com.br/cultura/questao-cultural-5618.html

http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/08/24/ex-rapper-e-um-dos-suspeitos-de-decapitar-jornalista-dos-eua-diz-jornal.htm

http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/ritalina-a-droga-legal-que-ameaca-o-futuro/

http://revistagalileu.globo.com/blogs/buzz/noticia/2014/08/sem-gelo-e-sem-agua-habitantes-de-gaza-fazem-desafio-do-balde-com-escombros.html

http://www.cartacapital.com.br/sociedade/populacao-brasileira-passa-dos-200-milhoes-3941.html

http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/primeira-guerra-mundial-100-anos-conflito-mudou-mundo-797914.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_avhistoria

Indicação 01.

https://estilo.catracalivre.com.br/2014/08/25-mulheres-que-mudaram-o-rumo-da-historia/#jp-carousel-10591
Nota: 25 fotos impressionantes de mulheres espetaculares que ao longo do século XX ajudaram a escrever a história de nosso tempo.

Indicação 02.


Indicação 03.
Ouro de Tolo

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros
Por mês…
Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso
Na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar
Um Corcel 73…
Eu devia estar alegre
E satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado
Fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa…
Ah!
Eu devia estar sorrindo
E orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa…
Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado…
Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção
De coisas grandes prá conquistar
E eu não posso ficar aí parado…
Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Prá ir com a família
No Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos…
Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco…
É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal…
E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social…
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar…
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador…
Ah!
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar…

Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador… (Raul Seixas)

Para ver e saber mais:
https://www.youtube.com/watch?v=cn0S56WPkjQ
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/retrato/ouro-de-tolo

Indicação 04.
Amaral, Tarsila do (1886-1973) pintora e desenhista brasileira (Modernismo) - 1924 - óleo sobre tela - A cuca.
Nota: sobre a obra "A cuca", Tarsila escreveu à filha que a tela tinha "bichos esquisitos[...], no mato com um sapo, um tatu e outro bicho inventado." Tarsila pintou uma animal mítico e brasileiro sem qualquer anseio moralizante, sem qualquer maldade. É uma bela fantasia antropofágica sobre o Brasil.

Abraços,

Professor Estéfani Martins
opera10@gmail.com

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Aulas de redação e ATA e plantões de hoje - alunos Uberlândia e Uberaba

Caras e caros,

Por motivo de saúde, infelizmente, não poderei estar com vocês esta noite tanto na atividade das 19:10, aula de Análise do Texto Artístico, quanto nos plantões a partir das 20:40. Na próxima semana, comunico como ambas atividades serão respostas. Lembro a todos que temos quatro professoras também com plantões ao longo da semana, são elas: Fabiane, Mariana, Natália e Sabrine.
Aos alunos de Uberaba, depois de conversar com o Júlio, informo como será reposta a falta de hoje.

Abraços,

Professor Estéfani Martins
opera10@gmail.com

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Aulas normais hoje

Caras e caros alunos,

Hoje haverá todas as aulas e plantões normalmente. Apesar da minha falta de ontem por motivos de saúde, estou quase restabelecido e comparecerei em toda as atividades de hoje.

Abraços,

Estéfani

Exemplos de redações bem avaliadas nas provas do Enem dos últimos anos

Caras e caros,

Eis alguns textos que tiraram nota 1000 no Enem. Alerto que não se pode afirmar que todos são impecáveis ou sem nenhum tipo de erro, devido à forma como a correção das provas de redação do Enem acontece. Em todo caso, penso que são ótimos exemplos que confirmam muitas das questões que temos trabalhado dentro de sala. 
Sobre o Enem do ano passado, seguem links com redações nota 1000 divulgadas por instituições merecedoras de respeito na divulgação desse tipo de informação Alerto que elas devem ser lidas com as mesmas precauções das anteriores, que foram divulgados pelo próprio Inep em seus Manuais do Participante já divulgados em 2013 e 2012.

http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/04/07/confira-exemplos-de-redacoes-nota-1000-do-enem-2013.htm

http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/enem-2013-veja-exemplos-de-redacoes-nota-1000-12069001

Boa leitura e abraço,

Abraços,

Professor Estéfani Martins
opera10@gmail.com












Simulados gratuitos "on line", clique nos links para saber como fazê-los

Simulado gratuito da Folha

http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/08/1505360-folha-abre-inscricoes-para-simulado-para-o-enem.shtml

Geekie games

http://www.geekiegames.com.br/#como-participar

Simulado IG

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/simulado-enem/


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Licença Creative Commons para Opera10

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O trabalho Opera10 de Estéfani Martins está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.
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Redação - Proposta 2014-54 - Lei Maria da Penha

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Proposta de redação

Leia atentamente os textos abaixo.

Texto 01.

Texto 02.
“A Lei Maria da Penha estabelece que todo o caso de violência doméstica e intrafamiliar é crime, deve ser apurado através de inquérito policial e ser remetido ao Ministério Público. Esses crimes são julgados nos Juizados Especializados de Violência Doméstica contra a Mulher, criados a partir dessa legislação, ou, nas cidades em que ainda não existem, nas Varas Criminais.
A lei também tipifica as situações de violência doméstica, proíbe a aplicação de penas pecuniárias aos agressores, amplia a pena de um para até três anos de prisão e determina o encaminhamento das mulheres em situação de violência, assim como de seus dependentes, a programas e serviços de proteção e de assistência social. A Lei n. 11.340, sancionada em 7 de agosto de 2006, passou a ser chamada Lei Maria da Penha em homenagem à mulher cujo marido tentou matá-la duas vezes e que desde então se dedica à causa do combate à violência contra as mulheres.”

Texto 03.

Texto 04.

Texto 05.

Situação 2014/54/A - Dissertação (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Lei Maria da Penha: impactos e aprimoramentos”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Instruções Enem:

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
5. A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Situação 2014/54/B - Dissertação (USP, Unesp, etc.)
Faça uma dissertação sobre as causas da violência contra a mulher no Brasil do século XXI.

Instruções:
1. Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
2. A redação deverá ter entre 25 e 30 linhas.
3. Dê um título a sua redação.

Situação 2014/54/C – Artigo de opinião (UFU, Unicamp, UEL, etc.)
Faça um artigo de opinião com o intuito de fazer um panorama da violência contra a mulher no Brasil contemporâneo.

Instruções UFU:

1. Após a escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
4. Utilize trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e parafraseie-os.
5. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6. ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.
7. Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.

Situação 2014/54/D - Carta argumentativa (Uniube, Unicamp, UEL, etc.)
Escreva uma carta argumentativa para um político de sua preferência com o intuito de solicitar medidas a fim de garantir o cumprimento do texto da Lei Maria da Penha que está muito distante de ser devidamente respeitado no Brasil.

Instruções:

1. Após a escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura faça estritamente o que estiver informado na prova ou no caderno do candidato, no caso desta proposta passe um traço (Uniube) ou deixe sem assinatura.
4. Utilize trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e parafraseie-os.
5. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6. ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.
7. Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.


Redação - Proposta 2014-53 - Redução da maioridade penal

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Proposta de redação

Leia atentamente os textos abaixo.

Texto 01.

Texto 02.

Texto 03.
“A exposição de motivos do Código Penal de 1940 assim entendia sobre a decisão de manter a maioridade penal aos 18 anos:
“Os que preconizam a redução do limite, sob a justificativa da criminalidade crescente, que a cada dia recruta maior número de menores, não consideram a circunstância de que o menor, ser ainda incompleto, e naturalmente anti-social na medida em que não é socializado ou instruído. O reajustamento do processo de formação do caráter deve ser cometido à educação, não à pena criminal.”
O Brasil, como amplamente divulgado pela mídia (a mesma que instiga o instinto vingativo do povo, e contribui para um pensamento segregacionista), é o oitavo país do mundo com maior taxa de analfabetismo entre adultos (dados do 11º Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado pela Organização das Nações Unidas), ainda, também amplamente divulgado, o índice de desenvolvimento da educação no Brasil fica abaixo do da saúde “expectativa de vida” e do de renda (índice do IDHM 2013).
Exposto estes fatos, volto para o Código Penal de 1940, “O reajustamento do processo de formação do caráter deve ser cometido à educação, não à pena criminal” (chego a ficar emocionado ao ler isso, penso não estar sozinho). Em mais de 70 anos o Brasil, na questão da educação, pouco mudou, tanto que continuamos com a mentalidade punitiva, acreditando que diminuindo a maioridade penal resolveremos a questão do jovem infrator, e não investimos na real solução para o problema, a educação, a igualdade, e o desenvolvimento sócio-cultural.
Perante a extrema desigualdade, onde no ensino público encontramos professores com salários ridículos, muitas vezes despreparados (não culpa deles, culpa de um Estado inerte, que não os prepara), jovens que muitas vezes nem mesmo tem acesso à “educação”, entre outro muitos problemas, o Direito Penal, como ultima ratio, não deve estender suas medidas destrutivas, mas sim o Estado deve agir por intermédio de medidas sociais (um amplo apoio psicológico e educacional) que apresente alternativas, o que é cerceado da população mais humilde.” (Renan Bergerhoff)

Texto 04.
“A idade mínima de 18 anos para maioridade penal, prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, é estabelecida conforme orientação da ONU. Ocorre que, na época em que foi decidida tal idade, as pessoas de 18 anos eram muito mais ingênuas, mais “crianças” do que nos dias de hoje. Especialmente após a introdução do Novo Código Civil - que outorga plenos poderes aos maiores de 18, considerando-os maiores absolutamente capazes e antecipando a maioridade civil (que até então só ocorria aos 21 anos) - um cidadão de 18 anos há muito já não é criança. Aos 16 já é tido como relativamente capaz, com poderes para trabalhar e, inclusive, escolher seus governantes.
Os crimes praticados por jovens são cada vez mais freqüentes e comuns. Porém, estes crimes não são praticados apenas pelos excluídos e sem perspectivas. Um estudo realizado pela Udemo, o Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo, mostrou que, em 1999, 89% das escolas públicas registraram algum tipo de violência. Dos casos analisados, 21,28% foram de mortes de estudantes e 35,46% de ameaças de homicídio. Muitos desses jovens são carentes, porém o fato de frequentarem a escola mostra que eles têm alguma perspectiva de mudança e adaptação à sociedade.
Não obstante, há ainda os casos de crimes cometidos por jovens de classe média, causados, muitas vezes, por irresponsabilidade e alienação, tais como o famoso caso do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, assassinado por cinco jovens, porque pensavam tratar-se de um mendigo, e o dos estudantes que mataram, a pancadas, um garçom em Porto Seguro.” (Arthur Kaufman)

Situação 2014/53/A - Dissertação (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “efeitos da redução da maioridade penal”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Instruções Enem:

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
5. A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Situação 2014/53/B - Dissertação (USP, Unesp, etc.)
Faça uma dissertação sobre a relação entre violência e juventude.

Instruções:
1. Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
2. A redação deverá ter entre 25 e 30 linhas.
3. Dê um título a sua redação.

Situação 2014/53/C – Notícia (UFU, Unicamp, UEL, etc.)
Faça uma notícia a respeito do debate atual na sociedade brasileira sobre a maioridade penal. Usem os dados da coletânea e os que conhecerem a respeito.

Instruções UFU:

1. Após a escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
4. Utilize trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e parafraseie-os.
5. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6. ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.
7. Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.

Situação 2014/53/D - Carta argumentativa (Uniube, Unicamp, UEL, etc.)
Escreva uma carta argumentativa para um senador de sua escolha com o intuito de comunicar a sua opinião sobre a redução da maioridade penal e de solicitar a ele, como seu representante, que defenda essa opinião no Senado.

Instruções:

1. Após a escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura faça estritamente o que estiver informado na prova ou no caderno do candidato, no caso desta proposta passe um traço (Uniube) ou deixe sem assinatura.
4. Utilize trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e parafraseie-os.
5. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6. ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.
7. Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.







sábado, 23 de agosto de 2014

Atualidades - Coletânea 2014-28

Caras e caros,

A coletânea desta semana homenageia os 100 anos do nascimento do grande escritor argentino Julio Cortázar, seguramente um dos maiores contistas da literatura mundial, e o inovador artista plástico H. R. Giger, que morreu neste ano e nos deixou órfãos de uma visão espetacular sobre o futuro e sobre a ficção científica. Os textos tratam de vários assuntos atemporais que remetem ao consumo que consome, à desigualdade no mundo da pretensa igualdade, à antropofagia que nos une, à política podre que desune, às verdades tecidas com mentiras, às perguntas sem respostas, à imagem que limita a alma e o corpo e aos que morrem no silêncio de nossa ignorância. Boa leitura.









Indicação 01.
Giger, H.R. - Hans Ruedi Giger (1940-2014) pintor, escultor e designer suiço ligado ao Surrealismo e à Arte Fantástica - 1967 - Escultura em metal - Máquina do nascimento.
Nota: Giger é um dos artistas mais cultuados do século XX, não só pela obra fascinante e inovadora em função do olhar pessimista ou mesmo apocalíptico sobre o futuro, mas também por ter sido o idealizador da estética de filmes clássicos como Duna (David Lynch, inspirado na obra homônima de Frank Herbert) e Alien (Ridley Scott).

Indicação 02.
the evolution of 10 famous logos P.S. look at the BMW first one and what does it look like to you? haha

Indicação 03.
Ernesto Che Guevara, na época Ministro da Indústria cubano, bebendo Coca-Cola, em 1961, em Punta del Este, no Uruguai.    Che Guevara, um dos líderes da Revolução Cubana, foi flagrado bebendo o refrigerante considerado como o símbolo do capitalismo e do imperialismo estadunidense, durante um dos intervalos da Conferência Econômica e Social Inter-América, em agosto daquele ano.    Autor da foto: Desconhecido.  Texto de Diego Vieira
Nota: Ernesto Che Guevara, na época Ministro da Indústria cubano, bebendo um Coca-Cola, em 1961, em Punta del Este, no Uruguai. Che Guevara, um dos líderes da Revolução Cubana, foi flagrado bebendo o refrigerante considerado como o símbolo do capitalismo e do imperialismo estadunidense, durante um dos intervalos da Conferência Econômica e Social Inter-América, em agosto daquele ano. (Imagens históricas)
Fonte:caso alguém conheça o autor da foto, gentileza deixar nos comentários.

Para mais:
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/luta-final-che-435559.shtml

Indicação 04.
Casa tomada
Julio Cortázar

Gostávamos da casa porque, além de ser espaçosa e antiga (as casas antigas de hoje sucumbem às mais vantajosas liquidações dos seus materiais), guardava as lembranças de nossos bisavós, do avô paterno, de nossos pais e de toda a nossa infância.
Acostumamo-nos Irene e eu a persistir sozinhos nela, o que era uma loucura, pois nessa casa poderiam viver oito pessoas sem se estorvarem. Fazíamos a limpeza pela manhã, levantando-nos às sete horas, e, por volta das onze horas, eu deixava para Irene os últimos quartos para repassar e ia para a cozinha. O almoço era ao meio-dia, sempre pontualmente; já que nada ficava por fazer, a não ser alguns pratos sujos. Gostávamos de almoçar pensando na casa profunda e silenciosa e em como conseguíamos mantê-la limpa. Às vezes chegávamos a pensar que fora ela a que não nos deixou casar. Irene dispensou dois pretendentes sem motivos maiores, eu perdi Maria Esther pouco antes do nosso noivado. Entramos na casa dos quarenta anos com a inexpressada idéia de que o nosso simples e silencioso casamento de irmãos era uma necessária clausura da genealogia assentada por nossos bisavós na nossa casa. Ali morreríamos algum dia, preguiçosos e toscos primos ficariam com a casa e a mandariam derrubar para enriquecer com o terreno e os tijolos; ou melhor, nós mesmos a derrubaríamos com toda justiça, antes que fosse tarde demais.
Irene era uma jovem nascida para não incomodar ninguém. Fora sua atividade matinal, ela passava o resto do dia tricotando no sofá do seu quarto. Não sei por que tricotava tanto, eu penso que as mulheres tricotam quando consideram que essa tarefa é um pretexto para não fazerem nada. Irene não era assim, tricotava coisas sempre necessárias, casacos para o inverno, meias para mim, xales e coletes para ela. Às vezes tricotava um colete e depois o desfazia num instante porque alguma coisa lhe desagradava; era engraçado ver na cestinha aquele monte de lã encrespada resistindo a perder sua forma anterior. Aos sábados eu ia ao centro para comprar lã; Irene confiava no meu bom gosto, sentia prazer com as cores e jamais tive que devolver as madeixas. Eu aproveitava essas saídas para dar uma volta pelas livrarias e perguntar em vão se havia novidades de literatura francesa. Desde 1939 não chegava nada valioso na Argentina. Mas é da casa que me interessa falar, da casa e de Irene, porque eu não tenho nenhuma importância. Pergunto-me o que teria feito Irene sem o tricô. A gente pode reler um livro, mas quando um casaco está terminado não se pode repetir sem escândalo. Certo dia encontrei numa gaveta da cômoda xales brancos, verdes, lilases, cobertos de naftalina, empilhados como num armarinho; não tive coragem de lhe perguntar o que pensava fazer com eles. Não precisávamos ganhar a vida, todos os meses chegava dinheiro dos campos que ia sempre aumentando. Mas era só o tricô que distraía Irene, ela mostrava uma destreza maravilhosa e eu passava horas olhando suas mãos como puas prateadas, agulhas indo e vindo, e uma ou duas cestinhas no chão onde se agitavam constantemente os novelos. Era muito bonito.
Como não me lembrar da distribuição da casa! A sala de jantar, lima sala com gobelins, a biblioteca e três quartos grandes ficavam na parte mais afastada, a que dá para a rua Rodríguez Pena. Somente um corredor com sua maciça porta de mogno isolava essa parte da ala dianteira onde havia um banheiro, a cozinha, nossos quartos e o salão central, com o qual se comunicavam os quartos e o corredor. Entrava-se na casa por um corredor de azulejos de Maiorca, e a porta cancela ficava na entrada do salão. De forma que as pessoas entravam pelo corredor, abriam a cancela e passavam para o salão; havia aos lados as portas dos nossos quartos, e na frente o corredor que levava para a parte mais afastada; avançando pelo corredor atravessava-se a porta de mogno e um pouco mais além começava o outro lado da casa, também se podia girar à esquerda justamente antes da porta e seguir pelo corredor mais estreito que levava para a cozinha e para o banheiro. Quando a porta estava aberta, as pessoas percebiam que a casa era muito grande; porque, do contrário, dava a impressão de ser um apartamento dos que agora estão construindo, mal dá para mexer-se; Irene e eu vivíamos sempre nessa parte da casa, quase nunca chegávamos além da porta de mogno, a não ser para fazer a limpeza, pois é incrível como se junta pó nos móveis. Buenos Aires pode ser uma cidade limpa; mas isso é graças aos seus habitantes e não a outra coisa. Há poeira demais no ar, mal sopra uma brisa e já se apalpa o pó nos mármores dos consoles e entre os losangos das toalhas de macramê; dá trabalho tirá-lo bem com o espanador, ele voa e fica suspenso no ar um momento e depois se deposita novamente nos móveis e nos pianos.
Lembrarei sempre com toda a clareza porque foi muito simples e sem circunstâncias inúteis. Irene estava tricotando no seu quarto, por volta das oito da noite, e de repente tive a idéia de colocar no fogo a chaleira para o chimarrão. Andei pelo corredor até ficar de frente à porta de mogno entreaberta, e fazia a curva que levava para a cozinha quando ouvi alguma coisa na sala de jantar ou na biblioteca. O som chegava impreciso e surdo, como uma cadeira caindo no tapete ou um abafado sussurro de conversa. Também o ouvi, ao mesmo tempo ou um segundo depois, no fundo do corredor que levava daqueles quartos até a porta. Joguei-me contra a parede antes que fosse tarde demais, fechei-a de um golpe, apoiando meu corpo; felizmente a chave estava colocada do nosso lado e também passei o grande fecho para mais segurança.
Entrei na cozinha, esquentei a chaleira e, quando voltei com a bandeja do chimarrão, falei para Irene:
— Tive que fechar a porta do corredor. Tomaram a parte dos fundos.
Ela deixou cair o tricô e olhou para mim com seus graves e cansados olhos.
— Tem certeza?
Assenti.
— Então — falou pegando as agulhas — teremos que viver deste lado.
Eu preparava o chimarrão com muito cuidado, mas ela demorou um instante para retornar à sua tarefa. Lembro-me de que ela estava tricotando um colete cinza; eu gostava desse colete.
Os primeiros dias pareceram-nos penosos, porque ambos havíamos deixado na parte tomada muitas coisas de que gostávamos. Meus livros de literatura francesa, por exemplo, estavam todos na biblioteca. Irene pensou numa garrafa de Hesperidina de muitos anos. Freqüentemente (mas isso aconteceu somente nos primeiros dias) fechávamos alguma gaveta das cômodas e nos olhávamos com tristeza. 
— Não está aqui.
E era mais uma coisa que tínhamos perdido do outro lado da casa. 
Porém também tivemos algumas vantagens. A limpeza simplificou-se tanto que, embora levantássemos bem mais tarde, às nove e meia por exemplo, antes das onze horas já estávamos de braços cruzados. Irene foi se acostumando a ir junto comigo à cozinha para me ajudar a preparar o almoço. Depois de pensar muito, decidimos isto: enquanto eu preparava o almoço, Irene cozinharia os pratos para comermos frios à noite. Ficamos felizes, pois era sempre incômodo ter que abandonar os quartos à tardinha para cozinhar. Agora bastava pôr a mesa no quarto de Irene e as travessas de comida fria.
Irene estava contente porque sobrava mais tempo para tricotar. Eu andava um pouco perdido por causa dos livros, mas, para não afligir minha irmã, resolvi rever a coleção de selos do papai, e isso me serviu para matar o tempo. Divertia-nos muito, cada um com suas coisas, quase sempre juntos no quarto de Irene que era o mais confortável. Às vezes Irene falava: 
— Olha esse ponto que acabei de inventar. Parece um desenho de um trevo?
Um instante depois era eu que colocava na frente dos seus olhos um quadradinho de papel para que olhasse o mérito de algum selo de Eupen e Malmédy. Estávamos muito bem, e pouco a pouco começamos a não pensar. Pode-se viver sem pensar.
(Quando Irene sonhava em voz alta eu perdia o sono. Nunca pude me acostumar a essa voz de estátua ou papagaio, voz que vem dos sonhos e não da garganta. Irene falava que meus sonhos consistiam em grandes sacudidas que às vezes faziam cair o cobertor ao chão. Nossos quartos tinham o salão no meio, mas à noite ouvia-se qualquer coisa na casa. Ouvíamos nossa respiração, a tosse, pressentíamos os gestos que aproximavam a mão do interruptor da lâmpada, as mútuas e freqüentes insônias.
Fora isso tudo estava calado na casa. Durante o dia eram os rumores domésticos, o roçar metálico das agulhas de tricô, um rangido ao passar as folhas do álbum filatélico. A porta de mogno, creio já tê-lo dito, era maciça. Na cozinha e no banheiro, que ficavam encostados na parte tomada, falávamos em voz mais alta ou Irene cantava canções de ninar. Numa cozinha há bastante barulho da louça e vidros para que outros sons irrompam nela. Muito poucas vezes permitia-se o silêncio, mas, quando voltávamos para os quartos e para o salão, a casa ficava calada e com pouca luz, até pisávamos devagar para não incomodar-nos. Creio que era por isso que, à noite, quando Irene começava a sonhar em voz alta, eu ficava logo sem sono.) 
É quase repetir a mesma coisa menos as conseqüências. Pela noite sinto sede, e antes de ir para a cama eu disse a Irene que ia até a cozinha pegar um copo d'água. Da porta do quarto (ela tricotava) ouvi barulho na cozinha ou talvez no banheiro, porque a curva do corredor abafava o som. Chamou a atenção de Irene minha maneira brusca de deter-me, e veio ao meu lado sem falar nada. Ficamos ouvindo os ruídos, sentindo claramente que eram deste lado da porta de mogno, na cozinha e no banheiro, ou no corredor mesmo onde começava a curva, quase ao nosso lado.
Sequer nos olhamos. Apertei o braço de Irene e a fiz correr comigo até a porta cancela, sem olhar para trás. Os ruídos se ouviam cada vez mais fortes, porém surdos, nas nossas costas. Fechei de um golpe a cancela e ficamos no corredor. Agora não se ouvia nada.
— Tomaram esta parte — falou Irene. O tricô pendia das suas mãos e os fios chegavam até a cancela e se perdiam embaixo da porta. Quando viu que os novelos tinham ficado do outro lado, soltou o tricô sem olhar para ele.
— Você teve tempo para pegar alguma coisa? — perguntei-lhe inutilmente.
— Não, nada.
Estávamos com a roupa do corpo. Lembrei-me dos quinze mil pesos no armário do quarto. Agora já era tarde.
Como ainda ficara com o relógio de pulso, vi que eram onze da noite. Enlacei com meu braço a cintura de Irene (acho que ela estava chorando) e saímos assim à rua. Antes de partir senti pena, fechei bem a porta da entrada e joguei a chave no ralo da calçada. Não fosse algum pobre-diabo ter a idéia de roubar e entrar na casa, a essa hora e com a casa tomada.

Filho de pai diplomata, Julio Cortázar nasceu por acaso em Bruxelas, no ano de 1914. Com quatro anos de idade foi para a Argentina. Com a separação de seus pais, o escritor foi criado pela mãe, uma tia e uma avó. Com o título de professor normal em Letras, iniciou seus estudos na Faculdade de Filosofia e Letras, que teve que abandonar logo em seguida, por problemas financeiros. Para poder viver, deu aulas e diversos colégios do interior daquele país. Por não concordar com a ditadura vigente na Argentina, mudou-se para Paris, em 1951. Autor de contos considerados como os mais perfeitos no gênero, podemos citar entre suas obras mais reconhecidas “Bestiário” (1951), “Las armas secretas” (1959), ), “Rayuela”, (1963), “Todos los fuegos el fuego” (1966), “Ultimo round” (1969), “Octaedro” (1974), “Pameos y Meopas” (1971), “Queremos tanto a Glenda (1980), “Salvo el crepúsculo” — póstumo (1984) e "Papéis inesperados" — póstumo (2010). O escritor morreu em Paris, de leucemia, em 1984.

O texto acima foi publicado originalmente em "Bestiário" e extraído do livro "Contos Latino-Americanos Eternos", Bom Texto Editora, Rio de Janeiro — 2005, pág. 09, organização e tradução de Alicia Ramal.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Atualidades - Coletânea 2014-27

Caras e caros,

Semana intensa e triste essa última, em especial para a já debilitada democracia brasileira, pois perde-se muito quando um candidato morre da forma como Eduardo Campos morreu. Para a família dele e das outras vítimas, minhas humildes condolências. 
Para entender bem o riso temos que nos fartar de choros, parece esse um epitáfio para a vida do genial e atormentado Robin Willians que lamentavelmente escolheu nos deixar recentemente, astro de grandes filmes como "Good morning, Vietnã", "Sociedade dos poetas mortos", "Gênio indomável", "Patch Adams", "Retratos de uma obsessão" para citar apenas os que julgo obrigatórios. 
Além disso, registro com pesar aqui a morte que mais me entristeceu, especialmente pela carência que nosso país tem tido de lucidez intelectual forjada pelo interesse de ser acessível e relevante. Na última quarta perdemos Nicolau Sevcenko, autor de "Literatura como missão", um dos livros mais impactantes que já tive a honra de ler e "A corrida para o século XXI, no loop da montanha russa", uma das mais proféticas e perturbadoras visões sobre este século que vale ser lida por quaisquer pessoas interessadas em entender o seu tempo. Além de autor, era um grande professor, cultuado pelos alunos e pelas aulas que não respeitavam as fronteiras que foram artificial e tolamente criadas e alimentadas entre conhecimentos siameses como a Literatura, a Arte, a Música, a Sociologia, a Filosofia, a Antropologia e a História.
Peço antecipadas desculpas pelos muitos textos para além de nossos acordo inicial, mas a semana merece em função do que perdemos, mas também da comemoração dos 45 anos de Woodstock e dos 100 anos do Canal do Panamá. 
Espero que aproveitem bem a coletânea desta semana que foi feita com especial atenção e carinho em função da importância histórica do que vivemos nos últimos dias.













Indicação 01.

Indicação 02.


Legenda: na minha opinião, dois dos shows mais seminais do festival de Woodstock. Primeiramente, Santana, com sua excepcional banda, apresentando a fusão mais contundente que conheço entre o rock e a música centro-americana, "Soul sacrifice". Depois, o grande Richie Havens, apresenta a música "Motherless Child, erroneamente conhecida como "Freedom", em função do improviso de Havens ao incluir várias vezes essa palavra na letra original, a ponto disso engolir o título original dela, isso resume muito do que aquela multidão esperava conseguir com a contracultura e mesmo com os ideias hippies. Sua música era produto de uma mistura de africanidade crua com o folk norte-americano que resultou num dos melhores momentos do festival, não só pela excelência da música e da performance, mas pela visceral entrega de Havens à sua música convertida em transe numa celebração sagradamente profana. Ambos os registros, mostram bem o clima pacífico do festival que soa idílico e surreal quando pensamos num número de pessoas tão grande reunido  em um local absolutamente despreparado para recebê-los.


Indicação 03.
Legenda: por ocasião dos 45 anos do Festival de Woodstock, num mesmo tempo auge e início do fim da cultura Hippie, eis uma foto do emblemático e seminal show do guitarrista Jimi Hendrix em Woodstock. Apesar do número inédito de pessoas em um festival alcançado em 1969 nesse evento contracultural histórico, Hendrix tocou para uma fração do público do Festival, era o último show do derradeiro dia, só os mais resistentes esperavam para ver a apresentação que contribuiria decisivamente para tornar míticos aqueles três dias na zona rural da pequena cidade de Bethel nos EUA.
Para mais infirmações:
Fonte: caso alguém saiba quem é o fotógrafo, favor deixar as informações nos comentários.

Indicação 04.

Indicação 05.

Indicação 06.
Detalhe da instalação 'Tropicália', de
                Hélio Oiticica - a primeira versão da obra está no Tate
                Modern, em Londres. (Foto: Divulgação)
Legenda: detalhe da instalação “Tropicália”, 1967, de Hélio Oiticica, a primeira versão da obra está no Tate Modern, em Londres. Esta obra é o que o artista chamava de penetrável. A obra “Tropicália” não inspirou apenas o nome do movimento cultural homônimo de 1968 como inclusive ofereceu alguns dos subsídios estéticos para seus articuladores, dentre eles destacam-se Torquato Neto, Rogério Duprat, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Para Oiticica era a "primeiríssima tentativa consciente de impor uma imagem 'brasileira' ao contexto da vanguarda". Os penetráveis têm como premissa a possibilidade de incursão do espectador na obra, que, de toda forma, ao estar inserido nela, dialoga e compõe uma experiência artística mais ativa em relação à arte do que a mera fruição ou a simples observação passiva.


Indicação 07.
Bilhetinho Sem Maiores Conseqüências

Uma retificação, meu bom Vinícius:
Você falou em "bares repletos de homens vazios"
e no entanto se esqueceu
de que há bares
lares
teatros, oficinas
aviões, chiqueiros
e sentinas,
cheinhos(ao contrário)
de homens cheios
Homens cheios.
(e você bem sabe)
entulhados da primeira à última geração
da imoralidade desta vida
das cotidianas encruzilhadas e decepções
da patente inconsequência disso tudo.
Você se esqueceu
Vinícius, meu bom,
dos bares que estão repletos de homens cheios
da maldade das coisas e dos fatos,
dos bares que estão cheios de homens cheios
da maldade insaciável
dos que fazem as coisas
e organizam os fatos
E você
que os conhece tão de perto
Vinícius "Felicidade" de Moraes
não tinha o direito de esquecer
essa parcela imensa de homens tristes,
condenados candidatos naturais
a títulos de tão alta racionalidade
a deboches de tão falsa humanidade.

Com uma admiração "deste tamanho".

Rio 7.7.62
Torquato Neto

Nota: poeta fundamental para o Tropicalismo e para a poesia contemporânea, em especial a Marginal brasileira. De certa forma, um eco dos ventos contraculturais que sopravam fortes nos EUA e na Europa que, no Brasil, vingaram, mas de forma difusa e pouco evidente, não só pela forma antropofágica tropicalista de filtrá-los, como pela resistência conservadora construída contra eles pela classe média e pela Ditadura, além da assimilação superficial de grupos de jovens que converteram os gritos daquele tempo em uma busca muitas vezes hedonista por uma vida de mais liberdade, sobretudo, nos costumes, mais até do que a política e a intelectual. Para tanto, os versos de Torquato dilaceram esse enigma e esses paradoxos ao serem escritos por meio de uma poesia livre de métricas, sobre temas alheios ao universo artístico tradicional e com uma franqueza moral e discursiva que explicam a pertinência visceral de sua produção ainda hoje.

Abraços,

Professor Estéfani Martins
opera10@gmail.com