Proposta de redação
Texto 01.
“Na onda dos eventos de moda,
como o Fashion Rio, realizado no Rio de Janeiro, ou o São Paulo Fashion Week,
na capital paulista, sempre surgem discussões sobre moda, beleza e, uma das
mais polêmicas, sobre o corpo. Baseado em tipos franzinos, magros, os corpos
"da moda" são tão produtos de consumo quanto as roupas que os vestem.
A polêmica dos corpos, sejam das modelos de passarelas, sejam de modelos
publicitários, ganha páginas de jornais, de revistas, nas tevês por meio de
imagens e representações e abre espaço para a discussão sobre como a
idealização do corpo adquiriu poder ao longo do século XX, chegando ao século
XXI com normas estéticas específicas. É necessário ser como as modelos: corpo
plasticamente perfeito, à prova de velhice, isento de qualquer descuido ou
preguiça.
A busca por definições de
padrões no que diz respeito ao corpo transforma- se numa corrida rumo ao
consumo. A mídia trabalha para que a sua produção de imagens chegue ao
indivíduo de maneira que legitime e afirme não só o consumo, mas também os
modos de sociabilidade - uma espécie de orientação sobre como viver e se
relacionar em sociedade - nelas inseridos. Para isso, a mídia ensina o que,
onde, quando e como consumir. Mais: ensina como devemos ser. Por meio de suas
representações, o indivíduo pode se reconhecer como protagonista das imagens,
espelhando-se nos modelos apresentados, fazendo da imagem midiática algo a ser
copiado.
As pessoas, em particular as
moradoras das grandes metrópoles, relacionam- se, diariamente, com um fluxo contínuo
de imagens produzidas pela mídia. Essa "relação" não é propriamente
uma novidade e já há muito tempo influencia a sociedade. Por isso, não se
discute que as imagens da mídia são parte da cultura da sociedade brasileira.
São imagens que se tornaram onipresentes e são responsáveis pela difusão de
símbolos, culturas e informações. A socióloga Cristina Costa, em seu livro A
imagem da mulher, afirma que, no cotidiano das relações sociais, as pessoas se
formam no contraponto das imagens que recebem, ou seja, passa a ser um grande
jogo de espelhos, fazendo o indivíduo ora se compreender ou se opor, ora se
contemplar ou se estranhar.
O uso consistente de imagens -
e, conseqüentemente, a freqüente inserção de representações - mostra a
importância que as mesmas ocupam na sociedade. Isso porque a sociedade
capitalista não só requer uma cultura baseada em imagens, como a sua produção
fornece uma ideologia dominante, ou seja, oferece uma visão de como o mundo
deveria ser; daquilo que compõe ou comporia um mundo melhor. Como necessita
fornecer uma ampla quantidade de entretenimento, para assim estimular o consumo
e anestesiar os danos causados a determinadas raças, classes sociais e sexo, a
mudança social foi substituída por uma mudança nas imagens, e a mídia aproveita
essa chance para criar novos estilos de vida, novos conhecimentos, novas
culturas e novas representações.” (“As imagens e suas implicações sociais”, por
Liliany Samarão e Pedro Calabrez Furtado)
Texto 02.
"Estou apenas observando quanta
coisa existe de que não preciso para ser feliz." (Frase atribuída a
Sócrates, o grande filósofo grego, enquanto passeava pelas ruas comerciais de
Atenas)
Texto 03.
“Aparentemente, o consumo é
algo banal, até mesmo trivial. É uma atividade que fazemos todos os dias, por
vezes, de maneira festiva, ao organizar um encontro com os amigos, comemorar um
evento importante ou para nos recompensar por uma realização particularmente
importante - mas a maioria das vezes é de modo prosaico, rotineiro, sem muito
planejamento antecipado nem reconsiderações.
Se reduzido à forma arquetípica
do ciclo metabólico de ingestão, digestão e excreção, o consumo é uma condição,
e um aspecto, permanente e irremovível, sem limites temporais ou históricos; um
elemento inseparável da sobrevivência biológica que nós humanos compartilhamos
com todos os outros organismos vivos. Visto desta maneira, o fenômeno do
consumo tem raízes tão antigas quanto os seres vivos - e com toda certeza é
parte permanente e integral de todas as formas conhecidas de vida conhecidas a
partir de narrativas históricas e relatos etnográficos. Ao que parece, plus ça
chance, plus c'est la même chose... Qualquer modalidade de consumo considerada
típica de um período específico da história humana pode ser apresentada sem
muito esforço como uma versão ligeiramente modificada de modalidades
anteriores. Nesse campo, a continuidade parece ser a regra; rupturas,
descontinuidades, mudanças radicais, para não mencionar transformações
revolucionárias do tipo divisor de águas, podem ser (e com freqüência são)
rejeitadas como puramente quantitativas, em vez de qualitativas. E ainda assim,
se a atividade de consumir, encarada dessa maneira, deixa pouco espaço para a
inventividade e a manipulação, isso não se aplica ao papel que foi e continua
sendo desempenhado pelo consumismo nas transformações do passado e na atual
dinâmica do modo humano de ser e estar no mundo. Em particular, não se aplica
ao seu lugar entre os fatores determinantes do estilo e da qualidade de vida
social e ao seu papel como fixador de padrões (um entre muitos ou o principal)
das relações inter-humanas.
Por toda a história humana, as
atividades de consumo ou correlatas (produção, armazenamento, distribuição e
remoção de objetos de consumo) têm oferecido um suprimento constante de
"matéria-prima" a partir da qual a variedade de forma de vida e
padrões de relações inter-humanas pôde ser moldada, e de fato o foi, com a
ajuda da inventividade cultural conduzida pela imaginação. De maneira mais
crucial, como um espaço expansível que se abre entre o ato da produção e o do
consumo, cada um dos quais adquiriu autonomia em relação ao outro - de modo que
puderam ser controlados, padronizados e operados por conjuntos de instituições
mutuamente independentes. Seguindo-se à "revolução paleolítica" que
pôs fim ao modo de existência precário dos povos coletores inaugurou a era dos
excedentes e da estocagem, a história poderia ser escrita com base nas maneiras
como esse espaço foi colonizado e administrado.” (Trecho do livro “Vida para
consumo, a transformação das pessoas em mercadoria” de Zygmunt Bauman)
Texto 04.
Situação 2014/13/A - Dissertação (Enem)
A partir da leitura dos textos
motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema “Consumo consciente e sustentável”, apresentando
proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
Instruções Enem:
1. O rascunho da redação deve ser feito
no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito
à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A redação com até 7 (sete) linhas
escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
4. A redação que fugir ao tema ou que
não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
5. A redação que apresentar proposta de
intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
6. A redação que apresentar cópia dos
textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas
copiadas desconsiderado para efeito de correção.
Situação
2014/13/B - Dissertação (USP, Unesp, etc.)
Escreva
uma dissertação sobre o seguinte tema:
Consumo: necessidade, fenômeno cultural e
doença?
Instruções:
1. Lembre-se de que a situação de produção de
seu texto requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
2. A redação deverá ter entre 25 e 30 linhas.
Situação
2014/13/C - Notícia (UFU)
Escreva uma notícia como se você fosse
repórter de uma revista de grande vendagem sobre um evento que tenha como
ideias-chave as seguintes sentenças.
- Aconteceu em um “shopping”.
- Tinha apenas 19 anos.
- Era filha ou filho de empresários falidos.
- A loja era de um grife de alto padrão criada
em New York.
Instruções UFU:
1. Após a escolha de uma das situações, assinale sua
opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas
do gênero selecionado.
2. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse
título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende
abordar.
3. Se a estrutura do gênero selecionado exigir
assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma
escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
4. Utilize trechos dos textos motivadores (da situação
que você selecionou) e parafraseie-os.
5. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua
redação.
6. ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da
orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será
penalizada.
7. Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.
Situação 2014/13/D – Outros gêneros textuais -
Anúncio (Unicamp, UEL, etc.)
Faça um texto breve para ser publicado como
anúncio institucional em uma revista como responsável por uma campanha de
promoção de consumo consciente e sustentável entre crianças. O texto deve ser
destinado aos pais para que se envolvam mais na educação de seus filhos a fim
de formar adultos menos consumistas e mais responsáveis em relação ao que
consomem.
Instruções:
1. Seu texto deve ter título.
2. Seu texto deve ter no mínimo 15 e no máximo
20 linhas.
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