Proposta de redação
Texto 01.
A globalização da ética de imprensa
O fechamento do tabloide
inglês The News of the World, que vendia 2,6 milhões de exemplares, deu a
largada para a principal discussão sobre ética de imprensa no mundo
globalizado. A partir de agora está claríssimo: a conduta dos órgãos
encarregados de informar a sociedade é uma pauta supranacional. Não é apenas o
capital que viaja em segundos de um continente para outro. Não são apenas as
massas trabalhadoras que migram clandestinamente para disputar empregos em
terras estrangeiras. Não é apenas a indústria da diversão que alcança
simultaneamente os olhares de povos distantes entre si. Agora ficou evidente: a
credibilidade dos órgãos jornalísticos não é meramente um assunto doméstico,
ela floresce e sucumbe na arena global.
Já veremos por quê. Antes
façamos uma recapitulação sumária do que se passou.
Esse jornal, The News of the
World, tinha 168 anos de idade. Desde 1969 pertencia à News Corporation, o
megaconglomerado internacional, com faturamento na casa dos US$ 33 bilhões ao
ano, controlado pelo australiano Rupert Murdoch. Vivia de bisbilhotagem,
luxúria e algum sangue. Vivia muito bem, apesar do lento declínio em
circulação, que vinha de décadas. Sua fórmula editorial ia dos aposentos da
família real em Londres às estripulias transoceânicas dos astros do show
business, passando por bestialidades a granel.
Há poucos anos, seus métodos
“jornalísticos” passaram a ser contestados. No site da Press Complaints
Commission – instituição encarregada da autorregulamentação da imprensa
britânica – há queixas de escutas clandestinas contra ele. Na esfera policial
também houve investigações. Um jornalista do News of the World, Clive Goodman,
chegou a ser preso em 2007.
Tudo isso não é novo,
portanto. Mas até então se acreditava que os crimes registrados eram desvios
individuais, casos isolados, como se diz. Agora se viu que não. Os crimes são
mais sérios e muito mais numerosos. Segundo apontam as investigações, seriam
mais de 4 mil os telefones grampeados pelo jornal. Estamos falando, portanto,
da industrialização do grampo. Gerenciar milhares de escutas clandestinas é uma
operação de monta: requer equipes treinadas, orçamentos bem planejados,
estruturas próprias. Os inquéritos vão dando conta de que o News não era uma
redação jornalística – era uma agência de arapongas assalariados.
(...)
Aí é que entram as razões da
internacionalização desse debate. O escândalo dos grampos virou notícia no
mundo todo porque o conglomerado de Murdoch está no mundo todo – e se ele faz
por aí o que parece ter feito em Londres, isso diz respeito a todos nós. Ontem
pela manhã a Rádio CBN noticiou em primeira mão no Brasil que o senador
democrata Jay Rockefeller pretende investigar o grupo de Murdoch nos Estados
Unidos. Um dos jornais que mais se destacaram na cobertura dos bueiros da News
Corp. – depois do diário inglês The Guardian – é o americano The New York
Times, que vem sofrendo uma concorrência frontal do Wall Street Journal,
comprado, em 2007, por ninguém menos que Murdoch. Na Newsweek desta semana, o
jornalista Carl Bernstein – autor, ao lado de Bob Woodward, da série de
reportagens sobre o escândalo de Watergate, publicadas no Washington Post, que
levaram a renúncia de Richard Nixon, em 1974 – lança a pergunta que só ele pode
fazer: será que esse escândalo não é o Watergate de Murdoch?
O sentimento geral foi bem
sintetizado pela revista The Economist de quinta passada: “Se ficar provado que
os diretores da News Corporation agiram contra a lei, eles não deveriam mais
comandar nenhum jornal ou estação de TV. Deveriam estar na cadeia”. Isso vale
para qualquer país. No mundo de hoje, as práticas dos tabloides ingleses viraram
tema do interesse público internacional.
Sim, isso mesmo. Existe um
interesse público internacional, ainda que difuso, rarefeito, pouco
institucionalizado. Não são apenas o capitalismo selvagem e a especulação
financeira que rasgam fronteiras. As preocupações humanitárias em geral e a
ética jornalística em particular também se globalizam como valores universais.
É a isso que Murdoch terá de prestar contas. E com isso ele talvez não
contasse.
Prof. Eugênio Bucci
Colunista do jornal O Estado de São Paulo e professor da
ECA, na USP
Texto 02.
Fonte: internet
Texto 03.
Texto 04.
Fonte:internet
Situação 2014/10/A – Dissertação (Enem)
Em função da leitura dos textos motivadores e dos
conhecimentos assimilados ao longo de sua formação, faça uma dissertação
argumentativa sobre o controle da imprensa no Brasil. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
Instruções Enem:
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço
apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha
própria, em até 30 linhas.
3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será
considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo
dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
5. A redação que apresentar proposta de intervenção que
desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta
de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas
desconsiderado para efeito de correção.
Situação 2014/10/B – Dissertação (USP, Unesp, etc.)
Faça uma dissertação argumentativa sobre a seguinte
questão:
Liberdade de expressão e de imprensa são direitos
absolutos?
Instruções Fuvest:
1. A redação deve obedecer à norma padrão da língua
portuguesa.
2. Escreva, no mínimo, 20 e, no máximo, 30 linhas, com
letra legível.
3. Dê um título a sua redação.
Situação 2014/10/C – Carta pessoal (UFU, UFGD, UEL,
Unicamp, etc.)
Escreva uma carta pessoal para um amigo a respeito de um
episódio em que a imprensa tenha cumprido ou não seu papel social com ética,
transparência e imparcialidade.
Instruções UFU:
1. Após a escolha de uma das situações, assinale sua
opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas
do gênero selecionado.
2. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse
título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende
abordar.
3. Se a estrutura do gênero selecionado exigir
assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma
escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
4. Utilize trechos dos textos motivadores (da situação
que você selecionou) e parafraseie-os.
5. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua
redação.
6. ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da
orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será
penalizada.
7. Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.
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