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Gêneros textuais - artigo jornalístico, artigo de opinião ou texto de opinião
É um texto opinativo normalmente assinado e muito
assemelhado estruturalmente à dissertação, ainda que permita algumas liberdades
linguísticas impossíveis em um texto dissertativo científico como o uso pontual de palavras não dicionarizadas, subjetividades, etc. Por ser atribuído
a uma pessoa, comunica um ponto de vista particular acerca de um assunto em primeira pessoa do singular.
Objetivo –
comunicar a opinião particular de um articulista contratado por veículo de
comunicação pela relevância dessa pessoa para um determinado grupo, instituição, etc.
Estrutura –
dissertativa-argumentativa.
Argumentação –
pode ser construída de diversas maneiras, desde abordagens mais científicas e
fundadas em estatísticas e discursos de autoridade até formas mais
personalistas em que experiências pessoais, viagens, vivência profissional,
etc., possam ser usadas para defender uma tese a respeito de um assunto atual e
normalmente de alta relevância midiática.
Pessoa do discurso
– 1ª pessoa do singular é obrigatória para explicitar o aspecto personalista do
discurso e da argumentação do texto.
Linguagem – clara,
objetiva e adequada às normas gramaticais por padrão, ainda que se aceite
pontualmente o uso de expressões como gírias, coloquialidades e oralidades como
forma de personalizar o discurso do articulista. Verbos predominantemente no
presente do indicativo.
Máscara –
obrigatória e qualificadora (Exemplo: “como médico”, "na condição de antropólogo", etc.). (Observação importante: confira se no concurso que você fará a máscara é obrigatória e sobre qual é a orientação para escrevê-la.)
Título - esperado e muito comum em ambeintes jornalíticos em especial. (Observação importante: confira se no concurso que você fará o título é obrigatório e sobre qual é a orientação para escrevê-lo.)
Título - esperado e muito comum em ambeintes jornalíticos em especial. (Observação importante: confira se no concurso que você fará o título é obrigatório e sobre qual é a orientação para escrevê-lo.)
Assinatura – normalmente exigida e sem ponto final. (Observação importante: confira se no concurso que você fará a assinatura é obrigatória e sobre qual é a orientação para escrevê-la.)
Observação importante: lembro que os exemplos abaixo são oriundos da produção dos alunos ou de veículos midiáticos, assim têm virtudes e defeitos que serão apontados em sala de aula, já que respondem a situações de produção diferentes das de concurso ou mostram certas dificuldades linguísticas, estruturais e temáticas.
Exemplos:
Texto 01.
Estado laico: uma necessidade
O Estado
laico tem sido nos últimos anos uma discussão frequente em algumas esferas
sociais em função de decisões do Superior Tribunal Federal (STF) em favor do
direito ao aborto de anencefálicos e da união civil entre homossexuais. Como
antropólogo, entendo que ainda deve ser considerada a atuação nada laica de
políticos de bancadas religiosas na Câmara Federal contra os interesses da
maioria da população. Por isso, defendo a necessidade da reafirmação de um
pacto civil em defesa da laicidade do Governo.
Essa
defesa sustenta-se não só no fato de muitos países tornados teocracias terem tido
perdas significativas de garantias presentes na Declaração Universal dos
Direitos Humanos, mas também no fato de haver perda considerável na diversidade
de ideias artísticas, políticas e, evidentemente, religiosas, quando um Estado
deixa de ser laico. Afirmo isso porque a laicidade de instituições é uma defesa
vigorosa da liberdade religiosa, pois, via de regra, todo estado laico de fato
é multireligioso como ainda é o caso do Brasil.
Defender
esse estado laico é, dessa forma, uma forma de prezar pela liberdade religiosa,
que, apesar de não ser uma pessoa crente, entendo ser uma conquista das
sociedades democráticas que deve ser defendida por todos. Vejo essa questão
assim pois reconheço o quanto que a diversidade religiosa é influente no campo
das artes, dos costumes, da gastronomia, etc., ou seja, suprimi-la seria o
mesmo que suprimir um dos principais geradores de manifestações culturais que
se tem notícia. Seria indiscutivelmente um golpe duro contra várias etnias e
culturas, contra milhões de pessoas e contra a cultura brasileira.
Logo,
defendo o Estado laico não por ser contra quaisquer religiões, mas, ao
contrário, por defendê-las como um direito de escolha de todas as pessoas, para
que possamos continuar a ter um país marcado por tradições democráticas,
diversidade cultural e liberdade de pensamento e expressão.
José
Observação importante: assinatura exigida no vestibular da UFU. Fique atento às orientações em outros concursos.
Observação importante: assinatura exigida no vestibular da UFU. Fique atento às orientações em outros concursos.
Texto 02.
Ele não sabe o que faz
Ruth de Aquino
Mais um assassino covarde tira proveito da lei
paternalista no Brasil, que considera os menores de 18 anos incapazes de
responder criminalmente por seus atos. Como não sentir vergonha diante dos pais
do universitário Victor Hugo Deppman, assaltado e morto na calçada de casa em
São Paulo? Como convencê-los a se conformar com o Estatuto da Criança e do
Adolescente, que protege o homicida de 17 anos que deu um tiro na cabeça de seu
filho após roubar seu celular? Como conviver com a perda brutal de um filho e saber
que seu algoz será internado por no máximo três anos porque “não sabia o que
estava fazendo”?
Não consigo enxergar jovens de 16 anos como
“adolescentes” ou “menores”. Eles votam, fazem sexo, chegam em casa de
madrugada ou de manhã. Por que considerá-los incapazes de discernir o certo do
errado? Ao tornar jovens de 16 anos responsáveis por seus atos diante da
Justiça, o objetivo não é encarcerar todos os delinquentes dessa idade, mas,
quem sabe, reduzir os crimes hediondos juvenis. A mudança na lei reforçaria o
status que eles próprios já reivindicam em casa diante dos pais: “Eu não sou
mais criança”. E não é mesmo.
Para quem argumenta que de nada adiantará reduzir a
maioridade penal para 16 anos, respondo com uma pergunta: longas penas para
assassinos adultos acabam com o crime bárbaro? Não, claro. Então, vamos acabar
com as cadeias porque elas são custosas e inócuas? Não, claro. Longas penas
servem para reduzir a impunidade e dar às famílias de vítimas a sensação de que
foi feita justiça. Não se trata de “vingança”. É um ritual civilizatório.
Matou? E ainda por cima por motivo torpe? Tem de pagar.
Um argumento popular contra a redução da maioridade penal
para 16 anos é: e se um adolescente de 14 ou 15 anos matar alguém, mudaremos de
novo a legislação? Sempre que escuto isso, lembro um caso na Inglaterra, em
1993. Dois garotos ingleses de 10 anos foram condenados à prisão perpétua por
ter mutilado e matado um menino de 2 anos. A repercussão foi tremenda. Os
assassinos foram soltos após oito anos de prisão. Mas não foram tratados com
benevolência no julgamento. O recado para a sociedade era claro: não se passa a
mão na cabeça de quem comete um crime monstruoso. Mesmo aos 10 anos de idade.
Outro argumento comum no Brasil contra a redução da
maioridade penal afirma que só com boa educação e menos desigualdade social
poderemos reduzir a criminalidade juvenil. Essa é uma verdade parcial. Há
muitos países pobres em que jovens assaltam, mas não matam por um celular ou
uma bicicleta. Eles têm medo da punição, medo da Justiça. Também acho injusto
atribuir aos pobres uma maior tendência ao crime bárbaro. Tantos ricos são
bandidos de primeira grandeza... Melhorar a educação e reduzir a pobreza são
obrigações. Isso não exclui outra obrigação nossa: uma sociedade que valoriza a
vida e a honestidade precisa acabar com a sensação de que o crime compensa.
Para menores e maiores de 18 anos.
Os filósofos de plantão que nunca perderam o filho num
assalto apelam à razão. Dizem que não se pode legislar sob impacto emocional.
Ah, sim. Quero ver falar isso diante de Marisa e José Valdir Deppman, pais
enlutados de Victor Hugo, que ouviram o tiro de seu apartamento, no 9o andar.
Uma família de classe média que livrou o filho da asma com plano de saúde
privado e investiu com esforço em seus estudos. A mãe falava com Victor Hugo
todos os dias pelo celular. “Eu sempre falava para ele não reagir, porque a
vida não vale um celular ou um carro. Ele não reagiu, mas foi morto. Estou
estraçalhada por dentro.”
Victor Hugo, o Vitão, era santista fanático, um dos
artilheiros do “Inferno vermelho”, apelido do time da Faculdade Cásper Líbero,
onde estudava rádio e TV. Sonhava em virar locutor esportivo e estava
apaixonado. A câmera do prédio mostra o momento em que sua vida acabou. Mostra
a covardia do rapaz, cujo nome nem pôde ser divulgado por ser “inimputável”. Na
sexta-feira passada, o assassino de Vitão, infrator conhecido na Febem,
completou 18 anos.
Seu futuro pode ser o mesmo do menor E., que, aos 16
anos, ajudou a matar no Rio de Janeiro, em 2007, o menino João Hélio. Ele
pertencia ao bando que arrastou João Hélio pelas ruas, pendurado na porta de um
carro que havia sido roubado de sua mãe. Após três anos numa instituição para
jovens infratores, foi libertado. A Justiça o incluiu temporariamente num
programa de proteção a adolescentes ameaçados de morte, o PPCAAM. Ridículo.
Ezequiel Toledo de Lima foi preso em março de 2012, aos 21 anos, por posse
ilegal de arma, tráfico e corrupção ativa. Ezequiel não tinha antecedentes
criminais como adulto – apesar de ter matado com requintes de crueldade um
menino de 6 anos. É ou não é uma inversão total de valores?
Texto 03.
A importância d’água para a espécie humana
A água
tem vital importância para os seres humanos, além de nos nutrir, precisamos
dela para várias ocasiões, como no transporte e na obtenção da caça e da pesca.
Porém, a sociedade moderna vem poluindo os rios, destruindo recursos hídricos
que causam um desequilíbrio no meio ambiente e preocupam grande parcela da
comunidade científica da qual faço parte.
Os
indivíduos urbanos como eu tem geralmente pouco conhecimento sobre a
preservação da água, por pensarem que esta é uma riqueza inesgotável. A falta
de saneamento básico também contribui para a poluição dos rios. Outra forma de
poluição seria a mineração, que utiliza produtos químicos, poluentes d’água,
como mercúrio. Estas águas contribuem para a mortalidade infantil.
Muitos
das grandes partes do mundo sofrem com a desertificação que atinge 70% das
terras secas do planeta. Países cujas reservas de água são mínimas sofrem com
sua escassez. Na África, milhões de famílias precisam percorrer longas
distâncias para achar água e carregá-las. A principal causa desta questão não é
só a irradiação de reservas hídricas, mas também o desmatamento das matas
ciliares.
Embora o
Brasil e a América do Sul estejam entre as terras com maior disponibilidade de
água, sua distribuição é muito desigual, com a maior parte, no caso brasileiro,
concentrada na região amazônica, onde está a menor fatia da população.
A
agricultura responde hoje por mais de 70% do consumo de água no mundo e no
Brasil. A produção de alimentos já é realizada com abuso d’água, as áreas de
grãos, por exemplo, está exigindo mil toneladas de água, mais do que uma
família de classe media nos Estados Unidos.
Observamos,
que o maior beneficio pela abundância em água do planeta é na atividade
pesqueira, nos transportes marítimos e fluviais, possíveis graças à
disponibilidade natural, tomando por base os parâmetros da conjuntura atual. A
formação de uma Contracultura baseada na utilização consciente da natureza a fim
de um colapso no sistema de distribuição e utilização da água, para a
perpetuação da espécie humana.
Josefa
Observação importante: assinatura exigida no vestibular da UFU. Fique atento às orientações em outros concursos.
Observação importante: assinatura exigida no vestibular da UFU. Fique atento às orientações em outros concursos.
Professor Estéfani Martins
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