Leia
atentamente o texto a seguir:
A visão predominante e estereotipada de nossa sociedade sobre
adolescência pode ser resumida na expressão “aborrecência”. Mais do que uma
simples brincadeira com a palavra, trata-se de uma visão fundada no olhar do
adulto sobre esta fase da vida. Um olhar preconceituoso que vê o adolescente
por aquilo que ele não é: não é maduro, não é responsável, não é paciente, não
é obediente...
Diversas explicações sobre esta fase da vida foram construídas a partir
da observação de aspectos do desenvolvimento físico e psicológico do
adolescente, resultando numa visão reducionista da adolescência como fase da
explosão de hormônios, das tensões e conflitos por afirmação da identidade, da
inquietude e da contestação dos valores dos adultos.
Ao observarmos a participação dos adolescentes nos diferentes
campos da vida social, percebemos que os aspectos citados fazem parte da
adolescência, mas não são toda a adolescência. Fase da vida, com
características específicas de desenvolvimento, a adolescência está longe de
ser um problema como pode parecer a adultos e teóricos do tema. Antes de tudo,
a adolescência é uma grande oportunidade.
Oportunidade para o próprio adolescente, pois, em função do seu
desenvolvimento, sua capacidade de aprendizagem é mais veloz e sua abertura
para novas relações possibilita-lhe transcender ao universo familiar. Como
sujeito que vai ampliando sua autonomia diante do mundo, o adolescente abre-se
para novas experiências, enfrentando desafios e propondo-se a participar como
parte da solução dos seus próprios problemas e dificuldades.
Oportunidade para a família, que passa a ter um sujeito que, além
de demandar atenção e cuidados, pode contribuir na tomada de decisões; ajuda na
solução de problemas; insere a família em novos contextos culturais, artísticos
e de lazer; e interage de forma mais crítica, levando os pais e adultos a
reverem suas atitudes, posturas e valores. Toda a família cresce e evolui
quando o adolescente encontra nela um espaço de realização. O mito de que a
adolescência é uma fase de ruptura com a família não se sustenta quando
observamos o resultado da pesquisa “A voz dos adolescentes” (Unicef, 2002), que
demonstrou que, entre diferentes formas de expressão, 95% dos adolescentes
afirmaram ser a família o seu principal espaço de realização e de prazer, onde
se sentem bem, onde buscam apoio e onde se sentem valorizados.
A adolescência é também uma grande oportunidade para a comunidade.
Grupos de adolescentes fazendo teatro, música, esportes, defendendo o meio
ambiente, debatendo as questões relativas à sexualidade, produzindo seus
próprios meios de comunicação, organizando ações de voluntariado e assumindo
responsabilidades nos grupos e associações comunitárias dão vida às comunidades
e constituem-se em verdadeiros atores sociais capazes de modificar para melhor
o lugar onde vivem. São adolescentes comunicadores que, na rádio comunitária,
no jornalzinho que circula na escola e no grupo de teatro que debate questões
como a violência, movimentam toda a comunidade com ideias novas e abordagens
diferenciadas para velhos temas, gerando uma dinâmica de descobertas dos
valores, da cultura, da história e das pessoas da comunidade que, em geral, são
esquecidas pela supervalorização dos produtos culturais da sociedade de
consumo.
A adolescência é também uma grande oportunidade para as políticas
públicas. A escola, os programas de saúde, de assistências social, de trabalho,
de cultura, esporte e lazer, dentre outros, podem se transformar em espaços de
experiências profundas de cidadania, desde que sejam capazes de favorecer o
diálogo, a participação e a presença dos adolescentes com seus saberes,
desejos, sonhos e vivências.
As experiências de participação de adolescentes na gestão das
políticas públicas como, por exemplo, nos Conselhos de Direitos da Criança e do
Adolescente, demonstram que a simples presença de adolescentes nas plenárias do
conselho modifica a agenda, obriga a um debate mais objetivo e pragmático e
traz a discussão das políticas públicas para o cotidiano de suas necessidades e
direitos.
Portanto,
os mais de 21 milhões de adolescentes brasileiros representam uma grande oportunidade de desenvolvimento e mudanças
positivas para o país. Tratá-los como problema implica reprimir todas as forças
criativas e construtivas presentes nesta fase da vida. Tratá-los como cidadãos,
sujeitos de direitos e atores sociais com uma contribuição específica para a
sociedade, contribuirá para fazer um mundo melhor para todos.
Situação A - Dissertação (USP, Unesp,
Enem, etc.)
Em função da leitura
dos textos motivadores e dos conhecimentos assimilados ao longo de sua
formação, faça uma dissertação argumentativa que responda à pergunta: como
tornar a escola mais interessante para os adolescentes do século XXI? Selecione,
organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa
de seu ponto de vista.
Instruções:
1 - O rascunho da redação deve ser
feito no espaço apropriado.
2 - O texto definitivo deve ser escrito
à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3 - A redação com até 7 (sete) linhas
escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
4 - A redação que fugir ao tema ou que
não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
5 - A redação que apresentar proposta
de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
6 - A redação que apresentar cópia dos
textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas
copiadas desconsiderado para efeito de correção.
Situação B - Gêneros textuais – Cartas
(Uniube, Unicamp, UEL, etc.)
Com base nas ideias e
sugestões presentes nos textos reunidos na coletânea, redija uma carta a ser
endereçada ao ministro Aloizio Mercadante com o seguinte tema:
A educação de jovens como
símbolo de modernidade, pioneirismo e inovação.
Instruções:
1 - Se sua escolha for a carta
argumentativa, não lhe dê um título, nem a assine, pois, nos exames seletivos
das universidades, o candidato não deve ser identificado como autor da redação.
No lugar da assinatura, deverá ser colocado apena um traço.
2 - A redação deve ser escrita a caneta
azul ou preta, em prosa, com um mínimo de 20 (vinte) linhas das 35 (trinta e
cinco) linhas contidas na folha de redação. Antes de passá-la a limpo, faça
revisão do texto, observando sua adequação à modalidade escrita culta. Escreva
seu texto com letra legível.
Situação C – Outros gêneros textuais –
editorial (Unicamp, UEL, etc.)
Faça um editorial que
funcione como um panorama sobre a relação entre juventude brasileira e escola no século XXI.
Instruções:
1 - Não copie ou parafraseie trechos da
coletânea de textos.
2 - Escreva, no mínimo, 25 linhas e, no
máximo, 30.
3 - Dê um título para seu texto se for
pertinente no gênero textual em questão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário