Música Caipira (do campo para o campo)
Contexto - período de mais intensa atividade: início do século XX até a década de 1940; pioneiros: turma caipira de Cornélio Pires e da Victor (RCA-Victor); temas rurais, cotidianos, religiosos e ingênuos; falar caipira; acústica; centrada na viola; certo equilíbrio entre e 1ª e a 2ª voz; certo humor em alguns casos, até mesmo associados à auto-ironia; audiência quase predominantemente composta por moradores de zonas rurais e da periferia de cidades; ainda fortemente identificada com a ideia de algo inferior e pouco relevante esteticamente por parte da "intelectualidade" brasileira; etc.
- Mandi e Sorocabinha - "Amanhecer na roça"
- Mariano e Caçula - "Só cabocro brasileiro"
- Alvarenga e Ranchinnho - "Mizerave" (introdutores do humor)
- Raul Torres e Serrinha - "Adeus Campina da Serra"
- Cascatinha e Inhana - "Índia"
Moda de Viola (da cidade para o campo)
Contexto - período de mais intensa atividade: da década de 1950 a de 1970; expressa pensamento conservador e continuísta; a 1º voz começa a ter mais destaque; temas da música caipira, além de novas inspirações associadas à vida na cidade, à cultura da estrada (caminhoneiros) e à saudade do campo, da infância, da casa, etc.; muito influenciada pelo cada vez mais intenso êxodo rural; instrumentação eletro-acústica; viola começa a perder a centralidade; outros instrumentos como acordeons, naipes de metais, etc., passam a ser usados; algumas duplas passam a ter influências de gêneros musicais mexicanos, bolivianos, paraguaios, etc.; frequentemente identificado com o brega ou com o cafona pelas camadas mais "intelectualizadas" da sociedade brasileira; etc.
- Tonico e Tinoco - "Chico Mineiro"
- Tião Carreiro e Pardinho - "A coisa ficou bonita"
- Tião carreiro e Pardinho - "Boi soberano"
- Liu e Leu - "Boiadeiro errante"
- Pedro Bento e Zé da estrada - "Cavalo baio" (pioneiros das influências mexicanas)
- Duduca e Dalvan - "Rastros na areia"
- Duduca e Dalvan - "Pirâmide do amor"
- Milionário e José Rico - "Estrada da vida"
- Milionário e José Rico - "De longe também se ama"
- Milionário e José Rico - "Minha paixão"
Música sertaneja (início da massificação)
Contexto - período de mais intensa atividade: década de 1980; temas essencialmente urbanos e universais (traição, ciúme, etc.); ponto de vista machista; audiência urbana e rural, começa a alcançar todas as classes sociais; viola perde o protagonismo nas músicas; a 1º voz ganha destaque quase absoluto frente a 2ª voz; instrumentação muito assemelhada a da banda pop, em função do uso maciço de guitarra, baixo, bateria e teclados; etc.
- Chitãozinho e Xororó - "Fio de cabelo"
- Zezé di Camargo e Luciano - "É o amor"
- João Paulo e Daniel - "Malícia de mulher"
- Leandro e Leonardo - "Pense em mim"
Pop sertanejo (apoteose pop)
Contexto - período de mais intensa atividade: década de 1990 até a atualidade; música essencialmente urbana; estrutura de banda pop cristaliza-se; viola é praticamente banida das músicas; temas universais; elementos do country, do pop e do rock; hedonismo; audiência expressiva em todas as classes sociais; etc.
- Edson e Hudson - "Galera coração"
- Fernando e Sorocaba - "As mina pira"
- Luan Santana - "Meteoro da paixão"
- Michel Teló - "Ai seu eu te pego"
- Gustavo Lima - "Balada"
Outras indicações:
Reportagens exibidas no Globo Rural.
Aprofundamento:
A viola - história, resistência e transformação
Viola caipira
Cordas caipiras: a viola como instrumento de resistência
http://www.dicionariompb.com.br/musica-sertaneja/dados-artisticos
ResponderExcluirhttp://www.dicionariompb.com.br/sertanejo-universitario/dados-artisticos
http://www.youtube.com/watch?v=gVSBfEQ9XiY
Muito bom Estéfani! bom para as pessoas diferenciarem quando se referem à "musica sertaneja", como se fosse uma categoria geral auto-explicativa. Eu não consigo nem dizer que essa musica mais recentemente é "sertaneja", exatamente por não ter nada de "sertão" ali...mas enfim, não é a gente que escolhe os termos!
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