Proposta de redação
Texto
1. Lei do fast-food
Depois de seis meses de queda de
braço entre a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a indústria
de alimentos, a área jurídica do governo se prepara para dar "ganho de
causa" ao setor privado.
Em junho, a agência baixou resolução
determinando que a propaganda de refrigerantes e de alimentos com elevados
índices de açúcar, sódio e gordura saturada ou trans trouxesse advertência
sobre os riscos à saúde, em caso de consumo excessivo. As crianças eram o alvo
da medida. A AGU (Advocacia-Geral da União), porém, tem pronto parecer final em
que corrobora a visão da indústria de que a exigência só vale se o Congresso
aprovar lei específica sobre o tema.
Folha de S. Paulo, 16 de
janeiro de 2011.
Texto 2. Fast-food
do bem?
Esta é para deixar pais e especialistas de cabelo em
pé: a obesidade infantil aumentou cinco vezes nos últimos 20 anos e hoje atinge
cerca de 15% dos baixinhos brasileiros, ou cerca de 5 milhões de crianças. Quem
garante é a Sociedade de Pediatria de São Paulo. Dados do gênero explicam
porque todos apontam o dedo em riste para a dobradinha hambúrguer e batata
frita, ícones da chamada comida trash, que a garotada devora num piscar de
olhos. A boa notícia é que uma luz de esperança começa a brilhar nesse cenário
tão sombrio.
Em resposta à acusação, o cardápio dessas fábricas de
delícias gordurosas está abrindo espaço para itens praticamente impensáveis há
alguns anos, como saladas, sucos, grelhados, queijinhos e até frutas. O
movimento é mais forte nos Estados Unidos, mas felizmente a tendência já está
desembarcando por aqui, mesmo que timidamente. “Devido aos altos índices de
obesidade e de doenças crônicas, essa providência, mais do que desejável, é
necessária”, opina a nutricionista Bianca Chimenti, da Nutrociência, em São
Paulo. É um começo, mas, segundo a especialista, ainda não é o suficiente.
“Precisamos de campanhas de educação alimentar para pais e filhos”, diz Bianca.
É proibido proibir
Vamos ser francos. Não dá para riscar da vida dos
filhos os sanduíches e os milk shakes. Fazer isso seria também privá-los do
convívio social, porque se tem um programa que a garotada adora é ir com a
turma à lanchonete. “Em vez de proibir, o melhor é controlar esse tipo de
alimento”, argumenta Fábio Ancona Lopez, professor titular do Departamento de
Pediatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Por serem muito
gordurosas e pobres em fibras, vitaminas e minerais, o ideal é que essas
comidas sejam consumidas uma ou duas vezes por mês”, sugere.
(...)
Tem razão, as crianças às vezes vencem pelo cansaço. Para o bem delas, resista,
explique, eduque. A nutricionista Tânia Rodrigues, da RG Nutri Consultoria
Nutricional, em São Paulo, ensina o caminho das pedras:
1. Lanchonete todos os dias, só em sonhos. Deixe isso
muito claro.
2. Sugira lanches sem muito recheio, como o
cheeseburguer ou o cheese-salada. Se puder, suma com a maionese, muito rica em
gordura. O cachorro-quente é uma boa pedida, desde que venha com pouco
acompanhamento.
3. Uma generosa porção de fritas pode perfeitamente
ser compartilhada por duas ou três pessoas. Não precisa mais do que isso para
matar a vontade.
4. Se o pequeno insistir no refrigerante, tudo bem.
Mas proponha substituí-lo por suco de frutas ou água.
5. Outra troca justa: a maionese pelo trio ketchup, mostarda
e picles para incrementar o sanduíche.
6. É milk-shake ou batata frita. Ambos é overdose de
calorias.
Fast food, obesidade e colesterol
Para
verificar os efeitos de uma dieta baseada em fast-food, o norte-americano
Morgan Spurlock decidiu passar um mês se alimentando exclusivamente de
hambúrgueres, batatas fritas e refrigerantes – de preferência com as maiores
porções disponíveis no cardápio. O resultado foram 11 quilos a mais, aumento do
colesterol e sintomas variados como náuseas e fraqueza. A gordurosa saga foi
registrada em “Super size me - A dieta do palhaço” (2004), filme que divertiu
ao mesmo tempo em que chocou platéias em todo o mundo.
Um
estudo feito por pesquisadores de diversas instituições norte-americanas,
publicado na revista médica “The Lancet”, mostra de forma categórica que tal
dieta realmente faz mal à saúde.
Agencia Fapesp, 04/01/2005
Texto
3.
Proposta
O índice de obesidade entre adultos e crianças cresce todos os anos e, diante disso, é possível perguntar: o Governo deveria criar alguma lei para controlar as propagandas das redes de fast-food? A quem cabe, afinal, a responsabilidade sobre a escolha alimentar da população? Ao Governo, à família, à sociedade? Agora, faça uma dissertação como resposta para essas perguntas.
Instruções:
1.
Dê um título para a sua redação.
2.
Não copie ou parafraseie trechos da coletânea de textos.
3.
Respeite as características definidoras do gênero dissertativo.
4.
Escreva, no mínimo, 25 linhas e, no máximo, 30.
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