Texto 1
"Quem conta “piadas” que ultrapassam o limite do bom gosto, não raro, diz ser adepto do politicamente incorreto. Como se isso fosse hype ou cool e, portanto, justificasse tudo. Censura é uma coisa abominável. Mas não pode ser confundida com a proibição de usar meios de massa que possuem concessão pública para a apologia à discriminação étnica, à homofobia, à xenofobia e a preconceitos e intolerâncias – que é o que certas piadas fazem. Particularmente, considero deplorável quando humoristas fazem comentários ofensivos ou preconceituosos em veículos de comunicação de massa sob a justificativa de liberdade de expressão. Deplorável pelo conteúdo e por perceber que eles foram preguiçosos e não se dedicaram com inteligência à nobre tarefa de fazer rir
Há limites para o humor? O documentário “O Riso dos Outros”, produzido para a TV Câmara, discute a partir de entrevistas com humoristas como Danilo Gentili e Rafinha Bastos, o cartunista Laerte, o escritor Antonio Prata e o deputado federal Jean Wyllys, o limite entre a comédia e a ofensa, a liberdade de expressão e o respeito à dignidade alheia. O filme foi dirigido e roteirizado por Pedro Arantes, de séries de humor como “As Olívias”, do canal Multishow, e “Vida de Estagiário”, da TV Brasil, e está fazendo sucesso pela rede."
Texto 2
"Blogue do Sakamoto - Por que esse humor autoproclamado “politicamente incorreto” insiste em satirizar pobres, pessoas com deficiência, homossexuais, negros, mulheres e, apenas raramente, se aventura a criticar ricos e poderosos?
Pedro Arantes - Acho que o humor “politicamente incorreto”, com raras exceções, nada mais é que o velho humor que sempre ridicularizou esses grupos que você aponta. Acontece que, com a organização desses grupos e a conquista gradual de direitos, é cada vez menos aceitável que se faça piadas desse tipo, ridicularizando um negro por ser negro, uma mulher por ser mulher, um homossexual por ser homossexual. É menos aceitável não porque o mundo está mais chato ou careta, mas porque esses grupos historicamente ridicularizados, ao se organizarem, conquistaram direitos e voz para reagir.
A partir do momento que esse humor passa a ser menos aceitável, existe uma reação daqueles que querem continuar fazendo essas velhas piadas. Essa reação, que se diz libertária na medida em que combate a “ditadura do politicamente correto”, de fato está reagindo contra a perda de uma liberdade: a liberdade de um grupo historicamente dominante de oprimir, pela via do humor, os outros grupos sociais. A liberdade de alguns em limitar a liberdade e o direito dos outros. Uma liberdade que, no fim das contas, não passa de privilégio.
Assim, ao invés de dizer que o humor politicamente incorreto insiste em satirizar esses grupos que você aponta, o melhor seria dizer que o velho humor que insiste nessa sátira revestiu-se de uma nova roupagem e se autoproclamou, como reação, politicamente incorreto.
Esse humor pode até criticar ricos e poderosos, mas raramente o objeto da crítica será o fato de serem ricos e poderosos. Eles serão ridicularizados por serem mulher-gay-gorda-velho etc. Criticar os ricos e poderosos por serem ricos e poderosos não faz parte da pauta dos “politicamente incorretos” porque no fim das contas, eles dividem os mesmos privilégios."
Texto 3
"Justiça e comédia - Em 2011, a MTV foi condenada a pagar indenização de R$ 40 mil a pais ofendidos com o quadro "Casa dos Autistas", uma paródia do reality "Casa dos Artistas" (SBT), apresentada por Marcelo Adnet.
Já a Rede Globo, por meio do programa Zorra Total, foi acionada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro após organizações não-governamentais (ONGs) e telespectadores terem denunciado um possível teor racista no humorístico, tendo como base o quadro de Adelaide (mulher negra que pede dinheiro no metrô), interpretada pelo ator Rodrigo Sant'anna. O estopim para os denunciantes teria sido uma frase comentada pela personagem: "Durante a enchente não pude ficar sem minha palha de aço. Daí corri atrás para pegá-la e quando vi, eram os cabelos da minha filha".
Em 2011, o comediante e apresentador Rafinha Bastos foi processado e afastado da bancada do CQC, na Rede Bandeirantes, por ter insinuado que "comeria [a cantora] Wanessa Camargo e o bebê". Wanessa, na época estava grávida do primeiro filho, de sua união com o empresário Marcos Buaiz."
Texto 4
Fonte: Danilo Gentili
Texto 5
Texto 6
Situação A - Dissertação (UFTM, USP, Unesp, Enem, etc.)
Escreva uma dissertação sobre as relações entre censura, liberdade de expressão e humor.
Instruções:
1. Dê um título para a sua redação.
2. Não copie ou parafraseie trechos da coletânea de textos.
3. Respeite as características definidoras do gênero dissertativo.
4. Escreva, no mínimo, 25 linhas e, no máximo, 30.
Situação B - Gêneros textuais - artigo de opinião (UFU)
Após a leitura atenta dos textos, faça um artigo de opinião favorável ou contrário à censura para os programas de humor.
Instruções:
1. Após a escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2. Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
4. Utilize trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e parafraseie-os.
5. Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6. ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.
7. Escreva, no mínimo, 25 linhas e, no máximo, 30.
Situação C – Outros gêneros textuais - manifesto (Unicamp, UEL, UnB, etc.)
Após a leitura atenta dos textos motivadores, faça um manifesto favorável ou contrário à censura para os programas de humor.
1. Não copie ou parafraseie trechos da coletânea de textos.
2. Escreva, no mínimo, 20 linhas e, no máximo, 30.
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