Arte Barroca
Contexto
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O contexto em que a Arte Barroca desenvolveu-se alude à Contrarreforma católica
por oposição aos ideais da Reforma Protestante anterior.
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Nesse período, houve um expressivo decaimento do poder da Igreja Católica em
muitos países europeus. Entretanto, o nível da influência católica na economia,
política e cultural, especialmente na Europa Latina, ainda era muito grande.
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Ideologicamente, a Arte Barroca desenvolve-se nas artes plásticas, literatura,
teatro e música em meio ao embate entre duas visões de mundo, a saber: a
espiritualidade e o teocentrismo medieval contra o racionalismo e o antropocentrismo
renascentista.
- A Arte Barroca foi uma espécia de "braço artístico" da Contrarreforma.
Arte
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Normalmente, compreende-se como barroca a arte produzida no século XVII.
Entretanto, desde o Maneirismo até o Rococó, pode-se perceber na produção
artística desse extenso período peculiaridades do que viria a ser a Arte
Barroca. Assim, é possível perceber indícios dessa concepção estética no final do
século anterior, no contexto de uma arte concebida para combater os valores da
Reforma Protestante e reforçar valores católicos e, mesmo no posterior, quando
se desenvolvem manifestações plenas do Barroco, ou quando a estética afetada, sinuosa e assimétrica do Rococó pode ser amplamente
percebida. Um dos marcos iniciais da Arte Barroca é a Igreja de Jesus,
construída em Roma no ano de 1568 pelos jesuítas.
- O Barroco foi uma concepção artística surgida na Roma católica que rapidamente dissemina-se pelo
mundo, submetendo-se a gostos e características regionais, como é o caso do
Brasil. Essa é a primeira vez que uma escola ou estilo artístico europeu ultrapassa
tantas fronteiras para influenciar outras concepções de arte, muito em função de sua disposição para se adaptar às condições de produção artística das colônias e da relativa abertura e flexibilização de sues preceitos para que pudesse ser mais facilmente em terras para além do solo italiano e, em última instância, europeu. Daí, nasce a
dificuldade de fixar um comportamento estético padrão entre seus grandes
mestres como Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610), Peter Paul Rubens
(1577-1640), Diego Velázquez (1599-1660), Rembrandt van Rijn (1606-1669), Gian
Lorenzo Bernini (1598-1680) e, no caso brasileiro, Aleijadinho (1730-1814).
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As características forçosamente gerais do que só mais tarde e de forma
pejorativa veio a ser chamado de Barroco são o gosto pelo incomum, pelo
extravagante e pelo bizarro; o intenso apelo emocional e dinâmico das obras; a tendência à
assimetria das concepções artísticas; o ideário católico, mais do que cristão;
o uso expressivo, maniqueísta e, muitas vezes, irreal do claro-escuro; as
formas retorcidas e agonizantes; a clareza relativa das obras; o anseio pela
restauração de um equilíbrio perdido; etc.
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As obras barrocas tendem a uma espécie de naturalismo, ou seja, pessoas,
objetos e espaços são representados realisticamente tal como parecem, mesmo que
subjugados pelo tempo, deformados por defeitos físicos e definidos por traços
bizarros ou circunstancialmente feios. Portanto, as obras barrocas mostram certa
despreocupação dos artistas em visitar formas ideais e renascentistas de beleza
em sua produção.
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No fim do período barroco, desenvolve-se na França uma variante estética desse
movimento, chamada Rococó, associada a uma estética mais decorativa e palaciana
e caracterizada por superfícies prioritariamente luminosas e douradas, entalhes
de formas sinuosas em C e S, arabescos, relevos intensamente floreados, etc.
Temas vivazes, superficiais e leves - como retratos bucólicos da nobreza – eram
importantes preferências estéticas do Rococó. Movimento também muito ligado à
decoração de ambientes com marchetaria requintada, painéis pintados, espelhos
de grande proporção, etc. O estilo era dominado pela preferência por cores como
a branca, as prateadas, as douradas e tons suaves de rosa, azul e verde. Na pintura,
os nomes mais importantes do Rococó são Pierre Lepautre, Jean-Antoine Watteau,
Juste Aurèle Meissonnier, Nicolas Pineau, Jacques de Lajoue II François Boucher,
Jean-Honoré Fragonard, Jean-Baptiste Pater e Jean-Marc Nattier. Na escultura, destaca-se
Etienne Maurice Falconet. Um dos exemplos mais ricos e completos desse estilo é
o Palácio de Versalhes na França.
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Cabe ainda colocar uma questão importante acerca da Arte Barroca, em função da
obra singular do protestante Rembrandt por causa do seu descolamento do ideário
da arte da Igreja Católica contrarreformista, ou mesmo da Arte Barroca dedicada
a expressar as vontades e gostos das Monarquias de então, o que mostra uma faceta menos católica ou mesmo laica do Barroco em alguns países.
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Portanto, o Barroco representa o esplendor da emoção e do maniqueísmo submetido
a interesses que se sobrepunham na maioria das vezes às escolhas individuais
dos artistas. Além disso, é o primeiro movimento estético a
internacionalizar-se de forma intensa e duradoura.
Barroco brasileiro
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O Barroco chega ao Brasil com o advento da Colonização Portuguesa.
Desenvolve-se plenamente no século XVIII cerca de 100 anos depois do seu auge
na Europa.
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O estilo do Barroco brasileiro é uma síntese da produção de quatro origens:
portuguesa, espanhola, francesa e italiana. Essa mistura acentua-se em função
da reunião de portugueses, filhos brasileiros de europeus e mestiços
descendentes de europeus e brasileiros que produziriam um legado artístico sem
precedentes na Arte Brasileira. O Barroco que se desenvolveu no Brasil reuniu -
em razão de seus realizadores - características eruditas e populares. Alcançou
seu auge artístico em 1760 em especial com a variação Rococó do Barroco
mineiro.
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Os principais financiadores do Barroco brasileiro foram ordens religiosas
beneditinas, carmelitas, franciscanas e jesuítas que se instalaram no Brasil
desde o século XVI. Mais tarde, também ocupariam esse papel associações leigas
como confrarias, irmandades e ordens terceiras.
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As igrejas barrocas brasileiras de forma geral são marcadas pelo contraste
entre a relativa simplicidade de seus exteriores e as ricas e suntuosas
ornamentações interiores. Tal escolha estética é uma metáfora transformada em
recado para os cristãos sobre a necessidade de desenvolver virtudes espirituais
em oposição a preocupações mundanas como a aparência física ou mesmo a
ostentação sistemática da riqueza.
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O Barroco brasileiro vive vários ciclos e desenvolve-se em várias regiões como
Ouro Preto, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, entre outras.
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Entre os maiores artistas do Barroco brasileiro estão Mestre Valentim, no Rio
de Janeiro, e Aleijadinho e Manoel da Costa Ataíde (Mestre Ataíde), em Ouro
Preto e adjacências.
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Um dos exemplos mais típicos desse estilo é a Igreja da Ordem Terceira de São
Francisco de Assis da Penitência (1767), cujo risco, frontispício, retábulos
laterais e do altar-mor, púlpitos e lavabo são de autoria do Mestre
Aleijadinho. A pintura ilusionista do teto da nave (1802) é de Manoel da Costa
Ataíde (1762-1830). Podem ser citadas ainda as esculturas de madeira
policromada (1796-1799) sobre os “Passos da Paixão de Cristo” para o Santuário
do Bom Jesus dos Matozinhos, em Congonhas do Campo, feitas pelos Mestres
Aleijadinho e Ataíde. No adro desse santuário, feitas por Aleijadinho, estão os
exemplos provavelmente mais elaborados do talento desse mestre: “Os 12 Profetas
de pedra-sabão” realizados entre 1800 e 1805.
Exemplos de Arte Barroca
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Caravaggio (1571-1610) pintor italiano - 1594 - óleo sobre tela – “O tocador de
alaúde”.
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Caravaggio (1571-1610) pintor italiano - 1593-1594 - óleo sobre tela – “Baco”.
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Caravaggio (1571-1610) pintor italiano - 1608 - óleo sobre tela – “A
decapitação de São João Batista”.
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Gentileschi, Artemisia (1593-1652) pintora italiana - 1620 – “Judite matando
Holofernes”.
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Gentileschi, Artemisia (1593-1652) pintora italiana - 1625 – “Judite e sua
criada com a cabeça de Holofernes”.
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Bernini, Lorenzo (1598-1680) escultor romano barroco - 1645-1652 - “O êxtase de
Santa Teresa”.
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Bernini, Lorenzo (1598-1680) escultor romano barroco - 1632 - “O rapto de
Perséfone”.
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Pozzo, Andrea (1642-1709) pintor jesuíta italiano (Barroco) - 1694 - afresco -
“A apoteose de Santo Inácio”.
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Velázquez, Diego Rodríguez de Silva y (1599-1660) pintor barroco espanhol -
1656–1657 - “As meninas”.
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Velázquez, Diego Rodríguez de Silva y (1599-1660) pintor barroco espanhol -
“Cristo na coluna”.
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Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669) pintor e gravador holandês barroco -
“A volta do filho pródigo”.
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Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669) pintor e gravador holandês barroco -
1642 - “A ronda noturna”,
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Rubens, Peter Paul (1577-1640) pintor flamengo barroco - “Dalila”.
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Rubens, Peter Paul (1577-1640) pintor flamengo barroco - 1620 - “A queda dos
condenados”.
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Vermeer, Johannes (1632-1675) pintor holandês barroco - 1658-1660 - óleo sobre
tela - “A leiteira”.
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Watteau, Jean-Antoine (1684-1721) pintor francês rococó - 1717 – “O jogo do
amor”.
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Boucher, François (1703-1770) pintor francês rococó - 1756 – “Madame de
Pompadour”.
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Aleijadinho - Antônio Francisco Lisboa (1730-1814) escultor, entalhador,
desenhista e arquiteto barroco brasileiro - “Profeta Ezequiel”.
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Aleijadinho - Antônio Francisco Lisboa (1730-1814) escultor, entalhador,
desenhista e arquiteto barroco brasileiro - Retábulo da capela-mor da Igreja de
São Francisco em São João del-Rei.
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Mestre Ataíde - Manuel da Costa Ataíde (1762-1830) pintor, dourador,
encarnador, entalhador e professor brasileiro (Barroco) - 1828 - “A ùltima
ceia”.
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Mestre Ataíde - Manuel da Costa Ataíde (1762-1830) pintor, dourador,
encarnador, entalhador e professor brasileiro (Barroco) - século XVIII - Teto
da capela de Santa Bárbara.
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