segunda-feira, 27 de maio de 2013

Atualidades - 2013 - EM e PV - Lista 16

Caras e caros,



Bom dia! Nossas listas a partir de agora tornam-se gradativamente mais referenciais e menos contemporâneas, em função do fato de que os temas oferecidos pela mídia a partir de agora serão cada vez menos prováveis de serem abordados nos vestibulares.

Veja atentamente os vídeos, especialmente, o apresentado pela Regina Casé que discute a questão da cultura popular com excepcional propriedade, importante também atentar para a oferta de vídeos do projeto TED, tanto o norte-americano quanto o brasileiro. Outro muito relevante é a entrevista com o cientista Sílvio Meira, que é espetacular quando se quer entender melhor o nosso tempo.

Ótima semana a todos,

Cheers,
Professor Estéfani Martins 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Proposta de redação 2013-14 - COC Uberaba



Texto 1
O que é tráfico de pessoas?
A Organização das Nações Unidas (ONU), no Protocolo de Palermo (2003), define tráfico de pessoas como “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo-se à ameaça ou ao uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração”.
Segundo a ONU, o tráfico de pessoas movimenta anualmente 32 bilhões de dólares em todo o mundo. Desse valor, 85% provêm da exploração sexual.

Quem são as pessoas em situação de tráfico humano?
Há tráfico de pessoas quando a vítima é retirada de seu ambiente, de sua cidade e até de seu país e fica com a mobilidade reduzida, sem liberdade de sair da situação de exploração sexual ou laboral ou do confinamento para remoção de órgãos ou tecidos.
A mobilidade reduzida caracteriza-se por ameaças à pessoa ou aos familiares ou pela retenção de seus documentos, entre outras formas de violência que mantenham a vítima junto ao traficante ou à rede criminosa.

Quem são os aliciadores? Quem faz a captação das pessoas em situação de tráfico humano?
Os aliciadores, homens e mulheres, são, na maioria das vezes, pessoas que fazem parte do círculo de amizades da vítima ou de membros da família. São pessoas com que as vítimas têm laços afetivos. Normalmente apresentam bom nível de escolaridade, são sedutores e têm alto poder de convencimento. Alguns são empresários que trabalham ou se dizem proprietários de casas de show, bares, falsas agências de encontros, matrimônios e modelos. As propostas de emprego que fazem geram na vítima perspectivas de futuro, de melhoria da qualidade de vida.
No tráfico para trabalho escravo, os aliciadores, denominados de “gatos”, geralmente fazem propostas de trabalho para pessoas desenvolverem atividades laborais na agricultura ou pecuária, na construção civil ou em oficinas de costura. Há casos notórios de imigrantes peruanos, bolivianos e paraguaios aliciados para trabalho análogo ao de escravo em confecções de São Paulo.


Texto 2

Ivete Sangalo será embaixadora da ONU contra o tráfico humano
Da redação - Com informações da Agência EFE

O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, na sigla em inglês) anunciou nesta terça-feira (07) que decidiu nomear a cantora Ivete Sangalo como Embaixadora Nacional da Boa Vontade para o combate ao tráfico de pessoas no Brasil.
A nomeação será oficializada na próxima quinta-feira em Brasília, durante uma cerimônia liderada pelo diretor-executivo do UNODC, o russo Yury Fedotov, que se encontra no Brasil para a apresentação da campanha "Coração Azul" no país.
"Ivete Sangalo é uma das mais respeitadas, populares e bem-sucedidas artistas do Brasil, e sua música transcende as fronteiras brasileiras", disse Fedotov sobre a escolha da cantora, que em seus mais de 20 anos de carreira ganhou um Grammy Latino.
Mediante um comunicado, o UNODC explicou que com a campanha "Coração Azul", já apresentada em uma dezena de países, se propõe a sensibilizar e mobilizar a sociedade contra o tráfico humano, que define como uma "forma moderna de escravidão".
A cerimônia será realizada na sede do Ministério da Justiça, que, junto com as secretarias de Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres, se comprometeu a difundir os objetivos do UNDOC no Brasil.


Texto 3



Situação A - Dissertação (UFTM, USP, Unesp, Enem, etc.)

Redija sua dissertação sobre como combater o tráfico humano no Brasil.

Instruções:

1.   Dê um título para a sua redação.
2.   Não copie ou parafraseie trechos da coletânea de textos.
3.   Respeite as características definidoras do gênero dissertativo.
4.   Escreva, no mínimo, 25 linhas e, no máximo, 30.

Situação B - Gêneros textuais – carta pessoal (UFU)

Após a leitura atenta dos textos motivadores, redija uma carta para uma amiga para alertá-la a respeito do tráfico humano, visto que ela irá em alguns meses para o exterior por causa de uma oferta de trabalho em um restaurante na Europa.

Instruções:

1.   Após a escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2.   Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3.   Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
4.   Utilize trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e parafraseie-os.
5.   Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6.   ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.
7.   Escreva, no mínimo, 25 linhas e, no máximo, 30.

Situação C – Outros gêneros textuais – entrevista (Unicamp, UEL, UnB, etc.)

Escreva uma entrevista em que você, na condição de repórter de uma revista semanal, faz perguntas para uma mulher recém-libertada de criminosos ligados ao tráfico humano.

Instruções:

1.   Não copie ou parafraseie trechos da coletânea de textos.
2.   Escreva, no mínimo, 25 linhas e, no máximo, 30.


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Proposta de redação 2013-13 - COC Uberaba


Texto 1

Tecnologia da informação e comunicação (TIC) pode ser definida como um conjunto de recursos tecnológicos, utilizados de forma integrada, com um objetivo comum. As TICs são utilizadas das mais diversas formas, na indústria (no processo de automação), no comércio (no gerenciamento, nas diversas formas de publicidade), no setor de investimentos (informação simultânea, comunicação imediata) e na educação (no processo de ensino aprendizagem, na Educação a Distância).
O desenvolvimento de hardwares e softwares garante a operacionalização da comunicação e dos processos decorrentes em meios virtuais. No entanto, foi a popularização da internet que potencializou o uso das TICs em diversos campos.
Através da internet, novos sistemas de comunicação e informação foram criados, formando uma verdadeira rede. Criações como o e-mail, o chat, os fóruns, a agenda de grupo online, comunidades virtuais, web cam, entre outros, revolucionaram os relacionamentos humanos.
Através do trabalho colaborativo, profissionais distantes geograficamente trabalham em equipe. O intercâmbio de informações gera novos conhecimentos e competências entre os profissionais.
Novas formas de integração das TICs são criadas. Uma das áreas mais favorecidas com as TICs é a educacional. Na educação presencial, as TICs são vistas como potencializadoras dos processos de ensino – aprendizagem. Além disso, a tecnologia traz a possibilidade de maior desenvolvimento – aprendizagem - comunicação entre as pessoas com necessidades educacionais especiais.
As TICs representam ainda um avanço na educação a distância. Com a criação de ambientes virtuais de aprendizagem, os alunos têm a possibilidade de se relacionar, trocando informações e experiências. Os professores e/ou tutores tem a possibilidade de realizar trabalhos em grupos, debates, fóruns, dentre outras formas de tornar a aprendizagem mais significativa. Nesse sentido, a gestão do próprio conhecimento depende da infraestrutura e da vontade de cada indivíduo.
A democratização da informação, aliada a inclusão digital, pode se tornar um marco dessa civilização. Contudo, é necessário que se diferencie informação de conhecimento. Sem dúvida, vivemos na Era da Informação.


Texto 2

Era da informação: Tudo ao mesmo tempo agoraComo a tecnologia interativa vai modificar o cotidiano das pessoas.
por Wagner Barreira (setembro de 1994)

Prepare-se para cair na estrada digital. Nela, você poderá navegar em múltiplas direções.
Uma revolução está em andamento bem diante dos seus olhos. É como se você tivesse andado de bonde a vida toda e descobrisse de repente que pode dirigir um carro e sair dos trilhos da mesmice. Não tem mais que ir ao ponto para tomar a condução, pode guiar sozinho e entrar em cada ruazinha que encontrar, a qualquer hora. O que os jornais chamam de Era da Informação nada mais é que o atestado de óbito da cultura de massa — um estilo de vida que surgiu com Gutenberg, no século XV, e foi a tônica da Revolução Industrial. Até hoje você foi obrigado a assistir ao mesmo filme que o vizinho, ler o mesmo jornal que outros 200 mil assinantes, comer o mesmo molho de tomate industrializado e usar uma calça jeans do mesmo modelo do seu amigo de trabalho. Esse tempo está chegando ao fim.
No lugar da massificação em que uma matriz serve igualmente a todo mundo, surge agora a personalização. Exemplo: uma companhia japonesa é capaz de produzir 11 milhões de modelos de bicicleta, de acordo com o gosto do freguês — que recebe a encomenda em 24 horas. A bike pessoal leva em conta idade, peso, altura e estilo de vida do comprador, e custa só 10% a mais que um modelo comum. Imagine essa tendência em tudo que o cerca. Vai ser assim. “A tecnologia da informação criou uma economia totalmente nova”, diz Walter B. Wriston, o principal executivo do Citicorp. “Ela é tão diferente da economia industrial quanto a economia industrial foi diferente da agrícola.” Desceremos do bonde e passaremos ao que o professor William Miller, da Universidade de Stanford, chama de “economia da escolha”, na qual o consumo é pautado pela história de vida do cliente e o produto tem alta qualidade e sabor individualizado.
A riqueza vai mudar de mãos. Os dois maiores negócios do planeta, hoje, são as indústrias do petróleo e a automobilística. Daqui a dez anos será a indústria da informação e do conhecimento. Quem vai permitir isso é a digitalização. Tudo — imagens em movimento, sons e textos — pode ser transformado em dígitos binários, em infinitas combinações de 0 e 1. Com a ajuda de fibras ópticas e satélites, esses dígitos binários, ou bits, podem ser transportados para qualquer lado. Esse caminho foi batizado de super-rodovia da informação.
Quando os automóveis foram inventados, uma série de fenômenos novos mudou os hábitos dos seres humanos. Surgiram estradas asfaltadas e os subúrbios. A velocidade da vida cotidiana se acelerou. Houve coisas boas e ruins. Também ganhamos mais poluição e passamos a depender do petróleo. Com a Era da Informação não vai ser diferente. Os críticos falam em isolamento nas casas e no fim da vida comunitária. Os otimistas contra-atacam. Para eles, redes como a Internet, que une 20 milhões de pessoas ao redor do mundo em conversas pelo computador doméstico, não significam isolamento. Os computadores também são mais democráticos. Qualquer pessoa, com um programa relativamente barato, pode fazer seu jornal e difundir suas idéias, seja através de disquetes, de modem ou de papel impresso. Para o bem ou para o mal, o mundo está menor.
O que você fez com seus velhos discos de vinil? Pois vai acontecer coisa parecida com os CDs, as fitas de vídeo, cartuchos de videogame e até com livros. Grandes bancos de dados serão capazes de fornecer, a qualquer hora, tudo aquilo que você precisar, por pouco dinheiro. É o que os especialistas chamam de “fim dos meios físicos”. O futuro é virtual e caminha a velocidade da luz por fibras ópticas. Que estão cada vez mais baratas. Custavam 7 dólares por metro em 1977. Hoje, saem por 10 centavos de dólar.
A porta de entrada da super-rodovia vai ser um híbrido de computador, telefone e televisor. No lugar de teclado, comandos de voz ou toques na tela. Fala-se hoje que será possível estudar, fazer compras e trabalhar sem sair de casa. Mas não é só isso. Com a digitalização, as noções de compra, estudo ou trabalho vão mudar. Você vai escolher o tamanho, a cor e o modelo da sua nova camisa, e ela será diferente de qualquer outra.
No campo da educação e da informação, o mundo vai ficar de ponta cabeça. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Stanford, as pessoas são capazes de guardar 10% do que lêem, 30% do que lêem e ouvem e 70% do que lêem, ouvem e interagem -— ou seja, será mais fácil aprender. Uma lição de casa sobre o Egito Antigo poderá ser feita com material de acervo do Museu do Cairo. Outra, sobre História da Arte, com a ajuda do banco de dados do Museu do Louvre.
O computador pessoal é o melhor exemplo de máquina personalizada. Nele é impossível ser passivo (ele não faz nada sem o comando do dono). Também é difícil encontrar um computador com os mesmos programas e utilizações idêntico a um outro. Ele é uma máquina íntima. “O computador é um espelho, um novo caminho para se refletir sobre si mesmo”, ensina Sherry Turkle, professora de Sociologia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. A capacidade de interagir, criando seu próprio jornal, definindo suas lições e abrindo caminho em bancos de dados de todo o mundo vai mudar a face do que chamamos hoje de conhecimento. Fronteiras entre países, línguas diferentes, culturas hostis — tudo isso perderá a razão de ser.
Há quem afirme que a super-rodovia vai aumentar o fosso entre ricos (e informados) e pobres (e ignorantes). É possível, mas improvável. Os preços de computadores e fibras ópticas não param de cair. Quando o aparelho de televisão foi lançado, em 1947, equivalia a 5,3 semanas de trabalho de um americano médio. Oito anos depois representava apenas 1,8. Com os computadores não é diferente. Um PC 386 compatível com IBM custa hoje a metade do que valia há pouco mais de um ano. Os computadores são cada vez mais poderosos, têm mais recursos — e custam menos. Há mais gente no mundo alfabetizada em linguagem de programação de computadores do que em línguas escandinavas, por exemplo.
O grande desafio para o futuro é justamente encontrar a linguagem da super-rodovia de informação. O resultado de imagens em movimento, sons e textos é muito maior que a soma das partes. A multimídia interativa, que hoje se pode ver em CD-ROMs, ainda usa muitos recursos criados com a invenção do livro. Fala-se em número de páginas e índices, por exemplo, como se ainda lêssemos papel impresso. Quando o carro foi inventado, era chamado de carruagem sem cavalos. Nesse período de transição cultural e tecnológica, você tem dois caminhos. Pode, por exemplo, escrever uma carta mas também pode me encontrar em outro lugar, virtual, na Internet.


Situação A - Dissertação (UFTM, USP, Unesp, Enem, etc.)

Escreva sua dissertação a respeito das mudanças na relação do homem com o conhecimento e a informação, em função do intenso progresso das Tecnologias da Comunicação e Informação (TICs) na atualidade.

Instruções:

1.   Dê um título para a sua redação.
2.   Não copie ou parafraseie trechos da coletânea de textos.
3.   Respeite as características definidoras do gênero dissertativo.
4.   Escreva, no mínimo, 25 linhas e, no máximo, 30.

Situação B - Gêneros textuais – resumo (UFU)

Faça um resumo do texto 2 da coletânea.

Instruções:

1.   Após a escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2.   Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3.   Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
4.   Utilize trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e parafraseie-os.
5.   Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6.   ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.
7.   Escreva, no mínimo, 25 linhas e, no máximo, 30.

Situação C – Outros gêneros textuais – manifesto (Unicamp, UEL, UnB, etc.)

Faça um manifesto em que você ou o grupo do qual você faz parte defendam um acesso à informação menos digital, menos mediado pela internet e, por outro lado, mais focado em livros, bibliotecas, debates, congressos, etc.

Instruções:

1.   Não copie ou parafraseie trechos da coletânea de textos.
2.   Escreva, no mínimo, 25 linhas e, no máximo, 30.



segunda-feira, 20 de maio de 2013

Atualidades - 2013 - EM e PV - Lista 15

Queridas alunas e queridos alunos,

Espero que todos tenham feito uma excelente G2 e que o final de semana tenha sido de descanso e recuperação das energias para enfrentarmos bem a semana que se inicia.
Para as leituras dessa semana, destacamos os textos a respeito da escravidão, seu passado e principalmente formas modernas de seu presente. Notícias chocantes de casos onde pessoas ainda são vendidas, traficadas e escravizadas longe de seu país de origem poderiam ter mais de mil anos, mas são apenas da semana passada.
Vamos refletir e discutir sobre esse e outros assuntos.
Lembrando que dia 24 teremos a segunda edição do MonoStereo e do JAM.
Que todos tenham uma produtiva semana.

Cheers,

Humberto Costa



Caras e caros,

De todos os textos, os dois últimos ainda que não sejam os dos assuntos mais polêmicos e debatidos, parecem-me os mais interessantes, visto que a forma como vemos o humor em um dado tempo e em um dado local diz muito sobre o que somos e como pensamos. Daí o debate sobre a censura a humoristas (muitas vezes revisitado) mostra ao meu ver o longo caminho de nosso país no sentido de alcançar um entendimento verdadeiro sobre democracia e ideias afins. O outro é prova de que crianças nada tem de incapazes e ingênuas, pois as definições delas a respeito do universo que as rodeia presentes no dicionário citado são não só impressionantes pela agudez, pela poesia e pela honestidade, mas também pela capacidade incrível de síntese.

Ótima semana a todos,

Saudações,

Professor Estéfani Martins 


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Leitura Crítica - Seleção de poemas

Poema 1

O Uivo
Para Carl Solomon
 I

Eu vi os expoentes da minha geração, destruídos pela
    loucura, morrendo de fome, histéricos, nus,
arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada
    em busca de uma dose violenta de qualquer coisa,
hipsters com cabeça de anjo ansiando pelo antigo
    contato celestial com o dínamo estrelado da
    maquinaria da noite,
que pobres esfarrapados e olheiras fundas, viajaram
    fumando sentados na sobrenatural escuridão dos
    miseráveis apartamentos sem água quente, flutuando
    sobre os tetos das cidades contemplando o jazz,
que desnudaram seus cérebros ao céu sob o Elevado
    e viram anjos maometanos cambaleando iluminados
    nos telhados das casas de cômodos,
que passaram por universidades com olhos frios e
    radiantes alucinando Arkansas e tragédias à luz
    de Blake entre os estudiosos da guerra,
que foram expulsos das universidades por serem loucos
    & publicarem odes obscenas nas janelas do crânio,
que se refugiaram em quartos de paredes de pintura
    descascada em roupa de baixo queimando seu
    dinheiro em cestos de papel escutando o Terror
    através da parede, 
(...)

(Alen Ginsberg)

Poema 2

À espera dos bárbaros

O que esperamos na ágora reunidos?

É que os bárbaros chegam hoje.

Por que tanta apatia no senado?
Os senadores não legislam mais?

É que os bárbaros chegam hoje.
Que leis hão de fazer os senadores?
Os bárbaros que chegam as farão.

Por que o imperador se ergueu tão cedo
e de coroa solene se assentou
em seu trono, à porta magna da cidade?

É que os bárbaros chegam hoje.
O nosso imperador conta saudar
o chefe deles. Tem pronto para dar-lhe
um pergaminho no qual estão escritos
muitos nomes e títulos.

Por que hoje os dois cônsules e os pretores
usam togas de púrpura, bordadas,
e pulseiras com grandes ametistas
e anéis com tais brilhantes e esmeraldas?
Por que hoje empunham bastões tão preciosos
de ouro e prata finamente cravejados?

É que os bárbaros chegam hoje,
tais coisas os deslumbram.

Por que não vêm os dignos oradores
derramar o seu verbo como sempre?

É que os bárbaros chegam hoje
e aborrecem arengas, eloqüências.

Por que subitamente esta inquietude?
(Que seriedade nas fisionomias!)
Por que tão rápido as ruas se esvaziam
e todos voltam para casa preocupados?

Porque é já noite, os bárbaros não vêm
e gente recém-chegada das fronteiras
diz que não há mais bárbaros.

Sem bárbaros o que será de nós?
Ah! eles eram uma solução.

(Konstantinos Kaváfis)

Poema 3

Jubileu

Hino ao crítico

Da paixão de um cocheiro e de uma lavadeira
Tagarela, nasceu um rebento raquítico.
Filho não é bagulho, não se atira na lixeira.
A mãe chorou e o batizou: crítico.

O pai, recordando sua progenitura,
Vivia a contestar os maternais direitos.
Com tais boas maneiras e tal compostura
Defendia o menino do pendor à sarjeta.

Assim como o vigia cantava a cozinheira,
A mãe cantava, a lavar calça e calção.
Dela o garoto herdou o cheiro de sujeira
E a arte de penetrar fácil e sem sabão.

Quando cresceu, do tamanho de um bastão,
Sardas na cara como um prato de cogumelos,
Lançaram-no , com um leve golpe de joelho,
À rua, para tornar-se um cidadão.

Será preciso muito para ele sair da fralda?
Um pedaço de pano, calças e um embornal.
Com o nariz grácil com um vintém por lauda
Ele cheirou o céu afável do jornal.

(...)

(Vladímir Maiakóvski)

 Poema 4

Datilografia
 
 Traço, sozinho, no meu cubículo de engenheiro, o plano, 
 Firmo o projeto, aqui isolado, 
 Remoto até de quem eu sou. 
 Ao lado, acompanhamento banalmente sinistro, 
 O tique-taque estalado das máquinas de escrever. 
 Que náusea da vida! 
 Que abjeção esta regularidade! 
 Que sono este ser assim! 
 Outrora, quando fui outro, eram castelos e cavaleiros 
 (Ilustrações, talvez, de qualquer livro de infância), 
 Outrora, quando fui verdadeiro ao meu sonho, 
 Eram grandes paisagens do Norte, explícitas de neve, 
 Eram grandes palmares do Sul, opulentos de verdes. 
 Outrora. 
 Ao lado, acompanhamento banalmente sinistro, 
 O tique-taque estalado das máquinas de escrever. 
 Temos todos duas vidas: 
 A verdadeira, que é a que sonhamos na infância, 
 E que continuamos sonhando, adultos, num substrato de névoa; 
 A falsa, que é a que vivemos em convivência com outros, 
 Que é a prática, a útil, 
 Aquela em que acabam por nos meter num caixão. 
 Na outra não há caixões, nem mortes, 
 Há só ilustrações de infância: 
 Grandes livros coloridos, para ver mas não ler; 
 Grandes páginas de cores para recordar mais tarde. 
 Na outra somos nós, 
 Na outra vivemos; 
 Nesta morremos, que é o que viver quer dizer; 
 Neste momento, pela náusea, vivo na outra ... 
 Mas ao lado, acompanhamento banalmente sinistro, 
 Ergue a voz o tique-taque estalado das máquinas de escrever.

(Fernando Pessoa, Álvaro de Campos)

Poema 5

Poema Sujo


turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos

menos que escuro
menos que mole e duro
menos que fosso e muro: menos que furo
escuro
mais que escuro:
claro
como água? como pluma?
claro mais que claro claro: coisa alguma
e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica
e vem sonhando desde as entranhas
azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu
tua gengiva igual a tua bocetinha
que parecia sorrir entre as folhas de
banana entre os cheiros de flor
e bosta de porco aberta como
uma boca do corpo
(não como a tua boca de palavras) como uma
entrada para
eu não sabia tu
não sabias
fazer girar a vida
com seu montão de estrelas e oceano
entrando-nos em ti
bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era…
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia


(Ferreira Gullar)

Poema 6


Vozes da Morte

Agora, sim! Vamos morrer, reunidos,
Tamarindo de minha desventura,
Tu, com o envelhecimento da nervura, 
Eu, com o envelhecimento dos tecidos!

Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos!
E a podridão, meu velho! E essa futura
Ultrafatalidade de ossatura,
A que nos acharemos reduzidos!


Não morrerão, porém, tuas sementes!
E assim, para o Futuro, em diferentes
Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,


Na multiplicidade dos teus ramos,
Pelo muito que em vida nos amamos,
Depois da morte inda teremos filhos!

(Augusto dos Anjos)

Poema 7


Psicologia de um Vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância, 
Sofro, desde a epigênese da infância, 
A influência má dos signos do zodíaco. 

Já o verme – este operário das ruínas -
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia.

Que se escapa da boca de um cardíaco.
que o sangue podre das carnificinas come,
e à vida em geral declara guerra,
Já o verme – este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas

Come, e à vida em geral declara guerra,
anda a espreitar meus olhos para roê-los.

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há de deixar-me apenas os cabelos, 
Na frialdade inorgânica da terra!
(Augusto dos Anjos)

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Atualidades - 2013 - EM e PV - Lista 14


Queridas alunas e queridos alunos,
Espero que tenham realizado uma excelente G1 e que a semana tenha sido proveitosa.
Nessa semana, foi revelado o caso de um cárcere privado nos Estados Unidos, em que as vítimas haviam desaparecidos há mais de dez anos. Situação impensável num país onde a liberdade é tão exaltada, apesar de leis como o "Terrorrist Act" que permite que você seja preso dentro de sua casa, sem mandato expedido por um juiz. As meninas foram salvas por causa da atenção do vizinho à movimentação dentro da casa ao lado. Salvo toda a controvérsia das leis e insanidade do caso o fato é que cada vez mais se vê a necessidade de se apoiar em comunidades para a geração de segurança. A sua vizinhança, seus companheiros de prédio ou condomínio, enfim, a sua "vila" precisa cada vez mais se unir em prol de uma vida mais tranquila e saudável.
Além de vários outros assuntos, trazemos uma maravilhosa sacada postada no excelente website Literatortura que explica de forma sucinta e muito engraçada como teria sido o desenrolar da II Grande Guerra tendo essa figurado nas atualizações zuckerberdianas.
Uma maravilhosa semana a todos.
Cheers,
Humberto Costa

Caras e caros,

Bom dia! Nesta semana mais uma lista repleta de assuntos interessantes e necessários em especial os que tratam de tráfico humano, visto que, em função da novela, o assunto passou a ser discutido com frequência, o que pode determinar uma proposta de redação em algum vestibular. 
Além disso, destaco o absurdo das torcidas organizadas italianas de ultra-direita. Espetáculo triste e anacrônico.

Saudações,


domingo, 12 de maio de 2013

Rock brasileiro - matérias de prova G2 (Bim. 2) para segundo ano do Ensino Médio (Jovem Guarda, BRock, Rock Brasileiro)

Rock brasileiro
O Rock brasileiro, para muitos, nasceu de fato com uma versão do clássico de Bill Haley & His Comets: “Rock Around the clock”, que ficou mundialmente conhecida por fazer parte do sucesso do cinema “Blackboard jungle”. Era 1955, quando a cantora Nora Ney lançou “Ronda das horas” em ritmo diferente do original, porque mais parecia um Foxtrot do que um Rock. Mais tarde Cauby Peixoto com “Rock and Roll em Copacabana”; Ronnie Cord com "Rua Augusta"; Sérgio Murilo com “Broto legal” e Cely Campelo com os clássicos “Estúpido cupido” e “Banho de lua” seriam transformados em ídolos da juventude brasileira nos anos posteriores. A partir dessas referências, ao longo da década de 1960, o primeiro movimento organizado desse gênero musical, a Jovem Guarda, seria desenvolvido no Brasil em torno das figuras de Erasmo e Roberto Carlos e do programa "Jovem Guarda" lançado em 1965, ainda que fosse uma música distante do que se fazia à época nos EUA e na Inglaterra, porque ingênua, apolítica e, para muitos, mera cópia do que se fez nesses países dez anos antes. Também vale destacar o Tropicalismo, o Secos e Molhados, os Mutantes e os Novos Baianos, que dialogariam intensamente com a vanguarda roqueira norte-americana e inglesa; o som de bandas como  Som nosso de cada dia, A Barca do Sol, A Banda, Som Imaginário, Ave sangria que tinham claras influências do rock psicodélico e progressivo feito no exterior; o Samba-rock, também chamado sambalanço, samba-soul, suingue, que foi uma associação feita entre o som da guitarra elétrica e a sonoridade do Samba, o que produziu um ritmo único representado por Jorge Ben, Cassiano, Bebeto, etc.; as influências Punk em diferentes níveis em bandas como Aborto Elétrico, Plebe Rude, Capital inicial, Legião Urbana, Olho Seco, Ratos de porão, Inocentes, etc.; as influências do rock inglês e da cultura Mod em bandas como Ira e Violetas de Outono; as múltiplas influências Rock e Pop de bandas como Titãs, Ultraje a rigor, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, RPM, Blitz, etc.; a influência do som de Black Sabbath, Motorhead, Iron Maiden, Metallica, etc. no som de bandas brasileiras como Sarcófago, Sepultura, Angra, Viper, Overdose, entre muitas outras; e o multiculturalismo e as referências múltiplas e imprevistas em bandas como Nação Zumbi, Mundo Livre S.A., Cordel do Fogo Encantado, Móveis Coloniais de Acaju, Sheik Tosado, Pata de Elefante, Burro Morto, Mombojó. Porcas Borboletas, Macaco Bong, etc., que também merecem importante destaque.

Leituras obrigatórias

Jovem Guarda para ver:

Rock Brasileiro da década de 1980 para ler, ver e ouvir:

Para aprofundamento:

As origens do Punk no Brasil.

Para tocar a década de 1980:

Para entender as bandas da década de 1970: