Proposta de redação 2013-3
Equipe
de redação COC
Proposta
de redação
Texto
01. (fragmento)
“O Ministério da Cultura (MinC)
divulgou a primeira lista de projetos culturais que estão autorizados a captar
recursos de acordo com a Lei Rouanet (8.313/91). Entre os contemplados após a
primeira reunião do ano da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC),
estão artistas famosos, como Rita Lee e Claudia Leitte.
Estar na lista de projetos
aprovados pelo MinC não significa que os projetos ganharão patrocínio para a
sua realização - eles podem buscar incentivos em troca de abatimento de
impostos.
A roqueira Rita Lee, após
anunciar aposentadoria em 2012 e voltar à ativa, terá incentivo de pouco mais
de R$ 1,8 milhão para fazer shows e gravar um DVD. O ex-vocalista da banda
Engenheiros do Hawaii, Humberto Gessinger, terá pouco mais de R$ 1 milhão para
gravar um DVD em comemoração aos 50 anos de vida. O grupo Detonautas também foi
aprovado: o projeto enviado pela banda previa incentivo de R$ 1,08 milhão. A
cantora Claudia Leitte recebeu a autorização de maior valor: R$ 5,8 milhões
para a realização de shows.”
Texto
02. (fragmento)
“No samba da União da Ilha do
Governador aparecem Xangô, Iemanjá e Oxalá. Mas entre aspas. São citações de
letras do homenageado, Vinicius de Moraes. A Portela fala em "mironga de
jongueiro" e "tambor", tocando de leve no lado africano da
formação de Madureira, o bairro que é tema de seu desfile.
Talvez não seja por acaso que os
dois estão entre os três bons sambas deste ano --o outro é o da Unidos de Vila
Isabel, pois craques como Martinho da Vila e Arlindo Cruz conseguiram fazer
milagre com um enredo patrocinado por uma gigante do agronegócio.
São os casos que farão as escolas
manter em 2013 algum laço com o melhor de sua história: a reverência ao
candomblé; a originalidade e o respeito na abordagem de um tema; o vínculo com
as comunidades que representam.
Como se entusiasmar cantando a
Alemanha (Unidos da Tijuca), a Coreia do Sul (Inocentes de Belford Roxo),
Cuiabá (Mangueira), o manga-larga marchador (Beija-Flor) e o Rock in Rio
(Mocidade)?”
Texto
02. Movido a
patrocínio, mercado cultural brasileiro não se sustenta sozinho
ANA PAULA SOUSA
THIAGO NEY
da Folha de S.Paulo
Se, numa canetada, acabassem os
incentivos fiscais destinados à cultura, os palcos brasileiros esvaziariam.
Mesmo aqueles ocupados por artistas que, na discussões sobre a nova Lei
Rouanet, têm sido definidos como "consagrados". As bilheterias
sozinhas, salvo exceções, não pagam peças, shows e filmes feitos no país. O
mercado da cultura brasileiro não é autossustentável.
"O artista famoso precisa de
lei", crava Sergio Ajzemberg, que trabalha com marketing cultural.
"Existe um circuito fechado de artistas que vivem de Lei Rouanet",
diz Juca Muller, produtor de shows nacionais (Detonautas) e internacionais
(Earth Wind & Fire). "As empresas querem associar suas marcas aos
grandes nomes, não a desconhecidos." As leis, além de tornarem mais
visível quem já tem nome, inflaram os custos e agigantaram o mercado cultural.
Mas teria o público acompanhado esse ritmo? Os números indicam que não.
O dinheiro de imposto que as
empresas destinam à cultura beneficiou certos artistas, mas não chegou à população.
É esse descompasso entre produção e acesso que tem feito com que sejam
contestados projetos bancados com lei e, ainda assim, caros. "Os
automóveis têm redutor de IPI e as pessoas entendem o porquê. No caso da
cultura, isso não é totalmente aceito", diz o advogado Fábio de Sá Cesnik.
"Todo mundo diz que o teatro é caro. É? Alguém sabe quanto eu gasto para
produzir uma peça?", pergunta Antonio Fagundes.
E quanto custa a turnê de um
músico? A bilheteria é capaz de bancar todos os custos?
Depende. Leninha Brandão (que
trabalha com Vanessa da Mata e Lenine) diz que precisou captar R$ 660 mil de
uma empresa de cosméticos para que Lenine fizesse um disco e shows em diversas
capitais do país com ingresso a R$ 40.
Já Marcelo Lobato (de Marcelo D2
e Pitty) afirma que a bilheteria paga as despesas. "Faço a agenda de meus
artistas e vendo os shows para contratantes locais. Ou esses contratantes pagam
os cachês usando bilheteria ou se viram para arrumar patrocínio."
A discussão torna-se ainda mais
complexa quando a cultura confunde-se com o entretenimento --em tese,
comercialmente viável. "Quem trabalha com entretenimento tende a entregar
às pessoas o que elas querem, ou seja, pensa no freguês. Às vezes isso tem ligação
com a cultura, às vezes não", delimita Pena Schmidt, superintendente do
Auditório Ibirapuera. "Mas essa linha é tênue", diz, lembrando que,
do rei que encomendava obras a um artista, passando pelo Estado e pelas
gravadoras, a música sempre foi subsidiada.
Schmidt se pergunta se poderia
ser diferente. E responde: "Com a estrutura de teatros que temos, não.
Fala-se muito nos cinemas, mas os teatros também foram vendidos para igrejas.
Por não haver incentivo para a construção de teatros, proliferou a indústria do
montar e desmontar palcos. Nas casas pequenas, o que banca um show é a venda de
bebidas."
No Auditório Ibirapuera, a
bilheteria responde por 10% do orçamento da casa. Parte é bancado pela TIM, sem
leis, e parte vem do aluguel para eventos fechados. No Teatro Alfa, a conta é
semelhante. A bilheteria responde por 20% do orçamento. Metade da arrecadação
vem dos patrocínios e 30% do aluguel para eventos.
Segundo Elizabeth Machado,
superintendente do Alfa, um espetáculo orçado em R$ 600 mil rende, na bilheteria,
cerca de R$ 100 mil. Por que a conta não fecha? "Porque eu teria de cobrar
R$ 400 reais. E aí a conta não fecharia porque o teatro não lotaria." O
produtor Emílio Kalil, que trará o grupo de Pina Baush para o Brasil, ainda não
conseguiu patrocínio e, apesar dos ingressos esgotados, antevê o prejuízo.
"A temporada custa R$ 1 milhão. São 58 pessoas, dois contêineres, dez dias
de hotel, locomoção, estrutura técnica. É uma estrutura caríssima, que o
público não vê, diz.
E antes das leis, como isso era
pago? Em primeiro lugar, é preciso dizer que, pós-leis, cerca de 100 mil
empresas prestadoras de serviço --de alimentação a luz-- se oficializaram para
entrar na engrenagem de notas fiscais e prestação de contas. "Se você quer
filmar numa esquina, o dono da padaria te cobra. Há 30 anos não era
assim", exemplifica o cineasta Hector Babenco. Mas há outras respostas.
"Muitos produtores iam
chorar no colo dos governos", diz Kalil. "O governo brasileiro,
historicamente, trabalhou com incentivos. Nos anos 1970, as gravadoras tinham
desconto nos impostos se investissem em artistas nacionais", diz Cesnik.
Há quem vá mais longe. "Tínhamos uma população acostumada a ir ao teatro,
ao cinema", diz Ajzemberg. É essa uma das diferenças entre o Brasil e os
países europeus. "A média da população brasileira não consome
cultura."
Situação
A - Dissertação (UFTM, USP, Unesp, Enem, etc.)
Após ler atentamente os textos acima e
refletir sobre o assunto comum a eles, redija uma dissertação argumentativa sobre
os limites e diretrizes que devem nortear o financiamento da produção cultural
pelo dinheiro público e pelo privado.
Instruções:
1.
Dê
um título para a sua redação.
2.
Não
copie ou parafraseie trechos da coletânea de textos.
3.
Respeite
as características definidoras do gênero dissertativo.
4.
Não
assine seu texto.
5.
Mínimo
de 25 e máximo de 30 linhas.
Situação
B - Gêneros textuais (UFU)
Escreva uma carta para a ministra da cultura
Marta Suplicy em que você pleiteie verbas para a realização de um projeto
cultural associado à cultura popular.
Instruções:
1. Após
a escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta
e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2. Se
for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o
aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3. Se
a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da
assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo,
apelido, etc. na folha de prova.
4. Utilize
trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e
parafraseie-os.
5. Não
copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6. ATENÇÃO:
se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que
escolheu, sua redação será penalizada.
7. Mínimo de 25 e máximo
de 30 linhas.
Situação C – Outros gêneros textuais (Unicamp, UEL, UnB,
etc.)
Faça um texto a ser colocado em um anúncio do
Ministério da Cultura numa revista de grande circulação, o qual estimule os
brasileiros a consumirem mais cultura.
Instruções:
1.
Assine
seu manifesto com o nome de uma movimento artístico fictício ou real.
2.
Não
copie ou parafraseie trechos dos textos motivadores.
3.
Mínimo
de 25 e máximo de 30 linhas.
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