quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Proposta de redação 2013-3 - COC Uberaba


Proposta de redação 2013-3
Equipe de redação COC

Proposta de redação

Texto 01. (fragmento)

“O Ministério da Cultura (MinC) divulgou a primeira lista de projetos culturais que estão autorizados a captar recursos de acordo com a Lei Rouanet (8.313/91). Entre os contemplados após a primeira reunião do ano da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), estão artistas famosos, como Rita Lee e Claudia Leitte.
Estar na lista de projetos aprovados pelo MinC não significa que os projetos ganharão patrocínio para a sua realização - eles podem buscar incentivos em troca de abatimento de impostos.
A roqueira Rita Lee, após anunciar aposentadoria em 2012 e voltar à ativa, terá incentivo de pouco mais de R$ 1,8 milhão para fazer shows e gravar um DVD. O ex-vocalista da banda Engenheiros do Hawaii, Humberto Gessinger, terá pouco mais de R$ 1 milhão para gravar um DVD em comemoração aos 50 anos de vida. O grupo Detonautas também foi aprovado: o projeto enviado pela banda previa incentivo de R$ 1,08 milhão. A cantora Claudia Leitte recebeu a autorização de maior valor: R$ 5,8 milhões para a realização de shows.”


Texto 02. (fragmento)

“No samba da União da Ilha do Governador aparecem Xangô, Iemanjá e Oxalá. Mas entre aspas. São citações de letras do homenageado, Vinicius de Moraes. A Portela fala em "mironga de jongueiro" e "tambor", tocando de leve no lado africano da formação de Madureira, o bairro que é tema de seu desfile.
Talvez não seja por acaso que os dois estão entre os três bons sambas deste ano --o outro é o da Unidos de Vila Isabel, pois craques como Martinho da Vila e Arlindo Cruz conseguiram fazer milagre com um enredo patrocinado por uma gigante do agronegócio.
São os casos que farão as escolas manter em 2013 algum laço com o melhor de sua história: a reverência ao candomblé; a originalidade e o respeito na abordagem de um tema; o vínculo com as comunidades que representam.
Como se entusiasmar cantando a Alemanha (Unidos da Tijuca), a Coreia do Sul (Inocentes de Belford Roxo), Cuiabá (Mangueira), o manga-larga marchador (Beija-Flor) e o Rock in Rio (Mocidade)?”


Texto 02. Movido a patrocínio, mercado cultural brasileiro não se sustenta sozinho
ANA PAULA SOUSA
THIAGO NEY
da Folha de S.Paulo

Se, numa canetada, acabassem os incentivos fiscais destinados à cultura, os palcos brasileiros esvaziariam. Mesmo aqueles ocupados por artistas que, na discussões sobre a nova Lei Rouanet, têm sido definidos como "consagrados". As bilheterias sozinhas, salvo exceções, não pagam peças, shows e filmes feitos no país. O mercado da cultura brasileiro não é autossustentável.
"O artista famoso precisa de lei", crava Sergio Ajzemberg, que trabalha com marketing cultural. "Existe um circuito fechado de artistas que vivem de Lei Rouanet", diz Juca Muller, produtor de shows nacionais (Detonautas) e internacionais (Earth Wind & Fire). "As empresas querem associar suas marcas aos grandes nomes, não a desconhecidos." As leis, além de tornarem mais visível quem já tem nome, inflaram os custos e agigantaram o mercado cultural. Mas teria o público acompanhado esse ritmo? Os números indicam que não.
O dinheiro de imposto que as empresas destinam à cultura beneficiou certos artistas, mas não chegou à população. É esse descompasso entre produção e acesso que tem feito com que sejam contestados projetos bancados com lei e, ainda assim, caros. "Os automóveis têm redutor de IPI e as pessoas entendem o porquê. No caso da cultura, isso não é totalmente aceito", diz o advogado Fábio de Sá Cesnik. "Todo mundo diz que o teatro é caro. É? Alguém sabe quanto eu gasto para produzir uma peça?", pergunta Antonio Fagundes.
E quanto custa a turnê de um músico? A bilheteria é capaz de bancar todos os custos?
Depende. Leninha Brandão (que trabalha com Vanessa da Mata e Lenine) diz que precisou captar R$ 660 mil de uma empresa de cosméticos para que Lenine fizesse um disco e shows em diversas capitais do país com ingresso a R$ 40.
Já Marcelo Lobato (de Marcelo D2 e Pitty) afirma que a bilheteria paga as despesas. "Faço a agenda de meus artistas e vendo os shows para contratantes locais. Ou esses contratantes pagam os cachês usando bilheteria ou se viram para arrumar patrocínio."
A discussão torna-se ainda mais complexa quando a cultura confunde-se com o entretenimento --em tese, comercialmente viável. "Quem trabalha com entretenimento tende a entregar às pessoas o que elas querem, ou seja, pensa no freguês. Às vezes isso tem ligação com a cultura, às vezes não", delimita Pena Schmidt, superintendente do Auditório Ibirapuera. "Mas essa linha é tênue", diz, lembrando que, do rei que encomendava obras a um artista, passando pelo Estado e pelas gravadoras, a música sempre foi subsidiada.
Schmidt se pergunta se poderia ser diferente. E responde: "Com a estrutura de teatros que temos, não. Fala-se muito nos cinemas, mas os teatros também foram vendidos para igrejas. Por não haver incentivo para a construção de teatros, proliferou a indústria do montar e desmontar palcos. Nas casas pequenas, o que banca um show é a venda de bebidas."
No Auditório Ibirapuera, a bilheteria responde por 10% do orçamento da casa. Parte é bancado pela TIM, sem leis, e parte vem do aluguel para eventos fechados. No Teatro Alfa, a conta é semelhante. A bilheteria responde por 20% do orçamento. Metade da arrecadação vem dos patrocínios e 30% do aluguel para eventos.
Segundo Elizabeth Machado, superintendente do Alfa, um espetáculo orçado em R$ 600 mil rende, na bilheteria, cerca de R$ 100 mil. Por que a conta não fecha? "Porque eu teria de cobrar R$ 400 reais. E aí a conta não fecharia porque o teatro não lotaria." O produtor Emílio Kalil, que trará o grupo de Pina Baush para o Brasil, ainda não conseguiu patrocínio e, apesar dos ingressos esgotados, antevê o prejuízo. "A temporada custa R$ 1 milhão. São 58 pessoas, dois contêineres, dez dias de hotel, locomoção, estrutura técnica. É uma estrutura caríssima, que o público não vê, diz.
E antes das leis, como isso era pago? Em primeiro lugar, é preciso dizer que, pós-leis, cerca de 100 mil empresas prestadoras de serviço --de alimentação a luz-- se oficializaram para entrar na engrenagem de notas fiscais e prestação de contas. "Se você quer filmar numa esquina, o dono da padaria te cobra. Há 30 anos não era assim", exemplifica o cineasta Hector Babenco. Mas há outras respostas.
"Muitos produtores iam chorar no colo dos governos", diz Kalil. "O governo brasileiro, historicamente, trabalhou com incentivos. Nos anos 1970, as gravadoras tinham desconto nos impostos se investissem em artistas nacionais", diz Cesnik. Há quem vá mais longe. "Tínhamos uma população acostumada a ir ao teatro, ao cinema", diz Ajzemberg. É essa uma das diferenças entre o Brasil e os países europeus. "A média da população brasileira não consome cultura."


Situação A - Dissertação (UFTM, USP, Unesp, Enem, etc.)
Após ler atentamente os textos acima e refletir sobre o assunto comum a eles, redija uma dissertação argumentativa sobre os limites e diretrizes que devem nortear o financiamento da produção cultural pelo dinheiro público e pelo privado.

Instruções:

1.    Dê um título para a sua redação.
2.    Não copie ou parafraseie trechos da coletânea de textos.
3.    Respeite as características definidoras do gênero dissertativo.
4.    Não assine seu texto.
5.    Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.

Situação B - Gêneros textuais (UFU)
Escreva uma carta para a ministra da cultura Marta Suplicy em que você pleiteie verbas para a realização de um projeto cultural associado à cultura popular.

Instruções:

1.    Após a escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2.    Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3.    Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
4.    Utilize trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e parafraseie-os.
5.    Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6.    ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.
7.    Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.

Situação C – Outros gêneros textuais (Unicamp, UEL, UnB, etc.)
Faça um texto a ser colocado em um anúncio do Ministério da Cultura numa revista de grande circulação, o qual estimule os brasileiros a consumirem mais cultura.

Instruções:

1.    Assine seu manifesto com o nome de uma movimento artístico fictício ou real.
2.    Não copie ou parafraseie trechos dos textos motivadores.
3.    Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.




Carta Maior - Blog das Frases - Pratos cuspidos e trilhos entalados

Caras e caros,

Eis uma reflexão interessante e bem sustentada, ainda que parcial como qualquer outra, sobre os interesses que movem as escolhas políticas no Brasil.

Carta Maior - Blog das Frases - Pratos cuspidos e trilhos entalados:

'via Blog this'

Saudações,


Professor Estéfani Martins 
2º anos, 3º anos e PV - COC Uberlândia
3º anos, Semi e extensivo - COC Uberaba
opera10@gmail.com
www.soundcloud.com/opera10

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Atualidades - 2013 - EM e PV - Lista 3

Queridas alunas e queridos alunos,

Espero que todos nós tenhamos uma excelente semana produtiva. Para a coletânea 3, escolhemos 7 textos sobre os mais variados assuntos.
Começamos com um texto sobre desinformação e intolerância que gerou um evento no mínimo desconcertante em uma escola no norte do Brasil. Assim como o texto 1, o texto 4 também trata da intolerância de um país fechado a novas ideias políticas e sociais. Estamos falando de Cuba e a chegada ao Brasil da blogueira Yoani Sanchez que, mesmo aqui, sofreu com a hostilidade de grupos castristas. Será que pelo menos uma dessas pessoas que ficaram nos aeroportos esperando para agredir verbalmente a Yoani já foi a Cuba?
No extenso, porém esclarecedor texto 2, vemos como Julian Assange e seu Wikileaks ajudaram no desenvolvimento de uma nova forma de jornalismo e trouxeram maior transparência a fatos e notícias veiculados pelos grandes meios midiáticos. Uma dessas notícias pode ter desencadeado a primavera árabe e influenciado os conflitos sírios que provocam a chegada de novos e bem vindos imigrantes que já tanto contribuíram para o nosso país, seja na área culinária, da saúde ou da cultura. Sobre esse assunto, temos o texto 3.
Ainda em Terra Brasilis, a pedido de alunos do terceiro ano, no texto 5 temos notícias locais sobre as - quase esquecidas da maioria da população - obras de transposição do Velho Chico. Já o texto 6 traz notícias sobre a morte do Prisioneiro X, notícia não tão veiculada no Brasil mas de grande impacto na Europa, Oriente Médio e Austrália. Encerrando a coletânea, indicamos um texto sobre as eleições no país europeu com o qual o nosso tem maior identidade. Maior ainda que os nossos próprios colonizadores, na minha opinião. Como extensão desse texto, indicamos o link a seguir e um vídeo engraçado sobre como os próprios italianos se veem em relação aos outros europeus.



Boa leitura!

Cheers,

Humberto Costa
3º anos COC Udia
Facebook.com/humbertoaraujocosta


Caras e caros,


Eis os textos da semana, além dos oportunos destaques dados pelo professor Humberto, chamo a atenção de todos para todas as questões ideológicas envolvidas nas hostilidade à blogueira cubana, é uma questão bem maior do que simplesmente faz parecer os meios de comunicação tradicionais: o que discutiremos em sala. Peço desculpas pelo atraso na publicação desta lista, mas tive problemas com meu acesso à internet no domingo.

Boa leitura e ótima semana,

Professor Estéfani Martins 
2º anos, 3º anos e PV - COC Uberlândia
3º anos, Semi e extensivo - COC Uberaba
opera10@gmail.com
www.soundcloud.com/opera10

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Redação - Módulo 0 - 3º anos e extensivo - Comunicação e linguagem

Aula introdutória para o curso de redação dos terceiros anos de Uberaba e Uberlândia e Extensivo Uberaba.



Linguagem (do lat. lingua) - “Em um sentido genérico, pode-se definir a linguagem como um sistema de signos convencionais que pretende representar a realidade e que é usado na comunicação humana. Distinguem-se, em algumas teorias, a língua empírica, concreta (por exemplo, o português, o inglês, etc.) da linguagem como estrutura lógica, formal e abstrata, subjacente a todas as línguas.”
(Dicionário de Filosofia -  Japiassu e Marcondes)

A linguagem é “todo sistema de signos que serve de meio de comunicação entre indivíduos e pode ser percebido pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva a distinguir-se uma linguagem visual, uma linguagem auditiva, uma linguagem tátil, etc., ou, ainda, outras mais complexas, constituídas, ao mesmo tempo, de elementos diversos.”
(Dicionário Digital Aurélio XXI)

A capacidade de se comunicar por meio das mais variadas linguagens é uma das principais características que nos distinguem dos animais. Ainda que eles tenham tipos rudimentares dessa faculdade, na ampla maioria das vezes, nenhum deles alcançou refino, diversidade e complexidade linguística como a espécie humana, tanto no campo verbal como no não verbal, até porque, diferente deles, nossa linguagem é fruto de esforços produtivos fundamentados no raciocínio, na abstração e na criatividade. As razões dessa significativa diferença entre nós e os demais animais são explicadas desde por questões de caráter fisiológico, como dedo opositor, tamanho do cérebro, consequências da mudança da dieta alimentar, etc. até por determinados processos técnicos e de socialização intensificados pelo domínio da produção do fogo, pelo sedentarismo e pela Revolução Agrária.
Em virtude dessa importância incontestável que a linguagem assume como condição para o desenvolvimento intelectual, político, ético, econômico, social e cultural da humanidade, fazem-se razoáveis e previsíveis todos os estudos focados nessa competência humana. Além disso, quanto mais usada e estudada, mais é aprimorada, construindo-se a partir de um processo contínuo e crítico de revisões, renovações e inter-relações responsáveis por modificá-la continuamente.
Assim, o estudo desse campo riquíssimo da atuação humana torna-se necessário, tanto para a melhoria das relações estabelecidas com o outro em sociedade quanto para desenvolvermos nossa sensibilidade para apreciarmos e analisarmos uma obra de arte, uma música, um filme, uma peça de teatro, uma ópera, um espetáculo de dança, um discurso, etc.
Outro aspecto importante dos estudos linguísticos é a preparação para o vestibular que, atento a essas questões, faz com que, nas provas de Língua Portuguesa, Literatura e Redação, sejam exigidas aptidões linguísticas capazes de demonstrar - muito além do puro conhecimento gramatical, mas sem jamais desprezá-lo - a competência do candidato para ser um leitor crítico de muitos tipos de linguagens verbais e não verbais, além de mostrar-se um produtor linguístico articulado, no caso, de textos verbais, capazes de expressar qualquer conteúdo de forma clara, objetiva e precisa. Ou seja, segundo as Orientações Curriculares do Ensino Médio produzidas pelo Ministério da Educação (MEC):

“A lógica de uma proposta de ensino e de aprendizagem que busque promover letramentos múltiplos pressupõe conceber a leitura e a escrita como ferramentas de empoderamento e inclusão social. Some-se a isso que as práticas de linguagem a serem tomadas no espaço da escola não se restringem à palavra escrita nem se filiam apenas aos padrões socioculturais hegemônicos. Isso significa que o professor deve procurar, também, resgatar do contexto das comunidades em que a escola está inserida as práticas de linguagem e os respectivos textos que melhor representam sua realidade.
Dando sequência a esse raciocínio, defende-se que a abordagem do letramento deve, portanto, considerar as práticas de linguagem que envolvem a palavra escrita e/ou diferentes sistemas semióticos – seja em contextos escolares seja em contextos não escolares –, prevendo, assim, diferentes níveis e tipos de habilidades, bem como diferentes formas de interação e, consequentemente, pressupondo as implicações ideológicas daí decorrentes.”

Em razão dessas demandas, o domínio de muitos conceitos associados ao amplo universo da linguagem é fundamental, os quais serão abordados nos tópicos seguintes.

ATA - Módulo 1 – As artes visuais I – linguagem, conceitos e elementos (3º anos COC Uberlândia)

Leitura para todas as turmas de ATA (3º anos de Uberlândia)



"Aprender a ver é a mais longa aprendizagem de todas as artes."
(A.Graf)

Estilo é a incorporação da alma do artista à obra. Sem estilo nãoarte.”
(Carl Dreyer)

“A arte é um compêndio da natureza escrito pela imaginação.”
(Eça de Queiroz)

As artes que têm o sentido da visão como principal elemento utilizado na composição e observação delas são as visuais. São exemplos a pintura, o desenho, a gravura, a fotografia, o cinema, a arquitetura, o “webdesign”, a moda, a decoração, o paisagismo, o grafite, etc.
            O olhar é o ponto central dessas formas de arte, tanto no que concerne a produção artística delas, quanto especialmente na recepção delas por parte dos espectadores que têm a visão como principal meio de decodificar as informações e as linguagens de tais produções artísticas.

Proposta de redação 2013-2 - COC Uberaba e COC Uberlândia


Proposta de redação 2013-2
Equipe de redação COC

Proposta de redação

Texto 01. Um museu de grandes novidades (velhas)
(fragmento)

O professor de pesquisa social da Universidade de Loughborough (Inglaterra) Alan Bryman explica, em A Disneyficação da Sociedade (2004), que o processo “retromaníaco” tem razões econômicas. Em um estágio do capitalismo dominado cada vez mais por serviços semelhantes, a economia passa a funcionar como “economia de experiências, em que os consumidores buscam serviços que os entretenham e sejam memoráveis. Do ponto de vista dos prestadores de serviços, eles sabem que muitos consumidores estão se cansando dos serviços e ambientes padronizados que encontram o tempo todo. A tematização ajuda a diferenciar um serviço, ou contexto, dos demais”.
O resultado é a disseminação do espírito de Las Vegas em mares nunca dantes imaginados. Você pode ir para Paris e, além de conhecer o Louvre, transportar-se, como em um passe de mágica, ao reino encantado de Walt Disney, sem sair do Velho Continente. Basta escolher um hotel, como o Cheyenne, e você já estará no “lendário Velho Oeste” – norte-americano, of course – apesar de estar na Europa no século 21. Se não apetecer, pode escolher o Santa Fé, que promete “noites estreladas do Novo Mundo entre conquistadores espanhóis e índios americanos”. Imperdível.
Emerge daí um presente não necessariamente assombrado pelo fake e pelo vintage, mas um processo de esvaziamento da história, em que ao passado cumpre apenas a função de fornecer uma capa divertida ao presente. Restaura-se tudo, de GIFs animados – tecnologia de animação da primeira época da internet – a filmes clássicos e blockbusters, a estéticas do VHS e games populares dos anos 1980, como o Atari. Entre lixos e obras-primas, fica a pergunta: do que sentiremos saudade no futuro, se o nosso presente é pura “re”produção do passado?

Giselle Beiguelman
Fonte: http://www.select.art.br/article/reportagens_e_artigos/um-museu-de-grandes-novidades-velhas?page=5

Texto 02.

Autor: Simon Reynolds

Texto 03. A retromania nas artes

Falando de modo geral, é possível que a mais velha forma de manipulação do passado consista em sua utilização religiosa ou ideológica com fins políticos (entendendo por “fins políticos” se manter ou afirmar-se no poder), dado que o relato que se faça do ocorrido exerce um papel crucial na interpretação do presente e em sua possível legitimação. E ainda que tenham ocorrido muitos outros tipos de poetização do passado com intenções de autolegitimação, por exemplo, no campo da estética (a reconstrução da Idade Média durante o romantismo, sem ir mais além), também é quase certo que a última e hoje mais corrente destas manipulações é a que tem objetivos econômicos: converter o passado não apenas em um país estrangeiro – como sugeriu precocemente David Lowenthal – mas em um parque temático virtual, cujas atrações são as diferentes épocas (não apenas a antiguidade ou o feudalismo, mas os alegres anos 20, os obscuros anos 30, os dourados 60, os gélidos 80…) e cujos clientes potenciais são os turistas midiáticos a quem é servida um dia após outro esta mercadoria com o prestígio do sucesso já pré-cozido.
Não em vão escreveu o mal-humorado Heidegger que a historiografia se estava convertendo, no século XX, “na ciência que explora e administra o passado em benefício do presente”. E, mais próximo de nós, o pensador Fredric Jameson considera que esta transformação do passado numa coleção de pastiches esclerosados que se repetem como clichês é um dos rasgos culturais do capitalismo pós-moderno.
A propósito da retromania que inunda a cultura popular nos últimos tempos, o crítico musical Simon Reynolds chegou a considerar esta necrofilia da história recente como um obstáculo objetivo para a criatividade artística.
O fenômeno que assim se aponta, não obstante, difere das manipulações do passado com fins políticos ou econômicos, e tem a ver com o fato de que as novas tecnologias da comunicação colocaram ao alcance de um clique toda uma série de sedimentos culturais, acesso que incluía, até há não muito tempo, longos protocolos que agora ficaram em curto-circuito. Isto quer dizer que agora acessamos o passado do mesmo modo que o legista acessa um cadáver, de maneira desnuda, literal e imediata, mas sem saber absolutamente nada de quem foi em vida o finado que estamos dissecando na mesa de misturas. Ou, dito de outra maneira, sem considerá-lo em absoluto como passado (pois o passado não é reprodutível tecnologicamente, reside exclusivamente na memória e tem como essência justamente sua irreversibilidade).
De maneira que o problema – o problema que lastreia a criatividade da cultura popular contemporânea – não é tanto a moda dos revivals que Reynolds não aprecia, não é a inflação do passado, mas sim a hipertrofia do presente, um presente que ficou ao mesmo tempo sem passado e sem futuro ao ultrapassar todos os limites.
A comparação do passado com um país estrangeiro volta a ser aqui frutífera: a possibilidade de obter facilmente dados diretos e em tempo real do lugar mais afastado e exuberante da terra, ainda que resulte fascinante e até vertiginosa à primeira vista, não é finalmente mais do que algo superficial, uma vez que essa velocidade diminui nossa ignorância do lugar no qual fazemos turismo informático, como a fotografia do visitante ocasional não elimina seu desconhecimento do fotografado; da mesma forma, a disponibilidade técnica do passado musical ou literário não nos diz nada acerca de suas condições de gestação, não nos mostra como tradição nem nos faz seus herdeiros, mas apenas nos converte em espectadores complacentes de fetiches infrutíferos cujo retorno periódico e fantasmagórico celebramos sem produzir nenhuma novidade. Porque esta total disponibilidade (que o passado e o futuro já estejam reduzidos ao presente pela tecnologia), se não aumenta nosso conhecimento, nos faz mais ignorantes de nossa própria ignorância, pois confundimos a facilidade e o acesso imediato com o conhecimento ou a criação cultural, quando estes últimos apenas podem ter lugar ali onde cabem a estranheza e a interrogação, que são os incentivos do saber e do fazer criador. E o mais gracioso é que isto mesmo – que sem memória os arquivos estão mortos e sempre repetem o mesmo – é justamente o que dizia o Fedro de Platão há mais ou menos 2.500 anos.

José Luis Pardo


Situação A - Dissertação (UFTM, USP, Unesp, Enem, etc.)
Após ler atentamente os textos acima e refletir sobre o assunto comum a eles, redija sua dissertação sobre as principais razões segundo sua opinião para a retromania ou o culto no presente ao passado que domina grande parte da produção cultural da atualidade.

Instruções:

1.    Dê um título para a sua redação.
2.    Não copie ou parafraseie trechos da coletânea de textos.
3.    Respeite as características definidoras do gênero dissertativo.
4.    Não assine seu texto.

Situação B - Gêneros textuais (UFU)
Escreva um editorial em que seja abordada a questão da “retromania”.

Instruções:

1.    Após a escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2.    Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3.    Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
4.    Utilize trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e parafraseie-os.
5.    Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6.    ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.

Situação C – Outros gêneros textuais (Unicamp, UEL, UnB, etc.)

Lidos os textos motivadores, faça um manifesto que convide as pessoas a deixar de cultuar o passado para produzir uma arte mais contemporânea e sensível aos dramas e questões da atualidade e que aponte para o futuro, e não para o passado.

Instruções:

1.    Assine seu manifesto com o nome de uma movimento artístico fictício ou real.
2.    Não copie ou parafraseie trechos dos textos motivadores.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

"Scar Project - O câncer de mama não é uma fita rosa"

Caras,

Boa tarde! O "link" abaixo leva a um dos mais interessantes ensaios fotográficos que já vi. O tema é o câncer de mama. As fotos são belas e corajosas. O texto, didático e exato. As mulheres, dignas, generosas e corajosas. São um exemplo maiúsculo de que arte pode (ou mesmo deve) congregar fraternidade, ação e o testemunho honesto e impactante sobre a vida na sua plenitude e sem idealizações.
Um provérbio sueco diz "uma alegria dividida é dupla alegria, uma tristeza divida é meia dor.". Nunca vi nada mais capaz de traduzir essa concepção tão realista e nada ideal ou maniqueísta de mundo do que esse maravilhoso ensaio. 
Aliás, gostaria de agradecer a indicação desse ensaio ao amigo Hugo Salmen.


Abraços,

Estéfani

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Atualidades - 2013 - EM e PV - Lista 2

Caras e caros,

Boa tarde! Informamos que as coletâneas serão sempre publicadas no Opera10 até a meia-noite de domingo. Sobre os textos da semana, eu e o Humberto escolhemos textos que abordam questões muito importantes para a sociedade em função da grande abrangência dos desdobramentos delas. Em especial, a renúncia do Papa Bento XVI, que é um fato naturalmente histórico pela sua raridade, pelas suas nebulosas razões e pela consequências difíceis de prever. Destaque especial também para a entrevista do sociólogo Hermano Vianna sobre cultura popular para o Estadão, leitura obrigatória para quem, sem preconceito, quer entender melhor a cultura brasileira e, porque não, o Brasil.

Boa semana a todos e boa leitura,

Professor Estéfani Martins 
2º anos, 3º anos e PV - COC Uberlândia
3º anos, Semi e extensivo - COC Uberaba
opera10@gmail.com


Professor Humberto Costa 
3º anos COC Udia
huarcosta@hotmail.com
haraujocosta@gmail.com
Twitter - @HumbertoGalo


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Muito interessante: um ser vivo imortal




Para os alunos do 2º ano integral: orientações sobre a retrospectiva de 2012

Normas para postagem do trabalho de retrospectiva de 2012.

- postar por meio de um blogue "links" dos 50 eventos mais importantes ocorridos no ano de 2012.

- cada um dos "links" deve ter um título que antecipe qual é o assunto escolhido.

- a data de entrega é até meia-noite de sexta (22-06-13). 

- O endereço do blogue deve ser enviado para meu e-mail ou postado como mensagem no meu perfil do Facebook.

Qualquer dúvida, estou a disposição. Deixem comentários que os respondo.

Abraços,


Professor Estéfani Martins 
opera10@gmail.com




Uma visão impactante e quase poética sobre a Guerra no Sudão





quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Proposta de redação 2013-1 - COC Uberaba e COC Uberlândia


Proposta de redação 2013-1
Equipe de redação COC

Proposta de redação

Texto 01. Escolhendo uma profissão (fragmento)

Todo jovem tem de tomar pelo menos duas grandes importantes decisões na vida. A escolha da profissão e a do cônjuge. A maioria estuda e namora o futuro cônjuge nos mínimos detalhes, mas escolhe e descarta dezenas de profissões com uma única frase. Muitos passarão mais tempo no emprego do que com o marido, a esposa e a família. Quando chegarem em casa, todos já estarão dormindo.
Como melhorar a escolha da profissão com a mesma dedicação com que se escolhe um cônjuge?
1. Namore também sua profissão. Se seus pais possuem um conhecido que exerça uma profissão, peça permissão para acompanhá-lo por algumas semanas para sentir como é seu dia-a-dia. Mesmo que tenha de ficar nos corredores, você verá o ambiente, sentirá um pouco a rotina diária. Assista a uma semana de aulas em sua futura faculdade. Comece a explorar as variantes da profissão, descubra as linhas de pensamento, os estilos. Quem são as "feras" dessa área e como são os estilos de vida. Combinam com o seu?
2. Não se apresse. Se você estiver na dúvida quanto à escolha da profissão, tire um ano mochilando pelo mundo afora. É preferível "perder" um ano a perder toda uma vida profissional. A escolha da profissão precisa ser cuidadosa, porque hoje em dia é mais fácil trocar de cônjuge que de profissão. Aos 32 anos você não terá mais disposição para prestar um novo vestibular. Essa pressão da sociedade e dos pais para uma escolha imediata vem do tempo em que a expectativa de vida de um adulto era de somente quarenta anos. Hoje a expectativa média de vida é de 82 anos. Um ano ou dois não farão a mínima diferença.
(...) 5. Não confunda interesse com proposta de vida. Todos nós deveríamos ter interesse em história e filosofia. Espero que nos fins de semana vocês leiam esses temas, e não mais um livro técnico. Todo mundo deveria estudar um pouco de economia, psicologia e direito, mas nem todos irão querer estudar essas matérias a vida inteira. O simples interesse não é suficiente para fazer de você um profissional dedicado e totalmente comprometido para o resto da vida. Uma fã do pianista Arthur Moreira Lima disse que daria a vida para tocar como ele. "Pois eu dei a minha vida", respondeu Moreira Lima. Se você está disposto a dar sua vida por história ou filosofia, aí não é um mero interesse, é sem dúvida uma vocação. Portanto, vá em frente. Se você escolher uma profissão no par-ou-ímpar, lembre-se de que poderá estar tirando a vaga de alguém que tem vocação, a vaga de um futuro Moreira Lima.

Stephen Kanitz. Veja, edição 1781, dezembro de 2002.


Situação A - Dissertação (UFTM, USP, Unesp, Enem, etc.)
Após ler atentamente os textos acima e refletir sobre o assunto comum a eles, redija sua dissertação sobre o que deve ser mais valorizado no momento da escolha profissional.

Instruções:

1.    Dê um título para a sua redação.
2.    Não copie ou parafraseie trechos da coletânea de textos.
3.    Respeite as características definidoras do gênero dissertativo.
4.    Não assine seu texto.

Situação B - Gêneros textuais (UFU)
Escreva um artigo de opinião abordando a importância de uma boa escolha profissional para a prestação de bons serviços à sociedade.

Instruções:

1.    Após a escolha de uma das situações, assinale sua opção no alto da folha de resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero selecionado.
2.    Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.
3.    Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ OU JOSEFA. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.
4.    Utilize trechos dos textos motivadores (da situação que você selecionou) e parafraseie-os.
5.    Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
6.    ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.

Situação C – Outros gêneros textuais (Unicamp, UEL, UnB, etc.)

Lidos os textos motivadores, faça uma carta de apresentação em que você informe um empregador, criado por você, sobre as competências e habilidades que você detêm que lhe habilitam para fazer determinado serviço.

Instruções:

1.    Sua carta deve ter uma estrutura semelhante à de uma carta impessoal.
2.    Assine sua carta com um pseudônimo.
3.    Não copie ou parafraseie trechos dos textos motivadores.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Proposta de redação 2013-0 - COC Uberaba



Proposta de redação 2013-0
Equipe de redação COC

Proposta de redação

Texto 01.
“O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.”
(Albert Einstein)

Texto 02.
“O sucesso é um professor perverso. Ele seduz as pessoas inteligentes e as faz pensar que jamais vão cair.” (Bill Gates)

Texto 03.
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.” (José de Alencar)

Texto 04.
“Não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.” (Augusto Cury)

Texto 05.
“Não confunda derrotas com fracasso nem vitórias com sucesso. Na vida de um campeão sempre haverá algumas derrotas, assim como na vida de um perdedor sempre haverá vitórias. A diferença é que, enquanto os campeões crescem nas derrotas, os perdedores se acomodam nas vitórias.” (Roberto Shinyashiki)

Situação A - Dissertação (UFTM, USP, Unesp, Enem, etc.)
O sucesso é uma obsessão moderna, seja como celebridade passageira ou instantânea, graças ao BBB e à internet, seja trabalhando de forma permanente e prejudicial à saúde; daí muitas pessoas o terem como meta única ou mais importante na vida, sobre essa questão da modernidade escreva uma dissertação que responda a seguinte pergunta:

Sucesso para quê?

Instruções:
1.    Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
2.    A redação deverá ter entre 25 e 30 linhas.
3.    Dê um título a sua redação.

Situação B - Gêneros textuais (UFU)
Com apoio dos aforismos acima, escreva um editorial que tenha como palavras-chave  os termos: sucesso, economia, política e arte.

Instruções:
1.    Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
2.    A redação deverá ter entre 25 e 30 linhas.
3.    Dê um título a sua redação.

Situação C – Outros gêneros textuais (Unicamp, UEL, UnB, etc.)
Construa perguntas que possam ter como resposta cada um dos aforismos acima. É importante transpô-los para a 1ª pessoa do discurso como se todos pudessem ser atribuídos à mesma pessoa. Lembre-se que seu texto deve ter coerência não só entre pergunta e resposta, mas também em relação ao todo delas.

Instruções:
1.    Seu texto deve ter título.
2.    Seu texto deve ter no mínimo 25 e no máximo 30 linhas.