http://noticias.uol.com.br/eventos/retrospectiva-2012/
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
domingo, 9 de dezembro de 2012
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
sábado, 1 de dezembro de 2012
COC Uberlândia - 3º ano - Propostas de Pré-recuperação
Escolha uma das propostas a seguir para redigir sua redação.
PROPOSTA DE REDAÇÃO A
E
agora querem transformar “gordo” em palavrão...
Gordo. A palavra soa
mal? Para alguns, sim. Da mesma forma que negro, cego ou pobre – ou melhor,
afrodescendente, deficiente visual ou menos favorecido –, falar “gordo” está se
tornando ofensa. E a mídia americana já começa a adotar a nova tendência
politicamente correta. Na semana passada, uma articulista do site Huffington
Post, Vicki Iovine, escreveu que “as pessoas costumavam ter medo de ficar
gordas; agora têm medo de dizer... gordo”. O que substitui a palavra proibida?
“Pessoa sedentária superprocessadora de alimentos”, diz o ator e diretor de
comédias americano Kevin Smith. No mês passado, Smith foi expulso de um voo por
não caber numa única poltrona e começou a fazer graça com o assunto. Outra
sugestão, mais sisuda, é que se diga: “A palavra que começa com f” (em inglês,
gordo é “fat”).
A linguagem
politicamente correta surgiu nos Estados Unidos na década de 70, como herança
do movimento de defesa dos direitos civis do pós-guerra. Com ela, claro,
desenvolveu-se um enorme mercado de processos judiciais. Quem não segue o novo
cânone pode parar na Justiça – e isso ajuda a explicar parte do sucesso da nova
língua. De acordo com sua lógica, usar certas palavras legitima o preconceito e
propaga visões discriminatórias contra grupos sociais. A mudança, afirmam seus
defensores, seria o primeiro passo para eliminar o preconceito enraizado na
linguagem.
Mas essa é uma
impressão enganosa. Na prática, a patrulha da língua enfraquece o idioma e
empobrece a comunicação. “Palavras legítimas, originárias do latim, com uma
história de 2 mil anos, estão sendo banidas de nosso dia a dia”, diz Aldo
Bizzocchi, doutor em linguística pela Universidade de São Paulo (USP) e autor
do livro Léxico e ideologia na Europa Ocidental. “O problema está na
intenção ao dizer algo, não na palavra em si. Não é ofensa nenhuma dizer que
Beethoven era surdo.”
É evidente que certas
palavras carregam um tom ofensivo. É o caso, em inglês, do termo “nigger”, uma
forma pejorativa de se referir aos negros que pode ser aproximadamente
traduzida em português por “preto”. Em inglês, porém, tornou-se politicamente
incorreto o próprio termo “black” – correspondente a nosso “negro” e usado
pelos próprios líderes do movimento negro.
No Brasil, o controle
do idioma ainda não é tão severo. Gordo e negro são palavras aceitas, embora
com cada vez mais ressalvas. Afrodescendente já pegou nos discursos e nas teses
de mestrado e doutorado. “Homossexualismo” aos poucos vai mudando para
“homossexualidade”, de acordo com a orientação dos grupos de gays e lésbicas
que veem no sufixo “ismo” uma conotação de doença. (Não se sabe se seriam
doenças também o comunismo, o liberalismo ou o tenentismo...) Há alguns anos,
quem perdia uma perna era chamado de “aleijado”. Depois passou a ser tratado
como “deficiente”. Recentemente, virou “portador de deficiência”. Não parou aí.
Agora, ele é “portador de necessidade especial”.
Em 2006, a Secretaria
de Direitos Humanos lançou a Cartilha do politicamente correto, com 96
expressões consideradas preconceituosas. A lista desestimulava termos como
“baianada” (para abusos no trânsito), assim como as palavras “anão” e
“palhaço”. A frase “a coisa está preta” também entrou no índex. A cartilha foi
tão criticada que o governo a suspendeu. A ideia de vigiar a linguagem, porém,
continua viva e forte – mas não gorda, gorda jamais.
Martha
Mendonça. Revista Época. Ed. 616, 08
de março de 2010.
http://recantodovelhinhorabugento.blogspot.com.br/2012_02_01_archive.html
Após a leitura tenta
dos textos acima, redija um texto de opinião sobre a imposição do
politicamente correto na sociedade brasileira.
PROPOSTA DE REDAÇÃO B
Leia
o texto abaixo.
Morreu Amy Winehouse e os moralistas de serviço já
começaram a aparecer. Como abutres que são. Não há artigo, reportagem ou mero
obituário que não fale de Winehouse com condescendência e piedade. Alguns, com
tom professoral, falam dos riscos do álcool e da droga e dão o salto lógico, ou
ilógico, para certas políticas públicas.
Amy Winehouse é, consoante o gosto, um argumento a
favor da criminalização das drogas; ou, então, um argumento a favor de uma
legalização controlada, com o drogado a ser visto como doente e encaminhado
para a clínica respectiva. O sermão é hipócrita e, além disso, abusivo.
Começa por ser hipócrita porque este tom de lamentação
e responsabilidade não existia quando Amy Winehouse estava viva e, digamos,
ativa. Pelo contrário: quanto mais decadente, melhor; quanto mais drogada,
melhor; quanto mais alcoolizada, melhor. Não havia jornal ou televisão que,
confrontado com as imagens conhecidas de Winehouse em versão zoombie, não
derramasse admiração pela 'rebeldia' de Amy, disposta a viver até o limite.
Amy não era, como se lê agora, uma pobre alma afogada
em drogas e bebida. Era alguém que criava as suas próprias regras, mostrando o
dedo, ou coisa pior, para as decadentes instituições burguesas que a tentavam
"civilizar". E quando o pai da cantora veio a público implorar para
que parassem de comprar os seus discos – raciocínio do homem: era o excesso de
dinheiro que alimentava o excesso de vícios – toda a gente riu e o circo seguiu
em frente. Os moralistas de hoje são os mesmos que riram do moralista de ontem.
Mas o tom é abusivo porque questiono, sinceramente, se
deve a sociedade impor limites à autodestruição de um ser humano. A pergunta é
velha e John Stuart Mill, um dos grandes filósofos liberais do século 19,
respondeu a ela de forma inultrapassável: se não há dano para terceiros, o
indivíduo deve ser soberano nas suas ações e na consequência das suas ações.
Bem dito. Mas não é preciso perder tempo com
filosofias. Melhor ler as letras das canções de Amy Winehouse, onde está todo
um programa: uma autodestruição consciente, que não tolera paternalismos de
qualquer espécie.
O tema "Rehab", aliás, pode ser musicalmente
nulo (opinião pessoal), mas é de uma honestidade libertária que chega a ser
tocante: reabilitação para o vício? Não, não e não, diz ela. Três vezes não.
Respeito a atitude. E, relembrando um velho livro de Theodore
Dalrymple sobre a natureza da adição (Junk Medicine: Doctors, Lies and the
Addiction Bureaucracy), começa a ser hora de olhar para o consumidor de drogas
como um agente autônomo, que optou autonomamente pelo seu vício particular – e,
em muitos casos, pela sua destruição particular.
(PEREIRA COUTINHO, João. “Sermão ao Cadáver”,
www.folhaonline.com.br – acesso 25 jul 2011.)
A sociedade deve impor limites à autodestruição
de um ser humano? Discuta essa
questão, em um texto dissertativo, ponderando
a respeito da descriminalização da maconha.
Assinar:
Postagens (Atom)