PROPOSTA DE REDAÇÃO
Em função da leitura dos textos abaixo e dos
conhecimentos assimilados ao longo de sua formação, escreva um texto
dissertativo-argumentativo sobre padrões
de beleza, bem-estar e saúde. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 01. O cabelo
de Gianecchini
Na semana passada, postei nas
redes sociais a foto da capa da edição de setembro da revista GQ Brasil, em que
Reynaldo Gianecchini posava ao volante de um possante. A manchete estampava
duas frases do ator, que, como todos sabem, venceu um câncer de rara violência.
“Tive de tomar uma decisão em relação ao câncer: escolhi ser macho”. “Sou dos
excessos, capaz de ficar seis meses meditando, depois seis meses transando”.
Duas “aspas”, como se diz no jargão jornalístico, fortes, impactantes e dignas
de gerar burburinho. Mas, para minha surpresa, não foram as frases nem o carro
nem o fato de Giane estar na capa de revista de estilo masculina mais famosa do
mundo que motivaram os comentários em série dos internautas. Fora raras
exceções, o povo reclamou… do cabelo encaracolado de Gianecchini.
Ele se consagrou galã com a
allure de super-homem. Porte atlético, sorriso brilhante, olhos semicerrados e
cabelos lisos cujas pontas balançavam ante a menor brisa. Depois da quimio e de
todos os tratamentos de dor e efeitos colaterais inomináveis que pararam o
Brasil e devido aos quais muita gente duvidou de que ele sobreviveria, Giane se
viu um novo homem pós-careca. Como em muitos casos, sua compleição capilar
mudou e surgiu um homem que é a cara da maioria dos brasileiros, dono de um
cabelo “tonhonhóim”, entre o encrespado e o encaracolado. O ator, mais uma vez,
foi abençoado por sua estrela: ao contrário dos astros da TV que se veem
obrigados a enfrentar horas de cabeleireiro para chegar à imagem ideal de seus
personagem, o divertido, mulherengo e popular motorista Nando da próxima novela
das 7, Guerra dos Sexos, nasceu espontaneamente com esse novo Giane.
Mas o Brasil não está
preparado para ver seu maior galã ser a cara de seu povo. “Nossa, esse cabelo
está horrível”, comentou uma internauta. “Chapinha, não?”, sugeriu uma
twitteira. “Está parecendo o Coalhada”, alfinetou um rapaz no Facebook,
referindo-se ao famoso personagem de Chico Anysio. “Deus, o que houve com o
cabelo dele?”, reagiu, estarrecido, outro seguidor do meu Instagram.
Não posso negar que, embora
acostumado a ler a profusão de absurdos dos comentários da rede, fiquei
incomodado com as opiniões a respeito da cabeleira de Gianecchini. Jamais
esquecerei aquela emblemática capa da ÉPOCA para a qual ele posou, sem medo, a
bordo de sua careca para ilustrar a emocionante entrevista à jornalista Ruth de
Aquino. Ele contava o drama de seu tratamento, mas também celebrava sua vitória
sobre o câncer. Foi lúcido, honesto e corajoso.
Nessa nova cabeleira, enxergo um homem lindo, um
sobrevivente, uma fênix, um recém-nascido e um novo galã que vai ao encontro
das premissas dos novos heróis da TV: tipos populares, de beleza atingível e
possível, que poderiam estar no Divino mais próximo, como o Tufão de Avenida
Brasil, pelo qual, mesmo gordinho, to-das as mulheres suspiram. Os caracóis de
Gianecchini o libertarão para personagens mais livres, longe dos estereotipados
bons moços de gel nos cabelos lisos. O galã, queridos, mudou. Ele pode ser
negro — como Lázaro Ramos na nova novela das seis, Lado a Lado —, gordo, sem
verniz de etiqueta, da classe C ou de cabelos crespos. Em resumo: ele pode ser
brasileiro.
E faço minhas as palavras de
outro internauta: “Me poupem”, pediu ele. “Vocês acham sinceramente que uma
pessoa que enfrentou o que ele passou e venceu está preocupada com cabelo x ou
y? Vão fazer voluntariado no hospital mais próximo!!!”
Bruno Astuto. Época. 09/09/2012.
Texto 02.
Texto 03.
Fomos informados pela imprensa, alguns dias atrás, que
cresce exponencialmente no Brasil o número de cirurgias estéticas de vagina.
(...)
A notícia provocou o barulho de sempre. As moças
engajadas foram às redes sociais dizer que esse tipo de operação representa uma
violência social inaceitável. (...) Em dois minutos, apareceram dezenas de
médicos explicando como a operação – embora simples e rápida – exige uma
recuperação cuidadosa (um mês sem sexo!) e acarreta dois riscos sérios:
infecção e perda de sensibilidade vaginal, por dano ao tecido nervoso.
Ivan Martins. Época. 05/09/2012.
Texto 04.
Da obesidade mórbida à anorexia: a triste história de uma
jovem de 21 anos
Malissa Jones, 21 anos, já foi
a adolescente mais obesa do Reino Unido. Em 2008, com o ponteiro da balança
perto dos 203 quilos, ela recebeu um ultimato: era perder peso ou morrer dentro
de alguns meses.
Malissa escolheu a primeira
alternativa e enfrentou uma cirurgia no estômago. Era a ajuda que ela precisava
para perder 127 quilos e chegar aos 76, meta estabelecida pelos médicos.
Agora, a situação se inverteu:
Malissa desenvolveu uma espécie de fobia à comida e está pesando pouco mais de
50 quilos (cerca de 12 são só pele). Precisa engordar para sobreviver.
Antes da cirurgia, Malissa
ingeria 15 mil calorias por dia. Hoje, ela come três cenouras cozidas, duas
porções de parsnip, um vegetal europeu, e uma batata assada, um total de 300
calorias, menos de um terço do que ela deveria consumir para se manter
saudável.
“Meu médico diz que, se eu
continuar assim, eu terei apenas seis meses de vida. Eu provavelmente morrerei
por causa de um ataque cardíaco, então eu preciso ser perseverante e comer.
Estou tentando, mas é muito difícil”, disse Malissa à revista Closer Magazine
(o Daily Mail reproduziu alguns trechos).
A tristeza vivida por Malissa
é uma das explicações para sua imensa dificuldade em comer. Recentemente, ela
vivenciou a perda de seu primeiro filho, Harry. A notícia da gravidez foi uma
surpresa, já que seu namorado usava camisinha. Contrariando a opinião médica,
os dois decidiram ter o bebê e Malissa diz ter lutado muito para se alimentar
adequadamente.
Mesmo assim, perdeu peso
durante a gravidez. O bebê nasceu desnutrido e morreu 57 minutos após o parto,
realizado no sexto mês de gestação por causa de uma falha no fígado da mãe. “Eu
não cheguei a pegar Harry no colo. Não acredito que vá superar isso”. Ela
guarda fios do cabelo de Harry e algumas fotos em uma caixa. Após a morte do
bebê ela perdeu 63 quilos. Ela diz que era mais feliz quando estava obesa.
Blog Mulher 7 X 7. 04/05/2011.
Observações:
• Seu texto deve ser escrito à tinta, na folha de
redação.
• Desenvolva seu texto em prosa: não redija narração, nem
poema.
• O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado
em branco.
• O texto deve ter, no máximo, 30 linhas.
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