quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Proposta 2012-26 - Uberaba - todas as turmas (entrega - 01-11-2012)


PROPOSTA DE REDAÇÃO

Em função da leitura dos textos abaixo e dos conhecimentos assimilados ao longo de sua formação, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre padrões de beleza, bem-estar e saúde. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto 01.  O cabelo de Gianecchini

Na semana passada, postei nas redes sociais a foto da capa da edição de setembro da revista GQ Brasil, em que Reynaldo Gianecchini posava ao volante de um possante. A manchete estampava duas frases do ator, que, como todos sabem, venceu um câncer de rara violência. “Tive de tomar uma decisão em relação ao câncer: escolhi ser macho”. “Sou dos excessos, capaz de ficar seis meses meditando, depois seis meses transando”. Duas “aspas”, como se diz no jargão jornalístico, fortes, impactantes e dignas de gerar burburinho. Mas, para minha surpresa, não foram as frases nem o carro nem o fato de Giane estar na capa de revista de estilo masculina mais famosa do mundo que motivaram os comentários em série dos internautas. Fora raras exceções, o povo reclamou… do cabelo encaracolado de Gianecchini.
Ele se consagrou galã com a allure de super-homem. Porte atlético, sorriso brilhante, olhos semicerrados e cabelos lisos cujas pontas balançavam ante a menor brisa. Depois da quimio e de todos os tratamentos de dor e efeitos colaterais inomináveis que pararam o Brasil e devido aos quais muita gente duvidou de que ele sobreviveria, Giane se viu um novo homem pós-careca. Como em muitos casos, sua compleição capilar mudou e surgiu um homem que é a cara da maioria dos brasileiros, dono de um cabelo “tonhonhóim”, entre o encrespado e o encaracolado. O ator, mais uma vez, foi abençoado por sua estrela: ao contrário dos astros da TV que se veem obrigados a enfrentar horas de cabeleireiro para chegar à imagem ideal de seus personagem, o divertido, mulherengo e popular motorista Nando da próxima novela das 7, Guerra dos Sexos, nasceu espontaneamente com esse novo Giane.
Mas o Brasil não está preparado para ver seu maior galã ser a cara de seu povo. “Nossa, esse cabelo está horrível”, comentou uma internauta. “Chapinha, não?”, sugeriu uma twitteira. “Está parecendo o Coalhada”, alfinetou um rapaz no Facebook, referindo-se ao famoso personagem de Chico Anysio. “Deus, o que houve com o cabelo dele?”, reagiu, estarrecido, outro seguidor do meu Instagram.
Não posso negar que, embora acostumado a ler a profusão de absurdos dos comentários da rede, fiquei incomodado com as opiniões a respeito da cabeleira de Gianecchini. Jamais esquecerei aquela emblemática capa da ÉPOCA para a qual ele posou, sem medo, a bordo de sua careca para ilustrar a emocionante entrevista à jornalista Ruth de Aquino. Ele contava o drama de seu tratamento, mas também celebrava sua vitória sobre o câncer. Foi lúcido, honesto e corajoso.
Nessa nova cabeleira, enxergo um homem lindo, um sobrevivente, uma fênix, um recém-nascido e um novo galã que vai ao encontro das premissas dos novos heróis da TV: tipos populares, de beleza atingível e possível, que poderiam estar no Divino mais próximo, como o Tufão de Avenida Brasil, pelo qual, mesmo gordinho, to-das as mulheres suspiram. Os caracóis de Gianecchini o libertarão para personagens mais livres, longe dos estereotipados bons moços de gel nos cabelos lisos. O galã, queridos, mudou. Ele pode ser negro — como Lázaro Ramos na nova novela das seis, Lado a Lado —, gordo, sem verniz de etiqueta, da classe C ou de cabelos crespos. Em resumo: ele pode ser brasileiro.
E faço minhas as palavras de outro internauta: “Me poupem”, pediu ele. “Vocês acham sinceramente que uma pessoa que enfrentou o que ele passou e venceu está preocupada com cabelo x ou y? Vão fazer voluntariado no hospital mais próximo!!!”

Bruno Astuto. Época. 09/09/2012.

Texto 02.




Texto 03.

Fomos informados pela imprensa, alguns dias atrás, que cresce exponencialmente no Brasil o número de cirurgias estéticas de vagina. (...)
A notícia provocou o barulho de sempre. As moças engajadas foram às redes sociais dizer que esse tipo de operação representa uma violência social inaceitável. (...) Em dois minutos, apareceram dezenas de médicos explicando como a operação – embora simples e rápida – exige uma recuperação cuidadosa (um mês sem sexo!) e acarreta dois riscos sérios: infecção e perda de sensibilidade vaginal, por dano ao tecido nervoso.
Ivan Martins. Época. 05/09/2012.

Texto 04.

Da obesidade mórbida à anorexia: a triste história de uma jovem de 21 anos

Malissa Jones, 21 anos, já foi a adolescente mais obesa do Reino Unido. Em 2008, com o ponteiro da balança perto dos 203 quilos, ela recebeu um ultimato: era perder peso ou morrer dentro de alguns meses.
Malissa escolheu a primeira alternativa e enfrentou uma cirurgia no estômago. Era a ajuda que ela precisava para perder 127 quilos e chegar aos 76, meta estabelecida pelos médicos.
Agora, a situação se inverteu: Malissa desenvolveu uma espécie de fobia à comida e está pesando pouco mais de 50 quilos (cerca de 12 são só pele). Precisa engordar para sobreviver.
Antes da cirurgia, Malissa ingeria 15 mil calorias por dia. Hoje, ela come três cenouras cozidas, duas porções de parsnip, um vegetal europeu, e uma batata assada, um total de 300 calorias, menos de um terço do que ela deveria consumir para se manter saudável.
“Meu médico diz que, se eu continuar assim, eu terei apenas seis meses de vida. Eu provavelmente morrerei por causa de um ataque cardíaco, então eu preciso ser perseverante e comer. Estou tentando, mas é muito difícil”, disse Malissa à revista Closer Magazine (o Daily Mail reproduziu alguns trechos).
A tristeza vivida por Malissa é uma das explicações para sua imensa dificuldade em comer. Recentemente, ela vivenciou a perda de seu primeiro filho, Harry. A notícia da gravidez foi uma surpresa, já que seu namorado usava camisinha. Contrariando a opinião médica, os dois decidiram ter o bebê e Malissa diz ter lutado muito para se alimentar adequadamente.
Mesmo assim, perdeu peso durante a gravidez. O bebê nasceu desnutrido e morreu 57 minutos após o parto, realizado no sexto mês de gestação por causa de uma falha no fígado da mãe. “Eu não cheguei a pegar Harry no colo. Não acredito que vá superar isso”. Ela guarda fios do cabelo de Harry e algumas fotos em uma caixa. Após a morte do bebê ela perdeu 63 quilos. Ela diz que era mais feliz quando estava obesa.

Blog Mulher 7 X 7. 04/05/2011.

Observações:
• Seu texto deve ser escrito à tinta, na folha de redação.
• Desenvolva seu texto em prosa: não redija narração, nem poema.
• O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado em branco.
• O texto deve ter, no máximo, 30 linhas.


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