Leia atentamente os textos abaixo:
Texto 1: O que é MMA e o UFC?
Originário do Vale-tudo no Brasil, o UFC foi criado nos Estados Unidos
em 1993, com regras mínimas, e foi promovido como uma competição para
determinar a arte marcial mais eficaz em situações de combate desarmado. Não
demorou muito para que os combatentes perceberem que se quisessem ser
competitivos entre os melhores, eles precisavam treinar disciplinas
complementares. Os lutadores do UFC começaram a se transformar em atletas
completos, de habilidades equilibradas, que poderiam lutar em pé ou no chão.
Essa mistura de estilos de luta e habilidades se tornou conhecido como artes
marciais mistas (MMA, sigla em inglês).
Hoje, o UFC é a principal organização de MMA e impõe as regras
unificadas de Mixed Martial Arts, sem exceção. Com mais de 20 eventos por ano,
o UFC é a casa da maioria dos lutadores tops no mundo. Os eventos são
realizados não só nos Estados Unidos, mas em muitos países em todo o globo.
Formas de Vitória
A luta no UFC
mantém o público inquieto em seus assentos, devido a todos os diferentes
sistemas de artes marciais usados em um combate. A luta começa em pé, mas pode acabar
rapidamente no chão ou contra as grades do octógono - nunca se sabe! Não
importa qual direção a lute tome ou quais estilos são usados, as maneiras de
ganhar são as mesmas.
http://br.ufc.com/discover/sport/index
Texto 2: MMA:
Esporte, violência e capitalismo
Depois
da 142º edição do UFC, realizada no Brasil, lotar a HSBC Arena, não cabe
dúvida, o MMA (sigla, em inglês, para Artes Marciais Mistas), o antigo
vale-tudo é o esporte do momento. Sua popularidade, lucratividade e publicidade
atingem patamares próximos ao mundo do futebol. Tal como os grandes jogadores
de futebol, seus principais lutadores são profundamente midiatizáveis; tratados
como verdadeiros ídolos pelos fãs e como excelentes “marcas publicitárias” para
campanhas de marketing de produtos e
mercadorias variadas. Não é a toa que, nos Estados Unidos, o MMA derrotou o
outrora glamoroso e clássico boxe, “a nobre arte” dos esportes de luta
modernos. Tornou-se, então, nos últimos tempos, uma verdadeira febre mundial e
uma das mais lucrativas indústrias no mundo dos esportes.
No
entanto, como quase tudo na vida, o Mixed
Marcial Arts (Artes Marciais Mistas) não é unanimidade. Seu sucesso é
acompanhado por críticas e desconfianças. Questiona-se seu estatuto como
esporte, suas consequências lesivas ao corpo e seu poder de influência negativo
junto ao público. Para uma porção considerável do público, trata-se de uma
modalidade esportiva repleta de imagens bastante fortes: sangue, hematomas,
fraturas e desmaios provocados por chutes, joelhadas e socos fortíssimos e
certeiros, estrangulamentos. No Brasil, em particular, a resistência e
desconfiança sobre o MMA já chegou, inclusive, no campo da política. O deputado
federal José Mentor, do PT-SP, elaborou um projeto de lei cujo objetivo
consiste exatamente em proibir a transmissão, não importa o horário, de lutas marciais
não-olímpicas na televisão, no caso o MMA, entre elas.
Se
observarmos com um pouco de atenção o MMA, em especial, o entusiasmo de seus
fãs com as lutas, é interessante notar como parece estar em jogo uma mudança ou
variação de nossa sensibilidade a propósito da violência. Explico-me: a
violência que tanto tememos e repudiamos na vida cotidiana transforme-se no
interior deste espetáculo de entretenimento em algo extremamente sedutor,
fascinante e mobilizador. Diante do qual nossas reações rotineiras transformam-se,
dessa vez, em excitação, empolgação, torcida, apostas e diversão. Em síntese,
em lazer, fruição e passatempo. Imagens sangrentas e ferimentos cuja visão, na
vida diária, nos fariam facilmente desviar o olhar noutra direção ou nos
causariam profundo mal-estar e repulsa, no Octógono, ao contrário, geram brados
exultantes de deleite, urros e pulos de alegria, êxtase.
Como,
então, compreender tal ambiguidade da violência ou a variação de nossa
sensibilidade e percepção a seu respeito? Ou melhor, como explicar o poder do
MMA e outros esportes de combate em metamorfosear nossas reações habituais em
relação à violência e à ferocidade, isto é, enxergar estas últimas duma maneira
completamente distinta da convencionada no cotidiano? (...)
Evidentemente
a maneira como vemos e sentimos as coisas varia segundo as situações ou
contextos nos quais atuamos e interagimos. É óbvio que as pessoas sabem que a
violência que ocorre no Óctogano não é da mesma natureza daquela que assola as
grandes cidades, seja em crimes ou acidentes. É um esporte, dirão. Porém, o que
essa explicação contextualizada não explica é que para pensarmos a violência
como legítima, permitida e aprazível, segundo a sua inserção e espaço, ela
necessitou de uma história, de um conjunto de processos de mudança que nos
inculcou tal sensibilidade e percepção. Não são simplesmente os contextos em si
mesmos, mas os processos históricos e sociais que formaram os modos de sentir e
avaliar das pessoas e que criaram os próprios contextos e atividades dentro dos
quais, como o esporte, a força e a agressão físicas são consideradas legítimas
e permitidas. (...)
Porém,
se quisermos levar a sério o MMA como objeto de análise, há, por último, um
elemento a que deveríamos indagar se tal não desestabiliza em alguma medida
essa relação entre esporte e pacificação/sublimação da violência que aqui
traçamos. Afinal, no coração do MMA pulsa a motivação que impulsiona todo
empreendimento capitalista; a busca impiedosa e incessante por lucro. Os
lutadores não são apenas atletas. Eles são também mercadorias vivas feitas de
carne e sangue, como diria Loïc Wacquant a propósito dos boxeadores, cuja força
e técnica do corpo são instrumentalizadas pra gerar o máximo possível de
dinheiro, com patrocínios, cotas de TV, consumo, empresários, propagandas,
etc..
A
questão que resta perguntar é se no MMA as regras e técnicas, seu impulso
civilizador, prevalecem sobre o ímpeto do lucro, e, assim, saber se ele oferece
não o melhor combate mas o melhor espetáculo do ponto de vista da busca
impiedosa pela maior e mais lucrativa capitalização econômica.
http://www.cartapotiguar.com.br/2012/01/31/mma-esporte-violencia-e-capitalismo/
Proposta A – Dissertação (Enem, UFTM, USP, Unesp, etc.)
Escreva um texto dissertativo-argumentativo em que seja defendida
claramente uma posição a respeito da seguinte questão: MMA, esporte ou
glorificação da violência.
Orientações:
• O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado em branco.
• O texto deve ter, no máximo, 30 linhas.
Proposta B – Outros gêneros textuais - Editorial
Escreva um editorial a ser publicado em uma revista especializada em
lutas marciais em que o veículo defenda o MMA como uma forma de esporte que deve
ser inserido no programa olímpico.
Instruções:
• Seu texto deve ter título.
• Seu texto deve ter no mínimo 25 e no máximo 30 linhas.
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