TEXTO 1.
Percentual de famílias endividadas.
Fonte: Pesquisa Nacional de Endividamento
e Inadimplência do Consumidor (PEIC), Junho, 2012.
TEXTO 2.
Tipos de dívidas.
Fonte: Pesquisa Nacional de Endividamento
e Inadimplência do Consumidor (PEIC), Junho, 2012
TEXTO 3.
Endividamento de consumidores e “financeirização da pobreza” preocupam
especialistas
A alternativa escolhida pelo governo
de estimular o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) por meio do consumo
pode trazer consequências preocupantes, alertam especialistas.
Para a socióloga Cláudia
Sciré, autora do livro Consumo
Popular, Fluxos Globais, o que está ocorrendo é uma “financeirização da
pobreza” e não a efetiva ascensão de uma nova classe média ou nova classe C,
como apontam série de estudos lançados nos últimos anos pelos economistas
Marcelo Néri (Fundação Getulio Vargas) e Ricardo Paes e Barros (Secretaria de
Assuntos Estratégicos da Presidência da República).
“É preciso prestar mais
atenção nesse processo de financeirização da pobreza”, recomenda Cláudia,
destacando que é necessário “olhar para mais itens”. “Eles deixaram de ser
pobres? O acesso a bens culturais e à educação [de qualidade] continua muito
difícil. O consumo sozinho não pode ser parâmetro”, critica, questionando a
sustentabilidade da ascensão e o endividamento das camadas da população que
tiveram aumento de renda e consumo na última década. “A gente não sabe o que
vai acontecer de fato.”
A incerteza sobre a capacidade
de endividamento e da eficácia do estímulo ao consumo também preocupa o
economista Fábio Giambiagi, um dos autores do livro Além da Euforia - Riscos no Plano
Econômico. “Apesar de os juros estarem caindo, esse endividamento nos
outros países se dá com juros muito inferiores aos brasileiros. De tal forma
que o mesmo endividamento tende a gerar, aqui no Brasil, um comprometimento da
renda com o pagamento maior que nos outros países.”
Giambiagi pondera sobre a
decisão do Ministério da Fazenda de estimular o consumo (por meio de isenção de
impostos, como no caso do carro popular) para melhorar o Produto Interno Bruto
(PIB) do país. “Esse pacote recente do governo aponta no sentido de estimular o
consumo no sentido de melhorar o PIB este ano. A gente entende pela lógica do
curto prazo. Mas, para o médio e longo prazo, o conselho seria aumentar os
canais de investimento público e privado”.
A mesma receita foi utilizada
de forma eficaz pelo governo, em 2009, para minimizar o impacto da crise
financeira internacional que tevê o ápice em setembro de 2008. Além do
resultado macroeconômico, o aumento do consumo entre as camadas mais populares
“reconfigurou as hierarquias dentro da família”, disse Cláudia Sciré se
referindo à diminuição e até inversão da submissão nas relações entre marido e
mulher e também entre pais e filhos. “Esses [os filhos] começam a trabalhar e
passam a ter maior autonomia perante as decisões de consumo. A mesma coisa
ocorre entre mulher e marido, quando ocorre de ele estar com o nome sujo”,
exemplificou.
Apesar dos efeitos econômicos
e sociais positivos, a socióloga lembra que o acesso ao crédito pode ter
consequências indesejadas na vida dos emergentes. “De uma hora para a outra as pessoas
passam a lidar com uma série de mecanismos financeirizados que são muito
complicados até para quem já está acostumado”, avalia.
“As pessoas às vezes se
confundem, até porque o crédito oferecido é duas ou três vezes maior do que a
renda. As pessoas acabam se endividando e a vida delas passa a ser gerida e
pautada por esses prazos do mercado por essas dívidas que elas vão assumindo.
Isso tem consequências graves como não conseguir visualizar um horizonte de
possibilidades para além do mês seguinte”, alerta a socióloga.
Na opinião de Fábio Giambiagi,
a “combinação zodiacal” que favorecia a manutenção do crescimento por meio
mercado interno – que agora tende a crescer menos – mudou. O economista associa
as dificuldades de perda do ritmo com a composição do endividamento das
famílias brasileiras. “A grande diferença de endividamento do Brasil e dos
outros países está associado ao componente habitação. A minha impressão é que
seria desaconselhável estimular novos processos de endividamento que fossem
além do ponto que a gente está”.
Gilberto Costa. Agência Brasil. 03/06/2012.
Proposta A –
Dissertação (Enem, UFTM, USP, Unesp, etc.)
Escreva
um texto dissertativo-argumentativo sobre o
endividamento da população brasileira e a importância da educação financeira.
Orientações:
•
O texto com até 7 (sete) linhas escritas será considerado em branco.
•
O texto deve ter, no máximo, 30 linhas.
Proposta B – Outros gêneros textuais - Texto de opinião
Escreva um texto de opinião sobre a relação entre o planejamento financeiro a
longo prazo e a conquista da felicidade.
Instruções:
• Seu texto deve
ter título.
• Seu texto deve
ter no mínimo 25 e no máximo 30 linhas.
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