Leia atentamente os textos abaixo.
Texto 1
Uma epidemia que mata 100 por dia
A causa não é fome, guerra, vírus ou bactéria. Uma vida se perde a cada
15 minutos em acidentes de trânsito no Brasil. Olhe seu relógio e pense: “100
brasileiros morrem a cada 24 horas em ferragens, no asfalto e na calçada”. Por
ano, são 36 mil – no cálculo mais conservador. Esses são os mortos. Sem contar
os amputados e paraplégicos. Motoristas, passageiros, pedestres, ciclistas,
motociclistas. Eu sei, você sabe. E quem dirige carros potentes, alcoolizado e
a 150 quilômetros por hora também sabe.
Desastres recentes, no Estado de São Paulo, envolveram gente de muita
grana e na idade mais perigosa segundo as estatísticas da violência sobre
rodas: entre 20 e 30 anos.
A nutricionista Gabriella Guerrero Pereira, de 28 anos, perdeu o
controle do Land Rover blindado e atropelou na calçada o administrador Vítor
Gurman, de 24, na Rua Natingui, na Vila Madalena, bairro com bares e
restaurantes lotados à noite. Gabriella deu entrevista, chorou, disse que
assumiu a direção do carro “robusto mas instável” porque o namorado estava
bêbado. “A rua é muito estreita para a proporção do carro. O acidente
aconteceu”, disse ela. Gabriella não fez exame de bafômetro “porque o PM não
pediu”. O PM desmentiu. Disse que ela se recusou. Vítor morreu dias depois do
atropelamento.
(...)
O administrador João Luís Raiza Filho, de 30 anos, perdeu o controle de
seu Chevrolet Camaro, subiu no canteiro de uma praça em São Bernardo do Campo,
bateu em árvores e derrubou um muro. Como estava nu da cintura para baixo, um
PM precisou emprestar a ele uma cueca para sair do carro. No banco ao lado do
motorista, havia uma garrafa vazia de uísque. Raiza Filho já foi personagem de
“Nossa Antena”. Em outubro de 2007, o playboy, então com 27 anos, destruiu sua
Ferrari na véspera do GP de Fórmula 1 em São Paulo. Bateu sob um viaduto. Deu
cabeçada na boca de um cinegrafista. Teve de pagar R$ 3 mil pela agressão. Há
quatro anos, esta coluna dizia o seguinte: “Numa sociedade em que nossos atos
têm consequência, esse rapaz seria condenado a prestar serviços à comunidade.
Se seu castigo for apenas trocar uma Ferrari por um Mercedes, nada mudará em
sua vida”. E não mudou mesmo. Errei na marca do novo carro.
Raiza Filho não matou ninguém ainda. Mas é evidente que ele e milhões de
motoristas são um perigo real para si e para a sociedade. Pilotam estimulados
por álcool, deprimidos por drogas ou excitados pela sensação de onipotência.
Ainda há os que simplesmente não sabem dirigir e não poderiam ter carteira de
habilitação. Temos ao volante um exército de homicidas e suicidas em potencial.
O trânsito brasileiro mata 2,5 vezes mais que nos Estados Unidos e 3,7 vezes
mais que na Europa, segundo um estudo divulgado em dezembro de 2009.
“Não é possível que haja no Brasil muitos problemas mais graves do que
100 mortos em acidentes a cada dia.” A declaração é do diretor-geral de
trânsito na Espanha, Pere Navarro Olivella, de 59 anos. A Espanha reduziu em
57% as mortes nas estradas. Não basta educar, é preciso vigiar e punir. As
campanhas devem ser duras, segundo ele: “Ridicularizar infratores reincidentes,
mostrar deficientes e crianças acidentadas na TV”. Acidente de trânsito “não é
maldição divina e deve ser combatido como doença grave”, disse Olivella. Chega
de culpar o destino e Deus.
Ruth de Aquino. Época. Ed.
690. 08/08/2011.
Texto 2
Texto 3
Proposta A – Enem
Em função da leitura dos textos motivadores e dos
conhecimentos assimilados ao longo de sua formação, faça uma dissertação
argumentativa que responda à seguinte pergunta: como humanizar o trânsito no Brasil?
Selecione, organize e relacione, de forma coerente
e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Observações:
• Seu texto deve ser escrito à tinta, na folha de
redação.
• Desenvolva seu texto em prosa: não redija
narração, nem poema.
• O texto com até 7 (sete) linhas escritas será
considerado em branco.
• O texto deve ter, no máximo, 30 linhas.
Proposta B – Fuvest
Com base nas ideias e sugestões presentes nas imagens e no texto aqui reunidos, redija uma dissertação argumentativa, em prosa, sobre
o seguinte tema:
Trânsito como índice de cidadania.
Instruções:
- Lembre-se de que a situação de produção de seu
texto requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
- A redação deverá ter entre 20 e 30 linhas.
- Dê um título a sua redação.
Proposta C – Outros gêneros textuais - Notícia
Faça uma notícia que tenha como tema um acidente de
trânsito de consequências imprevisíveis e incomuns produzido por um jovem
embriagado. Crie nomes e ocupações para os envolvidos.
Instruções:
- Seu texto deve ter título.
- Seu texto deve ter no mínimo 20 e no máximo 30
linhas.
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