O moderno e as vanguardas estéticas II
Vanguardas
Estéticas (ou Europeias)
“Entende-se, com este
termo – vanguarda –, um movimento que investe um interesse ideológico na arte,
preparando e anunciando deliberadamente uma subversão radical da cultura e até
dos costumes sociais, negando em bloco todo o passado e substituindo a pesquisa
metódica por uma ousada experimentação estilística e técnica.”
(Giulio Carlo Argan,
crítico de arte italiano.)
O conceito de
vanguarda, que deriva do francês “avant-gard”, significa o que marcha em frente
ou que está adiante do seu próprio tempo, como uma espécie de antevisão, de
antecipação do porvir, do futuro. Em sentido estrito, alude à força militar
pioneira, pois toma a frente do restante de um exército, para ser aquela que
combate primeiro. Numa abordagem mais ampla, vanguarda, porque marco de um
processo de ruptura com o anterior, com o antigo e com a tradição, o que, para
a maioria, é inconcebível e, por isso, pouco ou nada compreendido por este
grupo. Isso contribui para que as ideias e conceitos de vanguarda sejam
frequentemente alvo do repúdio, do desdém e da indiferença da maioria das
pessoas, ainda que algumas dessas concepções vanguardistas sejam no futuro e
paradoxalmente as substitutas – em moldes semelhantes - daqueles mesmos planos
ideológicos severa e “precocemente” contestados.
17:::Expressionismo
- Em linhas gerais, entende-se como
expressionista toda a arte que rompe com o naturalismo em favor da produção de
imagens distorcidas, hiperbólicas e dramáticas tanto na cor quanto na forma, a
fim de expressar um estado de ânimo, geralmente conturbado, do artista.
Movimento de origem alemã, que se estendeu pelas primeiras três décadas do
século XX, caracterizado pela concepção estética notabilizada por permitir a
vazão dos sentimentos mais íntimos, violentos e impulsivos dos artistas,
simbolizadas por violentas distorções cromáticas e formais, muitas vezes com
uma predileção pelo uso de cores terrosas, sombrias e sérias como meio de
simbolizar sentimentos como angústia, medo, horror e agonia diante da morte, do
amor, da guerra, etc. Portanto, denominam-se genericamente expressionistas os
vários movimentos de vanguarda do fim do século XIX e início do século XX que
estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que em sua
exteriorização, o que apontava para uma obra de arte voltada a uma reflexão
individual e altamente subjetiva sobre o tema escolhido pelo artista.
- Na Alemanha, existiram dois grupos
principais de expressionistas: “Die Brucke” (A Ponte), mais associado a temas
sociais, formado por Ernst-Ludwig Kirchner, Karl Schmidt-Rottluff, Emil Nolde e
Max Pechstein; e “Der Blaue Reiter” (O Cavaleiro Azul), mais associado às
manifestações do inconsciente, formado por Wassily Kandinsky, Franz Marc, entre
outros.
- Contemporânea do Cubismo e do Futurismo, a
obra expressionista foi profundamente
influenciada pela guerra, por isso ressalta, não raro, um lado obscuro da
humanidade, ao retratar figuras atormentadas pela angústia e pelo medo. Daí, o
pessimismo, o tom agônico e o escatológico serem tão presentes no
Expressionismo.
- A estética expressionista surge de um
desdobramento do Pós-Impressionismo. Assim, recebeu visíveis influências de
artistas como o holandês Vincent van Gogh com suas pinceladas ricas em vigor,
texturas e densidade e o norueguês Edvard Munch que contribui com sua temática
agônica, atormentada e claustrofóbica, além das pinceladas repletas de tensão e
dor. O movimento propôs uma ruptura formal e ideológica com o rigor da
Academia; com a razão, a leveza e a luminosidade do Impressionismo; e com a
vocação decorativa da Art Nouveau. O Expressionismo procurou traduzir em linhas
e cores os sentimentos mais dramáticos do homem, antecipados por Van Gogh,
entre outros, os quais procuravam por meio de cores intensas e da deformidade
proposital da realidade fazer os seres reais revelarem seu mundo interior denso
e transtornado.
- O Simbolismo também influenciou o
Expressionismo, devido à importância dada à mensagem oculta na obra.
- Em linhas gerais, o movimento assumiu um
caráter fortemente psicológico e caracterizou-se pelo uso de cores intensas,
vibrantes, fundidas ou separadas; foi definido por uma pincelada que valorizava
o inesperado, a pasta grossa, a aspereza, a violência, a explosão, etc.;
preferiu como temas o patético, o trágico e o sombrio.
- Na escultura, o Expressionismo ficou
marcado pelas formas agressivas, pelas modelações vincadas e pelas texturas
rudes, que foram meios muito eficientes para aproximá-la das concepções gerais
da estética expressionista.
- Enfim, o Expressionismo é a arte do
instinto, trata-se de uma manifestação artística dramática, subjetiva,
responsável por “expressar” sentimentos demasiada e tragicamente humanos num
contexto de uma sociedade primeiramente alemã marcada pelos reflexos dos
desajustamentos e problemas sociais. Utiliza cores irreais, com elas dá forma
plástica ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria, à prostituição, à
morte, etc. Pregava a predominância dos valores emocionais sobre os
intelectuais. Corrente artística concentrada especialmente na Alemanha entre
1905 e 1930, mas que se expandiu para regiões como o Brasil, a Escandinávia e
os EUA mais tarde.
Expressionismo
no Brasil
- Influenciados por questões tipicamente
brasileiras da primeira metade do século XX, artistas buscaram na estética
expressionista uma forma de denunciar com os traços densos e dramáticos do
Expressionismo as mazelas brasileiras, como uma forma de protesto estético para
além dos romantismos e idealismos que já, há muito, influenciavam a visão de
brasileiros e estrangeiros sobre o Brasil.
- Entre os artistas que se destacaram estão
Lasar Segall pelas suas figuras agudas e de cores fortes mensageiras das
paixões e sofrimentos da gente brasileira por meio de suas mulatas,
prostitutas, favelas, bananeiras, etc., que ajudavam a fazer repensar a visão
já “tropicalizada” e carnavalizada que se tinha do Brasil na maioria dos
lugares; Anita Malfati, educada por Corinth, foi também um expoente dessa
estética ao opor-se ao academicismo por obra do traço firme e farto que dava as
suas figuras um tom anguloso e severo. Entretanto, o mais importante e
reconhecido artista expressionista brasileiro é Cândido Portinari, que, além de
denunciar as muitas causas e consequências da desigualdade da sociedade
brasileira, marcava uma clara posição política em suas obras. A obra de
Portinari é caracterizada por um comportamento hiperbólico na representação da
figura humana e pelos temas vinculados a questões sociais como os retirantes
nordestinos, a infância em Brodósqui, os cangaceiros e temas de conteúdo
histórico como Tiradentes.
Exemplos
de arte expressionista
- Kirchner, Ernst Ludwig (1880-1938) pintor
expressionista alemão e um dos fundadores do grupo Die Brücke - 1909 - “Taverna”.
- Kirchner, Ernst Ludwig (1880-1938) pintor
expressionista alemão e um dos fundadores do grupo Die Brücke - 1913 - “Cena de
rua em Berlin”.
- Kirchner, Ernst Ludwig (1880-1938) pintor
expressionista alemão e um dos fundadores do grupo Die Brücke - 1910 - “Pessoas
brincando nuas”.
- Ensor, James (1860-1949) pintor e gravador
belga - 1888 - “Os músicos medonhos”.
- Ensor, James (1860-1949) pintor e gravador
belga - 1895 - “O esqueleto pintor”.
- Marc, Franz (1880-1916) pintor
expressionista alemão - 1912 - óleo sobre tela - “Sob a chuva”.
- Nolde, Emil - Emil Hansen (1867-1956)
pintor expressionista alemão - 1909 - “A última ceia”.
- Nolde, Emil - Emil Hansen (1867-1956)
pintor expressionista alemão - 1910 - “Dança em torno do bezerro”.
- Kokoschka, Oskar (1886-1980) pintor
expressionista e escritor austríaco - 1914 - “A tempestade”.
- Barlach, Ernst (1870-1938) escultor
expressionista alemão - 1914 - “O vingador”.
- Bourdelle, Antoine (1861-1929) escultor
expressionista e professor francês - 1906 - escultura em bronze - “A escultora
trabalhando”.
- Malfatti, Anita Catarina (1889-1964)
pintora, desenhista, gravadora e professora brasileira - 1915-1916 - “A
estudante”.
- Segall, Lasar (1891-1957) pintor e escultor
lituano - 1926 - óleo sobre tela - “Rua de erradias.”
- Segall, Lasar (1891-1957) pintor e escultor
lituano - 1939-1941 - óleo sobre tela - “Navio de emigrantes”.
- Portinari, Cândido Torquato (1903-1962)
pintor modernista brasileiro - 1944 - óleo sobre tela - “Retirantes”.
- Portinari, Cândido Torquato (1903-1962)
pintor modernista brasileiro - 1952 - óleo sobre tela - “Guerra”.
- Portinari, Cândido Torquato (1903-1962)
pintor modernista brasileiro - 1938 - pintura mural afresco - “Fumo”.
18:::Fauvismo
(Fovismo)
“Fauves”(do francês) - feras
- Movimento artístico de inspiração
expressionista, surgido na França do início do século XX, que defendia a
prevalência de cores vivas e intensas em relação ao espaço, à forma, etc. O
Primitivismo também influencia alguns artistas desse movimento. Utilizava com
grande arrojo largas pinceladas de cores violentas as quais produziam um mundo
fantástico em função da intensidade com que as cores puras eram usadas sem
misturas ou matizes para compor um processo de simplificação das formas das
figuras. Assim, as figuras e formas são apenas sugeridas, e não representadas
realisticamente pelo pintor.
- As cores não são as da realidade, até
porque se relacionam a partir de contrastes intensos. Elas resultam de uma
escolha arbitrária do artista e são usadas tal como estão no tubo de tinta, por
isso não são tornadas mais suaves, por isso inexiste qualquer gradação de cor.
- Acusada por muitos de apolítica e
superficial pelo seu uso apenas cromático da cor e pelos seus temas
considerados escapistas, o Fovismo estabeleceu uma nova estética. Entre os
temas prediletos dos fovistas estão a natureza, o mar, as cenas do cotidiano,
as pessoas e os lugares de países distantes da França, etc., sempre sob um
ponto de vista otimista, leve ou mesmo alegre.
- Fovismo, Neo-Impressionismo e
Expressionismo muito se articulam por causa do tipo de pincelada, pela
prevalência do trabalho com a cor e a luz ou pela preferência pelo traço pesado
e denso. Por outro lado, têm temas e objetivos distintos.
Fovismo
no Brasil
- No Brasil, é difícil identificar
influências tipicamente fovistas, ainda que alguns dos artistas franceses que
lideraram esse movimento pudessem ter sido vistos e estudados por brasileiros
em função de algumas obras deles terem sido expostas em uma exposição de arte
francesa realizada em 1913 em São Paulo no Liceu de Artes e Ofícios ou mesmo
apreciados na Europa com o advento de viagens de artistas brasileiros ao velho
continente.
- Sobre essa questão, no máximo, pode-se dizer
que tendências expressionistas foram aqui muito perceptíveis por influenciar
parte da produção de artistas como Anita Malfatti, Lasar Segall, Oswaldo
Goeldi, Flávio de Carvalho, Cândido Portinari e Iberê Camargo.
Exemplos
de arte fovista
- Matisse, Henri - Henri-Émile-Benoît Matisse
(1869-1954) pintor e escultor francês fovista - 1907 - “Odalisca jogando
damas”.
- Matisse, Henri - Henri-Émile-Benoît Matisse
(1869-1954) pintor e escultor francês fovista - 1907 - “Música”.
- Matisse, Henri - Henri-Émile-Benoît Matisse
(1869-1954) pintor e escultor francês fovista - 1907 - “Ícaro”.
- Derain, André (1880-1954) pintor francês
(Fauvismo-Cubismo) - 1906 - óleo sobre tela - Mulher em camisa
- Vlaminck, Maurice de (1876-1958) pintor
francês fovista - 1905 - óleo sobre tela - “Paisagem de outono”.
- Dufy, Raoul (1877-1953) pintor, gravador e
decorador francês, impressionista posteriormente fauvista - “Concerto
vermelho”.
- Carvalho, Flávio de (1899-1973) artista
plástico e performer brasileiro (Modernismo) – “Sem título”.
- Goeldi, Oswaldo (1895-1961) desenhista,
ilustrador, gravador e professor brasileiro – “A noiva”.
19:::Cubismo
- O Cubismo foi antecipado pela obra de
Picasso “As damas de Avignon”, aliás muito mal aceita inclusive por
intelectuais e artistas como Guillaume Apollinaire, André Derain e Henri
Matisse. Caracterizou-se em linhas gerais pela percepção estética geometrizada
da vida, antecipada por Cézanne e substanciada pela Arte Africana, em especial
nas máscaras e na preferência por cores terrosas e ocres do início do movimento
cubista.
- Movimento desenvolvido inicialmente na
França do início do século XX, o Cubismo, representou uma cisão profunda com a
forma ainda muito empregada de representação da realidade sob a égide
renascentista e canônica, ainda que a arte cubista fosse vagamente naturalista
e realista. Foi uma das principais influências para a arte feito ao longo de
todo o século XX. Tem três fases:
A primeira fase é chamada
de Cubismo Cezannianno, porque determinada pela obra dos últimos anos de
Cézanne, caracterizado pela economia no uso das cores que eram usadas a partir
de uma tonalização relativamente uniforme ao longo da pintura e da reprodução
das figuras a partir de um processo simples de geometrização e angulação da
realidade. O primeiro período cubista caracteriza-se pela fragmentação geométrica
dos volumes, pelo rompimento com o contorno preciso e regular das figuras e pelo
contraste suave entre figura e fundo.
A segunda fase é
chamada de Cubismo Analítico, quando as figuras ganham uma abordagem prismática
e uma ainda maior redução de cores. Isso determinou um conjunto de obras que
tendiam ao abstracionismo, o que tornava o objeto pouco reconhecível. As cores resumiam-se
em preto, cinza e alguns tons de marrom e ocre.
A terceira fase é
chamada de Cubismo Sintético, em que se busca uma síntese das formas a partir
de técnicas inovadoras como a colagem e materiais inusitados como papéis,
vidro, metal, cartão, tecidos, madeira, corda, etc., a fim de se ultrapassar as
sensações visuais em direção das táteis por exemplo. As cores voltam a ser
usadas com vigor e intensidade.
- A arte cubista embora pareça severamente
geometrizada, representa objetos, pessoas e lugares reais decompostos. Estes são
colocados na tela de forma que possam ser vistos como se observados de diversas
perspectivas simultaneamente, por isso as formas são reduzidas a sólidos
geométricos.
- Ao decompor o que iria ser representado
artisticamente, os cubistas rompiam com qualquer intenção de aparência com a
realidade. Portanto, o Cubismo fundamenta-se na destruição da aparência
clássica e tradicional das figuras, o que também, junto a outras contribuições,
abriria espaço para o pleno desenvolvimento de formas de Arte Abstrata.
Cubismo
no Brasil
- O Cubismo repercute no Brasil após a Semana
de Arte Moderna de 1922 de forma limitada e diluída, já que não há artista
plástico importante a ser citado que tenha desenvolvido uma estética puramente
cubista, embora não seja difícil perceber a influência cubista em vários
artistas modernos brasileiros como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Di
Cavalcanti.
Exemplos
de arte cubista
- Cézanne, Paul (1839-1906) pintor francês
(Pós-Impressionismo, Cubismo) - 1874-75 - “Banhistas”.
- Cézanne, Paul (1839-1906) pintor francês
(Pós-Impressionismo, Cubismo) - 1895-1900 - “Natureza morta com maçãs e
laranjas”.
- Cézanne, Paul (1839-1906) pintor francês
(Pós-Impressionismo, Cubismo) - 1902-04 - “Monte Santa Vitória”.
- Braque, Georges (1882-1963) pintor e
escultor cubista francês - 1908-09 - “Prato com frutas”.
- Braque, Georges (1882-1963) pintor e
escultor cubista francês - 1910 - ost - “Violino e cântaro”.
- Braque, Georges (1882-1963) pintor e escultor
cubista francês - 1913 - “Mulher com um violão”.
- Picasso, Pablo (1881-1973) pintor, escultor
e desenhista espanhol (Cubismo) - 1907 - “As damas de Avignon”.
- Picasso, Pablo (1881-1973) pintor, escultor
e desenhista espanhol (Cubismo) - 1921 - “Três músicos”.
- Picasso, Pablo (1881-1973) pintor, escultor
e desenhista espanhol (Cubismo) - 1911 - “O poeta”.
- Léger, Joseph Fernand Henri (1881-1955)
pintor e escultor cubista francês - 1918 - ost - “Fábricas”.
20:::Futurismo
“Devemos cantar o amor
ao perigo, o hábito à energia e à temeridade.”
(Filippo Marinetti)
- Movimento artístico que se desenvolveu
primeiramente na Itália no início do século XX caracterizado pela recusa da
herança cultural do passado, pela proposição de uma nova arte baseada na
velocidade e no elogio às tecnologias modernas, de certa forma alguns artistas
futuristas exaltaram inclusive a guerra em suas obras. Teve como marco inicial a
publicação do “Manifesto Futurista” no jornal francês Le Figaro pelo poeta
Filippo Marinetti.
- Foi uma vanguarda muito influente em vários
países. Internacionaliza-se com grande velocidade e abrangência. Passa a
influenciar importantes artistas que vão de Léger à Fernando Pessoa. Seu apreço
e elogio à velocidade e à mecanização seduziriam arquitetos, pintores,
escultores, designers, diretores de cinema, fotógrafos, gravadores, etc. a engajarem-se de forma ampla ou restrita ao
Futurismo.
- O Manifesto Futurista contém os
pressupostos do Futurismo, que de forma geral são:
Rejeição e repúdio
total ao passado. Defendia a destruição de todas as manifestações de arte
feitas antes de 1909;
A apologia à guerra e
à destruição que eram o veículo de ruptura com o passado;
Elogio ao futuro e ao
desenvolvimento tecnológico (máquina, energia elétrica, etc.);
Combate ao Feminismo;
Ideais
cubistas são adotados como formas de fragmentação e geometrização das figuras
com o intuito de imprimir nelas o dinamismo e a velocidade do século XX;
Como
meio de dar ainda mais dinamismo e movimento às telas, usam critérios técnicos
do Pontilhismo para acentuar essas características.
- A pintura e escultura futuristas captavam o
movimento e a velocidade por meio, muitas vezes, da representação de diversas
imagens simultâneas do mesmo objeto em posições que variavam progressivamente.
- O Futurismo pregava uma profunda sintonia
entre a arte e o mundo moderno, regida pela eletricidade, máquinas, motores,
grandes aglomerados urbano-industriais, velocidade, etc.
- Com o início da 1ª Guerra Mundial, perde
força diante dos horrores produzidos por esse conflito de consequências duras
demais para que o elogio à guerra do Futurismo ainda tivesse qualquer sentido.
Mais tarde, com o apoio dos futuristas ao Fascismo e com a derrota posterior
dos fascistas, o movimento futurista perde força significativa.
Futurismo
no Brasil
- O Futurismo influenciou muitos artistas brasileiros
como Oswald de Andrade e Anita Malfatti, os quais conheceram o Manifesto
Futurista de Marinetti em viagens à Europa na década de 1910.
- Foi uma das referências mais importantes
para o ideário da Semana de Arte Moderna de 1922, em função do anseio de
ruptura com o passado, o que era de certa maneira muito desejado pelos artistas
brasileiros modernistas, como forma de propor uma arte genuinamente brasileira,
mas atenta às inovações estéticas ocorridas no mundo, especialmente na Europa.
- Oswald de Andrade foi um dos principais
entusiastas dessas ideias, pois as entendia como a plataforma para se criar uma
arte genuinamente brasileira que fosse capaz de romper com a instituição da
cópia na produção de artistas brasileiros, para se pensar numa arte que unisse
todas as múltiplas matrizes culturais presentes no Brasil e fora dele em favor
de uma arte plural, inovadora e, de fato, brasileira.
- Mais tarde, os modernistas brasileiros
adotariam algumas técnicas e concepções estéticas e ideológicas do Futurismo,
mas repudiaram ser chamados futuristas em função da aproximação de parte dos
integrantes do movimento futurista na Europa do Fascismo.
Exemplos
de arte futurista
- Balla, Giacomo (1871-1958) pintor italiano
futurista - 1913-14 - “Velocidade abstrata + som”.
- Balla, Giacomo (1871-1958) pintor italiano
futurista - ost - “Automóvel correndo”.
- Boccioni, Umberto (1882- 1916) pintor e escultor
futurista italiano - 1915 - têmpera e colagem sobre cartão - “Carga dos
lanceiros”.
- Boccioni, Umberto (1882- 1916) pintor e
escultor futurista italiano - 1912 - “Visões simultâneas”.
- Boccioni, Umberto (1882- 1916) pintor e
escultor futurista italiano - 1913 - escultura em bronze - “Formas únicas de
continuidade no espaço”.
- Carrà, Carlo (1881-1966) pintor futurista
italiano - 1914 - têmpera, caneta e colagem - “Festa patriótica”.
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