O
tubista
Numa
manhã, dessas meio bestas, meio úmidas
Ouço
sem cerimônias uma banda tocar
No
meio disso
Lembro
da tuba
Do
bombardão
.
.
.
Experimento
uma cosmovisão
Que
entrega
Que
desapego
Apresento-lhes:
o tubista
Grande homem dos bastidores das bandas,
das filarmônicas, das sinfônicas e de tudo quanto há de aglomerados mais ou
menos inspirados de músicos. Nesses grupos, não se vê a tuba esmerando-se em
solos, em estripulias sonoras egoístas, porque o lugar dela é ou parece ser no
pano de fundo das orquestras, esquecida em sua gravidade.
Além desses atributos capuchinhos,
sobre o tubista, especialmente aos mais modestos em suas posses, ressalto a
arte imprescindível de fazer caber esse generoso instrumento em seus carros
populares, quem sabe até equilibrando-se em motonetas, motocas e lambretas, mas
nesse quesito destaco com honrarias os tubistas que usam o transporte coletivo,
os ônibus, os metrôs para tão nobre e distinta locomoção... Que devoção à
música! Que odisséia apaixonada pela coadjuvância! Tubista - este devotado - esquecido
pelo jazz, eclipsado pelo trompete, pelo sax, até mesmo pela suave e tímida
clarineta. Quem são os grandes tubistas da história que minha ignorância, quem
sabe, não me deixa ver? Quais são as peças musicais que os tornaram eternos?
Quem foi seu Chopin, seu Coltrane, seu Moacir Santos? Tantas perguntas
intrigantes, até revoltantes, mas em meio a isso tudo fica a pergunta maior, a
mais incômoda para muitos: o que é mesmo uma tuba?
VS
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