Leia atentamente
os textos abaixo.
Roberto Pompeu de Toledo
W. Bush e um
bispo argentino protagonizam casos que
ilustram as confusões de nosso tempo
O
presidente George W. Bush e o bispo argentino Antonio Baseotto não
se conhecem, habitam extremos opostos das Américas e cultuam religiões
diferentes , mas
têm algo decisivo
em comum .
Ambos filhotes
do fundamentalismo , proclamam-se "a
favor da vida ",
para recorrer à expressão de que
se apropriaram os adversários do aborto e da eutanásia ,
mas na folha
corrida de um ,
bem como na retórica de outro ,
ressalta um fundo
de militância em favor
da morte . Bush fez voltar
à memória sua
ambigüidade na questão da
vida e da morte
ao meter-se no doloroso caso de Terri Schiavo, a mulher
tornada célebre
pela briga
em torno
do desligamento dos aparelhos
que a mantêm viva .
Dom Antonio Baseotto, bispo militar da Argentina,
ou seja, o capelão-mor das Forças Armadas ,
destacou-se – e perdeu o cargo – pela declaração
de que o ministro
da Saúde do governo
Kirchner, Ginés González García, mereceria, por
suas posições
a favor da liberalização
do aborto e suas
políticas de distribuição
de preservativos , "que lhe
amarrassem uma pedra no pescoço e o jogassem ao mar ".
A
lei foi aprovada
pelo Congresso
e assinada por Bush, o que mostra a força do fundamentalismo
nos Estados
Unidos, mesmo quando
à custa de um
princípio sagrado ,
no país , que
é a independência dos estados
federados. Mas não
é isso o que
importa aqui , nem
o desfecho do caso .
Importa a declaração de Bush, ao desembarcar em
Washington: "Em casos como esse , nos quais há sérias questões
e dúvidas substanciais ,
nossa sociedade ,
nossas leis e nossas cortes deveriam observar
uma presunção em
favor da vida ".
O
bispo acabou demitido por Kirchner. Na Argentina, onde
o catolicismo é religião
do Estado , o bispo
militar é escolhido de comum
acordo entre
o governo e o Vaticano ,
e seu salário
é pago pelo governo . O Vaticano ,
porém – espantosamente
–, ficou a seu lado .
O presidente do Conselho
Pontifício para Justiça
e Paz , cardeal
Renato Martino, expressou sua admiração pelas "valentes
e contundentes " posições de dom
Baseotto. E o porta-voz do Vaticano , Joaquín Navarro-Valls, chamou a decisão de Kirchner de "violação
da liberdade religiosa ".
“É claro
que a vida
é um valor
a defender , não
porque seja um
presente de Deus
ou porque
o direito natural
assim o determine, mas
pela simples
razão de que
a esmagadora maioria de nós a temos como
nosso bem mais precioso . Essa, no fundo , é mais
uma razão para
que o indivíduo
volte a ser senhor de sua própria morte , como ocorria mais ou menos até o século 19. (Recomendo aqui
a leitura do interessantíssimo ‘História
da Morte no Ocidente’, de Philippe Ariès). Fazê-lo
no contexto cada
vez mais
médico que
a morte vem assumindo, exige dar
ao cidadão o pleno
direito de dizer :
‘parem com tudo ;
chegou a minha hora’. Não estamos com
isso autorizando nenhuma eugenia nazista nem nada
parecido. Estamos apenas afirmando o óbvio : cada um é livre para dispor do próprio
corpo .”
Proposta de redação A -
Dissertação (UFTM, USP, Unesp, etc.)
Provavelmente, em função do envelhecimento da população brasileira, em algumas
décadas, serão cada vez mais corriqueiros os debates sobre temas bioéticos,
dentre eles destaca-se a questão da eutanásia, sobre essa controversa prática,
responda em uma dissertação a afirmação seguinte:
A Eutanásia é uma medida humanista
ou um ato de pragmatismo oportunista?
Instruções:
- Lembre-se de que a
situação de produção de seu texto requer o uso da norma padrão da língua
portuguesa.
- A redação deverá ter
entre 25 e 30 linhas.
- Dê um título a sua
redação.
Proposta de redação B - Relato
(UFU)
Escreva um breve relato a
respeito da eutanásia em que se ilustre algum aspecto dessa prática em um país
como o Brasil.
Instruções:
- A redação deverá ter
entre 25 e 30 linhas.
- Seu relato não pode
conter discurso direto.
Proposta de redação C –
Outros gêneros textuais - Comentário (Unicamp, UEL, UnB, UFG, etc.)
Faça um texto a ser publicado
como comentário sobre o texto de Roberto Pompeu de Toledo, em que você analise o
porquê de, no Brasil, discussões acerca de questões bioéticas como a eutanásia
e o aborto serem tão frequentemente evitadas ou compreendidas como um tabu.
Instruções:
- Não é necessário colocar
título nesse tipo de texto.
- Para ser considerado um
comentário, deve-se obrigatoriamente haver citações, menções ou paráfrases do
texto comentado a serem analisadas no texto que se faz como um meio de
considerar as ideias de outrem.
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