Tema 2012-3
Opera10
Texto 1
Não é sopa no mel
SOPA: Nós compartilhamos, eles cobram a conta
Texto: Giselle Beiguelman e Mariel Zasso •
Entenda como um projeto de lei nos EUA ameaça o acesso de
todos à cultura
Abertura do infográfico
produzido pelo site derechoaleer.org SOPA (sigla de Stop Online Piracy) é o
nome do projeto de lei que será votado no dia 18 na Câmara dos Deputados dos
EUA. É um complemento do PIPA (Protect IP Act) do Senado norte-americano,
apresentado em novembro de 2011.
As duas leis pretendem
bloquear o acesso a sites que supostamente violarem direitos autorais de
empresas americanas, penalizando também empresas, sediadas nos EUA, que derem
acesso a esses conteúdos.
Perante essas leis, programas
de busca, como o Google, uma enciclopédia, como a Wikipédia, uma rede social,
como o Facebook, por exemplo, passam a ser consideradas cúmplices dos links dos
sites que são acessados via essa plataforma.
Se SOPA e PIPA forem
aprovadas, esses sites deverão não só bloquear o acesso aos endereços
considerados ilegais pelas normas de propriedade intelectual que esses atos
definem, mas também deletar, em cinco dias, todas as referências feitas a esses
conteúdos.
Não se engane pensando que
isso é problema dos americanos e suas empresas. As empresas são nacionais, mas
a internet é global. O Facebook poderia ser responsabilizado pelo remix da capa
da Vogue que fizemos na seLecT #1, pois a disponibilizamos em nossa página
hospedada nessa rede social.
O Google teria que bloquear
nosso endereço, porque linkamos o UbuWeb, caso se considerasse que esse arquivo
cultural infringe propriedade intelectual de outrem. E por aí vai, com escalas
cada vez mais assustadoras.
Como dizia o cineasta Ingmar
Bergman: "É como um ovo de serpente. Através da fina membrana, pode-se ver
o réptil inteiramente formado.”
Em contraposição a essa
ameaça, ativistas do mundo todo, tendo a frente o site reddit e também
corporações do porte do Google e Facebook, preparam um apagão da internet no
dia 18.
O espectro de violência
embutidos em SOPA e PIPA é algo muito maior do que censura e vai além da
vigilância planetária. É o que o filósofo Gilles Deleuze chamava de instauração
da Sociedade de Controle.
Nesse tipo de sociedade não é
mais necessário um poder central controlador de tudo e todos, do tipo do Big
Brother imortalizado pelo clássico 1984 de George Orwell. Todos vigiam todos,
distribuindo-se o poder de controlar, capilarmente, pelo tecido social.
Mais grave: todos passam, a
priori, a ser culpados antes mesmo de cometer qualquer delito.
Texto 2
Você acredita
que proibir perfis nas redes sociais que alertam sobre blitzes traz resultados
positivos para o trânsito?
SIM
Em qualquer área, a administração pública nunca será
suficientemente competente. Além de todas as dificuldades e imperfeições, os
órgãos de trânsito têm que lutar contra um grupo que dificulta o seu trabalho,
como se a fiscalização não fosse feita para o bem da coletividade. Tais grupos,
portanto, se não punidos ou pelo menos desestimulados, contribuem para a
violência no trânsito. Certamente, teríamos melhores resultados caso perfis com
esse desserviço fossem retirados do ar. Dessa forma, motoristas tomariam mais
cuidado com a combinação álcool e volante, evitando-a. Mas, tendo certeza de
que haverá a informação para ajudá-lo a fugir da blitz, claro que ele se
encoraja a sair, beber e dirigir. Por outro lado, a administração pública tem
que aperfeiçoar seus mecanismos para não ficar sempre tentando remediar fatos
consumados. Como técnico e cidadão, acredito na importância dessa medida.
Luis Riogi Miura.
Analista de
trânsito e ex-diretor do Detran no DF, com passagem pelos departamentos de
trânsito de Maringá (PR) e de Boa Vista (RR).
NÃO
A retirada desses perfis não passa de uma medida
paliativa, que pode até ter grande repercussão na sociedade, mas, em termos de
redução de acidentes, não acredito que terá influência. O trânsito é uma
mudança de comportamento, uma questão de consciência, que demanda campanhas
educativas massivas, não apenas no fim do ano. Fiscalização inteligente é outra
medida necessária. Intensificar blitzes, abordar motoristas que estejam
dirigindo de forma aparentemente inadequada, isso, sim, pode trazer resultados.
A informação na rede social fará dois ou três que seriam flagrados não serem?
Talvez. Mas isso não significará redução da violência no trânsito. Com boas
estratégias de fiscalização, quem insiste em beber e dirigir e que não foi pego
hoje será amanhã. É isso que pode resultar em queda significativa de acidentes,
além de punição para os condutores infratores.
Laura Beatriz Rito. Promotora de
delitos de trânsito do Distrito Federal.
Correio
Braziliense. Brasília, 08/01/2012.
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2012/01/08/interna_brasil,285585/alertas-sobre-blitzes-em-redes-sociais-estao-muito-longe-do-consenso.shtml
Texto 3
Nova política de
privacidade põe Google e UE em rota de colisão
Atualizado em 1 de
março, 2012 - 09:08 (Brasília) 12:08 GMT
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A empresa de internet Google
adotou nesta quinta-feira uma nova política de privacidade apesar dos alertas
da União Europeia de que a companhia possa estar violando leis europeias.
Com a nova política, dados
coletados pelo serviço de buscas da Google podem ser compartilhadas com outras
plataformas do grupo, como YouTube, Gmail e Blogger. Na prática, mais de 60
políticas de privacidade de diferentes sites do Google serão unificadas em uma
só.
A Google disse que as novas
mudanças podem produzir resultados de busca melhores para os usuários que levam
em consideração o seu histórico de buscas.
Já a União Europeia anunciou
que pretende investigar a nova política de privacidade da empresa.
O bloco europeu delegou à
Comissão Nacional de Informática e Liberdade (CNIL), órgão que regula o setor
na França, a tarefa de investigar o caso em nome do resto da Europa.
A CNIL não adiantou quais
seriam os pontos da nova política da Google que ferem a legislação europeia, mas
disse que pretende mandar uma série de perguntas ao Google até meados de março,
como parte da investigação.
O órgão francês fez um apelo à
Google para que a companhia adie sua decisão de adotar as novas medidas.
"A CNIL e as autoridades
de informação da União Europeia estão muito preocupadas com a combinação de
dados pessoais em diferentes serviços", afirma uma nota da entidade
francesa.
"Eles têm grandes dúvidas
sobre a legalidade e a justiça destes processos, e se eles cumprem as leis
europeias de proteção de dados."
Em resposta, o conselheiro de
privacidade da Google, Peter Fleischer, disse que a empresa pretende responder
a todas as preocupações da CNIL.
"Como vimos diversas
vezes na última semana, mesmo com nossa política de privacidade mudando a
partir de 1º de março, nosso compromisso com princípios de privacidade
continuam fortes como sempre", escreveu Fleischer, em um blog da empresa.
A empresa não acatou o pedido
do órgão francês de adiar a implementação das medidas.
Entenda as mudanças
O modelo de negócios do Google
é baseado no uso de dados coletados junto a seus usuários. Com estas
informações, a Google consegue exibir publicidade direcionada aos internautas
de acordo com os seus hábitos de navegação.
Até 1º de março, as
informações dos usuários eram coletadas e mantidas separadamente por cada
serviço Google.
Isso significa que qualquer
pesquisa no YouTube não tinha impacto na publicidade que aparece nas páginas de
buscas do Google ou no serviço de e-mails, Gmail.
As novas regras de privacidade
não são opcionais. A única forma de o usuário evitá-las é deixando de usar os
sites da Google.
As mudanças provocaram uma
enxurrada de análises e recomendações em sites especializados. Uma das
sugestões feitas aos usuários que não querem ser afetados pelas mudanças é
entrar na parte de históricos de pesquisa de cada um dos sites, e ficar
constantemente apagando tudo o que estiver ali.
Proposta de redação A - Dissertação (UFTM, USP, Unesp,
etc.)
Dada a crescente preocupação de especialistas e da população acerca do que é
feito pelas empresas do setor com a informação produzida pelos internautas ao
navegar pela internet, faça uma dissertação em que você responda a seguinte
pergunta:
Quais preocupações, diante desse contexto, que um
internauta deve ter com os dados que disponibiliza enquanto “navega” na
internet?
Instruções:
- Lembre-se de que a situação de produção de seu texto
requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.
- A redação deverá ter entre 25 e 30 linhas.
- Dê um título a sua redação.
Proposta de redação B - Carta impessoal ou argumentativa
(UFU)
Sobre a questão relativa à liberdade de expressão na
internet, escreva uma carta a um ministro do governo brasileiro de sua escolha,
em que você defenda suas concepções a respeito dos limites para a liberdade de
expressão em meios como a internet.
Instruções:
- A redação deverá ter entre 25 e 30 linhas.
- Sua carta deverá ser assinada com José ou Josefa.
Proposta de redação C – Outros gêneros textuais - Verbete
(Unicamp, UEL, UnB, UFG, etc.)
A partir das informações apresentadas nos textos acima e
de seus conhecimentos sobre internet e meios virtuais, escreva três verbetes
sobre os seguintes conceitos:
- Liberdade de expressão
- Privacidade na internet
- Inteligência coletiva
Instruções:
- Cada verbete deve ter no mínimo 8 e no máximo 10 linhas.