Caras e caros,
Bem vindos ao INEICOC Uberlândia e ao COC Uberaba. Nós da equipe de
Códigos e Linguagens desejamos a todos um ano produtivo e repleto de vitórias.
Eis a primeira lista de 2012 para todas as séries do EM e PV. A partir de
agora, os três primeiros textos são obrigatórios para os primeiros anos, os
cinco primeiros para os segundos anos e todos os sete para os terceiros anos,
pois serão usados na prova de atualidades e em qualquer avaliação de qualquer
disciplina de acordo com a conveniência dos professores.
Abraços,
Professor Estéfani Martins
opera10@gmail.com
opera10.blogspot.com
sambluesoul.blogspot.com
idearium.com.br
Twitter - @opera10
1 - 1ª anos, 2º anos, 3º anos e PV
A matemática da segurança pública
2 - 1ª anos, 2º anos, 3º anos e PV
Preparação local, concorrência global
3 - 1ª anos, 2º anos, 3º anos e PV
Sobre o justo na Justiça
Até as pedras
sabem
O voto do STF não basta para moralizar a Justiça, mas
atende ao anseio da população por transparência
Ruth de Aquino é colunista de ÉPOCA raquino@edglobo.com.br
O bom-senso venceu. Apenas por um voto: 6 a 5. O Supremo
Tribunal Federal correspondeu ao anseio geral pela transparência. Temia-se uma
decisão que pudesse favorecer juízes acusados de desvio de conduta. A questão
parecia simples, mas era capciosa. Pode o Conselho Nacional de Justiça abrir
investigação contra juízes suspeitos de corrupção, abuso de poder, fraude, mau
uso de verba pública? Ou só as corregedorias estaduais podem iniciar o
processo?
A estrela da votação foi o ministro Gilmar Mendes. A
sociedade já divergiu dele em vários momentos. Mendes foi contra a aplicação da
Ficha Limpa na última eleição. Mas seu argumento contra a impunidade na
quinta-feira foi o mais pé no chão. “Até as pedras sabem que as corregedorias
não funcionam quando se cuida de investigar os próprios pares. Jornalistas e
jornaleiros dizem isso toda hora”, afirmou Mendes. É uma declaração sensata que
reforça a independência do CNJ.
Essa é uma briga que vai deixar feridos. O presidente do
STF, Cezar Peluso, tinha feito na véspera um brado retumbante. Peluso parecia
um arauto do fim do mundo com seu alerta contra o suicídio da nação. Para ele,
“o processo de degradação do Judiciário” seria “um caminho nefasto” que
“aniquilaria a segurança jurídica” e “significaria um retorno à massa informe
da barbárie”.
É muita palavra longa, pesada e barroca. Dá manchete de
jornal, mas não convence milhões de brasileiros. Peluso negou qualquer crise no
Judiciário e afirmou que o Poder é “transparente, controlado e tem o dever de
enfrentar pressões do autoritarismo”.
Até as pedras sabem que era um discurso contra o poder do
CNJ e da corregedora e ministra Eliana Calmon. Ela dissera algo explosivo, mas
de senso tão comum que se ouve até em roda de samba: existem “bandidos
escondidos atrás da toga” e há manobras para esvaziar investigações
independentes e livrá-los de processo. Não é um ataque pessoal nem suicida. Há
bandidos vestidos de tudo que é jeito no Brasil. Piora quando eles se acham
acima do bem e do mal. Por que não haveria os bandidos de capa preta e canudo
universitário, com domínio das letras e das leis?
Pelo rebuliço que provocou, Eliana virou símbolo de
moralização para a plebe. E persona non grata para associações de magistrados e
juízes. Abriu-se uma investigação contra ela. Foi acusada de quebra ilegal de
sigilo de juízes e servidores. Na última terça-feira, foi arquivado o pedido de
investigação contra Eliana. E a OAB, com 300 na plateia, pediu a preservação
dos poderes do CNJ.
O STF votou outra questão contra o corporativismo: todas
as sessões do CNJ serão abertas. A Associação dos Magistrados (AMB) queria
manter a portas fechadas os julgamentos de juízes. “Esse tipo de processo era
das catacumbas. Isso é próprio de ditadura, não é próprio de democracia”, disse
Carmen Lúcia, ministra do STF.
Até as pedras sabem que o voto do STF não basta para
moralizar o Judiciário. O Tribunal de Justiça de São Paulo começa a julgar nesta
semana 29 magistrados que receberam pagamentos polpudos, às vezes superiores
até a R$ 1 milhão, sem registro nos contracheques.
Até as pedras sabem quem correu para apoiar Peluso, em
vão. Primeiro, sua turma no STF: Marco Aurélio Mello e Luiz Fux, que votam
sempre em uníssono. E, fora do Judiciário, o vice-presidente, Michel Temer, o
presidente da Câmara, Marco Maia, e o presidente do Senado, José Sarney. Todos
eles sempre acharam que devem ser julgados por seus pares. Há um pânico da
“subversão” que cobra moralidade, legalidade e fim de mordomias nos Três
Poderes.
Sarney disse que “ataques e contestações ao STF visam ao
enfraquecimento da autoridade”. O presidente vitalício do Senado anda de mal
com o Brasil. Sente-se injustiçado. Acha que o país não prestigia os velhos
homens públicos como ele, que dedicaram a vida à política e sempre estiveram de
bem com quem manda.
Até as pedras sabem que não é normal um governo perder em
seu primeiro ano sete ministros acusados de irregularidades, favorecimentos, desvios
de verba, incompetência e abuso de poder. Todos herdados do ex-presidente Lula.
O último, Mário Negromonte, das Cidades, se dizia “mais firme do que as
pirâmides do Egito”, mas ele não devia estar acompanhando o noticiário nas ruas
e nos estádios do Egito. Caiu, ruiu, desabou. Até as pedras sabem, hoje, que
esses ministros só podiam estar blindados por Lula – até cair no colo menos
maternal de Dilma.
Não é uma caça às bruxas, mas uma faxina ética.
Eficiência e imparcialidade nos julgamentos de juízes, ministros e
congressistas, todos servidores públicos, não têm como degradar o Poder. Servem
para legitimar o Poder. Até as pedras sabem disso.
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Mente-aberta/ruth-de-aquino/noticia/2012/02/ate-pedras-sabem.html
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