Caras e caros,
Semana quente
com ocupação da reitoria da USP, reunião do G20 com uma evidente
fragilização da posição ideológica dos países mais ricos, morte de cinegrafista
em tiroteio no Rio. Enfim, o mundo nega a nossa vontade de entendê-lo. Boa
leitura a todos.
Abraços,
Professor
Estéfani Martins
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1 - 1º anos, 2º anos, 3º anos e PV
Um novo EUA
2 - 1º anos, 2º anos, 3º anos e PV
Tecnologia
vicia?
3 - 1º anos, 2º anos, 3º anos e PV
Um nova
realidade para a mulher
Liderança política
não é mais um privilégio dos homens
Herald Tribune
Luisita Lopez Torregrosa
Em Nova York (Estados Unidos)
No Brasil, a presidente Dilma Rousseff, 63,
uma economista e ex-militante marxista, lidera a sétima maior economia do
mundo. No primeiro ano dela como a primeira mulher a governar o Brasil, o país
experimentou o seu maior crescimento dos últimos 25 anos.
Nos últimos dez anos, 30 milhões de
brasileiros saíram da condição de pobreza e ingressaram na classe média, e o
país tornou-se um dos principais credores de Washington, criou uma sociedade de
consumo que gasta bastante e gerou empregos bem pagos e negócios que estão
atraindo bancos, investidores, firmas de direito e engenheiros estrangeiros. O
setor imobiliário está em expansão. O Rio de Janeiro é atualmente a cidade mais
cara da América, e vastas reservas de petróleo foram descobertas no alto-mar.
Mas existem também grandes problemas no
Brasil: a inflação, um setor industrial que sofre desaceleração e gastos
enormes com a previdência social, os salários e projetos gigantescos para a
Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Como é que Rousseff poderá gerenciar esse
colosso – a nação mais rica, de maior território, de maior diversidade racial e
mais extravagante da América do Sul?
“Dilma Rousseff está de olho no futuro e na
meta de eliminar a pobreza e tornar o país mais igualitário”, afirma Mário
Garnero, presidente do Brasilinvest, uma agência de desenvolvimento privada e
banco de investimentos de negócios, e diretor dos Fórum das Américas e da
Associação das Nações Unidas-Brasil. “Ela é inimiga da corrupção, não tem uma
postura antiamericana e está enfatizando bastante os planos sociais e de
combate ao pobreza, enquanto, ao mesmo tempo, é amiga do empresariado”.
Garnero, um empresário proeminente, um quase
diplomata e um famoso consultor de políticas governamentais que já teve na
lista dos seus contatos líderes políticos e papas, esteve recentemente em Nova
York para presidir uma conferência sobre desenvolvimento sustentado, um evento
que durou um dia inteiro no Harvard Club, e do qual participaram 500 lideranças
internacionais empresariais e políticas, incluindo Bill Clinton, que encerrou o
simpósio com uma análise profunda da crise econômica.
Como especialista nas alavancas do poder,
Garnero falou na semana passada sobre as mulheres que estão ocupando o novo
palco global. Além de Rousseff, ele mencionou a secretária de Estado dos
Estados Unidos, Hillary Rodham Clinton, a chanceler alemã Angela Dorothea
Merkel, e Christine Madeleine Odette Lagarde, a nova diretora do Fundo
Monetário Internacional.
“Hillary Clinton projeta a imagem de um novo
Estados Unidos que entende que o poder está mudando drasticamente e que as
potências precisam pensar em um mundo interdependente, sem supremacia, mas com
necessidade de diálogo”, disse ele.
Hillary Clinton, 63, a primeira mulher
norte-americana a disputar seriamente a candidatura presidencial democrata à
presidência dos Estados Unidos, é uma das figuras públicas mais populares do
país. Ela foi altamente elogiada como a principal diplomata dos Estados Unidos
e promotora infatigável dos direitos da mulher. Embora Hillary Clinton venha
insistindo em dizer que não concorrerá mais, ela faz parte de várias listas de
potenciais candidatos presidenciais para 2016.
Quanto a Christine Lagarde, 55, a primeira
mulher diretora do Fundo Monetário Internacional, “com uma mão forte por detrás
de um belo sorriso, ela está conduzindo o FMI rumo a um papel de proeminência
na grande reestruturação das dívidas pela qual a maioria dos países do G-7
passará”, explicou Garnero. Lagarde assumiu a direção do FMI depois que
Dominique Strauss-Kahn renunciou devido a um escândalo sexual em maio, em Nova
York. Defensora do livre mercado, Lagarde, que supervisiona uma instituição que
possui 2.500 economistas e assessores de políticas econômicas, é favorável a
orçamentos rígidos e a cortes de despesas.
Angela Merkel, 57, é a primeira mulher a
ocupar o cargo de chanceler da Alemanha, a maior economia da Europa, e, como
tal, ela é uma líder da fragmentada União Europeia. Ultimamente, ela tem
caminhado em uma corda bamba, tentando encontrar uma maneira de estabilizar a
crise da dívida, de manter a zona do euro unida e de não perder o seu cargo.
“Será que ela manterá o domínio da Alemanha na Europa, e, ao mesmo tempo, a sua
popularidade e a sua coalizão política à tona?”, questionou Garnero.
Sem o controle do poder estatal, mas com uma
grande plataforma para projeção da sua imagem, Michelle Bachelet, 60, a
primeira mulher presidente do Chile, é atualmente a diretora executiva da
Entidade das Nações Unidas para a Promoção da Igualdade entre os Gêneros e do
Poder das Mulheres.
Bachelet, que há muito defende os direitos
das mulheres e que foi prisioneira política durante o regime do general Augusto
Pinochet, tem enfrentado a falta de recursos financeiros nas Nações Unidas, e
há quem acredite que ela retornará ao Chile para disputar a eleição
presidencial de 2013. Nesta semana, porém, ela seguiu para a Europa, dando
seguimento à sua missão de promover o poder das mulheres (a lista de mulheres
que não contam com poder estatal mas que têm uma grande plataforma política
ficaria incompleta sem uma outra Michelle. Michelle Obama, que está usando a
sua posição na Casa Branca para promover a preocupação com um direito humano
básico: a saúde, e especialmente a saúde que pode ser obtida por meio de uma
alimentação correta e a prática de exercícios).
Qualquer que seja a opinião sobre a ascensão
das mulheres, um símbolo do avanço delas no cenário global foi a concessão do
Prêmio Nobel da Paz na semana passada a três mulheres da África e do mundo
árabe: a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, 72, a primeira mulher
eleita a governar um país na África; a ativista liberiana Leymah Gbowee, 39; e
Tawakkol Karman, 32, que iniciou a revolta contra o governo do Iêmen.
“O impacto global das mulheres em posições de
liderança é tão empolgante quanto aquilo que está ocorrendo no cenário
nacional”, afirma Jessica McIntosh, porta-voz da Lista Emília, que promove candidatas
políticas nos Estados Unidos. “Quanto mais mulheres jovens e garotas puderem
ver mulheres no poder, mais provável será que elas sejam capazes de se
visualizar ocupando tais cargos no futuro”.
Talvez as mulheres dos Estados Unidos, após
terem fornecido ao mundo uma poderosa mensagem de luta pela igualdade, possam
agora aprender algo. Gbowee, falando em Nova York no Centro Inter-Igrejas
depois que soube que recebeu o Prêmio Nobel, disse à plateia que “o mundo está
de ponta-cabeça, e que a nossa sociedade encontra-se de cabeça para baixo”. Ela
criticou os Estados Unidos por carecerem de estímulos suficientes à promoção da
mudança social. “Não basta que nós nos sintamos confortáveis e digamos que os
problemas do mundo pertencem ao mundo”, disse ela. “Um dia os problemas do
mundo acabam batendo à nossa porta”.
Tradução: UOL
4 - 2º anos, 3º anos e PV
O crack e o
álcool
5 - 2º anos, 3º anos e PV
O futuro da
Argentina
6 - 3º anos e PV
A moral do funk
7 - 3º anos e PV
Sobre a USP e a
Ocupação 1
8 - 3º anos e PV
Sobre a USP e a
Ocupação 2
Primo rico, primo pobre
Movimento de SP importa o
modelo do "Ocupe Wall Street" sem suas causas nem seu poder de
mobilização
Fernanda Mena
Editora da Ilustrada
De um lado, dezenas de barracas de acampamento
ocupadas, em sua maioria por neo-hippies e neopunks. Ao centro,
uma cozinha improvisada. E ainda biblioteca, instalações artísticas e áreas de
descanso e de debates. Tudo cercado por cartazes que invariavelmente mencionam
os termos "capitalismo", "ação" e "sistema".
A descrição acima é do modelo de organização criado
pelo movimento global "Occupy Together" e poderia ser atribuída a
muitas das ocupações que ocorrem hoje em 2.306 cidades do mundo, de acordo com
o site do grupo(occupytogether.org).
Ela se aplica, em versão bastante modesta, ao
"Ocupa Sampa" (ou "Acampasampa"), que reúne cerca de 200
pessoas acampadas há 23 dias na área do vale do Anhangabaú coberta pelo viaduto
do Chá, na região central de São Paulo.
O movimento importou o formato do pioneiro
"Ocupe Wall Street", que desde 17 de setembro agrega centenas de
pessoas no parque Zuccoti, em Nova York, onde a Folha esteve
há duas semanas. Os ativistas têm como slogan "Injustiças perpetradas por
1% da população -elites política e econômica- afetam os outros 99%: nós".
Mas, se nos EUA há ações contra o sistema financeiro (campanhas em prol das cooperativas de crédito) e ambição de influenciar o Partido Democrata (assim como o Tea Party influencia o Partido Republicano), por aqui o alvo do movimento é tão sólido que se desmancha no ar.
Mas, se nos EUA há ações contra o sistema financeiro (campanhas em prol das cooperativas de crédito) e ambição de influenciar o Partido Democrata (assim como o Tea Party influencia o Partido Republicano), por aqui o alvo do movimento é tão sólido que se desmancha no ar.
Na falta de consequências graves da crise econômica
global, caso da Europa e dos EUA, o movimento daqui se vê às voltas com os
demônios brasileiros de sempre.
"Os problemas são tantos que ainda não
chegamos a uma pauta. O Brasil vive em crise há muito tempo", diz Diego
Torrão, 26. "É um movimento internacional que tem de dar conta de questões
locais: exclusão, pobreza, corrupção. Estamos muito atrás."
Membro da "comissão de comunicação", ele
trata dos "poucos jornalistas" que vão ao "Ocupa Sampa",
enquanto em Wall Street uma "barraca de mídia" se desdobra para
produzir vídeos, fotos e textos para a internet.
Com isso, o acampamento norte-americano foi convertido em ponto de peregrinação de turistas, ativistas e curiosos recebidos com panfletos explicativos pelos estandes de boas-vindas.
Com isso, o acampamento norte-americano foi convertido em ponto de peregrinação de turistas, ativistas e curiosos recebidos com panfletos explicativos pelos estandes de boas-vindas.
Na última sexta, o australiano Richard May, 32,
apareceu para uma visita ao acampamento de São Paulo. "A vibração aqui é
ótima. Mas as propostas são muito gerais. Não entendi direito."
Nos EUA, artistas e intelectuais apoiam a ocupação:
estiveram lá o filósofo Slavoj Zizek, o diretor Michael Moore, a escritora
Naomi Klein e até o rapper Kanye West.
No "Ocupa Sampa", poucos intelectuais
foram ao Anhangabaú, entre eles, o professor de filosofia da USP e colunista
da Folha Vladimir Safatle, que ministrou uma aula a céu
aberto.
Além de barracas, cartazes e punks, nos
acampamentos de São Paulo ou Nova York há muita música ao vivo. E ela é sempre
ruim. Para um movimento político, isso deve ser um bom sinal.
Fonte:
www.folha.com.br
Os bebês da USP
SÃO PAULO - A implantação da USP, em 1934, foi um dos maiores
acertos da oligarquia paulista. Era um projeto elitista, no sentido
modernizador, que agregou núcleos universitários já existentes (direito,
medicina e engenharia) em torno de um novíssimo centro nervoso, a Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras.
Ali, em razão das missões estrangeiras que moldaram
professores nativos, deu-se um salto intelectual. A profissionalização de
pesquisadores, a adoção de metodologias exaustivas e o mergulho sistemático na
tradição filosófica do Ocidente espantaram o diletantismo bacharelesco.
Na FFCL, jovens da classe ascendente -muitos
oriundos de famílias imigrantes- fizeram-se intelectuais capazes de influir no
destino da nação. A escola formou quadros que tomaram posições em governos.
Formou Fernando Henrique Cardoso, mais tarde presidente da República.
É triste testemunhar a decadência sem elegância a
que se entrega a faculdade de filosofia, rebatizada de FFLCH. Deixa-se permear
por grupelhos semialfabetizados e violentos que impõem a sua agenda sem
encontrar resistência à altura. Encanta-se por um bordão do passado, mera forma
sem conteúdo, quando clama pela saída da PM do campus.
A polícia representa a tirania? Ou a força legítima
que mantém a ordem na democracia? Defendem-se privilégios no campus. Por que
razão mágica alguém pego com maconha ali não deveria ser levado à delegacia?
Está livre para o uso de drogas a Cidade Universitária?
Significa liberá-la para o tráfico, sem o qual não há consumo - e o tráfico não
existe sem crimes conexos, como homicídios.
Instauraremos também a impunidade no campus? Quem
destruiu a reitoria pode continuar estudando e trabalhando livremente na USP?
Chega de paternalismo na faculdade de filosofia. Chega de tratar depredadores como bebês inimputáveis. Chega de defender privilégios no campus.
Chega de paternalismo na faculdade de filosofia. Chega de tratar depredadores como bebês inimputáveis. Chega de defender privilégios no campus.
Fonte:
www.folha.com.br
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