segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Arte indígena


Arte indígena no Brasil
Por Estéfani Martins

- A “intelectualidade” e a Academia, apenas no século XX, passaram a reconhecer os povos autóctones e indígenas como culturas diferentes das civilizações oficiais e ainda sim relevantes e merecedoras de respeito. Essa compreensão estende-se às realizações artísticas indígenas que por muito tempo eram vistas como simples exotismo de baixa complexidade e de insignificante importância.
- Esse imenso equívoco do pensamento científico perdurou até meados do século XX quando inclusive o conceito de índio começou a ser revisto, já que “índio” é uma forma europeia e colonizadora de referência a povos que não se denominam assim.
- A arquitetura indígena é definida pelo conceito de taba ou aldeia, que reúne em geral entre 4 a 10 ocas, onde vivem dezenas de famílias que dividem um espaço sem partições numa vida intensamente comunal. Ocas são geralmente erguidas em locais ventilados perto de rios em meio à mata, em função também da qualidade da terra utilizada no cultivo da mandioca e do milho. No centro da aldeia está a ocara, espécie de praça onde acontecem as reuniões de conselheiros ou as festas. As ocas são feitas para durar em torno de 5 anos, assim são erguidas com varas, palhas e folhas.
- Na Atual ilha de Marajó e na bacia do rio Tapajós, entre 5000 a.C. e 1100 d.C., há indícios arqueológicos de culturas indígenas amazônicas muito sofisticadas no fabrico e decoração de objetos de cerâmica, em função de achados como requintados vasos antropomorfos e zoomorfos. São também notáveis as estatuetas amazônicas de terracota e os artefatos de pedra, como os pingentes em formato de répteis ou anfíbios, também chamados de muiraquitãs, amuleto em formato de pessoas ou animais (rã, peixe, tartaruga, etc.), a que se atribuem qualidades mágicas.
- Cerâmicas encontradas na atual costa maranhense e no litoral baiano datadas do intervalo entre 3000 a.C. e 800 a.C., apesar da constituição mais simples do que as amazônicas, também merecem nota pela diversidade técnica empregada em sua realização, tais como pintura, incisão, excisão, escovamento, etc.
- A arte plumária indígena no Brasil - cocares, mantos e máscaras - alcança alta complexidade em termos de cor e desenho, além do arrojo técnico no uso de penas e pigmentos naturais.
- A pintura corporal também pode ser citada como uma forma de arte de alta complexidade, de elaborada execução e de linguagem muito eficiente. Com caráter profundamente simbólico, a pintura corporal entre indígenas também reforça o forte aspecto utilitarista e pragmático de grande parte das realizações artísticas indígenas.
- A variedade de plantas disponíveis que oferecem grande quantidade de fibras e matérias-primas é fundamental para entender a importância do trançado na arte indígena e mesmo como tecnologia que garante o estilo de vida dessas comunidades. Com a arte do trançado, os índios fazem as ocas para morarem, os cestos para guardar comida, as peneiras, as armadilhas para caça e pesca, os adornos, as redes para dormir, etc.
- A cerâmica destacou-se principalmente pela sua utilidade, buscando a sua forma, nas cores e na decoração exterior, o seu ponto alto ocorreu na ilha de Marajó.
- A confecção de enfeites peitorais, labiais e auriculares merece citação pela sua diversidade de técnicas empregadas, pela beleza e variedade de materiais usados e pela abrangência quase absoluta dessas realizações entre praticamente todas as comunidades indígenas conhecidas em território brasileiro.

Exemplos de Arte Indígena Brasileira

- Cerâmica tapajônica.
- Cerâmica Marajoara.
- Cerâmica Kadiweu.
- Cerâmica Karajá.
- Estatuetas Karajá.

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