Arte
indígena no Brasil
Por Estéfani Martins
- A “intelectualidade” e a Academia, apenas
no século XX, passaram a reconhecer os povos autóctones e indígenas como
culturas diferentes das civilizações oficiais e ainda sim relevantes e
merecedoras de respeito. Essa compreensão estende-se às realizações artísticas
indígenas que por muito tempo eram vistas como simples exotismo de baixa
complexidade e de insignificante importância.
- Esse imenso equívoco do pensamento
científico perdurou até meados do século XX quando inclusive o conceito de
índio começou a ser revisto, já que “índio” é uma forma europeia e colonizadora
de referência a povos que não se denominam assim.
- A arquitetura indígena é definida pelo conceito
de taba ou aldeia, que reúne em geral entre 4 a 10 ocas, onde vivem dezenas de
famílias que dividem um espaço sem partições numa vida intensamente comunal.
Ocas são geralmente erguidas em locais ventilados perto de rios em meio à mata,
em função também da qualidade da terra utilizada no cultivo da mandioca e do
milho. No centro da aldeia está a ocara, espécie de praça onde acontecem as
reuniões de conselheiros ou as festas. As ocas são feitas para durar em torno
de 5 anos, assim são erguidas com varas, palhas e folhas.
- Na Atual ilha de Marajó e na bacia do rio
Tapajós, entre 5000 a.C. e 1100 d.C., há indícios arqueológicos de culturas indígenas
amazônicas muito sofisticadas no fabrico e decoração de objetos de cerâmica, em
função de achados como requintados vasos antropomorfos e zoomorfos. São também
notáveis as estatuetas amazônicas de terracota e os artefatos de pedra, como os
pingentes em formato de répteis ou anfíbios, também chamados de muiraquitãs,
amuleto em formato de pessoas ou animais (rã, peixe, tartaruga, etc.), a que se
atribuem qualidades mágicas.
- Cerâmicas encontradas na atual costa
maranhense e no litoral baiano datadas do intervalo entre 3000 a.C. e 800 a.C.,
apesar da constituição mais simples do que as amazônicas, também merecem nota
pela diversidade técnica empregada em sua realização, tais como pintura,
incisão, excisão, escovamento, etc.
- A arte plumária indígena no Brasil -
cocares, mantos e máscaras - alcança alta complexidade em termos de cor e
desenho, além do arrojo técnico no uso de penas e pigmentos naturais.
- A pintura corporal também pode ser citada
como uma forma de arte de alta complexidade, de elaborada execução e de
linguagem muito eficiente. Com caráter profundamente simbólico, a pintura
corporal entre indígenas também reforça o forte aspecto utilitarista e
pragmático de grande parte das realizações artísticas indígenas.
- A variedade de plantas disponíveis que
oferecem grande quantidade de fibras e matérias-primas é fundamental para
entender a importância do trançado na arte indígena e mesmo como tecnologia que
garante o estilo de vida dessas comunidades. Com a arte do trançado, os índios
fazem as ocas para morarem, os cestos para guardar comida, as peneiras, as
armadilhas para caça e pesca, os adornos, as redes para dormir, etc.
- A cerâmica destacou-se principalmente pela
sua utilidade, buscando a sua forma, nas cores e na decoração exterior, o seu
ponto alto ocorreu na ilha de Marajó.
- A confecção de enfeites peitorais, labiais
e auriculares merece citação pela sua diversidade de técnicas empregadas, pela
beleza e variedade de materiais usados e pela abrangência quase absoluta dessas
realizações entre praticamente todas as comunidades indígenas conhecidas em
território brasileiro.
Exemplos
de Arte Indígena Brasileira
- Cerâmica tapajônica.
- Cerâmica Marajoara.
- Cerâmica Kadiweu.
- Cerâmica Karajá.
- Estatuetas Karajá.
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