A
Arte Contemporânea
por Estéfani Martins
"A pintura para
mim não pode ser derivada de uma idéia preconcebida; a parte que cabe ao acaso
(aventura) é muito importante e, de fato, é este acaso que cumpre o papel
decisivo no processo de criação."
(Jean-Michel Atlan,
expoente do Tachismo europeu)
“O que fazemos são
celebrações, rituais sacrificiatórios. Nosso instrumento é o próprio corpo –
contra os computadores. Nosso artesanato é mental. Usamos a cabeça – contra o
coração. Ao invés do “laser” – imaginação. O sangue e o fogo purificam. Nosso
problema é ético – contra o onanismo estético. Vanguarda não é atualização de
materiais, não é arte tecnológica e coisa que tais. È um comportamento, um modo
de ser e de encarar as coisas, os homens e os materiais, é uma atitude definida
diante do mundo. É transformação permanente, o precário como norma, a luta como
processo de vida.”
(Frederico Morais)
A arte na
contemporaneidade tem tido paradigmas, conceitos, possibilidades e
procedimentos muito ampliados com o advento de diversas tecnologias, desde a
fotografia que junto ao cinema garantiram um novo espaço para a expressão
artística; com a popularização do rádio e da televisão que também exerceram
influência e foram influenciados por diversas linguagens artísticas e,
especialmente, com o advento dos computadores e dos recursos de digitalização e
manipulação de informações sensoriais.
Além disso, novas
formas de arte foram criadas a partir do contato entre expressões artísticas
como literatura e pintura, cinema e pintura, literatura e Histórias em
quadrinhos (HQs), a essas interações dá-se o nome de mixagens.
Desde o tempo em que
arte era um saber academicista tanto para aqueles que a produziam quanto para
aqueles que a contemplavam muito se modificou. Primeiramente, porque a arte
aproximou-se da vida cotidiana das pessoas de forma literal e abrangente tanto
no grafite que empresta contundência e beleza para as paredes de muitas cidades,
quanto nas infinitas possibilidades de manipulação de imagens disponíveis em
recursos computacionais que de certa maneira democratizam a produção de obras
de arte fundamentadas ou distribuídas nessa plataforma.
As múltiplas
possibilidades de manifestação artística, as multifacetadas e por vezes
incomuns visões estéticas e o alargamento de horizontes permitido pelo avanço
tecnológico tornaram a arte contemporânea um ambiente incompreensível para a
maioria das pessoas, as quais não elaboraram muitas vezes nem as iniciativas
das vanguardas artísticas europeias ou mesmo o ideário da Semana de 22. Assim,
é compreensível que muitos ainda resistam em aceitar uma instalação, as Histórias
em Quadrinhos (HQs), as intervenções urbanas como o grafite, o “happening”,
etc., como obras de arte.
Como forma de auxílio
para a compreensão desse múltiplo e mutante universo, segue um breve glossário
com termos que podem ser esclarecedores para a interpretação de uma obra de
arte em qualquer tempo, especialmente as inscritas na Arte Contemporânea.
Abstracionismo – estética muito
presente nas artes visuais do século XX, caracterizada pela não representação
de objetos da realidade objetiva e exterior. Em vez disso, usa cores, linhas e
superfícies de forma organizada ou não para compor o ponto de vista do artista
sobre uma temática de uma maneira "não representacional". Reconhecida
por romper com a concepção tradicional de arte especialmente na Europa.
Action
painting
("pintura de ação", do inglês) - técnica de pintura usada por Jackson
Pollock durante a década de 1950 baseada em gotejar, derramar, espirrar ou
atirar a tinta contra a tela sem que o pincel ou artefato similar toque-a.
Ação
artística -
qualquer ato ou processo realizado por um artista por razões de ordem
formalista, estética, performática ou não, em alguma plataforma que possa
servir de meio, registro para tal feito.
Apropriação - uso de artefatos,
imagens, textos ou objetos em trabalhos artísticos, de forma alheia do universo
original e natural deles. É uma forma de intertextualidade que pode
substanciar-se como alusão, paródia, citação, etc. Muito utilizado nas colagens
do Dadaísmo, nas citações da Pop Art, no dub jamaicano, nas bases funk do RAP,
nos remixes da música eletrônica, etc.
Arquitetura
da informação
– reúne as preocupações com o design de ambientes virtuais e a disponibilização
e organização das informações em um dado contexto no sentido de tornar esse
conteúdo imune ou resistente a qualquer forma de desordem ou descaminho.
Arte
conceitual
- trabalho artístico no qual a ideia ou o conceito predomina sobre a forma ou a
matéria, portanto se torna mais importante do que a obra realizada (que por
vezes se quer é acabada ou mesmo é perene).
Arte
concreta
– associada à arte abstrata que repudia intensamente o uso de figuras realistas
em manifestação artística. Utiliza geralmente formas geométricas simples para
compor a obra.
Arte
digital
- arte concebida e executada com recursos da informática quase sempre por
intermédio de computadores. Assume grande diversidade de formas como a
animação, o “webdesign”, etc. Utiliza ambientes gráficos computacionais como
instrumento de composição da obra artística.
Arte engajada
ou política
- criação artística que expõe de forma comumente explícita o ponto de vista
ideológico ou político do autor a respeito de um determinado tema.
Arte
figurativa
- representação de figuras ou objetos em uma obra artística de forma a serem
identificados pelos espectadores.
Arte
interativa
– tipo de arte em que existe a possibilidade de um processo de interlocução
entre a obra ou o autor e o observador ou espectador, muitas vezes com a
interação direta entre eles.
Assemblage – baseia-se na
concepção de que tudo pode ser incorporado à obra artística, especialmente
objetos de uso cotidiano ou mesmo lixo, com o objetivo de eliminar as
fronteiras entre arte e vida cotidiana. É uma forma radical de colagem.
Bad
painting
("má pintura", do inglês) - pintura figurativa deliberadamente feita
com o intuito de questionar os conceitos de beleza socialmente estabelecidos em
uma dada comunidade com o objetivo de subverter ideias pré-concebidas e
tradicionais sobre arte e estética.
Body
art (arte
corporal) – expressão artística que tem o corpo como seu único suporte de forma
direta, por vezes “permanentemente” como a tatuagem.
Cibercultura
– termo
de conceituação ampla e difícil surgido ao longo da década de 1970 com o
advento e o início da popularização dos computadores pessoais. Ganhou muito
mais abrangência em função da internet e da cultura que se desenvolve nesse
meio, e é potencializada por blogs, “sites” colaborativos, redes sociais,
microblogs, velocíssima disseminação de informação, o questionamento da
privacidade, o “dilúvio da informação”, etc.
Colagem – no campo das artes
visuais, procedimento em que duas ou mais imagens diferentes são afixadas numa
mesma superfície com um intuito estético. No campo da música, consiste na
sobreposição ou na junção de trechos de uma música em outra como introdução
desta. Técnica muito comum no RAP em que trechos de músicas de Jazz e de Funk
são frequentemente usadas por DJs como introdução ou base para o canto falado
do MC.
Curador - profissional que organiza
exposições, cria um conceito para elas e escolhe as obras que as comporão.
Design - processo técnico e
criativo relacionado à configuração, concepção, elaboração e adaptação de um
artefato para um determinado fim ou para a resolução de um problema. Muitas
vezes, o design concilia aspirações estéticas, pragmáticas e ergonômicas em um
mesmo produto. Podem ser concebidos, melhorados ou reelaborados pelo design:
utensílios domésticos, vestimentas, máquinas, ambientes, peças gráficas, capas
de discos ou livros, letras e números, interfaces de “site’’ ou “softwares”,
etc.
Earth
work
(ou "Land art") - arte baseada em alterações efêmeras ou não na
paisagem natural.
Escultura – realização de um trabalho
artístico tridimensional obtido por processos de desgaste, entalhe, modelagem
ou fundição em materiais como madeira, pedra, metal, etc.
Estereótipo (ou
"clichê") - imagem, técnica, signo ou código amplamente aceito e
repetido por determinados artistas, o que torna as suas obras previsíveis,
óbvias e muitas vezes dispensáveis para o desenvolvimento da arte.
Grafite – termo de origem
italiana usado para classificar desenhos ou pinturas de caráter artístico
executados em paredes externas, ônibus, trens, pontes, etc., normalmente com
“spray” de diversas cores ou apenas preto. Há duas décadas, passou a ser visto
também como uma forma de expressão artística visual vinculada à cultura Hip
Hop. Recentemente, o grafite é diferenciado da pichação em função de esta ter
uma pretensão mais política e ideológica e menos artística, ou seja, o conteúdo
é muito mais importante do que a forma. Além disso, esta é vista como uma forma
de vandalismo, em função do fato de não ser autorizada, ao contrário daquele
que comumente tem a anuência do proprietário ou responsável pelo espaço no qual
será feito o grafite.
Graphic
novel (romance
gráfico, literalmente) – forma de HQ normalmente associada a temáticas mais
complexas e profundas do que a convencional. Também pode ser compreendida como
arte sequencial mais próxima da literatura pela qualidade do texto que rivaliza
com o aspecto gráfico quanto ao apuro estético e a significação artística.
Geralmente de longa duração, com densidade dramática assemelhada ao romance
literário, porque em prosa e em formato de livro, além de outras aproximações
teóricas possíveis. O grande mestre da arte sequencial Will Eisner é
considerado pioneiro nesse formato com a obra “A contract with god”, trabalho
inovador, denso e complexo que se tornou marco histórico do gênero. Pode ainda
ser resultado de novo tratamento sequencial e artístico para HQs convencionais
tal como pode ser produto da reunião de histórias lançadas separadamente.
Gravura - obra artística
produto da compressão de um suporte específico em uma matriz esculpida em
metal, madeira ou pedra. Tem tiragem múltipla, limitada e geralmente numerada.
Happening - manifestação
artística centrada na expressão corporal por vezes assessorada por técnicas
teatrais ou do universo da dança, que também faz uso da contribuição espontânea
dos espectadores no processo de realização desse tipo de obra.
Híbrido - obra produzida a
partir da mescla de diferentes linguagens artísticas, produto de uma mixagem
entre essas artes.
Hiper-realista - pintura ou
escultura figurativa com características extremamente reais, porque centrada
nos detalhes, nas minúcias da cena, pessoa ou objeto pintado, sempre na
perspectiva mais impessoal possível.
História
em quadrinhos
(quadrinhos, gibi, HQ, arte sequencial ou banda desenhada) - É uma forma de
arte que associa textos e imagens de forma sequencial para narrar histórias ou
dramatizar um conceito ou ideia, ou seja, conjuga linguagem verbal e não verbal.
São publicadas com periodicidade variada e em formatos editoriais diversos como
revistas, livros ou em tiras (cartuns) publicadas em revistas e jornais. É
considerada a nona arte de um grupo que conta também com a música, a dança, a
pintura, a escultura, a literatura, o teatro, o cinema e a fotografia.
Infogravura - é a gravura cuja
matriz é um arquivo digital. Nesse caso, o computador não é uma simples
ferramenta, mas um recurso de criação artística. O resultado desse processo,
posterior a sua impressão, é a infogravura.
Instalação - obra conceitual
que integra o espaço como componente da manifestação artística, o que dá a ele
uma função estética e não apenas geográfica.
Intervenção
urbana
– manifestação artística representada por intervenções no espaço urbano.
Kitsch ("objeto
vulgar", do alemão) – forma de arte que reproduz ou reelabora objetos
decorativos, turísticos, cotidianos ou religiosos, produzidos como objeto de
consumo popular.
Mangá – termo empregado
para designar as HQs feitas ao estilo japonês, ainda que no Japão sirva para
nomear qualquer HQ. Vários mangás deram origem a animações para a televisão e
para o cinema, chamados de animes, entretanto pode ocorrer o inverso quando uma
produção cinematográfica é convertida em mangá, por exemplo. A ordem de leitura
de um mangá japonês é inversa a ocidental e as características estéticas do
gênero são os olhos grandes; o sequenciamento da ação, muitas vezes,
assemelhado ao do cinema; os diálogos geralmente econômicos em muitos casos; as
longas passagens sem texto; o uso estilizado do preto e do branco; etc. Eis
alguns títulos de famosos mangás: Akira, Cowboy Bebop, Neon Genesis Evangelion,
One Piece, Bleach e Death Note.
Multimídia - combinação, mediada
por instrumentos computacionais, de pelo menos um tipo de mídia estática
(texto, fotografia, gráfico), com pelo menos um tipo de mídia dinâmica (vídeo,
áudio, animação). Também pode ser compreendida como tecnologias com suporte
digital usadas para criar, manipular, modificar e armazenar conteúdos.
Múltiplo - trabalho artístico
oposto ao conceito de obra de arte original e única, que, mesmo não sendo
gravura ou fundição, permite a reprodução de quantos exemplares forem
desejados.
Naif (ou
"ingênua") - pintura figurativa caracterizada pela representação
simplória da realidade com noção de perspectiva ausente ou incompleta, feito com
cores puras e técnica muito limitada.
Performance - modalidade de
manifestação artística típica da segunda metade do século XX baseada na mixagem
entre artes ou na intertextualidade que - assim como o happening - pode combinar
teatro, música, poesia, vídeo, etc. Distinta do “happening” por ser mais
elaborada e não envolver necessariamente a participação dos espectadores. Pode
ser reproduzida fielmente em outros momentos ou locais, porque conta com uma
espécie de registro que a organiza. Por poder prescindir de espectadores
depende de documentação fotográfica, audiovisual, etc. para ser conhecida do
público.
Pixel
art
– forma de arte construída a partir da junção de pixels (é o menor elemento num
dispositivo de exibição) com intuito estético ou informativo.
Pop – ideia de concepção
estética que remete ao uso de símbolos e referências da cultura de massas como
ponto de partida para a realização artística. Quase sempre adota uma
perspectiva crítica no campo das artes visuais, como é o caso da Art Pop de
Andy Warhol na década de 1960.
Ready-made - termo criado por
Marcel Duchamp como forma de nomear as interferências, mesmo as menores, que
fazem objetos de uso comum, produzidos em série, serem vistos como obras de
arte.
Reprografia - trabalho artístico
feito com técnica fundamentada em fotocopiadoras como instrumento e suporte de
criação.
Seriação - processo artístico
em que objetos, pinturas ou desenhos, semelhantes ou idênticos, são agrupados
organizadamente em um mesmo espaço ou obra.
Site-specific - instalação ou
intervenção pensada e executada em função das características geográficas ou
arquitetônicas de um espaço específico, o que confere a essa obra artística um
caráter único e não transferível.
Suporte - material utilizado
como base ou superfície para a obra de arte, tais como a tela, o papel, a
madeira, o vídeo, o arquivo digital, a cerâmica, etc.
Técnica
mista
- termo usado para definir o uso de duas ou mais técnicas e materiais na
execução de uma mesma obra artística.
Vídeo
arte
– manifestação artística que tem como principal meio de veiculação e suporte da
obra os recursos audiovisuais.
Videoinstalação - obra que integra
projeções ao espaço em que está sendo exposta obra em outra linguagem diferente
da audiovisual.
Softwares “artísticos” – são programas utilizados
na manipulação de um arquivo digital de áudio, vídeo ou gráfico, os quais
potencialmente podem ser utilizados como meios de se produzir arte. São exemplos: Adobe Photoshop, 3D studio Max, Macromedia Flash, Corel
Draw, Adobe Illustrator, Macromedia FreeHand, Fireworks, Sony Vegas, Cinema 4D,
Gimp, Inkscape, etc.
Still
de vídeo
(ou fotograma) - imagem captada de um vídeo exibida em um suporte qualquer.
Webart – arte produzida de
acordo com as possibilidades do computador e da internet, os quais são suporte
para a criação artística. Caracteriza-se pelo fato de que é uma manifestação
artística caracterizada pela colagem, pela criação coletiva e colaborativa, pela
dificuldade de se atribuir autoria correta a muitas delas e pelo suporte
digital no qual ela está fundamentada.
Webdesign - extensão ou parte
do universo do design. Entretanto, limita-se a concepção visual de produtos em
ambientes virtuais ou de internet. Destaca-se também por ser fruto de uma
consciência multidisciplinar, porque sua realização depende muitas vezes de
conceitos e do trabalho de profissionais de áreas como a arquitetura da
informação, a programação, a arte, etc., com o intuito de avaliar a usabilidade,
acessibilidade e organização da informação e das imagens em “sites” ou
ambientes virtuais.
27:::Arte
Contemporânea
- Entende-se como Contemporânea a arte feita a
partir da Segunda Guerra Mundial movida por concepções associadas ao
Expressionismo Abstrato, à Arte Pop, à Op Art, ao design industrial, ao
Minimalismo, ao Hip Hop, etc. Para muitos historiadores, é um dos marcos
ideológicos, estéticos e históricos que dão início à Pós-Modernidade.
- Em função das muitas possibilidades abertas
pela Arte Moderna, a Arte Contemporânea notabiliza-se pelo uso de linguagens
distintas na composição de uma mesma obra de arte. Esse processo tornou-se tão
corriqueiro que passou a ser difícil considerar pintura e escultura
isoladamente, por exemplo. Assim, as produções artísticas começaram a articular
- numa mesma obra - diferentes linguagens como o vídeo, a dança, a música, a pintura,
o teatro, a escultura, a literatura, etc. Isso questionou vivamente as classificações
tradicionais da arte e gestou um dos símbolos da Arte Contemporânea: a
Instalação.
- A Instalação é conceito dos mais
controversos. Para a maioria, trata-se de uma espécie de alargamento do
conceito de arte em várias direções muito realizado da segunda metade do século
XX em diante. Compreende processos artísticos que em síntese emulam uma
compreensão espaço-temporal da obra de arte e uma mistura de linguagens,
plataformas e temáticas que faz desse tipo de produção artística uma espécie de
síntese da Arte Contemporânea e mais restritamente da Arte Conceitual. É um
meio de questionamento de concepções inclusive da própria Arte Contemporânea,
quanto a questões estéticas ou mesmo sobre a própria função da obra de arte.
Ainda, segundo a Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais:
“O termo instalação é incorporado ao
vocabulário das artes visuais na década de 1960, designando assemblage ou
ambiente construído em espaços de galerias e museus. As dificuldades de definir
os contornos específicos de uma instalação datam de seu início e talvez
permaneçam até hoje. Quais os limites que permitem distinguir com clareza a
arte ambiental, a assemblage, certos trabalhos minimalistas e a instalações? As
ambigüidades que apresentam desde a origem não podem ser esquecidas, tampouco
devem afastar o esforço de pensar as particularidades dessa modalidade de
produção artística que lança a obra no espaço, com o auxílio de materiais muito
variados, na tentativa de construir um certo ambiente ou cena, cujo movimento é
dado pela relação entre objetos, construções, o ponto de vista e o corpo do
observador. Para a apreensão da obra é preciso percorrê-la, passar entre suas
dobras e aberturas, ou simplesmente caminhar pelas veredas e trilhas que ela
constrói por meio da disposição das peças, cores e objetos.
Anúncios iniciais do que é designado como instalação podem ser
localizados nas obras Merz, 1919, de Kurt Schwitters (1887 - 1948), e em duas
obras que Marcel Duchamp (1887 - 1968) realiza para as exposições surrealistas
de 1938 e 1942, em Nova York. Na primeira, ele cobre o teto da sala com sacos
de carvão, incorporando uma dimensão do espaço - o teto - normalmente
descartada pelos trabalhos de arte (1.200 sacos de carvão). Na segunda, ele
fecha uma sala com cordas, definindo, com sua intervenção, um ambiente
particular Milhas de Barbantes. Em 1926, Piet Mondrian (1872 - 1944) projeta o
Salão de Madame B, em Dresden, executado apenas em 1970, após a sua morte. Ao
revestir o cômodo inteiro com suas cores características, o artista explora a
relação da obra com o espaço, inserindo o espectador no interior do trabalho, o
que é preocupação central das instalações posteriores.” (www.itaucultural.or.br)
- É o tempo também de consolidação de formas
de arte associadas a intervenções nas pessoas ou em ambientes urbanos ou
fechados como são os casos do Happening, da Performance, da Land Art, do Flash
Mob, etc.
- Esse período da História da Arte
desenvolve-se em meio à consolidação da obra de arte como um produto vendável e
lucrativo, o que, em função do processo globalizatório, levou a um mercado
internacional de arte.
- Tecnologias das mais diversas origens passam
a ser usadas como referencial para a produção artística como são os casos dos
vídeos-instalação, da web arte, etc.
- Os movimentos artísticos contemporâneos são
geralmente filiados a causas políticas como os direitos civis, a questão de
gênero, a defesa dos homossexuais, as questões ecológicas, etc.
- Muitas vezes pela forma direta e simples
como algumas obras contemporâneas são concebidas, tornou-se uma espécie de
crítica ao hermetismo de muitas produções da Arte Moderna. Por outro lado, é,
para muitos, por obra de outras ou derivadas concepções herméticas, objeto de
desprezo e repúdio em função dos códigos intensamente autorais e
idiossincráticos aos quais se submete.
- O espaço, nesse período, passou a ser visto
como parte constituinte de muitas obras contemporâneas tanto no sentido de
transformá-lo, quanto de incorporá-lo ou mesmo de dar a ele outro significado.
Esse espaço tanto pode ser o do museu, da galeria, da cidade ou mesmo de vastas
paisagens naturais. Essa questão gesta um dos aspectos fundamentais da Arte
Contemporânea: a possibilidade de imersão do espectador na obra.
- Outro elemento fundamental no processo de
construção e recepção da Arte Contemporânea é a intertextualidade, que
estabelece pontos de encontro e similaridade entre obras diferentes ou mesmo em relação a conhecimentos diversos das
artes, que são citados, aludidos ou referenciados como meio de se fazer uma
crítica, um elogio ou uma contextualização.
Arte
Contemporânea no Brasil
- O Brasil, a partir do fim da 2ª Guerra
Mundial, passa a acompanhar e dialogar com muitos movimentos estéticos
estrangeiros dentro de um menor intervalo de tempo.
- O Tropicalismo de Oiticica e de Caetano,
Gil, Tom Zé, entre outros é um exemplo dessa arte capaz de dialogar com as
influências estrangeiras, ainda que com autonomia estética e autoral. Muito em
função das contribuições da Semana de Arte Moderna de 22 e do Manifesto
Antropófago.
- A criação em 1951 da Bienal de São Paulo dá
impulso e espaço para o florescimento das mais variadas tendências artísticas
contemporâneas no Brasil.
Exemplos
de Arte Contemporânea no Brasil
- Oiticica, Hélio (1937-1980) pintor,
escultor, artista plástico e performer brasileiro - 1958 – “Metaesquema Nº237”.
- Clark, Lygia (1920-1988) pintora e
escultora brasileira contemporânea - 1961 - escultura em alumínio – “Bicho
(caranguejo duplo)”
- Palatnik, Abraham (1928-) artista plástico
brasileiro (Arte cinética) – “Coruja acrílica”.
- Muniz, Vik (1961-) artista plástico
brasileiro - 1989-2010 - plástico moldável e tinta – “Caveira de palhaço”.
- Muniz, Vik (1961-) artista plástico
brasileiro - 2010 – “História da iconografia acidental” (torrada)
(representação de Jesus Cristo, Che Guevara e Saddam Hussein em torradas).
- Sacilotto, Luiz (1924-2003) pintor,
desenhista e escultor brasileiro (Abstracionismo) - 1984 - têmpera rhodopás
sobre tela fixada em duratex – “Concreção 8457”.
- Serpa, Ivan Ferreira (1923-1973) foi
pintor, desenhista, professor e gravador brasileiro (Abstracionismo,
Neo-concretismo, Nova objetividade) – “Bio-paralelas”.
- Duke Lee, Wesley (1931-2010) artista
plástico brasileiro – “O encurralamento”.
- Mabe, Manabu (1924-1997) pintor, desenhista
e tapeceiro japonês naturalizado brasileiro (Abstracionismo) - 1983 - óleo
sobre placa – “Sem título”.
- Camargo, Iberê Bassani de (1914-1994)
pintor, gravurista e professor brasileiro - 1991 - ost – “A idiota”.
- Lins, Darel Valença (1924-) gravador em metal
e litógrafo brasileiro - s.d. - litografia – “T-1”.
- Bandeira, Antônio (1922-1967) pintor e
desenhista brasileiro - 1966 – “Composição abstrata”.
- Leirner, Nelson (1932-) pintor, desenhista,
cenógrafo, professor, realizador de happenings e instalações brasileiro - 2003
- instalação – “Maracanã”.
- Irmãos Campana (Humberto Campana, 1953- e
Fernando Campana 1961-) designers brasileiros – “Cadeira corallo”.
28:::Expressionismo
abstrato
- Criado após a Segunda Guerra Mundial, o
Expressionismo Abstrato foi o primeiro movimento artístico genuinamente norte-americano.
Além disso, consolidou New York como um dos centros do mundo das artes, juntamente
com Paris.
- O movimento ganhou este nome por combinar a
intensidade emocional do Expressionismo alemão com a estética antifigurativa
das escolas abstratas europeias, como o Futurismo, o Abstracionismo, o Bauhaus
e o Cubismo Sintético.
- Uma das motivações recorrentes aos artistas
dessa corrente foi a repulsa pelas técnicas e temáticas associadas às escolas
tradicionais da arte. Isso uniu mais os representantes do Expressionismo
Abstrato do que propriamente suas predileções estéticas e escolhas temáticas.
- Um dos grandes nomes do movimento é Jackson
Pollock que se torna uma espécie de síntese do estilo com suas pinturas
furiosas e caóticas, em função de um sentimento estético libertário sem
precedentes na história da arte. Mestre do “action painting” ou pintura de ação
que consistia em pintar sem que o pincel ou assemelhado tocasse na tela, que
estendida no chão, era alvejada por gotas e grandes quantidades de tinta
arremessadas pelo pintor. Isso impunha uma informalidade para o ato de pintar
muito incomum na história da arte até então.
- Em síntese, o Expressionismo Abstrato é
concebido a partir de uma conformação incomum da tela, longe do cavalete, ou
seja, no chão; do uso de tintas diversas como as automotivas; da implementação
de movimentos corporais, muitas vezes performáticos, como instrumento para a
pintura; da arte movida por uma intensa descarga emocional transferida sem
mediações para a tela (Expressionismo); da informalidade abstrata conseguida
por meio de aparente aleatoriedade ou automatismo das pinceladas; etc.
- Outros pintores muito conhecidos do Expressionismo
Abstrato são Philip Guston, Mark Rothko, Willem de Kooning e Clyfford Still.
- Na Europa, o Tachismo é influenciado por
esse movimento estético e segundo a Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais
pode ser definido como “A defesa da improvisação, associada ao gesto espontâneo
e instintivo, permite entrever as afinidades da nova pintura com o
expressionismo abstrato, assim como a inspiração no surrealismo, pela valorização
do inconsciente, no dadaísmo, em função da defesa do caráter irracionalista da
arte e no expressionismo, que toma a imaginação como expressão direta do
espírito do artista. O uso de manchas irregulares de cores remete ainda à
pintura de maturidade de Claude Monet. O pintor e poeta Jean-Michel Atlan, um
dos expoentes da nova tendência pictórica, define, em 1953, o caráter do
projeto tachista: "A pintura para mim não pode ser derivada de uma ideia
preconcebida; a parte que cabe ao acaso (aventura) é muito importante e, de
fato, é este acaso que cumpre o papel decisivo no processo de criação". O
Tachismo ou Arte Informal deve ser compreendida no contexto de crise mundial
instaurada também na Europa do pós-guerra. Além disso, acentua-se a descrença
em relação à racionalidade ocidental e à civilização tecnológica, celebradas
pelas vanguardas do começo do século XX. As filosofias da crise, em especial o
existencialismo de Jean-Paul Sartre, dão o tom da época no plano das ideias,
reverberando nas artes de modo geral. O reexame crítico dos movimentos
artísticos da primeira metade do século XX dirige o foco dos novos artistas
para o cubismo, do qual é recuperada a ideia de decomposição. Mas esta, no caso
do tachismo, deve ser explosiva - e não analítica como querem Pablo Picasso e
Georges Braque -, refletindo-se no rompimento radical da forma. A ênfase na
gestualidade coloca-se como uma tentativa de ultrapassagem tanto dos conteúdos
realistas quanto dos formalismos geométricos. A convicção do insucesso do realismo
socialista - que vê a arte como instrumento da luta operária - e a
impossibilidade de a associação entre arte e indústria, defendida pela Bauhaus,
democratizar-se estão na matriz das diversas Poéticas do Informal.” (fonte
adaptada: www.itaucultural.or.br)
Exemplos
de Expressionismo Abstrato
- de Kooning, Willem (1904-1997) pintor
neerlandês (Expressionismo abstrato) - 1949 – “Abstrato”.
- Guston, Philip (1913-1980) pintor canadense
(Expressionismo Abstrato-Art Pop) - 1953-54 – “Zona”.
- Pollock, Jackson (1912-1956) pintor
norte-americano expressionista abstrato - 1947 – “Lucifer”.
- Pollock, Jackson (1912-1956) pintor
norte-americano expressionista abstrato - 1948 – “Número 1”.
- Pollock, Jackson (1912-1956) pintor
norte-americano expressionista abstrato - 1949 – “Número 10”.
- Rothko, Mark (1903-1970) pintor
expressionista abstrato russo naturalizado norte-americano - 1957 - óleo sobre
tela – “Preto sobre vermelhos”.
:::Expressionismo
Abstrato no Brasil
- No Brasil, as ideias expressionistas
abstratas e tachistas influenciam na obra de pintores como Manabu Mabe, Tomie
Ohtake, Flavio-Shiró, Cicero Dias, Antônio Bandeira e Iberê Camargo, que em
momentos da carreira ou em determinadas obras mostraram-se influenciados por
essas concepções artísticas.
29:::Op Art
(Optical Art) ou Arte Ótica
- É uma forma de arte comumente abstrata e
com alta precisão geométrica oriunda da década de 1960, centrada em suportes
bidimensionais onde se criam ilusões óticas.
- A corrente artística chamada Op Art
valorizou o impacto sensorial das obras sobre a ponto de vista do espectador,
com a utilização de técnicas que sugerem movimento, ritmo e vibrações. Tal como
a repetição de formas geométricas a fim de provocar no espectador a sensação de
que a pintura vibra ou pulsa.
- Utilizavam-se recursos da ilusão de ótica
para produzir sensações inusitadas e novas nos espectadores.
- São expoentes da Op Art Alexander Calder, Bridget
Riley, Youri Messen-Jaschin e Victor Vassarely.
Op Art
no Brasil
- As ideias da Op Art influenciam alguns
artistas brasileiros, dentre eles destacam-se Lothar Charoux (1912-1987), Almir
Mavignier (1925), Ivan Serpa (1923-1973), Abraham Palatnik (1928) e Luiz
Sacilotto (1924-2003).
Exemplos
de Op Art
- Riley, Bridget Louise (1931-) pintora
inglesa (Op art) - 1961 – “Movimento em quadrados”.
- Riley, Bridget Louise (1931-) pintora
inglesa (Op art) - 1967 – “Catarata 3”.
- Anuszkiewicz, Richard (Op Art) - 1985 – “Templo
do amarelo radiante”.
- Wesselmann, Tom (1931-2004) pintor
norte-americano (Pop Art) - 1963 – “Banheira 3”.
- Vasarely, Victor (1906-1997) pintor húngaro
(Op-art) - 1964 – “Caopeo”.
- Vasarely, Victor (1906-1997) pintor húngaro
(Op-art) - 1956 - Serigrafia em painel de alumínio – “Eridan II”.
- Sacilotto, Luiz (1924-2003) pintor,
desenhista e escultor brasileiro (Abstracionismo) - 1982 - têmpera sobre tela
fixada em madeira – “Concreção 8226”.
- Palatnik, Abraham (1928-) artista plástico
brasileiro (Arte cinética) - 2006 - Acrílico sobre metal – “W-104”.
30:::Pop
Art ou Arte Pop
- Corrente artística que se desenvolveu a
partir do início da segunda metade do século XX na Inglaterra e posteriormente
nos EUA. Tinha como uma das suas principais premissas a utilização dos meios de
comunicação de massa, da música e de objetos de consumo amplo como inspiração e
mesmo como suporte para obras que intensamente questionaram os limites do fazer
artístico e mesmo do que é arte. Dessa forma, liga-se a conceitos e
experiências de vanguardas como o Dadaísmo pelos questionamentos assemelhados,
mas atualizados; e ao Surrealismo pela permissão do absurdo ou do impossível
como temática.
- É produto das multivariadas insatisfações,
rupturas e experimentações que nortearam a arte da década de 1960 em
particular. Nesse contexto, artistas passam a defender uma arte com apelo e
linguagem mais popular com a utilização de símbolos, ícones e referenciais
extraídos das experiências da cultura de massa, da vida cotidiana e das
vivências dos cidadãos comuns. Assim, contraria e combate certo hermetismo,
certo gosto pela incompreensão, os quais guiaram muitos artistas chamados
modernos e contemporâneos. Para muitos estudiosos desse movimento, a Pop Art
defende a reconciliação da Arte com a vida.
- Dentre as inspirações mais recorrentes,
destacam-se os ícones do entretenimento como Elvis Presley e Marilyn Monroe, a
linguagem do cinema, as Histórias em Quadrinhos, as imagens do design de
produtos e as mensagens da propaganda. Na maioria das vezes, essas temáticas
eram tratadas de forma humorística ou irônica, por vezes sarcástica.
- Há uma relação óbvia entre Dadaísmo e Pop
Art, em função de variações da técnica do “ready made” usadas em ambas as
concepções artísticas.
- Técnicas como a serigrafia, a colagem, a
fotografia, a apropriação, etc., e materiais como o plástico, o jornal, a
embalagem, etc., seriam fundamentais como plataformas e suportes para as
pretensões políticas e estéticas da Art Pop.
- As técnicas utilizadas eram de grande
multiplicidade: da serigrafia à interferência em anúncios e fotografias, além
de intensificarem o emprego de várias técnicas e linguagens na realização de
uma mesma obra de arte.
- São alguns dos expoentes da Art Pop: Andy
Warhol, Jasper Johns, Roy Fox Lichtenstein, Wayne Thiebaud, Yayoi Kusama, Peter
Blake, David Hockney, etc.
A Pop
Art no Brasil
- A Art Pop influencia timidamente a produção
artística brasileira na década de 1960 com obras de Antônio Dias (1944), Rubens
Gerchman (1942 - 2008) e Claudio Tozzi (1944). Isso ocorre por causa da cultura
de massas pouco desenvolvida no Brasil e de uma cultura do consumo incipiente,
por isso não estava amadurecido e repleto de possibilidades de questionamento e
diálogo como é o caso da sociedade norte-americana. Assim, a Arte Pop no Brasil
acabou por transpor-se para o que se convencionou chamar de arte engajada, em
função de sua crítica ao Brasil de então, o que por extensão significava
criticar a Ditadura Militar.
Exemplos
de Arte Pop
- Hamilton, Richard (1922-) pintor inglês
(Pop Art) - 1956 - colagem – “O que exatamente torna os lares de hoje tão
diferentes, tão atraentes?”
- Lichtenstein, Roy Fox (1923-1997) pintor estadunidense (Pop Art) -
1962 - ost – “Blam”.
- Warhol, Andy - Andrew Warhola (1928-1987)
pintor e cineasta norte-americano, idealizador da Pop art - 1968 – “Sopa
Campbell”.
- Warhol, Andy - Andrew Warhola (1928-1987)
pintor e cineasta norte-americano, idealizador da Pop art – “Marilyn Monroe”.
- Warhol, Andy - Andrew Warhola (1928-1987)
pintor e cineasta norte-americano, idealizador da Pop art - 1962 - serigrafia –
“Vinte Marilyns”.
- Rauschenberg, Robert (1925-2008) pintor
norte-americano (Abstracionismo, Expressionismo, Pop Art) - 1998 - escultura – “Andar
de bicicleta”.
- Ruscha, Edward (1937-) pintor
norte-americano (Pop Art) - 1966 - ost – “Posto Standard”.
- Jasper Johns, Jr. (1930-) artista
norte-americano (Pop-Art) - 1954-55 - óleo e colagem sobre madeira prensada – “Bandeira”.
- Jasper Johns, Jr. (1930-) artista
norte-americano (Pop-Art) – “Mapa”.
- Lichtenstein, Roy Fox (1923-1997) pintor estadunidense (Pop Art) -
1962 - ost – “Blam”.
- Lichtenstein, Roy Fox (1923-1997) pintor
estadunidense (Pop Art) – “Beijo V”.
- Gerchman, Rubens (1942 - 2008) pintor
brasileiro (Pop Art) - 1965 - madeira e tinta acrílica – “Não Há Vagas”.
- Tozzi, Claudio (1944) pintor brasileiro
(Pop Art) - 1968 – “Eu Bebo Chop, ela só pensa em casamento”.
31:::Minimalismo
(Minimal Art)
- Tendência artística do século XX que se
desenvolveu na pintura e principalmente na escultura. Tinha como orientação
fundamental a defesa do uso de formas geométricas elementares e simples. As
obras minimalistas, sejam pinturas ou esculturas, são comumente chamadas de
“estruturas”.
- Constituiu-se como uma reação à
passionalidade e ao furor do Expressionismo Abstrato, em virtude de ser uma
estética marcada pela impessoalidade e pelo metodismo.
- É uma corrente artística caracterizada pelo
despojamento, pela simplicidade e pela neutralidade frente às questões sociais
e políticas da época.
- Uma das características mais importantes
desse estilo artístico é o uso de materiais industriais na confecção das obras
como o metal, a madeira, etc., o que as aproxima e mesmo as confunde com grande
parte da produção do design de móveis, produtos, etc., realizada ao longo do
século XX.
- São expoentes do Minimalismo: Sol LeWitt,
Frank Stella, Donald Judd e Robert Smithson.
Exemplos
de Arte Minimalista
-Judd, Donald (1928-1994) artista plástico
norte-americano (Minimalismo) - 1968-69 – “Dez unidades de aço”.
- Stella, Frank (1936-) pintor
norte-americano (Minimalismo) - 1967 – “Harran II”.
32:::Hip
Hop (Grafite)
- A cultura Hip Hop - representada pela arte
plástica do Grafite, pela dança do Break e pela música do RAP - é produto da
insatisfação e da percepção estética de jovens negros da periferia de cidades
como New York que influenciou de forma definitiva não só a produção artística
posterior, mas também as concepções de jovens - negros principalmente - na
década de 1970.
- O Grafite caracterizou-se por ter como
suporte a cidade e os espaços públicos que eram e são usados como meio de
expressão de jovens no mundo todo com técnicas distintas ainda que unidas pelo
uso da tinta spray e do estêncil.
- Sobre as diferenças entre o grafite e a
pichação, cabe ressaltar que aquele tem uma proposta estética e política e que
geralmente é feito em edificações com a devida autorização pública ou dos
proprietários. Além disso, aquele utiliza, além da tinta spray, diversas outras
técnicas de pintura. Já a pichação, que acompanha a humanidade há milênios, é
um tipo de vandalismo para muitos identificado com grupos de jovens que
escrevem seus nomes ou de seus grupos em fachadas como forma de protesto e
expressão contrária ao “status quo” ou como simples competição que faz vencedor
aquele ou grupo capaz de pichar mais alto, em lugares menos acessíveis ou
proibidos.
- São expoentes do Grafite: Banksy, Os
Gêmeos, Alex Vallauri, Keith Haring, entre outros.
Exemplos
de Grafite
- Os Gêmeos - Grafite - Frente da Galeria
Fortes Vilaça
- Haring, Keith (1958-1990) artista gráfico e
ativista estadunidense (Grafite) - 1988 - mural – “Tuttomondo” - Pisa, Itália.
33:::Neoexpressionismo
- O Neoexpressionismo é um estilo de Arte
Contemporânea surgido em meados da década de 1970 e ativo até a década de 1980
em vários lugares do mundo. Era um amálgama de experiências artísticas
associadas ao Expressionismo, ao Abstracionismo Lírico, a algumas demandas
estéticas dadaístas, às conseqüências estéticas da Pop Art, ao grafite e a outras
formas de arte urbana.
- Foi uma reação artística à Arte Minimalista
e à Arte Conceitual da década de 1970, em função da liberdade totalmente
espontânea associada à produção neoexpressionista.
- Era uma forma radical de expressão
artística pela inexistência de convenções ou imposições sobre os artistas
chamados neoexpressionistas.
- Esse estilo contemporâneo teve sua maior
expressão na pintura e foi severamente influenciado pela obra de artistas como Emil
Nolde, Max Beckmann, George Grosz, Ernst Ludwig Kirchner, James Ensor e Edvard
Munch.
- São expoentes do Neoexpressionismo: Georg
Baselitz, Anselm Kiefer, Jörg Immendorff, Markus Lüpertz, Salomé, Elvira Bach, Ida
Applebroog, Chuck Connelly, Jean-Michel Basquiat, Eric Fischl, Rémi Blanchard, François
Boisrond, David Hockney, Frank Auerbach, Leon Kossoff, entre outros.
Exemplos
de arte neoexpressionista
- Basquiat, Jean-Michel (1960-1988) pintor
norte-americano (Grafite-Neoexpressionismo) - 1982 – “Cassius Clay”.
- Basquiat, Jean-Michel (1960-1988) pintor
norte-americano (Grafite-Neoexpressionismo) - 1983 – “Ciência futura versus
homem”.
- Lüpertz, Markus (1941-) pintor e escultor
alemão (Neoexpressionismo) - 1994 - escultura – “O guerreiro caído”.
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