segunda-feira, 28 de março de 2011

ATA - Módulo 2 - A linguagem musical

Caras e caros,

Posto novamente o módulo 2 da curso de Análise do Texto Artístico em função das notificações de que ele tinha problemas em seus links.

Segue o link com a teoria da aula:

http://sharex.xpg.com.br/files/4922889457/Modulo_2_-_Linguagem_musical_I.doc.html

Abraços,

Professor Estéfani Martins
Facebook e Orkut - Estéfani Martins

7ª lista de indicações - Discussão na semana de 4 a 9 de de abril de 2011 (P5)

Caras e caros,

Eis uma lista mais visual do que as anteriores, peço atenção especial às fotografias sobre o século XX, são definitivas em sua quase totalidade para entender melhor esse tempo que definiu a todos nós. Boa leitura.

Abraço,


Professor Estéfani Martins
Facebook e Orkut - Estéfani Martins


1 - 2º anos, 3º anos e PV
Sobre as muitas dificuldades para nos tornarmos do país do futuro
http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/carreira/preciso-atrair-melhores-candidatos-professor-atratividade-carreira-docente-539182.shtml

2 - 2º anos, 3º anos e PV
Ainda sobre o futuro, mas dos EUA
http://cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17599

3 - 2º anos, 3º anos e PV
Boa oportunidade para entender os motivos e as motivações da Ministra da Cultura Ana de Hollanda
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110327/not_imp697748,0.php

4 - 2º anos, 3º anos e PV
20 fotos essenciais sobre o século da imagem
http://revistatrip.uol.com.br/so-no-site/notas/vinte-fotos-para-cem-anos/page-20.html

5 - 2º anos, 3º anos e PV
Mais sobre a crise nuclear no Japão e um apanhado na história dos acidentes nucleares
http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1653950-17665-303,00.html

6 - 3º anos e PV
Didática análise sobre a questão líbia
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2011/03/27/otan-aceita-assumir-o-comando-das-operacoes-militares-na-libia-tripoli-e-sirte-sob-bombardeio.jhtm

7 - 3º anos e PV
Sobre a visita de Obama ao Brasil: ideias a se considerar
http://cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17573

quarta-feira, 23 de março de 2011

Proposta de redação 2011-S6 - Uberaba


Proposta de redação 2011-S6
Professor Estéfani Martins
opera10.blogspot.com
opera10@gmail.com

TEXTO 1. Fukushima provoca revisão nuclear em escala global
Wilson Sobrinho (*)

Enquanto a crise dos reatores atômicos de Fukushima cresce de modo a ofuscar os devastadores efeitos da maior tsunami a atingir um país de primeiro mundo no auge da era tecnológica, um planeta com crescentes demandas por energia começa a se questionar o que deu errado e qual o futuro das usinas nucleares.
Muito antes do evento japonês ter sido elevado para a categoria cinco, de sete possíveis, na Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radioativos (o que objetivamente significa que as consequências do acidente têm implicações que vão além dos limites regionais), a crise já havia cruzado fronteiras.
No início da semana passada, a chanceler alemã Angela Merkel anunciou planos de desativar temporariamente sete dos mais antigos reatores nucleares em operação no país. Na China, em cujo solo estão 40% das usinas nucleares atualmente em construção no planeta, a aprovação de novos projetos foi suspensa. Movimentos semelhantes ocorreram em países como Suíça, Israel, Malásia, Tailândia e Filipinas, além de uma série de ordens de inspeção e revisão dos sistemas de segurança mundo a fora.
O movimento é bem recebido por Keith Harmon Snow, um engenheiro norte-americano tornado-jornalista e pesquisador. Em um artigo tão pessimista quanto longo, publicado pelo site canadense Global Research, Snow afirma que o desenrolar dos fatos no Japão -- um país reconhecidamente líder em tecnologia – mostra a dimensão dos riscos de gerar energia em usinas nucleares.
“Os japoneses são gênios da técnica”, diz esse engenheiro, que nos anos 1990 trabalhou para a General Electric, empresa que projetou os reatores avariados no país asiático. “Se os japoneses não podem fazer algo, ninguém pode. Porém o Japão hoje está em chamas”, constata o pesquisador e jornalista cujo trabalho ganhou reconhecimento por diversos anos do Project Censored, uma organização que publica anualmente um livro dedicado à divulgação das histórias veiculadas em meios alternativos e que não ganham destaque na grande imprensa.
Snow é particularmente feroz contra os “esforços intencionais para desconsiderar as dimensões dessa catástrofe”, que segundo ele “revelam a imaturidade da civilização ocidental e uma de nossas mais agudas patologias, incluindo a devoção à tecnologia e psicopatologia da negação”.
Ele argumenta que usina alguma estaria segura em função das dificuldades japonesas não serem necessariamente decorrentes de “terremotos ou tsunamis – e sim de perda de energia no local, falha dos geradores e dos sistemas de emergência”. “O mundo está testemunhando mais e mais eventos climáticos extremos e imprevistos. Alegar que um acidente nuclear sério não pode acontecer nos EUA, na Europa, no Canadá, é falso e os executivos sabem disso.”
Stuart Parkinson, diretor executivo da organização inglesa Cientistas por Responsabilidade Global (CRG), argumenta na mesma linha. “Toda a evidência disponível mostra que, apesar do terremoto ter sido um dos maiores na história recente do Japão, muito da infraestrutura se manteve firme depois do choque inicial”, escreveu em um artigo publicado no site da ONG nesta semana.
“A indústria nuclear irá sem dúvidas argumentar que tais riscos foram previstos e que é possível lidar com eles, mas a emergência de Fukushima mostra o quão difícil é planejar todas as possíveis eventualidades”, afirma o físico e engenheiro eletrônico britânico. Ele lembra que uma porção de quase 40% do litoral japonês já conta com barreiras marítimas, e que agregar mais proteção irá “rapidamente aumentar os custos da energia nuclear”.
A CRG de Parkinson assinou nesta semana uma convocatória para uma manifestação de movimentos sociais ingleses pedindo que o governo “abandone os planos de novas usinas nucleares no Reino Unido”.
Ele aposta em mudanças “sócio-econômicas, que priorizem a conservação de energia, junto com um papel maior do uso das energias renováveis”.
Para o engenheiro inglês, é preciso “colocar em prática medidas que cortem as emissões de carbono rapidamente para que possamos combater o aquecimento global. Os preços do petróleo estão altos e devem se manter assim conforme os recursos restantes ficam cada vez mais escassos e concentrados nas mãos de países instáveis”, analisa.
“Por vinte e cinco anos”, diz Harvey Wasserman, um dos maiores nomes do ativismo anti-nuclear norte-americano, “a indústria nuclear tem nos dito que Chernobil não era relevante pois envolvia tecnologia soviética. Um acidente como esse 'não poderia acontecer aqui'. Mas agora são os japoneses, que no mínimo sabem operar reatores nucleares melhor que os norte-americanos”, escreveu esse conselheiro do Greenpeace na revista eletrônica Znet.
Ativista desde 1973, Wasserman ajudou a organizar um concerto em Nova York em protesto contra o uso de energia nuclear logo depois do acidente de Three Mile Island em 1979 – o último a alcançar o nível cinco na escala internacional. Ele lembra que existem quatro reatores nucleares na costa da Califórnia, localizada dentro do mesmo cinturão que chacoalhou o Japão dias atrás, a Nova Zelândia há semanas e o Chile recentemente. “Se esse sismo tivesse acontecido no nosso lado do Pacífico, estaríamos assistindo a noticiários noturnos sobre as vítimas em San Luis Obispo, as perdas catastróficas da insubstituível cadeia alimentar de Central Valley, e fazendo cálculos sobre evacuações forçadas de Los Angeles e San Diego”.
Posição diferente tem o jornalista britânico George Monbiot. Para ele, o fechamento de usinas nucleares pode ser trágico, caso o fornecimento de energia seja substituído por carvão. O uso de carvão para gerar energia elétrica é um método muito pior que o empregado em usinas nucleares, sustenta Monbiot, baseando seu argumento no problema do aquecimento global.
“Enquanto [a energia] nuclear causa calamidades quando dá errado, o carvão causa calamidades quando funciona bem”, escreveu em um artigo publicado pelo The Guardian nessa semana, referindo-se às emissões de CO2 originárias do uso do carvão como combustível. “E o carvão”, continua seu argumento, “funciona com muito mais frequência que a energia nuclear apresenta problemas”.
A posição de Monbiot não pode ser confundida, porém, já que se trata de um jornalista que sempre teve comprometimento com a justiça social e o ambientalismo. Como ele faz questão de reforçar no mesmo artigo. “Eu não gosto e temo a indústria nuclear tanto quanto qualquer outro verde: toda experiência tem mostrado, na maior parte dos países, que as empresas que tocam o negócio são um bando de cafajestes (…) Mas não podemos permitir que sentimentos históricos nos impeçam de ver a coisa como um todo. Mesmo quando algo dá horrivelmente errado nas usinas nucleares, elas causam menos mal ao planeta do que as que usinas que queimam carvão operando normalmente”.
A preocupação com o aquecimento global é compartilhada pela Union of Concerned Scientists, com sede nos EUA, país que reúne mais de uma centena de usinas nucleares em seu território. A UCS divulgou em seu website uma declaração informando a sua posição sobre o assunto. Eles admitem “a expansão da energia nuclear”, caso “outros meios de produção de energia neutros se mostrarem inadequados”. A pesquisa deve continuar “com foco no aumento da segurança”, defende a UCS.

(*) Correspondente da Carta Maior em Londres.
Fonte: cartamaior.com.br

PROPOSTA: Escreva uma dissertação em que você posicione-se a respeito da revisão das concepções sobre o uso de energia nuclear como alternativa energética para o planeta. O texto deve ter entre 25 e 30 linhas.

domingo, 20 de março de 2011

Apostila - Pré-Vestibular Uberlândia e todas as tumas Uberaba - Gabarito do módulo 3


Gabarito do módulo 3
Apostila 2011-1
Professor Estéfani Martins

Atividade de sala

1 – Opera10
a)    A função predominante é a referencial, por causa do uso da linguagem pretensamente objetiva e denotativa, além de ser um texto jornalístico caracterizado pela impessoalidade e imparcialidade.
b)    Ontem, o Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco) emitiu nota para a imprensa sobre a decisão de Serra que, segundo o Sinaenco, representa  ‘xenofobia às avessas e ilegalidade’.
c)     A ambiguidade ocorre na expressão “...a decisão de Serra trata-se de...”, em função do verbo “tratar” que remete ao assunto da decisão, e não sobre a motivação dela como era pretendido originalmente pela nota.
2 – Opera 10 – D

Atividade complementar

1 – PUC
Nesse fragmento de Clarice Lispector, além da preocupação introspectiva de tratar de questões íntimas e profundas, como se fosse uma espécie de autoanálise, há também uma preocupação de caráter metalinguístico, que confere ao trecho um viés literário autocritico acerca de sua própria produção literária.
Tal preocupação metalinguística ocorre em: "As palavras são sons transfundidos de sombras que se entrecruzam desiguais, estalactites, renda, música transfigurada de órgão. Mal ouso clamar palavras a essa rede vibrante e rica...", "Sei que estou adiando a história e que brinco de bola sem bola. O fato é um ato? Juro que este livro é feito sem palavras..." e "Eu não sou um intelectual, escrevo com o corpo. E o que escrevo é uma névoa úmida".
4 – Fatec - C

Atividade de fixação

1 – Enem – E
2 – Unaerp – A
3 – Opera10
a)    Não trabalho a partir de desenhos ou esboços em cores, porque minha pintura é direta e o método de pintar é o resultado natural de uma necessidade, por isso quero expressar meus sentimentos, e não ilustrá-los, portanto a técnica é apenas um meio de chegar a uma declaração.
b)    O conectivo “e” foi usado com valor adversativo.
c)     A função predominante é a emotiva, visto que o autor do texto informa sobre suas concepções pessoais por meio da 1ª pessoa do singular.
4 – Ufop – C
5 – Opera10
a)    A função da linguagem predominante é a poética em função da apurada elaboração estética e da criatividade literária inegável empregada no texto, apesar de ele ter sido originalmente um texto jornalístico.
b)    Um jornal impresso seria um veículo possível para esse texto entre a crônica e a notícia.
6 – Unifesp – A
7 – PUC – C
8 – Fuvest – D
9 – UFG
a)    A superposição de funções morfológicas na palavra “passa” ocorre pelo fato de ela poder ser lida como verbo ou adjetivo, o que altera o sentido da expressão “uva passa”.
b)    A propaganda é persuasiva porque alude ao futuro das mulheres que não usarem o produto, pois elas viverão mais intensamente as consequências do envelhecimento.
c)     Hoje, você é uma uva, mas, cuidado, uva passa.
10 – UFSC
Pode-se perceber nos trechos citados uma mesma característica que é a reprodução escrita de recursos típicos da oralidade, exceto no texto de Rubem Braga mais adaptado a um ambiente exigente quanto à norma padrão que são os jornais impressos.
Nesse contexto, pode-se dizer que os diferentes registros linguísticos expostos na questão mostram duas variações linguísticas distintas, mas que nenhuma constitui erro em função do ambiente em que elas foram produzidas, no caso a Literatura e o Jornalismo, respectivamente.
Sobre as funções da linguagem, é perceptível o invento e a criatividade como mecanismo de construção dos textos, ainda que o de Franklin Cascaes tenha também a função emotiva, em virtude da primeira pessoa do discurso, pode-se dizer que as escolhas estéticas que norteiam todos os trechos são importantes fatores da função poética da linguagem.



Apostila - Pré-Vestibular Uberlândia e todas as tumas Uberaba - Gabarito do módulo 1/2


Gabarito do módulo 1 e 2
Apostila Semi 2011-1
Professor Estéfani Martins

Atividade de sala

1 – Fuvest
a)    A burocracia no anúncio, vista como algo atrasado e retrógrado, está associada ao carimbo que será substituído pelo avanço tecnológico simbolizado pela tecla “delete”, em função do maior dinamismo e da agilidade representados por ela.
b)    A União burocratizou o acesso à universidade.
c)     Dia a dia intensificam-se os danos à natureza impostos pela ação antrópica.

2 – Opera10
a)    O recurso estilístico usado por Mia Couto é a símile ou comparação metafórica em função da analogia entre duas realidades ou dois seres concebida com o intuito de ressaltar as qualidades ou características de uma delas.
b)    A expressão destacada alude ao fato de que o seu autor não sabe para onde vai ou não sabe sua origem.

Atividade complementar

3 – Fuvest
a)    O fragmento em questão tem ambas as finalidades, visto que de forma bem humorada questiona a submissão de valores culturais a interesses econômicos.
b)    A localização do “call center” em Goa explica-se pelo fato de tanto ser uma parte da Índia em que há uma comunidade lusófona quanto por ser uma região com farta mão de obra barata.
4 – Enem - E

Atividade de fixação

1 – UFOP - C
2 – UFOP - D
3 – UFOP - B
4 – UFOP - B
5 – UFRJ – C
6 – UEMG - A
7 – UFBA
No texto de Mário de Andrade, é evidente a visão positiva das religiões afro-brasileiras e também o ponto de vista sobre uma sociedade que, segundo o autor, de alguma forma, assimilou os cultos africanos como parte da sua própria cultura, prova disso é a participação das mais variadas figuras sociais neles como é o caso dos advogados, garçons, pedreiros e deputados citados. Por outro lado, Joaquim Manuel de Macedo informa por meio do seu texto uma visão negativa em relação a essas práticas religiosas, o que é ilustrado pela oposição entre a autoridade religiosa e a política relatada no trecho.
8 – UFPE
Nas sociedades modernas, não deveria haver espaços para processos discriminatórios motivados por fatores étnicos, religiosos ou econômicos.
9 – UFPE
a)    Tal princípio aplica-se ao texto em virtude do fato de que, para ser satisfatoriamente bem calculado o sentido dele, é fundamental saber que o futebol é considerado um esporte nascido na antiga Bretanha.
b)    O avião encurtou distâncias. Entretanto, o maior dos inventos de Santos Dumont não foi utilizado apenas para fins pacíficos como queria o seu inventor. Além disso, os sucessores do 14 Bis carecem de mais aparatos de segurança para diminuir ainda mais os riscos de queda ou panes nesses veículos.
10 – Opera10
a)    As expressões “estou armado” e “prisão aberta” significam respectivamente ter algo perigoso ou mesmo subversivo e estar em um lugar em que se pareça aprisionado mesmo que não haja muros ou grades.
b)    O autor do trecho parece ser um homem jovem em função do discurso impetuoso e radical com traços de oralidade. Além disso, o posicionamento político sugere um autor de classe social economicamente menos favorecida.

quinta-feira, 17 de março de 2011

6ª lista de indicações - Discussão na semana de 28 de março a 2 de abril de 2011 (P4)


Caras e caros,

A lista dessa semana ficou meio triste, fatalista, talvez até niilista, mas não menos pertinente. Meu problema na coluna e os acontecimentos no Japão devem ter ajudado na escolha de textos pouco festivos. Todavia, conhecer é uma forma de dor na maioria das vezes. Em tempo, o documentário "Nós que aqui estamos por vós esperamos" é maravilhoso e feito no fim do século XX por um brasileiro genial chamado Marcelo Marsagão, apenas com a ajuda de um computador que, perto dos atuais, pareceria uma máquina de escrever, enfim privação, às vezes, estimula a criatividade ao invés de tolhi-la e ferramentas são o caminho para as realizações, mas sem dúvida não são elas.

Boa leitura a todos, 

Professor Estéfani Martins
Facebook e Orkut - Estéfani Martins

1 - 2º anos, 3º anos e PV
Para começar a entender o desastre natural (sic) ocorrido no Japão.

2 - 2º anos, 3º anos e PV
Sobre o Japão, o mundo e as tecnologias nucleares.

Catástrofe no Japão reabre debate sobre energia nuclear

El País
Roland Nelles


A catástrofe nuclear no Japão gerou um debate internacional sobre a energia nuclear –um debate especialmente feroz na Alemanha. Após Fukushima, esta não pode mais ser vista como fonte de energia para o futuro. A chanceler Angela Merkel deve alterar sua postura pró-energia atômica.
Há, é claro, vários argumentos em favor da energia nuclear: em contraste com as usinas movidas a carvão, os reatores atômicos produzem poucas emissões de CO2 –o que é uma boa notícia para o clima. Além disso, a tecnologia ajuda as regiões que podem não ter reservas de gás natural, por exemplo. A energia atômica significa um grau de independência e de autonomia política no desenho da matriz energética. Além disso, a energia produzida por usinas nucleares tende a ser barata, tornando-a popular junto aos consumidores
Falsa sensação de segurança
Nada disso conta, porém, não mais. Após o terremoto e a tsunami no Japão, seguidos de uma sequência cada vez pior de notícias relativas às usinas nucleares do país, até o último defensor da tecnologia deve ter entendido que não podemos continuar assim. Acabou. Terminou. Fim. A energia nuclear não pode ser controlada pelos seres humanos, independentemente da qualidade dos argumentos em seu favor. O perigo de desastre é real e pode acontecer a qualquer hora –mesmo em um país de tecnologia tão avançada quanto o Japão. E também pode acontecer na Alemanha. Uma sensação de segurança em relação aos reatores atômicos não é mais possível. Em lugar nenhum.
O terremoto no Japão está se tornando um ponto de virada decisivo na história da tecnologia nuclear. As pessoas aprendem com a experiência, e a lição está clara: nem tudo aquilo que é tecnicamente possível é bom. Novas soluções precisam ser descobertas para dar conta das necessidades de energia de uma população crescente. E as pessoas precisam investir mais nesta questão do que fizeram até agora.
Isso é verdade no mundo todo e também, é claro, na Alemanha. Após os eventos do final de semana, qualquer um que tente alegar que algo assim não poderia acontecer aqui pareceria ridículo. No Japão houve uma corrente de eventos infelizes: um terremoto devastador seguido pela desastrosa tsunami. Verdade. Mas o que é um desastre se não uma corrente de eventos infelizes? Seja a queda de um avião, um acidente de carro ou o derretimento do reator, algo sempre dá errado quando há pessoas envolvidas. Em algum ponto, essa corrente de eventos infelizes também vai nos atingir –ou nossos vizinhos, como a França, uma nação que também gosta da energia nuclear. E o que vai acontecer então?
A chanceler Angela Merkel e seu governo querem revisar os padrões de segurança das usinas de energia atômica da Alemanha. Assim, esperam calar o debate de energia atômica. Mas por que as medidas de segurança precisam ser revisadas? Não disseram sempre que as usinas de energia nuclear da Alemanha são as mais seguras do mundo?
Sinais de uma indústria moribunda
Reuniões de crise, encontros de segurança, verificações especiais, tudo isso é sinal de uma indústria moribunda e da ação de retaguarda de seus ajudantes políticos. Em algum momento, a Alemanha vai sair da energia nuclear –e será mais cedo do que os defensores de tecnologia gostariam de acreditar. Velhos temores de um enorme derretimento nuclear voltaram a brotar na Alemanha. Críticos tradicionais dentro do Partido Verde e do Partido Social Democrata vão explorar esses medos. Uma pragmática radical como Merkel certamente reconhecerá isso. E ela vai mudar de curso. Isso é certo.
Mas com que rapidez Berlim conseguirá mudar de posição? O país está se movendo rápido o suficiente em sua adoção de fontes de energia sustentáveis? Certamente que não. As empresas que operam as usinas nucleares na Alemanha estão ganhando bilhões, mas apenas uma minúscula fração desses lucros está sendo canalizada para a expansão do uso de energias alternativas pelo país. Isso tem que mudar.
É claro que não faria sentido desligar todas as usinas nucleares da Alemanha da noite para o dia, só para acalmar os críticos. Mas o desenvolvimento de quantidade suficiente de energia renovável requer uma resolução política. E essa resolução só pode ser gerada quando ficar claro que as usinas de energia atômica da Alemanha logo serão desligadas da rede permanentemente. Essa era a lógica por trás da decisão de reduzir gradativamente a energia nuclear na Alemanha a partir de 2022 –uma política estabelecida há mais de uma década pelo sociais democratas do chanceler Gerhard Schröder e de seus parceiros de coalizão, os verdes.
Esse plano, contudo, foi revertido no último outono, quando os cristãos democratas de Merkel, junto com os democratas livres, abandonaram a redução gradual e aprovaram uma lei estendendo a vida das usinas nucleares da Alemanha. Agora está claro: essa decisão foi um erro. E esse erro precisa ser corrigido agora.
Não, não é mais tentador argumentar em favor da energia atômica. Não mais.
Tradução: Deborah Weinberg


3 - 2º anos, 3º anos e PV
O mapa da contribuição entre cientistas do mundo inteiro, mais do que ciência e globalização, ele "diz" muito sobre o nosso mundo.


4 - 2º anos, 3º anos e PV
Sobre a educação e o eterno "Brasil do Futuro".

5 - 2º anos, 3º anos e PV
6 - 3º anos e PV
Sobre a morte e seu sentido para a sociedade.